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Janeiro 2017 - Edição 225

Edição 225 do Lusitano de Zurique

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<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

1<br />

| Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIII | Número <strong>225</strong> | <strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong> | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal |<br />

COMUNIDADE<br />

Natália<br />

Couto<br />

Foto: DANIEL ROCHA<br />

Entrevista<br />

4<br />

Actualidade<br />

Acordos<br />

Informações CH-UE<br />

17<br />

Solidariedade<br />

Cabo Verde<br />

15<br />

Solidariedade<br />

António Guterres<br />

primeiro português<br />

eleito Secretário-Geral<br />

da ONU. Páginas 20 e 21


2 Lusitano<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

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Edição anterior<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

Futebol<br />

079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />

InCentro<br />

incentro@cldz.ch<br />

Publicidade 079 222 09 14 / alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Rancho folclórico 076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

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‣ Todo o tipo de seguros (incluindo krankenkasse);<br />

‣ Traduções, Acompanhamento em qualquer lugar<br />

(Tradutora autorizada pelo Tribunal Superior de<br />

Zürich);<br />

‣ Contabilidade, Cartões de crédito;<br />

‣ Transferência da Pensão Caixa;<br />

‣ Trabalhamos com Advogados portugueses e suíços<br />

(processos e acordo de divórcios, resolução de<br />

problemas, informação judicial);<br />

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documentos online, etc....<br />

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Horário telefónico: das 09 – 20 horas


EDITORIAL<br />

EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - CC nº31<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4 Maria José Bernardo CC nº29<br />

4 Pedro Nabais CC nº 30<br />

4 Joana Araújo CC nº27<br />

4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4 Jorge Macieira<br />

4 Maria dos Santos<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Ademar<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

3<br />

Armindo Alves<br />

Sub-Director<br />

Cartão C.C. nº 31 - CCPJ<br />

Editorial<br />

Há sonhos que podem realizar-se,<br />

temos é que acreditar em nós próprios,<br />

respeitar o próximo e as coisas<br />

acontecem!<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam<br />

necessariamente a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

alves.armindo@kronschnabl.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não adopta nem<br />

respeita o (des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

aríssimos Leitores, acabamos de iniciar um novo ano,<br />

como todos os anos questionamos-nos como será este<br />

ano novo, se vai ser melhor ou pior do que 2016.<br />

As nossas escolhas farão a diferença. As decisões de implementá-<br />

-las e a determinação no que queremos e sabemos ser melhor para<br />

nós próprios.<br />

A marcação do tempo foi criada nos movimentos de rotação e<br />

translação dos nossos planetas, existe uma frase que me marcou<br />

muito na minha infância; a terra vai girando e a eternidade vai chegando,<br />

fazia-me uma certa confusão mas hoje faz sentido. Sim, porque<br />

a vida é vivida em ciclos contínuos que nos ajuda a reabastecer<br />

de forças e de esperança de uma vida melhor para nós e para toda<br />

Humanidade.<br />

Nem tudo é um mar de rosas, as nossas dificuldades aparecem<br />

e temos que ser nós a encontrar as soluções e melhorar a nossa<br />

vida. Conviver é mais que nunca uma mais-valia para superar certas<br />

dificuldades e rasteiras da vida . Quanto mais convivermos, mais teremos<br />

oportunidade de observar a vida e de aprender a tomar novas<br />

proposições e reinventar a vida…<br />

Estas atitudes de mudança não terão que ser feitas no início de<br />

cada Ano Novo, pode ser agora, na próxima hora, amanhã, na próxima<br />

semana ou no próximo mês! Cabe-nos a nós, tomar essa decisão<br />

com firmeza e determinação.<br />

Há sonhos que podem realizar-se, temos é que acreditar em nós<br />

próprios, respeitar o próximo e as coisas acontecem!<br />

“Basta acreditar e querer!”<br />

Desejo a todos um Próspero Ano <strong>2017</strong>, cheio de amor, alegria e<br />

muita Saúde<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch


4 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

NATÁLIA<br />

COUTO<br />

“Denunciar sem medos.<br />

As mulheres vítimas de<br />

violência doméstica têm<br />

muito temor...”<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Natália Couto chegou á Confederação Helvética<br />

no ano 1988.<br />

Com a alegria e optimismo que a caracterizam<br />

consegui sem grandes esforços uma fácil adaptação.<br />

Aberta de carácter e muito social a Natália mudou-se<br />

para a cidade de Zurich, onde vive, trabalha<br />

e cultiva os seu valores. O amor pela vida, pelos<br />

amigos e por tudo o que faz é o seu segredo para se<br />

sentir uma pessoa feliz.<br />

Quem quiser ver a Natália, basta ir ao Leztipak,<br />

um dos centros comercias conhecidos por todos<br />

e onde trabalha, desfrutem deste sorriso aberto e<br />

franco!<br />

A Natália é uma apaixonada por Portugal e até<br />

agora as suas férias têm acontecido sempre em território<br />

português. Aprecia a Madeira e os Açores.<br />

Uma anedota; a Natália é uma desportista de lugares<br />

olímpicos… adora o desporto de sofá e telenovelas,<br />

uma modalidade que muitos de nós adora<br />

praticar e que ninguém pensa no risco que isso contribui<br />

para a saúde!<br />

Centro Lusitano de Zurique:<br />

Findou 2016, que balanço faz em<br />

termos associativos do Centro Lusitano<br />

de Zurich que tão bem conhece?<br />

Natália Couto — Como não podia<br />

deixar de ser, o balanço é mais<br />

que positivo. Foi um ano de grandes<br />

conquistas e sucessos<br />

C.L.Z. — Ser irmã do presidente,<br />

nem sempre é fácil. Diz-nos uma<br />

coisa! Um algum momento tivestes<br />

influência nas decisões do Armindo<br />

Alves?<br />

N. C. — De forma alguma. Não<br />

faço parte dos corpos gerentes,<br />

não interfiro no trabalho do meu irmão,<br />

até porque ele é um presidente<br />

autónomo capaz de desenvolver<br />

o seu trabalho.<br />

C.L.Z. —A Directora da revista<br />

do C.L.Z. —Sandra Ferreira é a<br />

nova Conselheira das Comunidades.<br />

Que pode trazer de positivo<br />

para a nossa Associação?<br />

N. C. — O que eu espero é que<br />

traga mais informação para a nossa<br />

comunidade.<br />

C.L.Z. —Que género de artigo<br />

gostarias de ver publicado mensalmente<br />

na revista para além dos<br />

existentes?<br />

N. C. — Penso que o que seria de<br />

grande utilidade, informação detalhada<br />

sobre normas e regras para<br />

os residentes na Suíça. Pois temos<br />

muito desconhecimento sobre esta<br />

matéria.<br />

C.L.Z. —Cada ano que passa a<br />

violência aumenta e na Suíça há<br />

cada vez mais casos de mulheres<br />

a morrer nas mãos dos maridos,<br />

companheiros ou namorados! Que<br />

pode a sociedade fazer para evitar<br />

tais casos?<br />

N. C. — Denunciar sem medos.<br />

As mulheres vítimas de violência<br />

doméstica têm muito temor e quiçá,<br />

também o facto de não saberem<br />

onde e como fazer.


COMUNIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

5<br />

C.L.Z. —A obra mestre da Suíça abriu a<br />

linha ferrea do Gotardo no passado onze de<br />

Dezembro 2016. Pensas ver o filme e fazer a<br />

viagem de comboio até ao Ticinio?<br />

N. C. — Nunca pensei nisso, mas seria um<br />

tema a reflectir.<br />

C.L.Z. —Com a declaração sobre os nossos<br />

impostos de casas em Portugal a comunidade<br />

portuguesas sente-se duvidosa. Pensas<br />

que vai ser negativo, termos que declarar e<br />

por conseguinte pagar duas vezes o imposto<br />

das casas?<br />

N. C. — Não sei, pois ainda não me informei<br />

do que se está a passar realmente. Mas acredito<br />

piamente que de pagar será apenas num<br />

país. Ou na Suíça ou em Portugal, pois pagar<br />

nos dois sítios não faz sentido.<br />

C.L.Z. —Deixamos para trás um ano fácil<br />

para alguns e difícil para outros. Como vê o<br />

futuro da Comunidade portuguesa na Suíça?<br />

N. C.— Fazendo uma analise, por alto, acho<br />

que tudo irá continuar como até agora. A Comunidade<br />

portuguesa, vai continuar a trabalhar,<br />

uns regressam e outros iniciaram aqui e<br />

há uma nova geração que está a chegar para<br />

iniciar a luta da vida.<br />

C.L.Z. — No próximo mês de Abril temos<br />

de novo a Mariza a encantar na cidade de Lucerna.<br />

Admiras o fado?<br />

N. C. — Não penso ir, porque o fado não<br />

faz o meu tipo de música, apesar de ter muito<br />

respeito pela canção nacional.<br />

C.L.Z. — Porque procuramos estar cada<br />

vez mais integrados, que pensas da ideia de<br />

uma noite de Fados no C.L.Z. —e na gastronomia<br />

um bom fondue ou raclette?<br />

N.C.— Porque não! Seria uma ideia e eu<br />

sou a favor deste encontro entre a comunidade<br />

no país de acolhimento. A ideia está lançada<br />

falta agora pô-la em prática.<br />

C.L.Z. — Agradecemos a tua disponibilidade<br />

e desejamos-te um feliz <strong>2017</strong> junto da<br />

família e amigos.<br />

FELIZ <strong>2017</strong><br />

CAROS SÓCIOS, AMIGOS,<br />

SIMPATIZANTES DO CENTRO LUSITANO<br />

DE ZÜRIQUE. A MENSAGEM QUE<br />

DEIXO PARA O ANO DE <strong>2017</strong> É QUE<br />

TODOS SEJAM FELIZES, QUE TODOS<br />

OS VOSSOS PROJECTOS SEJAM<br />

REALIZADOS E ACIMA DE TUDO<br />

TENHAM MUITA SAÚDE.<br />

2016 terminou. Ano esse que nos trouxe<br />

de tudo um pouco, alegrias e tristezas,<br />

vitórias e derrotas, desilusões e<br />

conquistas, um sem fim de coisas das<br />

quais, umas foram positivas outras menos<br />

positivas, então deixemos as menos<br />

positivas de lado e guardemos as boas<br />

recordações. Entramos em <strong>2017</strong> e claro<br />

esperamos sempre que ele nos traga somente<br />

bons valores sociais, econômicos<br />

e políticos. Com as lições que tiramos<br />

do que menos positivo foi no ano que<br />

findou, estamos mais preparados para<br />

enfrentar o que vier neste novo ano.<br />

Vamos todos conseguir isso se de mão<br />

dada caminhar-mos na mesma direcção<br />

rumo á fraternidade, paz no mundo á<br />

partilha, igualdade social, á indiferença<br />

de cores e etnias e com certeza que seremos<br />

todos obreiros na construção de<br />

um mundo mais justo. Mundo este onde<br />

prolifera a guerra, ódio, discórdia, oportunismo<br />

e onde meia dúzia de magnatas<br />

controlam e manipulam tudo e todos<br />

esbanjando dinheiro, enquanto outros<br />

morrem de fome.<br />

Com um abraço fraterno<br />

David Padela<br />

David Padela<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

QUAL É O BANCO QUE<br />

O LIGA A PORTUGAL?<br />

A Caixa, com certeza. Um Banco com 140 anos de história<br />

e uma vasta experiência na oferta de soluções financeiras<br />

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6 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

NATAÇÃO NATALÍCIA EM ZURICH<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

ESTA INICIATIVA TEVE<br />

ORIGEM EM GENEBRA<br />

NO ANO 1934 POR<br />

RENÉ DORIA E A<br />

PRIMEIRA COMPETIÇÃO<br />

TEVE APENAS NOVE<br />

PARTICIPANTES<br />

No passado dia quatro Dezembro 2016, realizou-se<br />

em Zurique a décima sétima corrida<br />

de natação e que todos conhecemos<br />

por “Samichlausschwimmen”.<br />

A água do rio Limmat com apenas 8 graus<br />

de temperatura, esperava pelos 331 concorrentes<br />

inscritos para um percurso de 111<br />

metros.<br />

Pelas 13:30 o publico de Zurich e muitos<br />

outros vindos das mais diversas regiões não<br />

esquecendo os turistas que por ali passavam,<br />

chegava com grandes sorrisos para ver<br />

os “loucos” das águas gélidas. Entre aplausos,<br />

risos, gargalhadas e sobretudo gritos de<br />

euforia, o céu bem azul e com um sol radiante<br />

dava-se início aos mergulhos sobre os<br />

olhos atentos da policia marítima e dos socorristas,<br />

caso alguém fracassa-se na chegada<br />

à meta.<br />

Os nossos jovens portugueses também<br />

participaram e entre uma breve cavaqueira,<br />

fiquei a saber que a adrenalina que esta<br />

competição gera é o alimento para a coragem<br />

dos poucos que se atiram às águas do<br />

rio Limmat.<br />

Esta iniciativa teve origem em Genebra<br />

nos anos 1934 por René Doria e a primeira<br />

competição teve apenas nove participantes.<br />

Genebra onde a corrida é das mais populares<br />

em território suíço, contou com a participação<br />

de 1825 pessoas, sendo 792 mulheres<br />

e 1033 homens e claro um Pai Natal.<br />

Depois seguiu-se um passeio pelo mercado<br />

de Natal e claro uma visita rápida à estação<br />

dos caminhos de ferros (Hauptbhanhof),<br />

onde cada ano podemos admirar a famosa<br />

árvore de natal decorada com mais de mil<br />

peças da Swarovski.<br />

A cidade de Zurique estava maravilhosa,<br />

bem iluminada, bem decorada com o espírito<br />

natalício e para os mais pequeninos esta<br />

época do ano, fá-los sonhar com uma realidade<br />

apenas existente nos primeiros anos<br />

de vida. A pista de gelo ao ar livre é um fascínio<br />

para quem gosta desta prática desportiva.<br />

Para encerrar o dia nada melhor que um<br />

bom vinho quente para os adultos, um leite<br />

ardente com chocolate para os menores e<br />

maiores. Assim, assegura-se uma noite onde<br />

os sonhos de fadas nos levam ao paraíso encantado!<br />

Os motards vestidos de Pai Natal conquistaram<br />

o maior aplauso e os reis magos ficaram<br />

com o recorde de fotografias tiradas<br />

pelos visitantes da cidade onde tudo se vê,<br />

onde tudo acontece e onde tudo ê possível.<br />

Resta-me desejar a todos os leitores, sócios<br />

e amigos um Feliz <strong>2017</strong>.


COMUNIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

7<br />

JANTAR<br />

FEMININO<br />

Pessoas vêem e vão e a vida claramente continua,<br />

após a saída dos treinadores das duas equipas Juniores<br />

A e B femininas do Centro Lusitano de Zurique<br />

começa-se a preparar a segunda parte do campeonato<br />

com caras novas e muitas novidades.<br />

As jogadoras juntaram-se para um jantar de fim de ano<br />

com o objectivo de manter o bom espírito de equipa e<br />

passar um bom tempo de convívio.<br />

Depois de um ano e meio da criação das equipas femininas<br />

nota-se uma grande evolução e o aparecimento dos<br />

bons resultados que orgulham o Centro Lusitano sendo<br />

uma aposta pioneira, pois foi a primeira equipa feminina<br />

portuguesa a competir na Suíça.<br />

Um futuro risonho aguarda estas equipas que tem trabalho<br />

para conseguirem os melhores resultados possíveis e<br />

contam com o apoio a 100% por parte do presidente,do<br />

departamento desportivo, assim como de todas as doze<br />

equipas do Centro Lusitano de Zurique.<br />

Troca automática de<br />

informações fiscais entre<br />

Portugal e Suíça<br />

Venha conhecer questões importantes como:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Quem tem que cumprir o novo acordo?<br />

O que muda na declaração de impostos?<br />

Deve-se declarar as contas bancarias no estrangeiro?<br />

E os bens imobiliários em Portugal?<br />

Compareça!<br />

O Tornado nosso colaborador é um<br />

jornal que pratica um jornalismo Livre<br />

e Independente dos interesses de corporações,<br />

de poderes políticos, económicos,<br />

religiosos ou de qualquer outra<br />

natureza. É também um acérrimo<br />

lutador contra o Acordo Ortográfico.<br />

Ser Independente e Livre tem um preço<br />

e para continuar a sê-lo o Tornado<br />

precisa de nós:<br />

Faça um donativo e convide os seus<br />

amigos a ajudar também através de:<br />

IBAN:<br />

PT50 0036 0199 9910 0061 7875 7<br />

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Doe 1, 5 ou 10 euros. A partir dos 10<br />

euros envie-nos os seus dados fiscais<br />

para o e-mail admin@tornado.pt e nós<br />

enviamos-lhe o respectivo recibo.<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48,<br />

8004 Zurique<br />

Sábado 4 de Fevereiro 15:30 horas<br />

Associação Portuguesa de Zurique<br />

Birchstrasse 80<br />

8050 Zuique<br />

Sexta-feira 10 de Fevereiro 19.30 horas<br />

Organização: Domingos Pereira, Sandra Ferreira, Concelheiros s das Comunidades Portuguesas<br />

Marilia Mendes, Responsável pela Mão-de-obra Portuguesa no sindicato Unia<br />

SEGUROS<br />

Doença ( krakenkasse )<br />

210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />

205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />

47.40 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />

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Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />

Junto à Estação de Wiedikon<br />

Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />

Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />

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info@andradefinance.ch


8 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

CEIA DE NATAL DO CENTR<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Dez Dezembro 2016 foi o sábado escolhido pelo C.L.Z.<br />

—para transformar o ginásio de Schlieren em festa de natal,<br />

para os sócios desta Associação sediada em Zurique.<br />

Foi o departamento desportivo que este ano se responsabilizou<br />

de vestir a sala de gala natalícia e organizar<br />

a ceia. Estão de parabéns porque nada falhou.<br />

Com a decoração alusiva à quadra festiva, os sócios<br />

chegaram a horas ao ponto de encontro.<br />

A ceia confeccionada pelas mãos sábias de quem tem o<br />

á vontade para cozinhar em grandes proporções e servida<br />

pelos homens e mulheres de serviço, não decepcionaram<br />

e o prato servido foi de excelente qualidade. Um grande<br />

obrigada a todos os sócios que tiveram a amabilidade<br />

de oferecerem as sobremesas que estava uma delícia.<br />

O Natal deveria ser sempre assim, proliferar a paz, o<br />

carinho o amor, a partilha, sermos mais amigos e não é por<br />

acaso que o Papa disse recentemente que o Natal é uma<br />

festa comercial!<br />

Hoje as nossas crianças precisam mais do que nunca<br />

de tempo, dedicação, de amor, compreensão, porque<br />

bens materiais não lhes falta!<br />

O jantar decorreu num ambiente de paz, alegria, confraternização<br />

e os temas da noite rondaram o Natal<br />

em família, as idas a Portugal e vindas que sempre deixam<br />

um sabor amargo na alma de quem tem raízes profundas<br />

na terra que os viu nascer!<br />

A comunidade portuguesa está unida pela nossa cultura<br />

e o Centro Lusitano tem contribuído para que estes<br />

valores nunca se percam e estejam activos com o passar<br />

dos anos!<br />

O grupo de baile Nova Onda animou o serão com as<br />

suas cantigas e a noite prolongou-se até às duas da madrugada.<br />

Mais um Natal festejado com a família de acolhimento,<br />

onde a afinidade esteve presente e os votos de um feliz<br />

<strong>2017</strong> não falharam na troca do “adeus e até pró ano”.<br />

Para finalizar desejo a todos os leitores asas para voarem,<br />

sejam livres nas vossas apostas perante a vida que<br />

escolheram. Saúde é o melhor alimento para alcançar os<br />

sonhos desejados, por isso nunca deixem que atitudes alheias<br />

silenciem as vossas palavras e sonhos.<br />

Feliz <strong>2017</strong>


COMUNIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

9<br />

O LUSITANO DE ZURIQUE


10 Lusitano<br />

COMUNIDADE<br />

“FAMÍLIA” LUSITANO<br />

ARMINDO ALVES<br />

No passado dia 26 de Dezembro realizou-se o<br />

habitual almoço dos amigos do Centro Lusitano<br />

de Zurique.<br />

Este almoço já ganhou tradição nesta linda<br />

cidade que nos acolhe, pelo facto de serem<br />

os Homens a tratar de tudo do principio ao fim; são<br />

os homens que cozinham, são os homens que comem,<br />

lavam a loiça e arrumam a cozinha.<br />

É um dia diferente entre amigos, onde se conversa<br />

um pouco de tudo. Onde se encontram amigos que<br />

durante o ano se vêem raramente. O convívio é apropriado<br />

para fortalecer e também criar novas amizades.<br />

O grupo está a crescer de ano para ano. Todos os anos<br />

temos caras novas a participar, são todos bem-vindos.


COMUNIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

11<br />

EM FESTA<br />

O que tornou tradição é a amizade que existe no grupo, eu diria<br />

mesmo que de uma certa forma somos uma família.<br />

Para realizarmos um convívio deste calibre onde temos que preparar<br />

um Cozido a Portuguesa para 40 Pessoas, precisamos de uma<br />

grande equipa de trabalho na cozinha, por isso gostaria em nome<br />

do grupo agradecer aos “cozinheiros”, António Melo, Luís Esteves,<br />

Carlos Rã e Chefe Lopes. Foram incasáveis organizaram tudo ao<br />

pormenor e podemos dizer que estava muito bom, por isso, para o<br />

anos cá estaremos outra vez se Deus quiser!


12 Lusitano<br />

COMUNIDADES<br />

WEZTIKON EM FESTA 2016<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

Vinte e seis de Novembro<br />

a cidade de Wetzikon<br />

vestiu-se de festa.<br />

A comemoração de uma<br />

parceria entre Paulo<br />

Barros presidente da A.<br />

C.R.P.Wetzikon e Rancho<br />

de Wetzikon e Luís<br />

Almeida cabeça de testa<br />

dos MegaShow, resultou<br />

numa apoteose<br />

que ninguém esperava.<br />

A aderência neste serão<br />

deixou toda a organização<br />

com mel na boca<br />

e sobretudo radiantes<br />

com o resultado final.<br />

Ficou claro que tudo o<br />

que é bem estruturado,<br />

quando o respeito pela<br />

comunidade existe e se<br />

põe em pratica valores<br />

culturais o efeito é incontestável.<br />

A sala completamente<br />

esgotada e com um ambiente<br />

bem-humorado,<br />

por vezes pitoresco e<br />

brincalhão fez as delicias<br />

de um serão inesquecível.<br />

O jantar estava deliciosos<br />

e parabéns ao<br />

todos os que estiveram<br />

de serviço na cozinha.<br />

Para estes agradáveis<br />

momentos contamos<br />

com a participação de<br />

vários artistas convidados.<br />

A abertura realizou-se<br />

com o * Casal * Irene e<br />

Daniel que consegui por<br />

a sala a cantarolar, nas<br />

suas tradicionais cantigas<br />

de desgarrada.<br />

O palco encheu-se com<br />

as concertinas da Associação<br />

Portuguesa<br />

de Sierre, gente jovem<br />

muito motivada e onde<br />

o cancioneiro popular<br />

português encontrou<br />

neste grupo uma forma<br />

de dar seguimento á tradição.<br />

Fernando Marques com<br />

o seu grupo de Baar,<br />

encheu o estrado e a<br />

afirmação da musica popular<br />

ficou registada no<br />

aplauso total da sala.<br />

O grupo “As cenas dos<br />

amigos de Zurich“ foram<br />

os últimos a actuar<br />

com as canções que todos<br />

conhecemos de cor<br />

e por isso todos cantarolaram.<br />

A aclamação<br />

foi íntegra na sala de<br />

festas! Estes três grupo<br />

ajudaram e muito na boa<br />

diversão que já existente<br />

no pavilhão.<br />

Um dos momentos esperados<br />

foi a actuação<br />

dos MegaShow. Meninos<br />

jovens, bonitos e talentosos<br />

que fazem as<br />

meninas delirarem e os<br />

mais velhos dançarem!<br />

A festa estava radiante e<br />

por isso a farra não podia<br />

falhar. Entrou em cena o<br />

DJ Diego apagaram-se<br />

a luzes e não houve pezinho<br />

que ficasse sem<br />

abanar o capacete.<br />

O ambiente envolvente<br />

vivido foi-se misturando<br />

com a cumplicidade total<br />

e das cerca de duas<br />

mil pessoas presente,<br />

nada nem ninguém ficou<br />

indiferente!<br />

O triunfo da festa chegou<br />

com o espectáculo<br />

do Canário e sua banda.<br />

Para os que já conheciam<br />

este show puderam<br />

desfrutar de cada<br />

momento sem esperaram<br />

mais do que uma<br />

excelente actuação.<br />

Para quem se estreou<br />

na musicalidade brejeira<br />

do Canário e sua banda<br />

de certeza que ficou<br />

com vontade de repetir.<br />

A cumplicidade entre<br />

todos os elementos e o<br />

publico foi de tal ordem<br />

que não houve na sala<br />

quem ficasse desapaixonado!<br />

Foram duas horas<br />

de encenação, onde o<br />

ritmo, cor, movimento,<br />

palmas, gargalhadas sem<br />

fim e sorrisos matreiros<br />

povoaram a atmosfera<br />

festiva do sarau . Foi alegria<br />

no seu estado mais<br />

puro!<br />

O momento delirante<br />

do Canário e sua banda,<br />

aconteceu quando chamou<br />

ao palco os três grupos<br />

de concertinas para<br />

actuarem em conjunto!<br />

Um palco arrebatador<br />

de vida, alegria, gloria,<br />

satisfação e sobretudo<br />

orgulho na nossa cultura<br />

e confraternização.<br />

MegaShow e Paulo Barros<br />

estão de parabéns<br />

pelo trabalho, dedicação<br />

e empalho em dar á Comunidade<br />

convívios saudáveis<br />

onde a amizade<br />

é retribuída com a presença<br />

de todos vos.<br />

Obrigada a todos os patrocinadores<br />

que contribuíram<br />

para a realização<br />

deste 26 Novembro<br />

2016.<br />

Em Abril de <strong>2017</strong> esta<br />

mesma sala acolhe o<br />

festival de folclore do<br />

rancho de Wetzikon<br />

com um grupo vindo de<br />

Portugal.<br />

Estão desde já todos<br />

convidados, não só para<br />

serão de folclore, mas<br />

para outros eventos que<br />

a parceria Paulo/Luís<br />

se dispõem a pôr à disposição<br />

da nossa Comunidade.


