REFERÊNCIA INDUSTRIAL ESPECIAL SOLUÇÕES PARA OS FABRICANTES Entre diversas fabricantes de móveis da cidade, poucas quiseram revelar a queda na sua produção anual. A Volttoni, cujo carro-chefe é a venda de sofás e cadeiras, foi franca quanto ao período que o polo atravessa. “A nossa queda de produção e de entrada de pedidos caiu de 20% a 25%, desde 2015”, revela Andrei Ferro, diretor da empresa, que revela que diversas atitudes foram tomadas desde então, porém com pouco sucesso. “Já tentamos várias: promoções, cartelas com lojistas e também expusemos nosso trabalho na última feira Movelsul, que ocorreu aqui em Bento, em março. De uma forma geral, podemos dizer que essa tem sido a atuação de boa parte dos fabricantes daqui.” A expectativa para o segundo semestre é de melhora, no entanto: a alta no comércio, com as datas festivas e recebimento do 13º salário, é de crescimento de 8% a 10% nas vendas. Números que poderiam ser até maiores, na visão de Andrei Ferro, caso houvesse uma distribuição logística melhor para o polo. “Estamos na ponta do país, e com isso os fretes acabam se tornando caros”, conta ele, que comercializa mensalmente 3 mil peças. “As estradas que nos ligam são uma calamidade. O que todo mundo comenta, e que vejo também, é que muitas pessoas estão endividadas com financiamento de inúmeras coisas. Com as pendências pra pagar, isso faz todo mundo ficar sem gastar e congela o comércio. As empresas só fecham negócios que haviam sido feitos antes dessa situação econômica. Em se tratando de maquinários, não temos comprado nada há tempos.” O que se tem visto para contornar tais problemas e evitar demissões é otimizar custos, como redução de energia elétrica e reaproveitamento de madeira. “A energia elétrica infelizmente ainda não conseguimos baixar, mas mas geramos um aproveitamento de madeira até 23% maior do que tínhamos anteriormente, com a colagem dos painéis. Hoje temos 38 funcionários, mas em 2015 tínhamos 50. Não demitimos ninguém neste período, mas também não repusemos quem acabou saindo da empresa.” EMPRESAS COMO A VOLTTONI ESPERAM UM CRESCIMENTO NAS VENDAS, ATÉ O FIM DO ANO, DE 8% A 10% 48 | www.referenciaindustrial.com.br
“AS EMPRESAS SÓLIDAS E ESTRUTURADAS JÁ ESTÃO HÁ ALGUM TEMPO BUSCANDO ALTERNATIVAS E NOVAS ESTRATÉGIAS PARA SUPERAR OS OBSTÁCULOS IMPOSTOS PELA CRISE NO MERCADO” FABRÍCIO ZANETTI, PRESIDENTE DA AFFEMAQ