operação de reporte. Da<strong>do</strong> que o numerário éo activo deseja<strong>do</strong>, as características <strong>do</strong>s títulosda<strong>do</strong>s em troca são de importância secundária,e as transacções são geralmente realizadascontra “garantia geral” (GG). Nas operações dereporte GG, to<strong>do</strong>s os títulos que fazem partede um cabaz de garantias defini<strong>do</strong> pelo tipo epela qualidade <strong>do</strong> crédito podem ser da<strong>do</strong>scomo garantia. Exemplos de cabazes GG sãotodas as obrigações emitidas pelos governos daárea <strong>do</strong> euro, ou todas as obrigações deempresas incluídas num índice de obrigaçõesespecífico.As motivações de um fornece<strong>do</strong>r de numerário(toma<strong>do</strong>r de títulos) no segmento dasoperações de reporte com base em numerárioresultam da atenuação <strong>do</strong> risco de contraparte<strong>do</strong> “mutuário”. Este último risco é substituí<strong>do</strong>pelos riscos associa<strong>do</strong>s às garantias, que sãogeralmente menores, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo e dagestão da garantia. Esta transferência de riscoreflecte-se no tratamento <strong>do</strong> capitalregulamentar em operações de reporte, onde,para o cálculo <strong>do</strong>s requisitos de capital, o peso<strong>do</strong> risco de contraparte é substituí<strong>do</strong> pelo peso<strong>do</strong> risco de garantia 2 . Desde que a garantiacumpra certos critérios, esta substituiçãopermite um tratamento mais favorável <strong>do</strong>capital regulamentar nas operações de reporte<strong>do</strong> que nas transacções de empréstimo semgarantia. Por seu turno, a taxa das operações dereporte obtida pelo numerário concedi<strong>do</strong> emempréstimo é geralmente mais baixa <strong>do</strong> que ataxa sem garantia, da<strong>do</strong> que a componente <strong>do</strong>risco de crédito foi reduzida. No outro la<strong>do</strong> datransacção, o toma<strong>do</strong>r de numerário (o queentrega os títulos) pode obter crédito emnumerário geralmente a taxas mais favoráveis<strong>do</strong> que no caso <strong>do</strong>s empréstimos sem garantia,ou pode financiar uma posição longa em títulosenquanto mantém a exposição de merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>stítulos. As operações de reporte tambémpermitem aos participantes no merca<strong>do</strong> quenão conseguem obter financiamentointerbancário sem garantia por não teremacesso ao merca<strong>do</strong> interbancário, ou por teremuma capacidade de crédito inadequada, ouporque as suas contrapartes atingiram oslimites da sua exposição ao crédito sem garantiaobter numerário contra garantia.No segmento com base em títulos, astransacções são motivadas pela vontade de umacontraparte conceder ou obter um títuloespecífico em empréstimo, com o numerário afuncionar como garantia. Este segmento émaioritariamente, embora não exclusivamente,composto por títulos específicos com umaelevada procura. Como estes são bastanteprocura<strong>do</strong>s, a sua taxa das operações dereporte é substancialmente mais baixa <strong>do</strong> que ataxa das operações de reporte GG e ataxa interbancária, sen<strong>do</strong> estes títulosconsidera<strong>do</strong>s “especiais”.A característica que ostorna “especiais” não é uma característicapermanente <strong>do</strong>s títulos, mas apenas temporária.As motivações <strong>do</strong> mutuário de títulos(fornece<strong>do</strong>r de numerário) no segmento combase em títulos relacionam-se com a vontade deadquirir um título específico, por exemplo, paracobrir uma posição curta neste título, cobriruma falha de liquidação, ou para entrega numaliquidação de um contrato de futuros.No outro la<strong>do</strong> da negociação, o fornece<strong>do</strong>r detítulos (toma<strong>do</strong>r de numerário) pode financiar asua posição longa de títulos ou “emprestar” ostítulos em operações de reporte e reinvestir onumerário obti<strong>do</strong> a uma taxa mais elevada (porexemplo, no merca<strong>do</strong> interbancário semgarantia ou a taxas de operações de reporteGG), de forma a obter rendimento adicional.O crédito a títulos “especiais” é, assim, umatécnica para a optimização de carteiras detítulos.Quase não é necessário referir que um númeroconsiderável de participantes no merca<strong>do</strong>intervêm em ambos os segmentos,especialmente intermediários, decisores demerca<strong>do</strong> e outras contrapartes que realizamtanto operações de reporte como operaçõesde reporte reversíveis. Alguns actuam comotoma<strong>do</strong>res de títulos, utilizan<strong>do</strong> operações de2 Isto verifica-se nas