“música para o futuro”, como pode ser observado na revisão de literatura sobre pesquisapsicanalítica levada a cabo por Fonagy et al. (1999), na qual, dos cinquenta projetos listados,apenas nove eram de estudos “puros” de processo e seis de processo/resultado. Na realidade,muitos estudos ditos de processo são, de fato, microestudos de resultados.Com o intuito de dar resposta às necessidades de se considerar o processo terapêutico,multiplicaram-se os instrumentos de medida de processos (Hilsenroth, Blagys, Ackerman,Bonge & Blais, 2005; Ogrodniczuk & Piper, 1999; Goldfried, Newman & Hayes, 1989; Dahl& Teller, 1994; Luborsky, 1994; Scharf, Mayseless & Baron, 2004). Estes instrumentosdiferem no tipo de intervenções que cotam, nos métodos de cotação, no treino necessário, e notempo e esforço a que obrigam. Não existe uma medida ótima do processo psicodinâmico, aseleção de um instrumento deve ser feita consoante os objetivos que o investigador tem emmente. No entanto, acredita-se que o Psychotherapy Process Q-Set (<strong>PQS</strong>, Jones, 2000), alvodo presente estudo, reflete a importância, não só de determinar quais os aspetos de umtratamento que contribuem para a melhoria do paciente, mas também, de descrever osprocessos únicos que ocorrem em díades individuais de terapeutas e pacientes (Smith-Hansen, Levy, Seybert, Erhardt & Ablon, 2012).Assim, o estudo do processo terapêutico possibilita a criação de modelos de açãoterapêutica (Jones, 2000), permitindo analisar o papel dos fatores específicos, por exemplo astécnicas, e comuns, como a aliança terapêutica, e de que forma estes contribuemdiferentemente para a mudança em psicoterapia.PSYCHOTHERAPY PROCESS Q-SET (<strong>PQS</strong>)O Psychotherapy Process Q-set (<strong>PQS</strong>), desenvolvido por Jones (2000), foi concebidopara fornecer uma linguagem de base para a descrição e classificação dos processos detratamento, de uma forma adequada para a análise quantitativa. Este instrumento permiteformalizar e tornar explícito o que geralmente permanece informal, implícito e intuitivo, eajuda a alcançar descrições confiáveis de processos de tratamento complexos.O <strong>PQS</strong> (Jones, 2000) é um instrumento de classificação com 100 itens que descrevemações e intervenções do terapeuta (por exemplo, o terapeuta centra-se nos sentimentos deculpa do paciente), respostas do paciente (por exemplo, o paciente não se sente compreendidopelo terapeuta), o teor da sessão (por exemplo, são discutidos os horários das sessões ou os6
honorários), bem como as atitudes do terapeuta (por exemplo, terapeuta é distante,indiferente) e as atitudes do paciente (por exemplo, o paciente está ansioso ou tenso).Os 100 itens que compõem o <strong>PQS</strong> representam uma seleção empiricamente guiada deum grupo de várias centenas de itens obtidos a partir de medidas de outros processos, bemcomo novos itens construídos por um painel de especialistas. Várias versões deste Q-setforam testadas numa série de estudos-piloto realizados em dezenas de transcrições, vídeos eáudios de tratamentos psicanalíticos e várias outras formas de psicoterapia. Cada item foiindividualmente discutido em relação à sua clareza, a sua importância para a psicoterapia eanálise, e as suas implicações para a suficiência do instrumento (Seybert, 2011).Depois de estudar a transcrição (ou sessão áudio ou vídeo) de uma hora de tratamento,ordenam-se os 100 itens. Estes são classificados em nove categorias num continuum domenos característico (categoria 1) para o mais característico (categoria 9). A pilha média(categoria 5) é usada para itens considerados neutros ou irrelevantes para a sessão emparticular a ser avaliada. Esta distribuição de itens aproxima-se de uma curva normal.Este instrumento foi criado para ser aplicado a um registo de uma hora de tratamentoúnico, como a unidade de observação, tendo sido desenvolvido com base na metodologia Q-Sort (Stephenson, 1953; Block, 1978), uma técnica