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<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

13


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SOLIDARIEDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

15<br />

INICIATIVA<br />

SOLIDÁRIA<br />

O futebol muitos dizem que é apenas um<br />

jogo, mas é muito mais do que isso é união,<br />

amizade, companheirismo e também a este<br />

género de iniciativas solidarias.<br />

O Centro Lusitano de Zurique ao meio do mês<br />

de Novembro deu início a uma campanha solidaria<br />

de recolha de todo o género de material<br />

desportivo para serem oferecidos como<br />

“presentes” de natal na ilha do Fogo em Cabo<br />

Verde.<br />

O treinador da 4* Liga, Hugo Barreiros tendo<br />

o treinador um amigo, Joel de Castro, que se<br />

encontra em Cabo Verde, na Ilha do Fogo a<br />

trabalhar no Clube Nova Era, decidiram estabelecer<br />

com eles uma parceria. Joel de Castro<br />

será o responsável pela receção e distribuição<br />

do material angariado pelo Centro Lusitano<br />

de Zurique.<br />

A contribuição pode ser feita quer em bens<br />

materiais desportivos, preferencialmente<br />

chuteiras, quer em dinheiro.<br />

Até ao momento conseguiu-se reunir 35 pares<br />

de chuteiras, caneleiras, luvas de guarda-redes<br />

e foram compradas 12 bolas de futebol<br />

todo este material será enviado nos próximos<br />

dias para Cabo Verde.<br />

A campanha decorrerá ainda até final de Fevereiro.<br />

Juntos podemos fazer a diferença. Sê<br />

solidário e faz uma criança feliz este Natal!


16 Lusitano


ACTUALIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

Acordo para a troca<br />

automática de<br />

informações CH-UE<br />

17<br />

AUTORES: Osman Osmani/Marília Mendes<br />

Troca de informações financeiras<br />

entra em vigor<br />

A Suíça e os 28 estados-<br />

-membros da União Europeia<br />

(EU) assinaram um acordo para<br />

a troca automática de informações<br />

financeiras. Este acordo<br />

entra em vigor a 1.1.<strong>2017</strong>. Foi<br />

uma medida introduzida contra<br />

a evasão fiscal e por um mercado<br />

financeiro transparente.<br />

Este acordo permite às autoridades<br />

fiscais dos países assinantes<br />

trocar entre si, de forma automática<br />

e sem que seja necessário<br />

fazer quaisquer solicitações, informações<br />

sobre as contas bancárias<br />

dos contribuintes.<br />

Troca entre a Suíça e os países<br />

da UE<br />

Os dados bancários podem ser<br />

recolhidos a partir de <strong>2017</strong> e, a<br />

partir de 2018, as autoridades<br />

fiscais suíças recebem automaticamente<br />

dos países da UE informações<br />

sobre as contas dos<br />

clientes de bancos europeus que<br />

vivam na Suíça: a identidade, o<br />

número de conta, o saldo e os juros<br />

recebidos.<br />

Quais são as consequências para<br />

os contribuintes?<br />

Quem vive na Suíça e possui<br />

uma conta bancária no estrangeiro<br />

está sujeito à aplicação do<br />

acordo. A partir de 2018, as autoridades<br />

fiscais obterão mais<br />

facilmente informações sobre os<br />

bens que os contribuintes possuem.<br />

A posse de imóveis não está<br />

abrangida pela troca automática<br />

de informações. Muitas vezes, no<br />

entanto, à posse de um imóvel<br />

está associada uma conta, através<br />

da qual se pagam contas e se<br />

gere o imóvel. Assim, no futuro,<br />

deve ser para as autoridades fiscais<br />

mais fácil verificar se alguém<br />

é dono de algum imóvel no estrangeiro.<br />

A segurança social também é informada?<br />

A troca de informações diz respeito<br />

às autoridades fiscais. Mas<br />

entre as autoridades fiscais e a<br />

segurança social pode haver troca<br />

de informações no âmbito do<br />

combate a abusos.<br />

Atenção, declaração obrigatória!<br />

A legislação fiscal suíça obriga a<br />

que também sejam declarados<br />

na Suíça bens e rendimentos que<br />

se tenham no estrangeiro. Estes<br />

contam sempre para o cálculo da<br />

taxa fiscal. Se sobre esses bens e<br />

rendimentos se paga impostos,<br />

depende muitas vezes da existência<br />

de uma convenção para<br />

evitar a dupla tributação. Encontra<br />

informações sobre as convenções<br />

assinadas pela Suíça em:<br />

https://www.admin.ch/opc/de/<br />

classified-compilation/0.67.html.<br />

O que acontece se uma pessoa<br />

não declarar os bens que possui<br />

no estrangeiro?<br />

Com a troca automática de informações,<br />

as autoridades fiscais<br />

têm mais facilmente acesso a informações<br />

sobre os bens que se<br />

possa ter no estrangeiro. Quem<br />

não os indicar na declaração de<br />

impostos suíça comete evasão<br />

fiscal. Se as autoridades suíças<br />

descobrirem esta omissão, o<br />

contribuinte em causa terá de<br />

pagar não só os impostos em<br />

falta como também uma multa.<br />

Esta multa amonta, por norma,<br />

ao valor igual aos impostos não<br />

declarados. Mas pode ser mais<br />

ou menos elevada, dependendo<br />

da gravidade da omissão.<br />

Possibilidade de autodeclararão<br />

Existe a possibilidade de se fazer,<br />

uma única vez, uma autodeclararão<br />

dos bens em falta. Quem o<br />

fizer, fica isento de pagar a multa.<br />

Mas terá de pagar os impostos<br />

em falta relativos aos últimos 10<br />

anos.<br />

De forma semelhante, os países<br />

da UE recebem da Suíça informações<br />

sobre contas bancárias<br />

suíças. Quem tiver obrigações<br />

fiscais num ou mais países, deve<br />

informar-se bem sobre os regulamentos<br />

fiscais correspondentes.<br />

Atenção, lei de expulsão de estrangeiros!<br />

Quem viver na Suíça e depender<br />

de um seguro social, tem de ter<br />

especial cuidado. Devido à «Lei<br />

de expulsão de estrangeiros»,<br />

que entrou em vigor a 1.10.2016,<br />

a omissão de uma tal declaração<br />

pode ser motivo de expulsão da<br />

Suíça.<br />

Com que estados é que a Suíça<br />

tem um acordo de troca de informações?<br />

O acordo com a UE é válido para<br />

todos os estados-membros desta.<br />

A Suíça está actualmente a<br />

negociar acordos com outros países.<br />

Encontra uma lista e mais informações<br />

em: https://www.sif.<br />

admin.ch/sif/de/home/themen/<br />

internationale-steuerpolitik/<br />

automatischer-informationsaustausch.html.<br />

Convenção entre Portugal e a Suíça para evitar a dupla tributação<br />

Entre Portugal e a Suíça existe uma convenção<br />

para evitar a dupla tributação. Esta<br />

estipula os impostos objectos do acordo da<br />

parte de Portugal: o Imposto sobre o Rendimento<br />

das Pessoas Singulares (IRS), o Imposto<br />

sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas<br />

(IRC) e as derramas deste último. Da<br />

parte da Suíça, são objecto da convenção os<br />

impostos sobre os rendimentos (rendimentos<br />

do trabalho, patrimoniais, de actividades<br />

empresariais e outras fontes de receitas),<br />

bem como os impostos sobre os bens (totalidade<br />

dos bens, bens móveis e imóveis, bens<br />

empresariais, capital e reservas).<br />

De forma geral, a convenção estipula que<br />

os rendimentos e bens dos contribuintes<br />

não são sujeitos a tributação, desde que o<br />

contribuinte pague sobre eles impostos no<br />

outro estado. Mas a taxa de juros a pagar é<br />

calculada com base na totalidade de bens e<br />

rendimentos existentes em ambos os países.<br />

Para informações mais detalhadas, encontra<br />

o texto da convenção e do seu modificativo<br />

em:<br />

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/NR/<br />

rdonlyres/8A40236D-9B3B-4583-B13E-<br />

-F55EA7305638/0/suica.pdfe<br />

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/NR/<br />

rdonlyres/B078B033-F1A6-43BE-A05A-<br />

-A450410F507A/0/Protocolo%20Modificativo%20SUICA.pdf<br />

Outros países de língua portuguesa:<br />

A Suíça não tem com outros países de<br />

língua portuguesa convenções para evitar a<br />

dupla tributação. Mas existe entre a Suíça e o<br />

Brasil um acordo para a troca de informações<br />

fiscais.<br />

in: Horizonte


18 Lusitano<br />

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8004 Zürich<br />

* Atrás do „CARITAS“ - Tram 9 ou 14 até Bahnhof Wiedikon


DESPORTO<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

19<br />

TORNEIO ”QUINAS”<br />

JORGE MACIEIRA<br />

No pavilhão de<br />

Wallisellen no<br />

passado dia 27<br />

de Novembro o Grupo<br />

Desportivo Quinas<br />

realizou o seu já<br />

habituar torneio que<br />

assim é o III torneio<br />

realizado por este<br />

grupo.<br />

Numa altura em<br />

pausa dos campeonatos<br />

de futebol de 11,<br />

surgem os torneios de<br />

futsal em vários pavilhões<br />

onde cada vez o<br />

futsal tem mais amantes<br />

e acompanhantes.<br />

O torneio do Quinas<br />

é um dos com<br />

melhor nome e reconhecimento<br />

na comunidade<br />

portuguesa<br />

sempre com bastantes<br />

equipas interessadas<br />

em participar.<br />

O vencedor foi a<br />

equipa dos Ultra Norte,<br />

batendo Os Minhotos<br />

na final no desempate<br />

em penaltis<br />

2-0 respetivamente<br />

depois de um empate<br />

a 2 golos durante<br />

o tempo regular do<br />

jogo.<br />

Em conversa com o<br />

presidente do GD<br />

Quinas Paulo Ferreira<br />

avaliou o torneio com<br />

nota bastante positiva,<br />

mesma opinião<br />

tiveram as equipas<br />

participantes.<br />

JOGO DA AMIZADE EM PORTUGAL<br />

O Centro Lusitano de Zurique deu continuidade<br />

à iniciativa de realizar um jogo amigável<br />

em Portugal na época natalícia. No ano passado<br />

foi em Serafão (Fafe) desta vez foi em Serzedelo<br />

(Póvoa de Lanhoso) contra a equipa local.<br />

Os juniores B foram a equipa que entrou<br />

em campo para enfrentar o ACD Serzedelo do<br />

mesmo escalão de idade, num jogo que teve a<br />

iniciativa do Paulo Costa membro do Centro do<br />

Cento Lusitano e natural de Serzedelo.<br />

Um jogo que atraiu cerca de uma centena de<br />

pessoas a assistir ao jogo numa bela tarde onde,<br />

onde até S. Pedro ajudou para a festa.<br />

O resultado foi 3-0 vitória da equipa visitante<br />

mas nestas iniciativas não é o mais interessante,<br />

pois o principal objectivo é o bom<br />

convívio, diversão e que ninguém se magoe.<br />

Como o convívio é o mais importante, a seguir<br />

do apito ao final e a entrega das lembranças<br />

deu-se início ao jogo fora das quatro linhas com<br />

todos a conviver.<br />

Estas iniciativas do Centro Lusitano em fazer<br />

jogos amigáveis durante as férias natalícias<br />

na terra Natal serve para a juventude fazer novas<br />

amizades e aprofundar as raízes nas nossas<br />

terras.<br />

Este projecto tem pernas para andar, gostaríamos<br />

de repetir. O Centro Lusitano encontra-se<br />

aberto para convites.


