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Revista Dr Plinio 33

Novembro de 2000

Novembro de 2000

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DR. PLINIO COMENTA...<br />

Se, em todas as épocas da história cristã a data<br />

do Natal abre uma clareira alegre e tranqüila<br />

no curso normal e laborioso da vida de todos<br />

os dias, em nossa época a trégua natalícia assume<br />

um significado especial, porque vale por um grande<br />

e universal “sursum corda” clamado a uma humanidade<br />

tumultuosa e sofredora, que vai imergindo<br />

aceleradamente no caos da mais completa dissolução<br />

moral e social.<br />

Nossa época é um vale sombrio entre duas culminâncias:<br />

a civilização do passado, da qual decaímos<br />

através de sucessivas catástrofes que começaram<br />

com a pseudo-Reforma, e culminaram com os<br />

totalitarismos da direita e da esquerda; e a civilização<br />

do futuro, para a qual caminhamos através de<br />

lutas e de dissabores que enchem, a cada momento,<br />

de cruzes o nosso caminho.<br />

Por isso mesmo, porque vivemos nos últimos minutos<br />

de um mundo que expira, e já vemos os sinais<br />

precursores de um outro mundo que nasce, a lição<br />

do Natal tem para nós um significado profundo, que<br />

devemos meditar no dia de hoje.<br />

Ruína do mundo antigo e a promessa<br />

de um Salvador<br />

[Antes de tudo, tratemos brevemente] das aspirações<br />

que a humanidade pré-cristã nutria a respeito<br />

da vinda de um Salvador. O povo eleito esperava a<br />

salvação por meio de um Messias, nascido do tronco<br />

de David, conforme a autêntica e insofismável promessa<br />

de Deus. Todos os outros povos da terra, não<br />

tendo embora recebido as mensagens divinas por<br />

meio dos profetas, conservavam uma reminiscência<br />

da promessa de um Salvador, feita por Deus a Adão<br />

e Eva, quando da saída destes do Paraíso. E, por isto<br />

também, eles conservavam, ora mais ora menos deformada,<br />

a esperança tradicional de que um Salvador<br />

haveria de regenerar a humanidade sofredora e<br />

pecadora.<br />

Esta esperança, entretanto, chegou ao seu auge<br />

na época em que Nosso Senhor veio ao mundo. Como<br />

afirmou um historiador famoso, toda a humanidade,<br />

então, se sentia velha e gasta. As fórmulas<br />

políticas e sociais utilizadas já não correspondiam<br />

aos anseios e ao modo de ver dos homens do tempo.<br />

Um imenso desejo de reforma sacudia diversos povos.<br />

A luta de classes fervera, não havia muito tempo,<br />

na Grécia, na Itália, na enícia, em outros países<br />

ainda. A organização política se tornava cada vez<br />

mais opressiva. Roma dilatara por todo o mundo as<br />

fronteiras de seu Império, e a Cidade Eterna era,<br />

naquela época, não a rainha, mas a tirana da hu-<br />

No momento em que expulsou nossos primeiros pais<br />

do Paraíso Terrestre, Deus lhes assegurou a promessa de um<br />

Redentor que, milênios depois, nasceria de uma Virgem<br />

para resgatar a humanidade<br />

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