de classificação que permite a descriçãode dados qualitativos (ex. Q-Sort de técnicas anos 50/60 de Strupp). A aplicação da técnica deQ- Sort a uma hora de tratamento, em todos os seus elementos, tem a vantagem de permitirestudar o material cuidadosamente para confirmação de conceituações alternativas, e paraavaliar o desenvolvimento gradual do significado de eventos dentro de uma hora. Issoproporciona um meio de objetificar as impressões e formulações derivadas de uma quantidadesubstancial de material clínico, enquanto, ao mesmo tempo, resume o material através daordenação de um conjunto de instruções que descrevem vários aspetos do processo analíticoou terapêutico.As razões para a utilização de uma distribuição fixa são fornecidas por Block (1961),mas podem ser resumidas. Primeiro, a distribuição fixa elimina certas tendências no processode notação; segundo, a distribuição fixa garante que os juízes farão discriminações múltiplasentre itens. Ao assegurar discriminações múltiplas, outro viés de resposta comum, o efeito“halo”, é reduzido, isto é, os juízes não podem simplesmente agrupar todos os itens favoráveisou desfavoráveis, sem fazer distinções entre eles. Terceiro, uma distribuição com menos itensnas categorias extremas põe em maior relevo as características mais importantes da descrição;7
- Page 1 and 2: ESTUDO DE PROCESSOSPSICANALÍTICOS
- Page 3 and 4: AGRADECIMENTOSEmbora uma tese seja,
- Page 5 and 6: Procedimentos…………………
- Page 7 and 8: ARTIGO DE REVISÃO DE LITERATURAPSY
- Page 9 and 10: ABSTRACTSince the beginning, psycho
- Page 11: BREVE INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃ
- Page 15 and 16: Jones desenvolveu pela primeira vez
- Page 17 and 18: Aderência a protótiposAs descober
- Page 19 and 20: existe apenas um processo analític
- Page 21 and 22: autores, além disso, examinaram se
- Page 23 and 24: cognitivas para corrigir problemas
- Page 25 and 26: concluindo que a correspondência p
- Page 27 and 28: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAblon,
- Page 29 and 30: Heaton, K.J., Hill, C.E., & Edwards
- Page 31 and 32: McNeilly, D.L., & Howard, K.L. (199
- Page 33 and 34: * Spence, D.P., Dahl, H., & Jones,
- Page 35 and 36: RESUMOA eficácia da psicoterapia t
- Page 37 and 38: INTRODUÇÃOTradicionalmente a inve
- Page 39 and 40: curta duração do que em formas ma
- Page 41 and 42: Likert de 5 pontos, variando de 0 (
- Page 43 and 44: Avaliação do processo terapêutic
- Page 45 and 46: para obter descrições parciais do
- Page 47 and 48: (Q 31) e é sensível aos seus sent
- Page 49 and 50: Tabela 3. Diferenças entre os iten
- Page 51 and 52: criando fatores de correlação par
- Page 53 and 54: preferencial e ajusta-se ao longo d
- Page 55 and 56: No caso A existem mais flutuações
- Page 57 and 58: condescendente que a paciente B (Qr
- Page 59 and 60: No entanto, segundo a literatura, p
- Page 61 and 62: al. 2009), e considerando que a psi
- Page 63 and 64:
Institute Drug Abuse Collaborative
- Page 65 and 66:
Jones, E. E., Ghanram, J. Nigg, J.
- Page 67 and 68:
Sandahl, C, Herlitz, K., Ahlin, G.,
- Page 69 and 70:
ANEXOS63
- Page 71 and 72:
uma hora ideal psicanalítica.PQSps
- Page 73 and 74:
Jones & Pulos, (1993).Comparar o pr
- Page 75 and 76:
evitante (AVPD). Os dadosdo process
- Page 77 and 78:
Anexo B - Resultados SCL-90- R da P
- Page 79:
Anexo C- Resultados SWAP-200 para a
- Page 83 and 84:
Anexo D- Resultados das análises P
- Page 85 and 86:
15 O paciente não inicia nem elabo
- Page 87 and 88:
Figura 9. Adesão da paciente B aos
- Page 89 and 90:
´Figura 8. Adesão da interação
- Page 91 and 92:
40 ,51505 ,25253 1,2495441 ,47533 ,
- Page 93 and 94:
Anexo F- Protótipos e Dimensões P
- Page 95 and 96:
50 c T points out P’s unacceptabl
- Page 97 and 98:
Anexo G- Cotações PQS Paciente AP
- Page 99 and 100:
54 7,5 8,5 6,5 8,5 8 7 8,5 7,5 7 7,
- Page 101 and 102:
Anexo H- Cotações PQS Paciente BP
- Page 103 and 104:
53 4 4 3 4,5 4 4 3 3,554 4 7 7,5 8