20 Lusitano<br />

ACTUALIDADE<br />

Desde o primeiro dia do novo ano que António Guterres ocupa o cargo de secretário-geral<br />

da Organização das Nações Unidas. Há, porém, muito tempo<br />

que se vai disseminando a ideia de que a ONU se encontra desajustada aos<br />

dias em que vivemos. Alguns analistas alertam mesmo para os riscos de implosão<br />

do organismo, e para os perigos inerentes a uma situação de vazio mundial no<br />

que toca ao palco onde se cuida do concerto das nações.<br />

CARLOS ADEMAR<br />

É escritor e exerceu a actividade de investigador<br />

criminal na Secção de Homicídios. Actualmente é<br />

Professor na Escola de Polícia Judiciária.<br />

Em@il: cademar@gmail.com<br />

E AGORA<br />

ANTÓNIO<br />

GUTERRES?<br />

NÃO É ERGUENDO<br />

MUROS NAS LINHAS DE<br />

FRONTEIRA DOS PAÍSES<br />

DESENVOLVIDOS QUE SE<br />

ACABA COM A SAGA<br />

DOS REFUGIADOS, MAS<br />

CRIANDO NOS PAÍSES<br />

DE ORIGEM CONDIÇÕES<br />

PARA QUE ALI POSSAM<br />

CONSTRUIR UMA VIDA<br />

TRANQUILA, QUE LHES<br />

PERMITA SONHAR COM<br />

UM FUTURO DIGNO.<br />

Há verdades que devem ser repetidas uma e outra vez. É o caso da fragilidade da ONU<br />

face aos donos do mundo. A Organização das Nações Unidas nasceu após a Segunda<br />

Guerra Mundial, tentando recuperar os ideais da extinta Sociedade das Nações. Nasceu<br />

numa altura em que os impérios de séculos estavam ainda pujantes. Como exemplo, referimos<br />

o continente africano, que por essa altura era quase totalmente colonizado pelas<br />

potências europeias. Também no Médio Oriente, Índia e sudeste asiático a situação não<br />

era muito diferente. Portanto, de um contexto mundial que não ultrapassava as dezenas<br />

de países, chegámos a uma realidade que já entrou nas duas centenas.<br />

Por outro lado a ONU nasceu e tem-se mantido assente num pilar que é o Conselho de<br />

Segurança (CS), ou melhor, o núcleo de países que o integram de forma permanente. São<br />

estes que impõem a sua vontade ao mundo, porque nada pode ser aprovado sem ter a<br />

sua concordância, por força do direito de veto que apenas a esse restrito clube de cinco<br />

países (China, Rússia, EUA, França e Reino Unido) foi concedido. É de tal forma verdade<br />

que no recente processo de selecção do secretário-geral, a decisão coube a estes países.<br />

Quando eles se entenderam, apresentaram António Guterres à Assembleia Geral como<br />

o nome que esta deveria ratificar, e apenas com essa finalidade.<br />

É um mero exemplo que visa demonstrar o quanto a ONU está desajustada aos tempos<br />

que correm – cinco escolhem por duzentos. Não por acaso, este organismo, que devia ser<br />

uma espécie de governo do mundo para as grandes questões que a toda a Humanidade<br />

respeita, está a cada dia mais desacreditado. Tem um peso muito marginal nas grandes<br />

decisões, transitando estas para as potências. São elas que verdadeiramente ditam o que<br />

mais (lhes) interessa. Desde a presidência de Jimmy Carter, nos anos setenta do século<br />

XX, que não havia no CS uma condenação de Israel pela sua persistência em fazer alastrar<br />

os colonatos, abrindo espaço para mais ódio com os vizinhos muçulmanos. Os EUA<br />

usaram sempre o direito de veto para o impedir e só na despedida, Obama ousou desafiar<br />

os interesses da poderosa comunidade judaica local.<br />

E é neste registo que nos mantemos há dezenas de anos e devido a ele, as grandes<br />

questões que a todos dizem respeito não são resolvidas, não obstante os discursos plenos<br />

de boas intenções que alguns dos senhores do mundo vão espalhando aos quatro<br />

ventos. E se a situação já não era favorável a António Guterres, a entrada em cena de<br />

Donald Trump veio fragilizar ainda mais a ONU, atendendo às suas tiradas sobre o assunto,<br />

por manifestarem um profundo desprezo pelo organismo e por quem lá trabalha. É o<br />

discurso fácil, além de que dá mais proventos eleitorais. Obviamente que não é a existência<br />

da ONU que se questiona nesta crónica, mas o real desempenho das suas estruturas<br />

no mundo actual.<br />

A verdade é que os insucessos da ONU acumularam-se ao longo dos anos. Desde logo<br />

a incapacidade de fazer implementar políticas ambientais, não obstante os perigos para<br />

o futuro da Humanidade. Não consegue impor o Tribunal Penal Internacional, que devia<br />

servir de facto como elemento dissuasor aos tiranos ou candidatos a tiranos deste mundo,<br />

nas suas atitudes de matança maciça e selectiva. Não por acaso, a fome no mundo<br />

continua a ser uma tragédia que raia o obsceno, porque são bem conhecidos os excedentes<br />

alimentares que proliferam e se desperdiçam em muitos países do Ocidente. Há<br />

verdades que devem ser repetidas uma e outra vez.<br />

Continuamos a não querer enfrentar o problema pela raiz. Não é erguendo muros nas<br />

linhas de fronteira dos países desenvolvidos que se acaba com a saga dos refugiados, mas<br />

criando nos países de origem condições para que ali possam construir uma vida tranquila,<br />

que lhes permita sonhar com um futuro digno. A ONU tem de ter uma palavra a dizer e<br />

essa palavra tem que ser ouvida. A verdade é que a fome ou a perspectiva dela acontecer<br />

existe e até prolifera em certas regiões, levando milhões de pessoas a partirem em busca<br />

do ideal de não viverem na incerteza de conseguirem a próxima refeição. Ainda que o<br />

desespero as empurre muitas vezes para situações tão difíceis como as que viviam, e<br />

quantas vezes mesmo para a morte.<br />

Bem sabemos que muitos casos de fome decorrem de conflitos bélicos que se desenvolvem<br />

nesses países, quantas vezes fomentados exactamente pelos países que pertencem<br />

ao tal grupo de eleitos, por integrarem o CS como membros irremovíveis. Basta que


ACTUALIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

21<br />

a política de um governo, ainda que legítimo, seja desfavorável aos interesses dessas<br />

potências para que a instabilidade comece a reinar e, se nada se alterar, invariavelmente,<br />

tudo termina num golpe de Estado com a substituição desses governantes por<br />

outros que tenham uma visão mais «amiga.» Quando algo falha, o conflito alastra-se e<br />

a guerra generaliza-se nesse país, quase sempre tendo as várias facções em confronto<br />

o apoio de algumas dessas potências. É como a continuação da guerra-fria, agora<br />

decidida e assumidamente não ideológica, mas visando o controlo estratégico de um<br />

país ou de uma região. Quantos exemplos conhecemos? E o negócio das armas, onde<br />

é que entra? Nos últimos dias soubemos quais os três países que encabeçam a lista<br />

dos maiores exportadores de armamento em 2016: EUA, França e Rússia. Por si só,<br />

este dado explica muito.<br />

Tudo isto é velho, nada há aqui de novo, embora saibamos que há verdades que devem<br />

ser repetidas uma e outra vez. Mas será este o destino que espera a Humanidade,<br />

viver, sofrer e morrer para benefício e progresso de algumas potências? Acreditamos<br />

que quando a ONU foi criada não era este o pensamento dominante. Parece-nos absolutamente<br />

necessário que as Nações Unidas sejam de facto a nau que devidamente<br />

equipada com a bússola, âncora, mastros e velas eficazes e funcionais, possa conduzir<br />

a Humanidade para um patamar de desenvolvimento mais igualitário. Às potências<br />

coloniais, tão condenadas e bem pela ONU, seguiram-se as potências globais, do céu<br />

e da terra, e a ONU nada diz ou faz. Será que a razão se prende com o facto de serem<br />

elas as donas da ONU, do mundo? Pergunta retórica. Nada justifica que o fosso entre<br />

países ricos e pobres continue a aumentar, situação em que nunca deixámos de estar.<br />

É preciso que aquilo que o potencia termine, até porque também pode ser suicidário<br />

para as próprias potências. Está a sê-lo. A ambição cega que tem caracterizado a acção<br />

dessas potências pode gerar a semente do mal que as poderá levar igualmente à<br />

morte.<br />

Parece-nos que só uma ONU forte conseguirá pôr um travão ao drama dos refugiados,<br />

que longe de terminar, ameaça intensificar-se nos próximos tempos, gerando<br />

enorme instabilidade nos países de acolhimento. Já actualmente se verifica o apagamento<br />

progressivo dos partidos moderados, que tradicionalmente se foram alternando<br />

no poder, com a inevitável ascensão de partidos extremistas, xenófobos, racistas,<br />

criando um clima social tenso, idêntico ao que a história registou nos anos vinte e<br />

trinta do século passado. Eis a semente do mal. Sabemos aonde nos conduziu essa<br />

instabilidade. As razões que a originaram podem não convergir totalmente com as<br />

actuais, porém, as consequências podem ser a catástrofe que bem conhecemos.<br />

Apesar de a ONU passar a ter à sua frente um homem metódico e humanista com<br />

provas dadas, não chega para que acreditemos em mudanças substanciais na estrutura<br />

organizativa. Os países dominantes não vão querer abdicar do poder de que desfrutam.<br />

Alepo, Mossul, Sudão do Sul, são chagas recentes que a Humanidade gerou em<br />

si mesma. A ONU tem que se tornar mais respeitada para poder ser mais interventiva.<br />

António Guterres é o novo Secretário-Geral<br />

da ONU que sucedeu ao sul-coreano Ban<br />

Ki-moon, que ficou no cargo até Dezembro.<br />

Foto: Seth Wenig/AP<br />

António Guterres bem o sabe, também a este nível nada é cedido voluntariamente,<br />

tudo tem de ser conquistado e esta é matéria de grande sensibilidade, porque é ela<br />

que gera a fragilidade da ONU. Não é este um trabalho para o secretário-geral, seja<br />

ele quem for, já que ele ocupa o lugar por vontade expressa daqueles cinco países.<br />

Lembremos aqui Boutros Boutros-Ghali, o único secretário-geral da ONU a não ser<br />

reconduzido para um segundo mandato por veto dos EUA, alegadamente por se ter<br />

manifestado contra o bombardeamento da Bósnia por parte da NATO, facto com o<br />

qual o seu sucessor, Kofi Annan, concordou. E o mundo, o que pensará disto?<br />

Um homem, ainda que secretário-geral, pouco pode fazer. Seria necessário que uma<br />

onda global se gerasse contra este estado de coisas e por alterações profundas na<br />

ONU. Só assim a tal nau prosseguirá a marcha sem grandes incidentes, e quando estes<br />

surgirem, resolvê-los-á a bem do progresso e bem-estar da Humanidade no seu todo,<br />

e não em benefício exclusivo dos membros permanentes do CS. Porém, para que tal<br />

seja possível, mais do que a classe política, sempre geradora de alguma divisão, perniciosa<br />

neste contexto, são os agentes culturais com capacidade de intervir junto dos<br />

seus concidadãos, que podem e devem contribuir para a formação de tal onda. Não é<br />

razoável que um agente cultural responsável fique alheado de questões que mexam<br />

com os direitos mais básicos dos cidadãos, sejam estes americanos, russos, nepaleses,<br />

angolanos, enfim… O direito do Homem a viver em paz, com tudo o que isso implica,<br />

tem que bulir com as consciências de todos os homens e é um bem pelo qual vale a<br />

pena lutar. É pura ingenuidade esperar que a situação se resolva por si ou através da<br />

acção de um qualquer secretário-geral da ONU, contudo, esperar que a tal onda se<br />

erga, talvez não passe de pura utopia, mas é pelo sonho que vamos.<br />

OS PAÍSES DOMINANTES<br />

NÃO VÃO QUERER<br />

ABDICAR DO PODER<br />

DE QUE DESFRUTAM.<br />

ALEPO, MOSSUL, SUDÃO<br />

DO SUL, SÃO CHAGAS<br />

RECENTES QUE A<br />

HUMANIDADE GEROU EM<br />

SI MESMA. A ONU TEM<br />

QUE SE TORNAR MAIS<br />

RESPEITADA PARA PODER<br />

SER MAIS INTERVENTIVA.


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OPINIÃO<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

