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O PENSAMENTO ILOSÓICO DE DR. PLINIO<br />
para daí tirar o néctar de uma admiração<br />
una, e oferecer esse néctar a<br />
Nossa Senhora.<br />
Podemos, pois, imaginar como era<br />
no seu aspecto humano a Igreja do<br />
Império Romano, e qual sua diferença<br />
com a fase anterior.<br />
Se Deus deu aos gregos a filosofia,<br />
deu aos romanos o direito. Este é tão<br />
parecido com os Dez Mandamentos<br />
que as Decretais de Graciano, uma<br />
espécie de compilação da legislação<br />
romana, foram incorporadas como<br />
Direito Canônico pela Igreja Católica<br />
e tinham vigência como lei de todos<br />
os povos cristãos na Idade Média.<br />
A Santa Igreja soube muito bem valer-se<br />
das riquezas da cultura clássica, tomando<br />
como base de seu pensamento e de<br />
suas leis a filosofia grega e o direito romano<br />
(“ilósofo sentado” e detalhe da<br />
“Escola de Atenas”, de Rafael)<br />
Onde não havia, sobre algum ponto,<br />
uma lei particular, o que valia era o<br />
Direito Romano.<br />
De tal maneira a filosofia grega entrava<br />
em simbiose com a fé cristã, os<br />
Dez Mandamentos e a moral católica,<br />
que foi adotada por São Tomás como<br />
base para definir inteiramente o<br />
pensamento católico filosófico princeps.<br />
E o direito elaborado pelos romanos<br />
é o fundamento do direito<br />
das nações católicas. Ambos produziram<br />
isso quando ainda pagãos.<br />
ato que bem precisamos<br />
frisar, para compreendermos<br />
a glória e a<br />
grandeza extraordinária,<br />
ao lado<br />
de mil misérias,<br />
da cultura<br />
clássica.<br />
No arco romano, a<br />
expressão da alma católica<br />
ocidental<br />
Como imaginar, então, o ambiente<br />
das catacumbas, a vibração da alma<br />
humana ali, ou já na Igreja liberta, no<br />
Império Romano do Ocidente?<br />
Tenho a impressão de que o arco<br />
romano exprime perfeitamente os imponderáveis<br />
dessa atmosfera. Pode-se<br />
dizer que os arcos simbolizam uma<br />
civilização quase tão sintomaticamente<br />
quanto os olhos refletem uma alma.<br />
Tome-se o arco ogival, considerese<br />
o arco árabe, evoque-se o arco romano.<br />
Certa vez, numa rua de São<br />
Paulo, deparei com a imitação de um<br />
portal japonês, muito modesta mas<br />
que exprime o espírito nipônico:<br />
aquelas duas pontas levantadas, ver-