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• ENTREVISTA<br />
e cheguei aqui com essa mentalidade. Meu técnico me<br />
cobrava demais, porque aqui tinha que fazer tudo. Aqui<br />
o vôlei é muito mais completo. Musculação era todo dia.<br />
Tudo mudou, mas para o bem.<br />
Chegou a receber proposta para se naturalizar?<br />
Recebi em 1999 mesmo, hoje me arrependo. Na época<br />
achei que era a decisão certa, pois era há 15 anos capitã<br />
da seleção romena. Não queria abandonar meu país. Mas<br />
hoje tenho dois filhos e moro aqui. Se tivesse aceitado a<br />
história teria sido diferente.<br />
Já se sente brasileira? Por que escolheu Curitiba?<br />
Sinto. Estou de vez aqui desde 2009. Curitiba é a cidade<br />
que mais se aproxima com a realidade da Europa. Clima,<br />
organização, limpeza, pessoas, segurança. É mais tranquila<br />
que Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.<br />
Identifiquei-me bastante com o estilo daqui.<br />
Qual seu local favorito?<br />
O parque Barigui. As crianças adoram. Vamos bastante.<br />
Em que ano deixou de jogar? Ficou triste?<br />
Em 2006. Quando me mudei para o Brasil já tinha deixado.<br />
Tive um problema no coração, fiz cirurgia, me tratei.<br />
Depois disso decidi ter mais um filho e me dedicar a eles.<br />
Tem a sensação de dever cumprido?<br />
A única coisa que nunca joguei foi Olimpíada, sempre tive<br />
essa frustração. Não consegui ir pela estrutura da seleção<br />
romena. O último Campeonato Mundial que joguei pela<br />
Romênia, o ministro do Esporte me chamou para assumir<br />
a Federação Romena de Vôlei, mas na época não era meu<br />
interesse.<br />
Mas hoje você é embaixadora do vôlei romeno. Como está<br />
o trabalho? Tem conseguido desenvolver?<br />
Estamos indo aos poucos. Estou propondo bastante coisas,<br />
mas o dinheiro é escasso. Estamos atrás de patrocinadores,<br />
como campeonato está melhor. Os romenos ficaram muito<br />
felizes, por isso aceitei. Assim posso fazer algo pelo vôlei<br />
do meu país.<br />
Sua filha, Nicoll, começou a jogar vôlei também?<br />
mind. The coach wanted a lot from me because I had to do<br />
everything. Here, volleyball is much more complete. Workouts<br />
every day, everything changed, but for the good.<br />
You received a proposal to become naturalized?<br />
Yes I did, in 1999, and today, I am sorry I didn’t take it up.<br />
At the time, I thought I had made the right decision, because<br />
for 15 years, I had been Captain of the Romanian National<br />
Team. I didn’t want to leave my Country’s Team. But today,<br />
I have two children and live here. If I had accepted, the story<br />
would have been different.<br />
Do you already feel that you are Brazilian? Why did you<br />
choose Curitiba?<br />
Yes, I already feel Brazilian. I have lived here since 2009. Curitiba<br />
is a city close to European reality. Climate, organization,<br />
cleanliness, people, safety. It’s quieter than Rio de Janeiro,<br />
São Paulo and Belo Horizonte. I identified with the style here.<br />
What is your favorite spot?<br />
Barigui Park. The children love it. We go there a lot.<br />
In what year did you stop playing? Were you sad to stop?<br />
In 2006. When I moved to Brazil, I had already stopped<br />
playing. I had a heart problem, I had undergone surgery, and<br />
began to take care of myself. After that, I decided to have<br />
another child and devote myself to them.<br />
Do you have a feeling of accomplishment?<br />
My only regret is never having played in the Olympics, I’ve<br />
always had this frustration. I wasn’t able to do this using the<br />
structure in Romania. The last World Championship I played<br />
was for Romania, the Sports Minister then asked me to take<br />
over the Romanian Federation of Volleyball, but at the time<br />
I wasn’t interested.<br />
But today, you are the Romanian Ambassador for Volleyball.<br />
How is this working out? Has it managed to become more<br />
developed?<br />
We are moving ahead slowly. I proposed a lot of things, but<br />
money is scarce. We are looking for sponsors, as the League<br />
is becoming much better. The Romanians wanted me to<br />
take on the job, so I accepted. So I can do something for my<br />
Country’s volleyball.<br />
A minha mãe me diz que desde muito pequena, tanto que nem<br />
me lembro, eu sonhava em sair do país. Isso na época era tipo<br />
querer voar para Lua. Ninguém podia sair da Romênia<br />
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