23<br />

AMADEU HOMEM<br />

ABENÇOADO<br />

25 DE ABRIL!<br />

Tenho alguns Amigos de boa<br />

qualidade intelectual entre militares<br />

de carreira, já reformados.<br />

Todos eles travaram a guerra colonial.<br />

E quase todos eles sustentam<br />

que essa guerra não estava<br />

perdida e que os movimentos<br />

por eles designados de "terroristas"<br />

jamais alcançariam uma<br />

definitiva vitória militar.<br />

Sendo um tema fracturante, eu<br />

raramente replico. Ouço e calo.<br />

Não arrisco boas Amizades por<br />

divergências de mera suposição.<br />

Mas como só um deles se encontra<br />

no meu FaceBook - e como é<br />

um Homem de uma invulgar tolerância<br />

e capacidade de diálogo<br />

- eu posso aqui trazer, hoje, o que<br />

desde sempre pensei.<br />

A guerra colonial poderia arrastar-se<br />

penosamente por mais alguns<br />

anos. Quantos ? Não faço<br />

ideia. Mas Portugal, enquanto<br />

Povo, acabaria por dizer "basta" a<br />

tal matadouro, como o fez em 25<br />

de Abril de 1974. Por outro lado,<br />

o nosso País tinha vindo a perder,<br />

sucessivamente, todos os apoios<br />

internacionais que poderiam<br />

sustentar tal esforço bélico.<br />

A Conferência de Bandung<br />

roubara-nos o apoio dos<br />

chamados países não- alinhados.<br />

A hegemonia branca da<br />

Rodésia claudicou. O "apartheid"<br />

sul-africano entrara<br />

num imparável processo de<br />

decomposição. E, para culminar<br />

tal ramalhete, a administração<br />

Kennedy - contrariando<br />

a doutrina Eisenhower<br />

- manifestou-se formalmente<br />

contrária às pretensões portuguesas.<br />

Tinhamos contra<br />

nós, ainda, a China e a União<br />

Soviética, potências municiadoras<br />

e sustentáculos efectivos<br />

dos " movimentos trerroristas"<br />

ou "de libertação"<br />

(como se quiser).<br />

Assim sendo, a guerra ganhava-se<br />

como? E com<br />

quem? Com que apoios? Com<br />

que cumplicidades ou, ao<br />

menos, com que aliados?<br />

Já haviam caído com fragor<br />

todos os impérios coloniais<br />

europeus. O da grande e poderosíssima<br />

Grã-Bretanha ; o<br />

da França ; o da Alemanha; o<br />

da Holanda ; o da Bélgica; o<br />

da Itália; o da Espanha. Mais<br />

algum de que não me lembre?<br />

Um dos maiores crimes de<br />

Salazar residiu na caturrice<br />

inqualificável do "Orgulhosamente<br />

Sós". Ficar só contra<br />

o mundo é mais do que um<br />

acto de irresponsabilidade. É<br />

sobretudo um acto de orgulho<br />

demente.<br />

Era possível aguentar mais<br />

uns anos ? Mais uma década,<br />

talvez ? Se calhar era ! Mas<br />

aguentar nunca seria vencer.<br />

E, nessa interinidade, quantos<br />

mais mortos ? Quantos<br />

mais mutilados ? Quantos<br />

mais incapacitados ? Quantos<br />

mais arruinados psicologicamente?<br />

Abençoado 25 de Abril !<br />

NELSON S. LIMA<br />

Neuropsicólogo Clínico, Diretor<br />

de Pesquisas Científicas e de<br />

Bolsas de Estudo na Agência<br />

ABQUALIS (Berlim, Alemanha)<br />

O CÍRCULO<br />

VIRTUOSO<br />

DA VIDA!<br />

O elemento primordial da<br />

vida não é a matéria mas a<br />

energia que torna a matéria<br />

dotada de uma série de atributos.<br />

É a energia que torna<br />

e mantém um corpo num or-<br />

ganismo vivo, com capacidade<br />

de aprendizagem,<br />

adaptação e evolução.<br />

Para isso, a “informação”<br />

útil é o outro componente<br />

da matéria viva. Sem<br />

essa “informação” (que<br />

ocorre 500 mil vezes por<br />

segundo no nosso corpo),<br />

o organismo vivo definha<br />

e morre.<br />

Viver é assim o resultado<br />

da conjugação de dois<br />

elementos: energia e “informação”.<br />

São estes elementos<br />

básicos e fundamentais<br />

que geram a vida.<br />

Seja a de um planeta, seja<br />

a de um ser humano.<br />

Quando a energia decresce<br />

(por muitas razões<br />

que se conjugam) e a “informação”<br />

deixa de alimentar<br />

o organismo, este<br />

caminha para a entropia e<br />

o colapso.<br />

Seguir-se-á a morte mas<br />

esta, sob o ponto de vista<br />

da física, é apenas transformação,<br />

mudança de<br />

estado. A energia retoma<br />

o seu papel e a “informação”<br />

a sua importância.<br />

A morte é pois uma mudança<br />

de estado porque<br />

o grande processo da vida<br />

simplesmente continua.


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ACTUALIDADE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

25<br />

OS MITOS DO LEITE<br />

OS MALES QUE O LEITE DE VACA CAUSA À SAÚDE<br />

MANUEL ARAÚJO *<br />

O leite de vaca foi durante anos um dos alimentos mais polémicos em relação aos<br />

seus benefícios e nutrição, pois ainda que a maioria das pessoas considere-o uma<br />

parte essencial da sua alimentação, há vários estudos recentes que demonstram<br />

que o consumo de leite de vaca pode, na verdade, ser prejudicial para a saúde.<br />

Produtos lácteos não fazem<br />

parte da dieta na China, Japão,<br />

Vietname e Tailândia. No entanto,<br />

a população desses países<br />

possuem uma das mais baixas<br />

taxas de osteoporose e fractura<br />

óssea no mundo, assim como a<br />

quase ausência de cancros da<br />

mama e da próstata.<br />

O consumo de leite está relacionado<br />

com maior incidência<br />

de dermatite atópica, cólica e<br />

constipação intestinal, diarreia,<br />

bronquite asmática, enxaqueca,<br />

rinite alérgica, cancro da<br />

mama e da próstata, entre outras<br />

doenças.<br />

Osteoporose<br />

Diversos estudos publicados na<br />

última década têm falhado em<br />

demonstrar uma relação positiva<br />

entre o consumo de leite e<br />

o um menor risco de fracturas<br />

ósseas.<br />

Uma meta análise de 6 estudos<br />

científicos, 195.102 mulheres e<br />

3.574 fracturas de quadril publicada<br />

em 2011 no Journal of<br />

Bone and Mineral Research<br />

concluiu que o consumo de leite<br />

não aumenta a protecção contra<br />

fracturas ósseas em adultos.<br />

Incluído nesta revisão está um<br />

conhecido trabalho realizado<br />

com 72.000 enfermeiras, chamado<br />

de “Estudo de Saúde das<br />

Enfermeiras”, de Harvard. Nele,<br />

pesquisadores acompanharam<br />

as profissionais durante 18<br />

anos, concluindo ao final que<br />

um maior consumo de leite não<br />

conseguiu aumentar a protecção<br />

contra fracturas.<br />

Para alguns pesquisadores, o<br />

cálcio do leite pode inclusive<br />

aumentar o risco de osteoporose.<br />

É o que afirma também o<br />

Dr. Hiromi Shinya, chefe de endoscopia<br />

do Beth Israel Medical<br />

Center, professor de cirurgia no<br />

Albert Einstein College of Medicine<br />

(ambos em Nova York) e<br />

autor do best-seller “A Dieta do<br />

Futuro”.<br />

Segundo o Dr. Shinya, a concentração<br />

de cálcio na corrente<br />

sanguínea é de 9-10 mg. Quando<br />

você bebe leite, no entanto,<br />

essa concentração aumenta<br />

bruscamente – o que pode ter<br />

um efeito contrário ao que você<br />

deseja quando toma o lacticínio.<br />

Quando a concentração do mineral<br />

no sangue aumenta subitamente,<br />

o corpo tenta trazer<br />

os níveis de cálcio de volta ao<br />

normal através da excreção<br />

de cálcio pela urina. Ou seja,<br />

ao beber leite para aumentar os<br />

níveis de cálcio para fortalecer<br />

os ossos você pode na verdade<br />

estar enfraquecendo-os.<br />

Ainda, de acordo com o Dr. Hiromi<br />

Shinya, esta seria uma das<br />

explicações para o facto dos<br />

países com baixo consumo de<br />

leite apresentarem um número<br />

menor de fraturas ósseas que<br />

os países com maior consumo<br />

da bebida.<br />

Cancro<br />

O consumo de leite e demais<br />

produtos lácteos está associado<br />

a um maior risco de vários tipos<br />

de cancro, especialmente o de<br />

próstata e o cancro da mama.<br />

Uma das explicações possíveis<br />

seria o aumento nos níveis de<br />

IGF-1 em circulação na corrente<br />

sanguínea promovido pelo leite.<br />

Um estudo publicado na prestigiosa<br />

revista Science demonstrou<br />

que homens com os níveis<br />

mais elevados de IGF-1 apresentavam<br />

um risco quatro vezes<br />

maior de desenvolver cancro de<br />

próstata do que aqueles com os<br />

níveis mais baixos da substância.<br />

Existem ainda estudos que relacionam<br />

o leite ao cancro de<br />

ovário. Essa relação pode ser<br />

causada pela quebra da lactose<br />

do leite em galactose, um açúcar<br />

que pode ser tóxico para as<br />

células do ovário. Um estudo<br />

realizado na Suécia concluiu que<br />

o consumo de lactose está positivamente<br />

relacionado ao surgimento<br />

de cancro de ovário.<br />

Doenças cardiovasculares<br />

Assim como todo alimento de<br />

origem animal, o leite contém<br />

colesterol e pode contribuir<br />

para aumentar os níveis do lipídeo<br />

na corrente sanguínea. O<br />

lacticínio também é rico em gordura<br />

saturada, ácido graxo que<br />

segundo inúmeros estudos está<br />

relacionado a um maior risco<br />

de problemas cardiovasculares,<br />

entre eles a arteriosclerose e o<br />

enfarte. Por estes motivos, muitos<br />

pensam que o leite faz mal.<br />

Outras condições associadas<br />

ao consumo de leite incluem<br />

ainda alergias respiratórias, risco<br />

aumentado para o diabetes<br />

tipo 1, Parkinson, dermatite e<br />

alteração no funcionamento da<br />

glândula tireóide.<br />

É óbvio que a poderosa industria<br />

leiteira não concorda e contesta<br />

todos os estudos comprometedores.<br />

Se quer proteger a saúde, os<br />

seus ossos, evitar infecções,<br />

alergias, fracturas e cancros, então<br />

não tome leite!<br />

* Consulte as fontes:<br />

https://goo.gl/NOUhIf<br />

https://goo.gl/mkZEOS<br />

https://goo.gl/l7aDBl<br />

https://goo.gl/L7IUr9<br />

https://goo.gl/KdvQ8C<br />

https://goo.gl/7X0oKq<br />

https://goo.gl/JK1Lv7<br />

https://goo.gl/UkBR6g<br />

Dr. Lair Ribeiro<br />

Dr. Lair Ribeiro, médico cardiologista/nutricionista,<br />

autor de<br />

35 livros, 25 dos quais são traduzidos<br />

em mais de 40 países,<br />

na área de autoconhecimento<br />

e 149 trabalhos científicos publicados<br />

em revistas médicas<br />

americanas indexadas. Viveu<br />

17 anos nos EUA e trabalhar<br />

em três universidades americanas<br />

– Harvard Medical School,<br />

Baylor College of Medicine e<br />

Thomas Jefferson University.<br />

Foi director médico da Merck<br />

Sharp & Dohme e director executivo,<br />

chegando a vice-presidente<br />

da Novartis (ex-Ciba).<br />

Actualmente trabalha em vários<br />

países da América do Sul,<br />

Central, do Norte e na Europa,<br />

ministrando conferências<br />

e Workshops sobre desenvolvimento<br />

pessoal/profissional e<br />

faz também cursos para médicos<br />

na área de antienvelhecimento<br />

e modulação hormonal.


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CRÓNICA<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

