INTRODUÇÃOHistoricamente, a investigação em psicoterapia tem-se baseado em estudos paraavaliar a sua eficácia. Recentemente, no entanto, a ênfase alterou-se, e agora o foco está empôr a descoberto os fatores terapêuticos que contribuem para os seus resultados positivos. Estetipo de pesquisa tem vindo a ser designada como investigação de processos.Uma dificuldade fundamental para a pesquisa de processos psicanalíticos reside nautilização de métodos que preservem a profundidade e complexidade do material clínico,enquanto cumprem os requisitos da ciência empírica. Um problema particular, é que, osobservadores clínicos, podem variar muito nos conceitos que usam na sua linguagemdescritiva. A questão da gestão das diferenças na inferência ou julgamento entre especialistasclínicos é particularmente importante. É crucial que qualquer método de pesquisa estabeleça ograu de consenso, ou fiabilidade entre os juízes, sobre a presença e a natureza de umfenómeno clínico. Considera-se que o Psychotherapy Process Q-set (<strong>PQS</strong>; Jones 2000), alvodo presente estudo, permite fazer face a estas questões.Revemos a literatura sobre o Psychotherapy Process Q-set (<strong>PQS</strong>; Jones 2000), ummétodo empírico de análise de processos, uma estratégia que tem revelado capacidades parasuprimir algumas das críticas feitas aos métodos empíricos, e que tem demonstrado o seuvalor na investigação psicanalítica. Para isso, realizou-se uma pesquisa na EBSCOseleccionando-se as bases de dados e centros de documentação: PsycINFO; PsycARTICLES;PEP Archive; Library, Information Science & Technology Abstracts; Academic SearchComplete; Psychology and Behavioral Sciences Collection. As palavras-chave utilizadasforam: process and Psychotherapy Process Q-Set. Obtiveram-se 38 títulos de estudosempíricos que utilizaram este instrumento 1 .1 Os artigos assinalados nas referências com asterisco (*) correspondem a estudos empíricos efetuadoscom o <strong>PQS</strong>. No anexo A pode consultar-se a tabela dos estudos empíricos.4
BREVE INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO <strong>DE</strong> <strong>PROCESSOS</strong>Russell e Orlinsky (1996) dividem a história da pesquisa em psicoterapia em quatroetapas, sendo que, a atual apresenta um crescente interesse pelo estudo do processoterapêutico. Referindo-se especificamente à pesquisa psicanalítica, Wallerstein (2001)descreve quatro gerações sucessivas, dividindo-as, não numa perspetiva temporal, mas pelasua evolução conceptual e metodológica.A primeira geração (1917 a 1968) teve início com o levantamento de Coriat sobreresultados terapêuticos, e caracterizou-se pela dificuldade metodológica, falta de consenso noscritérios e, pela avaliação enviesada dos próprios terapeutas. Os esforços para resolver estasquestões impulsionaram os estudos de segunda geração (Wallerstein, 2003) no final da décadade 60, na Europa e EUA. Esta segunda geração (1959 a 1985) corresponde a estudos emmaior escala, prospetivos e comparativos, com múltiplas medidas e mais rigor no tratamentodas variáveis. A terceira geração, contemporânea à segunda, alia a avaliação do processo comos resultados terapêuticos, mediante a aplicação de múltiplas medidas através do tempo. Osestudos de terceira geração (1954 a 1986) combinam as abordagens metodológicas dosestudos da geração anterior, tendo em conta a avaliação de resultados terapêuticos por umperíodo mais longo, através de estudos intensivos e longitudinais. Compreendem ainvestigação formal e sistemática da avaliação de produtos, mas também se preocupam com aanálise de processos, através dos quais, se originaram esses resultados.A quarta geração encontra-se in status nascendi e concentra o seu questionamento nanatureza do processo terapêutico, investigado em profundidade através de gravações áudio evídeo (Serralta, Pole, Nunes, Eizirik & Olsen, 2010). Esta geração (1970 -) de pesquisa empsicoterapia psicanalítica encontra-se ainda em desenvolvimento, apoiada por toda avariedade de estratégias de investigação que se formaram durante as décadas anteriores.Relativamente ao tipo de métodos de pesquisa que são mais adequados para investigarhipóteses psicanalíticas, ficam ainda por resolver algumas questões (Seybert, 2011). Atentativa de integrar todas as investigações de processo e produto é um projeto ambicioso quelevanta muitas dificuldades. Entre elas, um grande investimento financeiro, a partilha dobanco de dados e, até mesmo, a identificação de todos os grupos de investigação com basesconceptuais, instrumentos e modos de funcionamento específicos. O estudo da interaçãoterapêutica, em sessões completas ou em fragmentos de sessões gravadas e transcritas, é ainda5
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50 c T points out P’s unacceptabl
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