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a visão de psicólogos sobre medicação no tratamento.

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74Po<strong>de</strong>-se <strong>no</strong>tar, <strong>de</strong>ssa maneira, que, muito embora o uso indiscriminado dospsicofármacos exista, este não altera o cenário analítico: pacientes que buscam aresolução e significação <strong>de</strong> seus sofrimentos buscam a análise, indivíduos que nãoa<strong>de</strong>rem à análise buscam a cura mágica, ou seja, o consumo da medicação.Ainda assim, não se po<strong>de</strong> afirmar que a idéia <strong>de</strong> cura mágica do sofrimentopossa estar presente na população em que o trabalho analítico não esteja sendo realizadouma vez que, em sua pesquisa, Carvalho e Dimenstein (2001) constataram em suaamostra que, juntamente com o sentimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência do uso medicamentoso,existem tentativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>svinculação da medicação.Po<strong>de</strong>-se pensar, em todo caso, que a busca pela resolução do sofrimento esteja,<strong>de</strong> alguma forma, presente e que, uma vez que o indivíduo sente a <strong>de</strong>pendência damedicação e tentativas <strong>de</strong> suspensão são feitas, a idéia <strong>de</strong> cura mágica não existe nemem pacientes que não a<strong>de</strong>rem à análise, nem naqueles que a ela a<strong>de</strong>rem - e que a idéia<strong>de</strong> cura mágica pela medicação seja apenas um mito.De qualquer maneira, a forte presença do discurso médico e falta <strong>de</strong> informaçãoda população quanto aos possíveis meios <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problemas também po<strong>de</strong>minfluenciar pela busca do uso dos psicofármacos ao invés <strong>de</strong> psicoterapia.Dado que, <strong>de</strong> acordo com os discursos dos participantes, o presente estudo não<strong>no</strong>tou o uso indiscriminado na população em <strong>tratamento</strong> analítico, futuras pesquisasrealizadas com clínicos gerais – os maiores prescritores <strong>de</strong> psicofármacos –, psiquiatrase outras especialida<strong>de</strong>s médicas, e com pacientes que se encontram <strong>de</strong>sligados doprocesso psicoterápico po<strong>de</strong>riam explicar o aumento do uso - indiscriminado ou não –dos psicofármacos e as idéias vinculadas a eles. Da mesma forma, pesquisas realizadascom pacientes em <strong>tratamento</strong> analítico po<strong>de</strong>m evi<strong>de</strong>nciar melhor o que estes indivíduospensam <strong>sobre</strong> os psicofármacos.

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