Boletim Mensal do BCE - Outubro 2002

More documents

Recommendations

Info

CaixaAnálises microeconómicas do comportamento das empresas e dos bancos na área do euroOs grupos de investigação do Eurosistema analisaram o comportamento do investimento empresarial e ospadrões do crédito bancário na área do euro utilizando dados individuais a nível das empresas e dos bancos,aplicando quer abordagens específicas de países (que facilitam a representação das especificidades nacionais)quer uma abordagem harmonizada (que facilita as comparações entre os países). Os resultados sãoapresentados em pormenor numa série de documentos de trabalho publicados pelo BCE 1 .O enquadramento analítico para a análise das empresas não financeiras foi fornecido pela teoria padrãoneoclássica de investimento, exprimindo o investimento (como rácio em relação ao capital social) em funçãodas vendas da empresa e do custo do capital para a empresa. Para além destas variáveis, a disponibilidade defundos dentro da empresa (expressa pelo rácio dos fluxos financeiros em relação ao capital) foi tambémincluída para medir a existência de restrições de liquidez ou de capital. O rácio fluxo financeiro em relação aocapital torna-se relevante se os mercados de capital não forem completamente eficientes. O modelo estimadotambém permite ter em conta efeitos específicos das empresas e choques agregados, assim como oinvestimento desfasado. A inclusão de variáveis desfasadas tenta captar os efeitos de atrasos na formação deexpectativas, decisões de investimento e instalação de bens de investimento.Os resultados 2 demonstram que o custo de utilização do capital (indirectamente afectado pelas taxas de jurocontroladas pela política) é um dos factores principais subjacentes às despesas de investimento fixas namaioria dos países da área do euro. A evolução esperada da procura (aproximada pelo crescimento das vendas)e dos fluxos financeiros também é significativa. Os efeitos estão bem distribuídos pela população dasempresas não financeiras, não existindo diferenças sistemáticas de acordo com a dimensão da empresa. Estesresultados, confirmados pelas análises harmonizadas e específicas de cada país, parecem sugerir que atravésda despesa empresarial, a política monetária tem uma influência significativa sobre economia da área do euro.A análise do crédito bancário teve por objectivo identificar e medir as reacções da oferta de empréstimos àpolítica monetária. Os dados de cada banco foram utilizados para identificar os efeitos da oferta deempréstimos e para verificar se determinados tipos de bancos demonstram uma reacção distinta à políticamonetária. As análises da economia dos EU demonstraram que os bancos mais pequenos, menos líquidos emenos capitalizados tendem a apresentar uma reacção comparativamente mais forte da oferta de empréstimosàs restrições da política monetária (e o oposto para as expansões). Tal tem sido interpretado como evidênciade que a oferta de empréstimos bancários reage às alterações da política monetária, de uma forma que dependedas características específicas de cada banco. Tomado em conjunto com uma sensibilidade das empresas nãofinanceiras à disponibilidade de fluxos financeiros ou liquidez, tal poderá indicar que está a funcionar um“canal de crédito” de política monetária.Mais uma vez, quer as análises específicas de cada país quer as harmonizadas foram realizadas porinvestigadores do Eurosistema. O enquadramento analítico foi providenciado por um modelo simples atravésdo qual os empréstimos de cada banco são explicados pelas alterações das taxas de juro a curto prazo, tomadoscomo uma aproximação das mudanças de política monetária, assim como a evolução do produto real e dospreços que exprimem as principais variáveis subjacentes à procura de empréstimos agregada a médio e longoprazo. Além disso, o modelo inclui características específicas que identificam cada banco.Os resultados 3 confirmaram que as alterações da política monetária, em conjunto com o PIB e os preços,produzem um efeito considerável e rápido sobre a evolução dos empréstimos bancários. Dos três critérios1 Documentos de Trabalho do BCE N.º 96-114.2 Ver, em particular, Chatelain et al., “Firm investment and monetary transmission in the euro area”, Documento de Trabalho do BCE N.º 112.3 Ver, para uma síntese, Ehrmann et al., “Financial systems and the role of banks in monetary policy transmission in the euro area”,Documento de Trabalho do BCE N.º 105.BCE • Boletim Mensal • Outubro 200253