transacções registadas no sistemacontabilístico (isto é, de natureza não operacional). Nastransacções registadas na carteira de negociação (incluin<strong>do</strong>posições para efeitos de negociação, como defini<strong>do</strong> na Directivarelativa à adequação <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s próprios das empresas deinvestimento e das instituições de crédito (93/6/CEE)), osbancos podem optar ou por ter modelos internos reconheci<strong>do</strong>spelas autoridades de supervisão, ou por a<strong>do</strong>ptar o méto<strong>do</strong>standard (“building block approach”), a qual abrange riscos demerca<strong>do</strong> gerais e específicos, bem como o risco de contraparte.<strong>BCE</strong> • <strong>Boletim</strong> <strong>Mensal</strong> • <strong>Outubro</strong> <strong>2002</strong>59
eporte GG, tentan<strong>do</strong>, por seu la<strong>do</strong>, utilizaralguns <strong>do</strong>s títulos GG como “especiais” emoperações de reporte. Os decisores demerca<strong>do</strong> também tentam exploraroportunidades de arbitragem criadas pordesalinhamentos nos preços entre operaçõesde reporte e outros merca<strong>do</strong>s, por exemplo,desvios invulgares entre operações de reportee depósitos, ou entre operações de reporte ederiva<strong>do</strong>s. As operações de reporte podemtambém ser utilizadas para efeitos dearbitragem em negociações de base, o queenvolve um desalinhamento entre o preço àvista de um activo e os respectivos preços aprazo (por exemplo, nos merca<strong>do</strong>s de futuros).Em termos gerais, as operações de reporte sãouma ferramenta de gestão de liquidez e definanciamento com base em títulos, que faz aligação entre os merca<strong>do</strong>s monetário e detítulos. No entanto, esta definição subestima opapel destas operações. Uma das suas funçõescruciais consiste em actuar como catalisa<strong>do</strong>rpara a liquidez noutros merca<strong>do</strong>s, e vice-versa,permitin<strong>do</strong> o financiamento e cobertura deposições longas e curtas de títulos,respectivamente, através de operações dereporte e de um maior encorajamento <strong>do</strong>sparticipantes no merca<strong>do</strong> para que negociemactivamente nos merca<strong>do</strong>s de títulos e dederiva<strong>do</strong>s. Por seu la<strong>do</strong>, a criação de contratosde futuros levou, em termos gerais, a umaumento <strong>do</strong> volume de negócios nos merca<strong>do</strong>sdas operações de reporte. Além disso, autilização de operações de reporte contribuipara melhorar a eficiência <strong>do</strong>s mecanismos defixação de preços em diferentes merca<strong>do</strong>s, aopermitir a arbitragem. Por último, as operaçõesde reporte podem contribuir para ofuncionamento regular da infra-estrutura <strong>do</strong>ssistemas de liquidação, ao permitir que títulosespecíficos sejam concedi<strong>do</strong>s em empréstimopara evitar falhas de liquidação (isto é, oincumprimento de compromissos de entregade títulos específicos num determina<strong>do</strong>momento).Gráfico 2Principais utilizações e intervenientes no merca<strong>do</strong> das operações de reporteSegmento com base em numerário:Vende<strong>do</strong>r nas operações de reporte(detém títulos, pretende numerário)Principais utilizaçõesEmpr. em num. a condições favoráveisFinanciamento de posições longas de tít.Acesso a numerário a curto prazoPrincipais intervenientesBancos de invest., sociedades de invest. mob.Bancos comerciaisEmpresasNumerárioTítulos(geralmente GG)Compra<strong>do</strong>r nas operações de reporte(detém numerário, aceita títulos comogarantia)Principais utilizaçõesAtenuação <strong>do</strong> risco de contraparteRedução <strong>do</strong> capital regulamentarDiversificaçãoPrincipais intervenientesBancos centraisBancos comerciaisEmpresasSegmento com base em títulos:Vende<strong>do</strong>r nas operações de reporte(detém títulos, aceita numerário em garantia)Principais utilizaçõesFinanciamento de posições longas de tít.Rendimento adicional da carteiraPrincipais intervenientesBancos de invest., soc. de invest. mobiliárioDetentores de carteiras importantes(fun<strong>do</strong>s de investimento, bancos centrais)Títulosespecíficos/“especiais”NumerárioCompra<strong>do</strong>r nas operações de reporte(detém numerário, pretende títulos)Principais utilizaçõesCobertura de posições curtas de títulosEntrega para futurosCobertura de falhas de liquidaçãoPrincipais intervenientesBancos de investimento, sociedades deinvestimento mobiliário60 <strong>BCE</strong> • <strong>Boletim</strong> <strong>Mensal</strong> • <strong>Outubro</strong> <strong>2002</strong>
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