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O PENSAMENTO ILOSÓICO DE DR. PLINIO<br />
Santo Agostinho, romano<br />
típico<br />
Para dar uma idéia de como seria o<br />
romano católico, bem como a temperatura<br />
e o calor da Igreja naqueles<br />
tempos, vem a propósito analisarmos<br />
um trecho escrito por Santo Agostinho.<br />
É, a justo título, um dos mais famosos<br />
dele, conhecido como o “colóquio<br />
de Óstia”.<br />
Antes de comentá-lo, importa registrar<br />
alguns dados sobre as circunstâncias<br />
nas quais o colóquio se deu, e<br />
ainda dizer algo sobre a pessoa de<br />
Santo Agostinho. Assim, podemos entender<br />
melhor o Ocidente católico<br />
que nasce. Teremos dado um primeiro<br />
passo, utilizando uma matéria-prima<br />
indiscutivelmente nobre, analisada<br />
a fundo, para aqui lhes transmitir o<br />
que eu desejava.<br />
Santo Agostinho era de Cartago,<br />
urbe romana naquele tempo. A época<br />
em que essa cidade-Estado havia sido<br />
a grande inimiga da República Romana<br />
tinha passado. Ocupada e colonizada<br />
pelos césares, tornou-se parte<br />
integrante do Império.<br />
Santo Agostinho teria composições<br />
étnicas não latinas? Não há elementos<br />
suficientes para se afirmar isso,<br />
mas é certo que estava inteiramente<br />
incorporado à cultura latina, da qual<br />
foi um representante solar. Como<br />
pessoa dessa cultura do povo-rei, da<br />
nação que tinha dominado a Terra,<br />
vemo-lo, através das obras dele, como<br />
um homem de alma possante.<br />
Ele causa a impressão de ter sido<br />
fisicamente grande, sem chegar a ser<br />
um gigante, mas um desses homens<br />
que, quando se movem, parecem levar<br />
consigo toda a natureza. Pessoa<br />
com uma vida vegetativa tão intensa,<br />
que se teria impressão de que o reino<br />
mineral, o reino vegetal, o reino animal<br />
e o homem viviam nele com uma<br />
espécie de plenitude desconcertante.<br />
Senhor de um tom de voz grave e profundo,<br />
porém repercutindo longe como<br />
um desses sinos que podem acordar<br />
um vale ou uma cidade inteira. E<br />
com essa característica própria à alma<br />
dele (mas que seria bem da alma romana):<br />
as suas exclamações e os seus<br />
sentimentos que comoviam todo mundo<br />
a que ele se dirigia. Por causa disso,<br />
uma extraordinária capacidade de<br />
se comunicar, de penetrar nas almas<br />
dos outros, de fazê-las se mexerem<br />
como a dele. Predicado que o tornava<br />
um orador incomparável.<br />
De momento, contudo, não contemplaremos<br />
o orador. Vamos considerá-lo<br />
enquanto um escritor que escreve<br />
suas memórias.<br />
Ele começa por ressaltar que,<br />
quando pequeno, recebeu uma educação<br />
católica. As perseguições de há<br />
muito tinham acabado, o Império Romano<br />
todo era católico, mas Agostinho<br />
muito cedo prevaricou. O pai havia<br />
morrido, ele abandonou a mãe,<br />
meteu-se por vários lados, chegou a<br />
ingressar numa seita herética maniquéia,<br />
perdeu a é completamente e<br />
levou uma vida totalmente corrupta.<br />
Continuou assim até que a mãe dele,<br />
Depois de sua conversão, Santo Agostinho<br />
tornou-se um representante solar do pensamento<br />
católico latino (“Santo Agostinho lendo a<br />
Epístola de São Paulo”, por Gozzoli)<br />
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