27<br />

A dança<br />

das<br />

folhas<br />

caídas<br />

ANTÓNIO M. RIBEIRO<br />

Escritor, vocalista e fundador do mais antigo grupo<br />

de Rock português - UHF<br />

Foram vistosas desde a Primavera,<br />

alimentaram bichinhos e esconderam<br />

pardais, deram sombra e cor às alamedas,<br />

perderam há semanas o verde<br />

da clorofila, acastanharam com manchas<br />

figadais, desprenderam-se das<br />

hastes mais finas à porta do Inverno,<br />

ninguém na pressa do atraso as viu<br />

cair, hoje rolam pelo chão da cidade.<br />

Os plátanos da minha cidade. Folhas<br />

secas rodopiam, dançam com a valsa<br />

do vento matinal a meus pés, deitam-<br />

-se ao Sol no capot do carro e seguem<br />

por alguns metros na preguiça quente até<br />

que a deslocação do ar as coloca de novo a<br />

pairar, fogem para lá da minha vista.<br />

O Outono do primeiro sono vai chegar<br />

ao frio molhado da invernia e a natureza<br />

irá despertar por botões de fulgor o renascimento,<br />

esse natal ancestral pagão que as<br />

religiões adoptaram para dar vida aos filhos<br />

de deuses: Krishna, Hórus, Mitra, Jesus entre<br />

outros e todos com os mesmos milagres<br />

no currículo.<br />

Nos homens há dificuldade em evoluir,<br />

mudar, percepcionar os erros de análise do<br />

tempo, as trincheiras do medo a que chamam<br />

convicção.<br />

Depois do tubo de ensaio da I República,<br />

Salazar, por 36 anos chefe do governo do<br />

rectângulo, impediu pela força e usurpação<br />

do direito que os cidadãos se agrupassem<br />

em partidos e com a sua diversidade contribuíssem<br />

para o florescimento da nação<br />

– ele sabia como se fazia, Hitler foi assim,<br />

Franco ou Estaline seguiram o exemplo, e<br />

tantos outros até aos nossos dias a tratar<br />

sociedades como servos da gleba medieval.<br />

Quando Hitler chegou ao poder em 1933<br />

perseguiu, deportou e chacinou em campos<br />

de concentração comunistas, social-democratas,<br />

ciganos e minorias que punham em<br />

causa o seu ideal de raça ariana pura e a<br />

ideologia nacionalista unificada. É ténue a<br />

linha entre nacionalismo e patriotismo, e<br />

um ditador, qualquer ditador, é um usurpador<br />

que, apoiado pela propaganda que gera<br />

o medo, a conspiração interna e os inimigos<br />

externos, utiliza uma nação segundo a sua<br />

esquizofrenia.<br />

Em 1974 em Portugal a social-democracia,<br />

construtora do modelo (querido por todos)<br />

do estado social europeu, não era de<br />

direita; hoje dizem que é. E talvez seja na<br />

prática, Sá Carneiro já lá vai e ainda hoje se<br />

aguarda que um estado de direito aponte os<br />

culpados do atentado de Camarate.<br />

Tenho amigos que se proclamam de esquerda,<br />

uns até dançariam (ainda) sobre a<br />

campa desse primeiro-ministro vergonhosamente<br />

assinado, já não saberão muito<br />

bem porquê, mas o folclore da tradição é<br />

assim mesmo – seguimos em frente. Quando<br />

a conversa com um desses amigos, que<br />

fazem a proclamação da esquerda por tudo<br />

pedirem (é um estado de espírito que não<br />

abandonam), descamba são ágeis a apontar<br />

neo-liberais em cada esquina e desvios de<br />

direita por atacado. Esqueceram a génese<br />

do liberalismo e o que trouxe à evolução<br />

da civilização ocidental sob a pata absolutista.<br />

Vão contentes, o refrão é repetido,<br />

ninguém questiona e as coisas têm de ter<br />

nomes. Alguns soam bem.<br />

Por vezes, no discurso que se ouve nos<br />

telejornais, que os assessores dos líderes<br />

anotam ao segundo para a tirada bombástica<br />

a horas certas, fico com a impressão que<br />

há portugueses, às vezes em minoria mas<br />

com muito ruído – os tambores na guerra<br />

tinham o mesmo efeito – que gostariam, se<br />

pudessem, de varrer outros portugueses<br />

para o oceano e deixá-los partir numa jangada<br />

inspirada em Saramago – de pedra não<br />

voga, vai ao fundo.<br />

Dividir é gostoso, anima o circo dos fiéis e<br />

esconde o que aí vem. Enquanto não respirarmos<br />

como um todo, com diferenças mas<br />

pontos comuns, estaremos entregues às intempéries<br />

que atingem os mais frágeis – a<br />

isso chama-se desgraça por tradição. Dentro<br />

do país há sempre o espectáculo de um<br />

cavalo de Tróia.<br />

Ser de esquerda e não evoluir é ficar um<br />

conservador envelhecido, o contrário do<br />

que a revolução promete. O tempo só volta<br />

para trás na canção. Os desabafos vão no<br />

vento como as folhas secas espalhadas pela<br />

cidade.<br />

Um disco: Miles Davis “In Concert”, um<br />

duplo CD com uma capa de grande beleza.<br />

Pertence à melhor época – para mim – do<br />

Miles, curiosamente aquela que o afundava<br />

nas drogas. Como Jimi Hendrix na guitarra,<br />

um trompete à solta sem limites.<br />

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28 Lusitano<br />

CIDADANIA<br />

CARTA ABERTA<br />

(um Recado e um Apelo)<br />

Sr. Presidente da República Portuguesa .<br />

Sr. Primeiro - Ministro . Srs. líderes dos<br />

partidos .<br />

A todos os emigrantes.<br />

Certamente sabem que anualmente<br />

CARMINDO DE CARVALHO há milhares de pessoas que depois de<br />

atingirem as suas reformas pretendem<br />

regressar ao seu ( nosso) Portugal e muitas não concretizam<br />

esse desejo porque sabem que irão ser vergonhosamente tributadas.<br />

É um escândalo!<br />

(Isto para não classificar de outra forma, quiçá mais certa).<br />

É um escândalo porque os estrangeiros que se queiram instalar<br />

em Portugal, são beneficiados com isenções. E aos portugueses<br />

sugam até ao tutano!<br />

E ainda porque as ditas reformas são adquiridas e pagas com<br />

dinheiro cá de fora.<br />

Gostaria que alguém com “ força “ neste meio da Net fizesse,<br />

primeiro uma petição, e em paralelo um apelo aos emigrantes<br />

para que interrompam o envio das remessas a fim de levar os<br />

manda na chuva e em todo o resto, a fazerem contas, a verem<br />

se esta actual situação compensa em relação aos milhões que<br />

poderão deixar de entrar no país.<br />

Há que lhes tocar com números de dinheiro, já que os de justiça,<br />

de moralidade, não os sensibiliza.<br />

PARTILHEM.<br />

A todos os emigrantes nesta situação, a todos os seus familiares<br />

porque directa ou indirectamente também os afecta, apelo<br />

para que partilhem, a fim de que isto chegue à Assembleia da<br />

República, para obrigar o poder político a pronunciar-se e talvez<br />

assim possamos ver o fim a este vergonhoso escândalo.<br />

INFORMAÇÕES e escalões<br />

https://www.economias.pt/irs-de-pensoes-obtidas-no-estrangeiro/<br />

https://www.economias.pt/escaloes-de-irs-2016/<br />

https://www.economias.pt/escaloes-de-irs-<strong>2017</strong>/<br />

Carmindo Pinto de Carvalho<br />

Cartão cidadão número : 5647332<br />

Assine a Petição:<br />

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT83959<br />

Preciso<br />

COLABORADORA<br />

Bar/Buffet do Centro Lusitano de Zurique<br />

Contacto: Tlm. 077 403 72 55<br />

Torne-se<br />

associado<br />

do Centro<br />

Lusitano<br />

de Zurique<br />

Ligue<br />

Tel.: 079 222 09 14


OPINIÃO<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

29<br />

Os Coordenadores do Ensino Português na Suíça ordenaram aos seus docentes de<br />

Onde existem<br />

muitos<br />

cozinheiros<br />

estragam a<br />

sopa<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

Conselheiro<br />

DOMINGOS<br />

das Comunidades Portuguesas<br />

PEREIRA<br />

serem cobradores de dívidas e humilhadores de crianças e jovens, devido que estes<br />

perderam o fio á miada da sua conta bancária.<br />

Sempre que, membros do governo com<br />

pelouros no Ministério dos Negócios Estrangeiros<br />

(MNE) ou do Instituto Camões<br />

(IC) discussão sobre a língua portuguesa<br />

ouvimos sempre as palavras, actualmente<br />

o português é a língua europeia mais falada<br />

no mundo.<br />

Parece uma campanha de publicidade<br />

de venda da banha-da-cobra. Porque este<br />

não é uma obra do IC, mas da historia de<br />

Portugal. É do conhecimento publico, que<br />

este instituto nada tem contribuído para<br />

a expansão da língua portuguesa. se não<br />

consegue nem manter os números de alunos<br />

entre os portugueses e luso-descendentes.<br />

Como é possível, se a comunidade<br />

portuguesa na Suíça aumenta e o número<br />

de alunos esta a diminuir? São os portugueses<br />

que não se interessam pela sua<br />

língua materna, ou é o IC que não cumpre<br />

o seu dever?<br />

É difícil afirmar qual das duas questões é<br />

verdadeira, porque não existe um estudo<br />

ou profundo que nos ajude avaliar. O que<br />

existe são casos reais como estas três situações<br />

concretas.<br />

Na zona consular de Zurique existem<br />

ainda alunos sem aulas, porque o IC e sua<br />

coordenação local ainda não foi capaz de<br />

colocar dois professores. Os livros, só foram<br />

entregues ou alunos depois das férias<br />

outonais. Outros, ainda não os receberam,<br />

porque não têm a prova de pagamento da<br />

propina, uma vez que não existe prova do<br />

pagamento os professores estão proibidos<br />

pela coordenação de entregar os livros.<br />

Situação incompreensível…, uma vez<br />

que se a matrícula foi validada, o aluno<br />

frequentou e continua a frequentar as aulas…,<br />

porquê a retenção dos livros? Talvez<br />

seja que a Coordenação de Ensino na Suíça<br />

perdeu o fio á miada da sua conta bancária…,<br />

e, por este motivo, deliberaram a<br />

tarefa aos docentes de serem “cobradores<br />

de dívidas”, humilhadores de crianças e jovens,<br />

ao negar-lhe os livros por falta de pagamento,<br />

executando uma tarefa que vai<br />

contra a sua ética profissional.<br />

Outro assunto caricato, passa-se com<br />

os certificados do teste de certificação<br />

realizados em Maio e que ainda não foram<br />

entregues. Assim como, a alunos que realizaram<br />

o teste em Maio 2015 e não compareceram<br />

á cerimónia de entrega (certificados<br />

de 2015) que se realizou a 9 de <strong>Janeiro</strong><br />

de 2016, também ainda não receberam.<br />

Será que nesta caso perderam o endereço<br />

do aluno/a?...<br />

Não creio, por duas razões. Primeiro<br />

porque vivemos da era digital onde existe<br />

o cruzamento de dados. Segundo porque<br />

na Suíça, os grades visionários do IC têm<br />

um exercito de funcionários distribuídos<br />

hierarquicamente, com o quartel-general<br />

na embaixada, (coordenação) com diversos<br />

funcionários e, destacamentos (professores<br />

de apoio) nos consulados de Genebra<br />

e Zurique. É caso para dizer, onde existe<br />

muitos cozinheiros estragam a sopa…<br />

PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />

AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />

COBERTURA CONTA.<br />

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30 Lusitano<br />

CULINÁRIA<br />

Friginada<br />

A Friginada é um prato típico da região de Ourém, confeccionado<br />

na altura da matança do porco e cuja designação é<br />

um regionalismo que significa fritada. Depois de morto e chamuscado,<br />

seguia-se a lavagem e a esfola do animal, tarefa<br />

que cabia aos homens, enquanto as mulheres, na cozinha,<br />

cortavam as miudezas, como o fígado e os pulmões, a que<br />

vulgarmente se chama bofe, e algumas carnes gordas, que<br />

depois eram temperadas e deixadas em repouso algumas<br />

horas para apurarem o gosto. Com a entrada em vigor<br />

de legislação que proibe o abate do porco em casa, bem<br />

como as transformações sócio-económicas ocorridas no<br />

mundo rural, foram desaparecendo os rituais inerentes à<br />

matança do porco, provocando a alteração parcial<br />

dos preceitos que presidiam à confecção<br />

deste prato, que passou a<br />

ser mais raro e cozinhado com<br />

carne comprada no talho.<br />

Os próprios acompanhamentos<br />

foram sendo<br />

diversificados e, embora<br />

a broa continue<br />

a estar presente,<br />

é acompanhada<br />

por batatas e<br />

grelos de nabo,<br />

cuja abundância<br />

coincide com a<br />

época em que<br />

a matança seria<br />

feita.<br />

Ingredientes<br />

300 g carne de porco cortada em cubos; 300 g de entrecosto<br />

cortado em pequenos pedaços; 3 dentes de alho; 2 colheres<br />

de sopa de banha; 2 folhas de louro; vinho branco q.b.; sal,<br />

pimenta, colorau, comi¬nhos, cravinho q.b.<br />

Preparação<br />

Tempera-se toda a carne cortada com sal, pimenta, colorau,<br />

cominhos, cravinho, os dentes de alho picado, o louro e o vinho.<br />

Deixa-se repousar o preparado durante 2 a 3 horas. Num<br />

tacho de barro, coloca-se a banha que vai ao lume para derreter,<br />

juntando-se seguidamente o preparado anterior, que se<br />

deixa cozinhar em lume brando. Aos poucos, vai-se refrescando<br />

com o vinho. Acompanha com migas de feijão, couve e broa<br />

esfarelada ou com grelos.<br />

Harmonização vínica<br />

Este prato de carne de porco pede para ser<br />

acompanhado com um vinho tinto complexo,<br />

com madeira. Na região vitivinícola do<br />

Tejo existem escolhas muito adequadas,<br />

principalmente as que nos chegam dos<br />

terroir do Bairro e da Charneca.<br />

O texto e a receita apresentados<br />

estão publicados no Livro «Os Sabores<br />

da Nossa Terra» pela Adirn –<br />

Associação para o Desenvolvimento<br />

Integrado do Ribatejo Norte.<br />

A foto que acompanha este texto<br />

resulta do empratamento feito pela<br />

Escola Profissional de Hotelaria de<br />

Fátima após confecção de acordo<br />

com a receita tradicional.<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó<br />

Exportações de vinho vão ultrapassar os 700 milhões de euros<br />

O ano de 2016 deverá registar exportações<br />

de vinho da ordem dos 730 milhões<br />

de euros, afirmou Jorge Monteiro, presidente<br />

da ViniPortugal.<br />

Apesar da queda acentuada registada<br />

em Angola, o presidente da Associação<br />

Interprofissional do Sector Vitivinícola<br />

(Viniportugal) conta chegar ao final do<br />

ano com valores muito próximos dos do<br />

ano passado. “No ano passado fechámos<br />

com cerca de 737 milhões de euros em<br />

exportações e a expectativa para este<br />

ano é fecharmos muito perto deste valor”,<br />

revelou.<br />

Em declarações à agência Lusa, Jorge<br />

Monteiro explicou que o mercado de<br />

Angola tem atravessado “um momento<br />

muito complicado”, com Portugal a perder,<br />

nos últimos dois anos, cerca de 70 milhões<br />

de euros em exportações no sector<br />

dos vinhos.<br />

“Se olharmos para as exportações globais,<br />

estamos com uma queda de 2,7 por<br />

cento, ou seja, uma queda de 13 a 14 milhões<br />

de euros”, acrescentou.<br />

Sobre o maior destino dos vinhos portugueses,<br />

o presidente da ViniPortugal<br />

informa que se trata da França, por causa<br />

do vinho do Porto.<br />

“Retirando os vinhos fortificados – Porto<br />

e Madeira – o maior destino são os<br />

Estados Unidos da América. Estimamos a<br />

fechar o ano com 75 milhões em exportações<br />

para os EUA”, destacou.<br />

Este é aliás um destino no qual se pretendem<br />

continuar a investir no próximo<br />

ano, já que se trata de “um mercado muito<br />

aberto e com grande potencial”.<br />

“Este é um mercado onde se verifica um<br />

efeito montra, ou seja, influencia decisões<br />

de outros mercados. É aqui que estamos<br />

a meter a maior fatia de investimento: 25<br />

por cento são colocados na América do<br />

Norte”, sustentou.<br />

Quanto aos mercados no Oriente –<br />

China, Japão e Coreia – a aposta “é feita<br />

numa lógica de longo prazo”.<br />

“Enquanto nos Estados Unidos se fala<br />

de 75 milhões de euros em exportações,<br />

na China são 12 milhões e no Japão 5 milhões:<br />

não tem a mesma expressão, mas<br />

tem taxas de crescimento muito interessantes”,<br />

concluiu.


