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Revista Dr Plinio 33

Novembro de 2000

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ECO IDELÍSSIMO DA IGREJA<br />

“Quem passa...?”<br />

todos os tronos, porque é o guardião<br />

infalível da moral que defende a ordem<br />

mais que os aparatos da força e a<br />

bravura dos exércitos. Quem quisesse<br />

conhecer, em sua realidade, o poder<br />

moral do Pontífice, não deveria fazer<br />

mais que colocar-se, um dia só, nos<br />

primeiros degraus da escadaria que<br />

leva ao Vaticano<br />

— Quem passa? interrogaria, maravilhado,<br />

a todo instante. — É um rico<br />

senhor, filho de além-mar. Viajou<br />

pelo mundo inteiro; visitou todas as<br />

maravilhas da terra. Reservou para o<br />

fim a maior de todas: antes de voltar<br />

para as ilhas da sua Bretanha ou para<br />

as capitais da sua América, quer ver o<br />

Papa de Roma<br />

— Quem passa? — É uma irmã de<br />

caridade, com o seu cândido véu esvoaçando<br />

ao vento. Deixou um orfanato,<br />

um asilo, uma escola no interior<br />

mais deserto da Índia: vem beijar<br />

os pés do Santo Padre, para voltar, feliz,<br />

entre os seus órfãos e consagrarlhes<br />

a vida inteira.<br />

— Quem passa? — É um venerando<br />

prelado de cabelos brancos, cheio<br />

de anos, alquebrado de fadigas. Vem<br />

do Canadá, das Montanhas Rochosas,<br />

ou dos imensos pampas da<br />

América meridional. Vem ver o Santo<br />

Padre, implorar sua bênção.<br />

— Quem passa? — É o embaixador<br />

do mais poderoso soberano do<br />

mundo. É protestante, mas não se<br />

desdoura em homenagear o Septuagenário,<br />

que não é rei senão de um<br />

minúsculo Estado, mas que é o Pai<br />

universal de todos os povos.<br />

— Quem passa? — É um missionário<br />

do Japão, um religioso da Espanha,<br />

um missionário da África.<br />

Vem para referir ao Vigário de Cristo<br />

o êxito dos seus esforços, o fruto das<br />

suas fadigas apostólicas.<br />

— Quem passa, com todo esse<br />

aparato, com todo esse cortejo? — É<br />

um príncipe cristão, descendente augusto<br />

dos antigos guerreiros que rechaçaram<br />

os bárbaros, que fizeram as<br />

cruzadas. Guardando nas veias o sangue,<br />

e no coração os sentimentos dos<br />

seus avós, não se peja de vir colocar<br />

aos pés do Doce Cristo na terra, o tributo<br />

do seu afeto, as homenagens dos<br />

seus súditos.<br />

— Quem passa? É um peregrino<br />

da Polônia, é um monge da Armênia<br />

ou da Síria, é um homem de letras, é<br />

uma humilde filha do povo, é um livrepensador,<br />

é um capitão de armada.<br />

Todos sobem ansiosos aquelas escadas.<br />

Percorrem impacientes as salas<br />

do Vaticano, para ver o ancião vestido<br />

de branco, beijar-lhe as mãos e os<br />

pés, ouvir-lhe a voz, receber-lhe a<br />

bênção. E depois, descem radiantes<br />

de alegria, voltam bem-aventurados<br />

para as suas terras, para as suas casas,<br />

para os seus afazeres, e jamais se esquecerão<br />

desse dia tão afortunado.<br />

É essa a história de todos os dias,<br />

de todas as semanas, de todos os meses,<br />

de todos os anos. Essa é a história<br />

de todos os séculos. Tal é a força misteriosa,<br />

centro da Roma nova, que,<br />

partindo do Vaticano, irradia-se pelo<br />

mundo, toca os corações, tudo penetra,<br />

tudo move. E quando uma alma<br />

aflita ou dedicada não tiver a ventura<br />

de chegar-se ao Santo Padre para fazer<br />

sua queixa ou protestar o seu<br />

amor, ei-la mesmo de longínquas paragens,<br />

lançando um olhar e um grito<br />

para os lados onde se ergue, farol de<br />

Justiça, a Cúpula de São Pedro. [...]<br />

Não parece que estamos a ouvir,<br />

novamente, as narrações sublimes<br />

dos atos dos primeiros mártires que<br />

se entregavam aos suplícios, cantando<br />

hinos e enviando uma saudação afetuosa<br />

ao Pontífice de Roma?!<br />

Eis a força moral do Pontífice. A<br />

mesma de ontem, a mesma de hoje, a<br />

mesma no passado, a mesma no futuro,<br />

a única capaz de salvar o mundo.<br />

Bem poderíamos corrigir os versos<br />

de Virgílio, dizendo: Tu regere amore<br />

populos, Romane, memento.<br />

(Transcrito do “Legionário”,<br />

de 15/3/42)<br />

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