17.07.2015 Views

Boletim Mensal do BCE - Outubro 2002

Boletim Mensal do BCE - Outubro 2002

Boletim Mensal do BCE - Outubro 2002

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

próxima secção. O efeito <strong>do</strong> consumo empercentagem da reacção total <strong>do</strong> PIBpermanece bastante estável ao longo <strong>do</strong> tempo,preven<strong>do</strong>-se que se situe entre um terço e ummeio da reacção total <strong>do</strong> PIB.Evidência microeconométrica e o canalde créditoOs particulares e as empresas podem sercondiciona<strong>do</strong>s no respectivo comportamentode despesa, se as despesas desejadas excederemos fun<strong>do</strong>s então disponíveis ou o montante decrédito que podem obter. Este mecanismo, quesurge em merca<strong>do</strong>s financeiros imperfeitos e dáorigem ao frequentemente referi<strong>do</strong> como canalde crédito, funciona de várias maneiras. Aprimeira é através da oferta de empréstimosbancários, da<strong>do</strong> que as empresas e osparticulares dependem frequentemente <strong>do</strong>sbancos como fornece<strong>do</strong>res principais definanciamento externo (canal de créditobancário). Uma outra consiste nadisponibilidade e valor das garantias necessáriaspara as operações activas (canal <strong>do</strong> balanço) ouna disponibilidade de fun<strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s (canal <strong>do</strong>sfluxos financeiros). O canal de crédito depende<strong>do</strong> nível das taxas de juro e de outros preços<strong>do</strong>s activos e desempenha normalmente umpapel suplementar ao <strong>do</strong> canal da taxa de juro,mais tradicional, tipicamente fortalecen<strong>do</strong> osefeitos gera<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s efeitos substituição,custo <strong>do</strong> capital e riqueza. No geral, aimportância <strong>do</strong> canal de crédito depende daestrutura financeira e da estabilidade financeirada economia em causa (efeitos “acelera<strong>do</strong>rfinanceiro”). O eleva<strong>do</strong> grau de dependênciabancária e a amplitude limitada <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>bolsista e de outros merca<strong>do</strong>s financeiros naárea <strong>do</strong> euro conduzem à existência depossíveis efeitos canal de crédito.Consequentemente, torna-se necessárioatentar na importância de tais canais, emparticular o papel <strong>do</strong>s bancos, no mecanismode transmissão.A evidência empírica relativa aocomportamento das empresas individuaisrecolhida pelos grupos <strong>do</strong> Eurosistemademonstra que os efeitos das alterações <strong>do</strong>custo <strong>do</strong> capital sobre as decisões deinvestimento das empresas são significativos(ver a caixa). As alterações <strong>do</strong> custo <strong>do</strong> capitalparecem, portanto, representar um elementosignificativo <strong>do</strong> processo de transmissãomonetária. No entanto, na maioria <strong>do</strong>s países daárea <strong>do</strong> euro as considerações <strong>do</strong>s fluxosfinanceiros também desempenham um papelimportante nas decisões de investimento,apontan<strong>do</strong> para a possibilidade de as empresasestarem, em certa medida, sujeitas a restriçõesde liquidez. Nestas circunstâncias, as empresaspodem não ser capazes de financiar totalmenteto<strong>do</strong>s os projectos de valor actual líqui<strong>do</strong>positivo, devi<strong>do</strong> à indisponibilidade definanciamento interno ou externo.A evidência empírica relativa aocomportamento <strong>do</strong>s bancos demonstra que osempréstimos bancários descem significativamentena sequência de uma restrição dapolítica monetária (ver a caixa). A evidência dasséries temporais macroeconómicas confirmamclaramente este efeito.Além disso, os resulta<strong>do</strong>spara a área <strong>do</strong> euro demonstram que os bancosque detêm relativamente menos activos líqui<strong>do</strong>sgeralmente ajustam mais os seus empréstimosàs alterações das taxas de juro de curto prazo<strong>do</strong> que os bancos que detêm mais activoslíqui<strong>do</strong>s. Tal sugere que a reacção <strong>do</strong>sempréstimos às alterações da políticamonetária depende das características <strong>do</strong>sbancos, ou seja, os fornece<strong>do</strong>res deempréstimos, por oposição às unidadeseconómicas que os procuram (particulares eempresas não financeiras). Esta evidênciaindirecta apoia a existência de efeitos da ofertade empréstimos para pelo menos algumascategorias de bancos. No entanto, os efeitosquantitativos directos das diferenças de liquideznão parecem ser consideráveis. Além disso, aocontrário <strong>do</strong> que tem si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> nosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, os bancos pequenos ou menoscapitaliza<strong>do</strong>s não parecem reagir de formadiferente <strong>do</strong>s outros bancos na maioria <strong>do</strong>spaíses. As razões possíveis para tal prendem-secom a existência da relação bancária, dedetenções estrangeiras, da filiação em redesbancárias, <strong>do</strong>s sistemas de garantia de depósitosexplícitos ou implícitos ou outras formas degarantias.48 <strong>BCE</strong> • <strong>Boletim</strong> <strong>Mensal</strong> • <strong>Outubro</strong> <strong>2002</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!