SAÚDE<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

31<br />

IPÊ ROXO<br />

(Tabebuia impetiginosa,<br />

ou Pau DÁrco)<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

PLANTAS MEDICINAIS<br />

GUARANÁ (Paullinia cupana): Os índios<br />

Maués, da Amazônia, urtilizam o guaraná<br />

como um extraordinário estimulante,<br />

que dá energia física ao organismo. Deve-<br />

-se ser usado com cautela, pois contém<br />

muita cafeína. Indicado em casos de cansaço,<br />

esgotamento físico e mental e como<br />

tônico sexual.<br />

GUINÉ (Petiveria alliacea): Em razão de<br />

sua toxicidade, seu uso se restringe a aplicações<br />

externas contra dores nas articulações<br />

e reumáticas.<br />

HELIOTRÓPIO (Heliotropium europaetum):<br />

Antisséptico, cicatrizante e atenuador<br />

da febre, é usado popularmente<br />

para cicatrizar feridas, ativar a menstruação<br />

e estimular o funcionamento da vesícula<br />

biliar.<br />

HIBISCO (Hibiscus sabdariffa): Flor<br />

avermelhada, com sabor agradável e azedinho,<br />

semelhante ao morango, tem efeito<br />

laxante suave, melhora a digestão, aumenta<br />

a diurese e acalma os nervos. O hibisco<br />

tem sido utilizado nos regimes de emagrecimentos<br />

como auxiliar nos tratamentos<br />

de obesidade. Na medicina popular é usado<br />

como anti-espasmódico, anti-inflamatório,<br />

redutor da hipertensão, antioxidante<br />

natural, afrodisíaco, diurético, laxante suave<br />

e auxiliar nas dietas de emagrecimento.<br />

Também há indicações de seu uso popular<br />

para combater problemas respiratórios,<br />

bronquites, gripes e resfriados, gastrite e<br />

afecções da pele. O chá obtido a partir do<br />

cálice da flor contém polissacarídeos em<br />

boas quantidades, além de conter também<br />

concentrações elevadas de flavonóides -<br />

reconhecidos como protetores contra os<br />

radicais livres. Rico em cálcio, magnésio<br />

e ferro e nas vitaminas A e C, o hibiscus<br />

contém também fitoquímicos, altos teores<br />

de antocianinas, ácido tartárico, málico, cítrico<br />

e hibístico, fitosteróis, além de quantidade<br />

significativa de fibras alimentares.<br />

Como emagrecedor, o chá de hibiscus<br />

ajuda a estimular o metabolismo e a reduzir<br />

o colesterol ruim. Além disso, auxilia<br />

na redução das taxas de lipídios e glicose<br />

totais no sangue, colaborando na prevenção<br />

do desenvolvimento do diabetes tipo<br />

2. A ação diurética do hibiscus é também<br />

útil no combate à retenção de líquidos e<br />

à celulite.<br />

HIPÉRICO (Hiperycum perforatum):<br />

Também conhecido como erva de são<br />

joão. Famoso calmante e anti-depressivo,<br />

também é anti-inflamatório e cicatrizante.<br />

Utilizado em depressões moderadas, nunca<br />

em depressões severas. Combate a agitação<br />

do sono e distúrbios nervosos.<br />

HORTELÃ-PIMENTA (Mentha piperita):<br />

Antisséptica, expectorante, indicada<br />

para estafa, dores abdominais, alivia<br />

nevralgias, ajuda na respiração e auxilia no<br />

combate a gripes e tosses. Muito útil na<br />

culinária como tempero e aromatizante.<br />

IPÊ ROXO (Tabebuia impetiginosa, ou<br />

Pau DÁrco): Considerado uma espécie de<br />

antibiótico natural, ficou famoso por suas<br />

propriedades analgésicas e anticoagulante.<br />

É ainda indicado em casos de bronquite,<br />

asma e arteriosclerose. O ipê-roxo é<br />

tido como um poderoso auxiliar no combate<br />

a determinados tipos de tumores cancerígenos.<br />

É usado também como analgésico<br />

e como auxiliar no tratamento de doenças<br />

estomacais e da pele. No passado, foi largamente<br />

utilizado no tratamento da sífilis.<br />

A árvore do ipê-roxo é alta e tem como característica<br />

as flores tubulares arroxeadas.<br />

A substância com propriedades terapêuticas<br />

é encontrada na casca.<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito menos<br />

substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO


TECNOLOGIA<br />

32 Lusitano Quem nunca quis saber de antemão se<br />

TECNOLOGIA<br />

JOANA ARAÚJO<br />

com Agências<br />

um email já foi lido pelo destinatário?<br />

No caso do WhatsApp, actualmente é<br />

possível saber se o utilizador está online<br />

e se ela já visualizou as mensagens<br />

enviadas.<br />

Um recurso idêntico existe agora para<br />

o Gmail. Trata-se do MailTrack para o<br />

Chrome. É uma pequena extensão de<br />

navegador, que vai conseguir notificá-lo<br />

se determinado email já foi lido<br />

pelo destinatário. Faça o download do<br />

MailTrack na Google Chrome Store directamente<br />

aqui: goo.gl/9w8Syu<br />

Após a extensão ter sido instalada,<br />

será necessário fazer o login com a sua<br />

conta do Gmail através da opção “Sign<br />

in with Google” e autorizar o MailTrack<br />

no seu email.<br />

Depois do login e autorização, é hora<br />

de saber se o MailTrack funciona correctamente<br />

no seu Chrome.<br />

Vá até a opção “Escrever” para redigir<br />

um novo email – note que logo ao lado<br />

do ícone “Enviar” em azul, há um símbolo<br />

com um envelope aberto. Clique<br />

na opção para que você possa receber<br />

um alerta referente ao momento em<br />

que o destinatário leu a mensagem.<br />

As Finanças portuguesas vão inaugurar a<br />

era das declarações automáticas já este ano.<br />

As declarações de impostos já aparecerão<br />

totalmente preenchidas, bastando que os<br />

titulares as confirmem. Numa primeira fase,<br />

estas declarações automáticas vão deixar<br />

de fora um grande conjunto de contribuintes,<br />

nomeadamente os que tenham descendentes<br />

a cargo ou deduções relativas a<br />

ascendentes. Pelo novo processo, os contribuintes<br />

devem validar as declarações automáticas,<br />

já que estas são assumidas como<br />

declarações definitivas. De qualquer modo,<br />

será sempre possível submeter declarações<br />

de substituição num prazo de 30 dias após<br />

a liquidação. rerum, occum quia dolecumqui to<br />

quodici endeliquate nossimus impor a si dolecab.<br />

Passar muito tempo “agarrado” ao Facebook ou Twitter pode causar depressão.<br />

Um estudo publicado recentemente na revista científica “Cyberpsychology,<br />

Behavior, and Social Networking” comprova a existência de uma ligação directa<br />

entre a utilização frequente de redes sociais e a deterioração do estado<br />

de espírito. Um outro estudo realizado por académicos da Universidade de<br />

Lancaster, no Reino Unido, revelou que fazer publicações negativas, comparações<br />

autodepreciativas, aceitar solicitações de amizade de ex-namorados<br />

ou namoradas e sentir inveja dos outros são alguns dos factores que estão<br />

na raiz da depressão derivada da utilização das redes sociais. É aconselhável<br />

reduzir o tempo dispensado nestas plataformas, em prol da sua saúde emocional.