acima sugeridos, apenas a liquidez de activos (medida como o rácio de numerário, empréstimos interbancáriose títulos em relação aos activos totais) parece ser relevante para a explicação das reacções diferenciadas dosbancos às alterações da política monetária. Contrariamente, a dimensão do banco e o grau de capitalizaçãobancária não parecem influenciar o padrão de reacções do crédito bancário de cada banco. Tal poderá deversequer às tendências dos bancos (observadas em vários países da área do euro) para funcionar em redescooperativas quer à amplitude e cobertura dos esquemas de segurança (frequentemente implícitos) fornecidospelas autoridades públicas. Ambos os factores contribuirão para mitigar o efeito das características individuaisdo balanço sobre o comportamento do financiamento e, de uma maneira mais geral, para reduzir a potênciade qualquer “canal de financiamento” da política monetária.54 BCE • Boletim Mensal • Outubro 2002
Page 1:
BOLETIM MENSAL Outubro 2002 BANCO C
Page 4 and 5: ÍndiceEditorialEvolução económi
Page 6 and 7: EditorialNa reunião de 10 de Outub
Page 8 and 9: assentes tanto em hipóteses realis
Page 10 and 11: Evolução económica na área do e
Page 12 and 13: Gráfico 3Movimentos no M3 e contra
Page 14 and 15: Gráfico 6Taxas de juro de longo pr
Page 16 and 17: O impacto, em termos líquidos, de
Page 18 and 19: de rendibilidade das obrigações n
Page 20 and 21: 2 Evolução dos preçosEstimativa
Page 22 and 23: o que contrasta fortemente com a in
Page 24 and 25: está de acordo com o aumento médi
Page 26 and 27: custos do trabalho são medidos em
Page 28 and 29: Perspectivas para a estabilidade do
Page 30 and 31: Quadro 5Resultados dos Inquéritos
Page 32 and 33: Quadro 6Desemprego na área do euro
Page 34 and 35: permitir completar a fase de transi
Page 36 and 37: Em Setembro e no início de Outubro
Page 38 and 39: Gráfico 23Balança corrente, balan
Page 40 and 41: Gráfico 25Investimento de carteira
Page 42 and 43: Gráfico B: Investimento líquido d
Page 44 and 45: Conclusões recentes sobre a transm
Page 46 and 47: Quadro 1Reacções a um aumento de
Page 48 and 49: eduzida (canal de substituição).
Page 50 and 51: Embora os resultados demonstrem que
Page 52 and 53: A simulação implica assim que o e
Page 56 and 57: Principais características do merc
Page 58 and 59: Caixa 1Comparação entre a operaç
Page 60 and 61: operação de reporte. Dado que o n
Page 62 and 63: 2 Desenvolvimento do mercado das op
Page 64 and 65: Alterações na estrutura do mercad
Page 66 and 67: operações de reporte. Estes siste
Page 68 and 69: concebidas para a melhoria da integ
Page 70 and 71: até ao momento, suficientemente fo
Page 72: Estatísticas da área do euro
Page 75 and 76: 8 Balança de pagamentos e posiçã
Page 77 and 78: 1 Estatísticas de política monet
Page 79 and 80: Quadro 1.2Taxas de juro directoras
Page 81 and 82: Quadro 1.4Estatísticas de reservas
Page 83 and 84: 2 Evolução monetária na área do
Page 85 and 86: Quadro 2.3Balanço consolidado das
Page 87 and 88: Quadro 2.4Agregados monetários 1)
Page 89 and 90: Quadro 2.4 (cont.)Agregados monetá
Page 91 and 92: Quadro 2.4 (cont.)Agregados monetá
Page 93 and 94: Quadro 2.5 (cont.)Empréstimos de I
Page 95 and 96: Quadro 2.6Depósitos em IFM, por co
Page 97 and 98: Quadro 2.7Principais activos e pass
Page 99 and 100: Quadro 2.8Análise por moedas de al
Page 101 and 102: 3 Mercados financeiros e taxas de j
Page 103 and 104: Quadro 3.3Índices bolsistas(nívei
Page 105 and 106:
Quadro 3.5Emissões de títulos, ex
Page 107 and 108:
Quadro 3.6Títulos, excepto acçõe
Page 109 and 110:
Quadro 3.6 (cont.)Títulos, excepto
Page 111 and 112:
Quadro 3.6 (cont.)Títulos, excepto
Page 113 and 114:
4 IHPC e outros preços na área do
Page 115 and 116:
5 Indicadores da actividade económ
Page 117 and 118:
Quadro 5.2Outros indicadores selecc
Page 119 and 120:
Quadro 5.4Indicadores do mercado de
Page 121 and 122:
Quadro 6.1 (cont.)Investimento fina
Page 123 and 124:
Quadro 6.1 (cont.)Investimento fina
Page 125 and 126:
7 Posição orçamental das adminis
Page 127 and 128:
Quadro 7.3Variação da dívida 1)(
Page 129 and 130:
Quadro 8.2Balança de pagamentos: b
Page 131 and 132:
Quadro 8.4Balança de pagamentos: i
Page 133 and 134:
Quadro 8.6Balança de pagamentos: o
Page 135 and 136:
Quadro 8.7Posição de investimento
Page 137 and 138:
9 Comércio externo de mercadorias
Page 139 and 140:
10 Taxas de câmbioQuadro 10Taxas d
Page 141 and 142:
11 Evolução económica e financei
Page 143 and 144:
Quadro 12.2Poupança, investimento
Page 145 and 146:
Se F tQrepresenta o fluxo no trimes
Page 147 and 148:
2.1 a 2.3. O Quadro 2.3 é consolid
Page 149 and 150:
Estatísticas de contas financeiras
Page 151 and 152:
Hungria, Índia, Indonésia, Israel
Page 153 and 154:
depósito em 0.25 pontos percentuai
Page 155 and 156:
operação a ser liquidada em 11 de
Page 157 and 158:
8 de Novembro de 2001O Conselho do
Page 159 and 160:
“Preparativos do SEBC para o ano
Page 161 and 162:
Série “Documentos de Trabalho Oc
Page 163 and 164:
33 “The information content of M3
Page 165 and 166:
69 “The ECB monetary policy strat
Page 167 and 168:
105 “Financial systems and the ro
Page 169 and 170:
147 “Time-to-build approach in a
Page 171 and 172:
Outras publicações“The TARGET s
Page 173 and 174:
“The Eurosystem’s policy line w
Page 175:
104* BCE • Boletim Mensal • Out
show all

Boletim Mensal do BCE - Outubro 2002

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?