HORÓSCOPO<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

33<br />

CARNEIRO<br />

Este mês estimula a espiritualidade, a<br />

reflexão sobre as crenças, ideais e valores<br />

do signo Carneiro. É um bom momento para<br />

você fazer um balanço do ano passado, reflectindo<br />

sobre as suas conquistas. Os relacionamentos<br />

podem se abrir a uma nova<br />

etapa e isso é interessante a sua evolução.<br />

Afectivamente, é hora de você se descondicionar<br />

dos antigos padrões e ser mais amigo<br />

e companheiro de quem ama.<br />

Profissionalmente, é preciso que você desacelere<br />

o ritmo, que se aprimore e que faça<br />

um planeamento do que quer realizar em<br />

<strong>2017</strong> em diante.<br />

TOURO<br />

Este mês é um mês muito importante para<br />

o signo Touro reflectirem sobre como estão<br />

a ser utilizados os seus recursos materiais,<br />

como estão a ser compartilhados os sentimentos<br />

e potenciais. É um mês que enfatiza<br />

a entrega, a intimidade, a sexualidade e a<br />

superação de antigos temores.<br />

Afectivamente, é um momento que pede<br />

uma entrega maior, que você seja mais companheiro<br />

na relação afectiva e também abra<br />

mais o coração. É uma fase interessantíssima<br />

para se perdoar e se libertar de antigas<br />

situações.<br />

Profissionalmente, a segunda quinzena é<br />

mais interessante, você estará voltado para<br />

estudos e conhecimentos que podem levar<br />

a uma realização muito significativa.<br />

GÉMEOS<br />

Relacionamento é o tema mais marcante<br />

neste mês para o signo Gémeos. É um<br />

mês que pede uma abertura maior nas suas<br />

relações e uma nova postura nas associações<br />

e parcerias.<br />

É um mês em que podem haver desafios<br />

entre os seus objectivos profissionais e as<br />

demandas dos relacionamentos. Também é<br />

um período de uma grande abertura emocional<br />

que é favorável ao amor e uma expressão<br />

mais natural dos seus sentimentos.<br />

Profissionalmente, é importante você<br />

começar a reflectir sobre o que quer realizar<br />

e utilizar mais activamente a criatividade.<br />

Para sua realização profissional é fundamental<br />

que esteja envolvido espiritual e emocionalmente<br />

com o que faz.<br />

CARANGUEJO<br />

Trabalho, saúde, conhecimento são temas<br />

importantes neste mês para o signo Caranguejo.<br />

Você pode perceber intuitivamente as<br />

novas oportunidades e possibilidades, por<br />

isso a importância deste mês é onde deve<br />

aprimorar conhecimentos e se abrir a novas<br />

parcerias e possibilidades profissionais.<br />

Profissionalmente, é interessante você reflectir<br />

sobre as metas que desenvolveu em<br />

2016 e sobre as belíssimas novas oportunidades<br />

que surgirão em <strong>2017</strong>.<br />

LEÃO<br />

Este mês é um mês muito especial para o<br />

signo Leão. É um momento mais expansivo e<br />

confiante e isso terá reflexos especialmente<br />

sobre a vida afectiva e a expressão da sua<br />

criança interior. É, sem dúvidas, o período<br />

mais feliz, mas tenha cuidado com as ilusões<br />

e os enganos emocionais.<br />

Afectivamente, você deve valorizar mais a<br />

intimidade e a entrega emocional, e ser verdadeiro<br />

com quem ama.<br />

Profissionalmente, a segunda quinzena é<br />

mais importante, você poderá retomar uma<br />

ideia ou projecto anterior, já que o planeta<br />

Mercúrio estará retrógrado no sector de trabalho<br />

do signo Leão.<br />

VIRGEM<br />

Família, raízes emocionais e ligação com o<br />

passado e com o ancestral são temas enfatizados<br />

neste mês para o signo Virgem. É, naturalmente,<br />

um período mais introspectivo<br />

em que você deve fazer um balanço do que<br />

conquistou em 2016 e também agradecer<br />

pelos desafios superados.<br />

Profissionalmente, é um momento importante<br />

para você acreditar mais nos seus<br />

talentos e começar a estabelecer parcerias<br />

que serão o seu diferencial de realização.<br />

BALANÇA<br />

Este mês é um mês importante para o signo<br />

Balança avaliarem como se estão a relacionar<br />

e também sobre os condicionamentos<br />

emocionais que devem ser superados. É<br />

um mês que testará o equilíbrio entre individualidade<br />

e relação. É também um período<br />

muito importante para estudos, leituras, viagens<br />

e contactos que estimulem a ampliação<br />

dos horizontes mentais e culturais. É uma<br />

bela oportunidade de você se abrir a novas<br />

experiências.<br />

Afectivamente, é um mês muito significativo,<br />

onde teremos a passagem do planeta<br />

do amor, Vénus, no seu sector emocional, o<br />

que, sem dúvida, abre novas possibilidades<br />

no campo amoroso.<br />

Profissionalmente, é importante que invista<br />

em conhecimento, pois ele é o diferencial<br />

que lhe dará oportunidade à realização<br />

dos seus objectivos de carreira.<br />

ESCORPIÃO<br />

Este mês pede que você acredite mais nos<br />

seus sonhos, talentos e potenciais. É um momento<br />

muito significativo para expressar as<br />

suas habilidades e para desenvolver novos<br />

valores mais afinados com as novas energias.<br />

Afectivamente, é um momento importante<br />

para estar mais em contacto com seus<br />

verdadeiros sentimentos, desenvolvendo o<br />

amor-próprio e a autonomia, pois é deste<br />

modo que você poderá ter um relacionamento<br />

mais pleno. É um momento importante<br />

para não projectar no outro as suas<br />

próprias insatisfações.<br />

Profissionalmente, é um momento muito<br />

interessante, já que os seus talentos estarão<br />

evidenciados, mas é preciso que acredite<br />

mais nas suas capacidades para ser valorizado<br />

pelas outras pessoas.<br />

SAGITÁRIO<br />

Chegou a hora do signo Sagitário neste<br />

ano tão desafiador. Este mês é um mês<br />

positivo para você acreditar mais em si, se<br />

expressar com mais verdade e naturalidade,<br />

e já começar a se sintonizar com os projectos<br />

que quer desenvolver.<br />

Afectivamente, é um momento muito interessante,<br />

pois teremos uma oposição entre<br />

o seu planeta regente Júpiter e Urano, o<br />

que indica experiências muito diferentes das<br />

que você está habituado emocionalmente e<br />

isso colabora para sua libertação e expansão<br />

emocional.<br />

Profissionalmente, a segunda quinzena<br />

é mais interessante e você deve buscar um<br />

planeamento estratégico para o que quer<br />

realizar. É um momento também de revisar<br />

antigas ideias e objectivos dando-lhes uma<br />

nova finalidade.<br />

CAPRICÓRNIO<br />

O signo Capricórnio receberá uma energia<br />

muito diferente na primeira e na segunda<br />

quinzena deste mês. Os primeiros 15 dias<br />

favorecem a reflexão, interiorização e um<br />

balanço do que ocorreu ao longo do ano<br />

passado. É um período que enfatiza a sua<br />

conexão com o sagrado, a fé, os momentos<br />

de retiro e recolhimento para, assim, você<br />

evoluir espiritualmente.<br />

Afectivamente, é um momento importante<br />

para agir de forma mais desprendida<br />

e perceber os ensinamentos emocionais que<br />

ocorreram em 2016.<br />

Profissionalmente, você já começa a sintonizar-se<br />

com as novas possibilidades envolvendo<br />

parceiras e grupos, que serão uma<br />

questão muito estimulada.<br />

AQUÁRIO<br />

Neste mês, o signo Aquário já perceberá<br />

intuitivamente as possibilidades que estarão<br />

activas. É um momento de se conectar mais<br />

com a sua sensibilidade e também valorizar<br />

as amizades, os grupos e os projectos colectivos.<br />

É um período em que terá muitas<br />

intuições e pressentimentos e é interessante<br />

você ficar atento a eles.<br />

Profissionalmente, é um momento que<br />

valoriza a sua ligação com empresas e<br />

instituições, e também pede que você conclua<br />

tarefas pendentes e fique atento ao que<br />

acontece nos bastidores.<br />

PEIXES<br />

Este mês é um mês interessante para você<br />

reflectir sobre seus ideais e sonhos e conseguir<br />

distinguir o que é utopia do que é passível<br />

de ser realizado.<br />

Afectivamente, é o momento em que você<br />

faz um balanço sobre as energias, sentimentos<br />

e questões que estiveram activas ao longo<br />

do ano passado. É um período de maior<br />

interiorização em que sente necessidade de<br />

um certo recolhimento e também de respeito<br />

à individualidade própria e alheia.<br />

Profissionalmente, este mês é muito interessante,<br />

pois teremos uma lunação ocorrendo<br />

no sector da carreira, o que favorece<br />

a expansão profissional, principalmente se o<br />

seu trabalho envolver conhecimentos, estudos,<br />

viagens e propagação do saber.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO


HUMOR<br />

34 Lusitano JANEIRO<br />

”Bacoradas”<br />

— “Nós somos humanos como as<br />

pessoas”. - Nuno Gomes, SL Benfica<br />

— “Quem corre agora é o Fonseca, mas<br />

está parado”. - Jorge Perestrelo (relato de jogo)<br />

— “O meu coração só tem uma cor: azul e branco”.<br />

- João Pinto, antigo capitão do FC Porto<br />

— “Lá vai Paneira no seu estilo inconfundível... (pausa)<br />

...Mas não! É Veloso. - Gabriel Alves<br />

— “É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos”.<br />

- jornalista da RTP<br />

— “Um morreu e o outro está… morto”. - Manuela Moura<br />

Guedes<br />

— “Prognósticos só depois do jogo”. - João Pinto (FCP)<br />

— “Antes de apertar o pescoço da mulher até à morte, o<br />

velho reformado suicidou-se”. - testemunha do crime<br />

— “Quatro hectares de trigo foram queimados. Em princípio<br />

trata-se de incêndio. - Lídia Moreno (Rádio Voz de Arganil)<br />

— “O acidente foi no tristemente célebre Rectângulo das<br />

Bermudas”. - Paulo Aguiar (TV Globo)<br />

— “Os antigos prisioneiros terão assim a alegria do reencontro<br />

para reviver os anos de sofrimento”. - Maria do Céu<br />

Carmo, psiquiatra<br />

— “ À chegada da polícia, o cadáver encontrava-se rigorosamente<br />

imóvel.” - Ribeiro de Jesus, PSP de Faro<br />

Numa pequena aldeia do interior do Minho o padre<br />

recebe a visita de um vigário de uma outra paróquia.<br />

Após um farto almoço, começam a conversar.<br />

- As coisas por aqui não parecem ser muito agitadas -<br />

comenta o padre visitante.<br />

- Você tem toda a razão, meu caro! A vida aqui é muito<br />

monótona, rosário, vinho, rosário, vinho... assim a gente<br />

vai passando o tempo...<br />

Faz uma pequena pausa e logo dá um berro em direcção<br />

à cozinha:<br />

- Rosário! Traz mais uma garrafa!<br />

Datas Comemorativas de <strong>2017</strong><br />

Dia Internacional<br />

da Comida<br />

SEGUNDA<br />

Picante DIA 16<br />

01 DOM Dia de Ano Novo<br />

04 QUA Dia Mundial do Braille<br />

06 SEX Dia de Reis<br />

06 SEX Epifania do Senhor<br />

09 SEG Dia de São Julião<br />

11 QUA Dia Internacional do Obrigado<br />

15 DOM Dia Mundial do Compositor<br />

15 DOM Dia de Santo Amaro<br />

16 SEG Dia Internacional da Comida Picante<br />

17 TER Dia de Santo Antão<br />

18 QUA Dia Internacional do Riso<br />

21 SÁB Dia Mundial da Religião<br />

21 SÁB Dia de Santa Inês<br />

22 DOM Dia de São Vicente<br />

23 SEG Dia Mundial da Liberdade<br />

23 SEG Dia da Escrita à Mão<br />

26 QUI Dia de São Timóteo<br />

27 SEX Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto<br />

28 SÁB Dia Internacional da Privacidade de Dados<br />

31 TER Dia Mundial do Mágico


JÚNIOR<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

35<br />

A Princesa e a ervilha<br />

AUTOR:HANS CHRIST. ANDERSEN<br />

Era uma vez um príncipe que<br />

queria casar com uma princesa<br />

— mas tinha de ser uma princesa<br />

verdadeira. Por isso, foi viajar pelo<br />

mundo fora para encontrar uma,<br />

mas havia sempre qualquer coisa<br />

que não estava certa. Viu muitas<br />

princesas, mas nunca tinha a certeza<br />

de serem genuínas havia sempre<br />

qualquer coisa, isto ou aquilo, que não<br />

parecia estar como devia ser. Por fim,<br />

regressou a casa, muito abatido, porque<br />

queria uma princesa verdadeira.<br />

Uma noite houve uma terrível tempestade;<br />

os trovões ribombavam, os raios<br />

rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes<br />

— era apavorante. No meio disso tudo,<br />

alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.<br />

Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!,<br />

o estado em que ela estava! A água escorria-<br />

-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas<br />

biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No<br />

entanto, ela afirmou que era uma princesa de<br />

verdade.<br />

— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha.<br />

Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de<br />

hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma<br />

pequena ervilha no colchão. Depois empilhou<br />

mais vinte colchões e vinte cobertores por cima.<br />

A princesa iria dormir nessa cama.<br />

De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.<br />

— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda<br />

a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas<br />

senti uma coisa dura que me encheu de nódoas<br />

negras. Foi horrível.<br />

Então ficaram com a certeza de terem encontrado<br />

uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido<br />

a ervilha através de vinte edredões e vinte<br />

colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser<br />

tão sensível.<br />

Então o príncipe casou com ela; não precisava<br />

de procurar mais. A ervilha foi para o museu;<br />

podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.<br />

Aqui têm uma bela história!


LITERATURA<br />

36 Lusitano Pintor<br />

da treta<br />

Sou um pintor da treta!<br />

Do papelFaço tela!<br />

Da caneta<br />

Faço pincel!<br />

Pego em palavras<br />

E pinto quadros<br />

Impregnados<br />

De flores<br />

E cheiros.<br />

Às vezes em farpas<br />

Aguçadas<br />

E setas<br />

Envenenadas<br />

À tela arrancadas<br />

Ora à esquerda<br />

Ora à direita<br />

Lançadas<br />

Cavalgam espinhosos cactos.<br />

E o sangue<br />

Viscoso escorre.<br />

Às esquinas<br />

Cães esfomeados.<br />

Nas curvas<br />

Vampiros<br />

Engelhados<br />

Esperam.<br />

Aliados<br />

Aos cobradores<br />

De impostos<br />

Começam a grande farra.<br />

A pele<br />

A carne<br />

Nada escapa.<br />

Pelas ossadas<br />

Esperam já abutres<br />

Coiotes<br />

Hienas<br />

E outras<br />

Feras.<br />

Camindo de Carvalho<br />

Foto: LISA Carvalho.<br />

Premiada num concurso<br />

do Jornal Beira-Douro.<br />

É Inverno<br />

É Inverno.<br />

Olho pela janela.<br />

Lá fora está frio!<br />

Mesmo sem o sentir sei que está frio.<br />

CARMINDO<br />

DE CARVALHO<br />

https://www.facebook.com/carmindo.<br />

carvalho<br />

Aproveito e vou tomar um banho.<br />

Já de molho, saboreando<br />

O quente da água na pele<br />

Sinto-me mole<br />

Todo relaxado.<br />

Para limpar os ouvidos escolhi Chopin.<br />

À frente dos meus olhos<br />

Formam-se umas bolhas<br />

De espuma, brancas,<br />

Que me lembram nuvens aos farrapos<br />

Vistas de avião ao alcance da mão<br />

Agradável ilusão!<br />

Gotículas de suor escorrem-me pela testa.<br />

Agora é o Liszt quem toca.<br />

Os espaços formados<br />

Entre os amontoados<br />

Da espuma lembram-me os fiordes da Noruega.<br />

São braços de um só mar. Água que se passeia<br />

Por entre maravilhosas<br />

Paisagens por entre imponentes montanhas.<br />

Alcino, Ferro, Miranda, Santos.<br />

Amigos, por onde andais?<br />

Como estais?<br />

Tenho saudades de vós e de outros mais.<br />

Olho para o relógio<br />

E surpreso vejo<br />

Que já estou há meia hora neste banho de imersão<br />

A recordar tempos que já lá vão .<br />

_ Entre os Quês e os Porquês , edic. 2002 __


LITERATURA<br />

<strong>Janeiro</strong> <strong>2017</strong><br />

37<br />

Ano Novo<br />

P'ra celebrar a passagem<br />

Do ano, em todo o mundo<br />

Faz-se do tempo a contagem<br />

No fim segundo a segundo .<br />

Um comum comportamento<br />

Que apraz à sociedade<br />

Sublimando o momento<br />

Com pompa e solenidade .<br />

Há festas e euforia<br />

Celebrações entre o povo<br />

Na transição deste dia<br />

Para mais um Ano Novo.<br />

Esquecem-se as arrelias<br />

Que se afogam na bebida<br />

Entre galas e folias<br />

Celebra-se enfim a vida.<br />

Trocam-se saudações<br />

Em êxtase de alegria<br />

Tomam-se resoluções<br />

Tão notórias deste dia.<br />

Chega mais um Novo Ano<br />

Que vivê-lo valha a pena.<br />

Salutar prò ser humano<br />

Nesta passagem terrena !...<br />

Euclides Cavaco<br />

EUCLIDES CAVACO<br />

https://www.facebook.com/euclides.<br />

cavaco<br />

IRONIA DO TEMPO<br />

Que ironia tem o tempo misterioso<br />

Que diz que passa velozmente sempre andando<br />

Mas afinal esse tempo é mentiroso<br />

Porque ele fica e a gente é que vai passando.<br />

Dizem que é velho, mas o tempo é sempre novo<br />

Não tem idade, pois ninguém o viu nascer<br />

Tal como o enigma da galinha e do ovo<br />

Não sabe ao certo se existia antes de o ser.<br />

Comanda tudo sem ter dó nem piedade<br />

E eu perplexo fico olhando sem o ver<br />

Imutável e sempre em celeridade.<br />

Rendo-me enfim, pois não sei compreender<br />

Apenas sinto com toda a fragilidade<br />

Que o tempo é rei e, de rei tem o poder !...<br />

Euclides Cavaco


38 Lusitano<br />

LITEERATURA<br />

SINAIS DO TEMPO<br />

PASSADO<br />

CHICO BENTO<br />

Dällikon - Suiça<br />

Um dia de manhãzinha<br />

ao espelho me fui mirar<br />

vi uma madeixa branquinha<br />

no meu cabelo a brilhar<br />

Comecei logo a pensar<br />

estou ficando velhinho<br />

ao espelho me fui mirar<br />

já tenho cabelo branquinho<br />

Esse cabelo tirei<br />

o tempo ia passando<br />

mais tarde então reparei<br />

vai a barba branqueando<br />

Não me vou chatear<br />

vou tentar compreender<br />

se o cabelo e barba pintar<br />

mais novo não torno a ser<br />

Refrão<br />

O cabelo vai caindo<br />

e a barba branqueando<br />

vai um sinal surginmdo<br />

dos anos que vão passando<br />

Branquinho cada vez mais<br />

antes era acastanhado<br />

eu digo que são sinais<br />

sinais do tempo passado.<br />

Chico Bento -Suíça<br />

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40 Lusitano

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