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(Rosemary Beach

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DELLA<br />

Eu não queria voltar para a varanda com Bethy. Vi Grant chegando e só queria sair de lá. Desta<br />

vez, doeu. Com Jeffery, eu só havia ficado enojada. Mas com Woods... doeu. Para mim, ele era<br />

diferente. Ou pelo menos eu achava que era. A forma como ele me tocou havia me dado esperança.<br />

Fui uma boba ao pensar que sexo selvagem seria a resposta para os meus problemas. Foi um ato<br />

egoísta. Woods não estava me dando apenas carinho. Meu coração ainda estava doendo. Eu queria<br />

tanto aquilo.<br />

Senti minha visão começando a embaçar. Precisava ficar sozinha. Ninguém mais precisava ver<br />

aquilo. Não queria aquelas pessoas achando que eu era uma maluca também.<br />

– Eu só quero ficar sozinha, se você não se importa – disse a Bethy, forçando um sorriso tímido<br />

antes de sair para o ar frio da noite.<br />

Não olhei para trás nem tentei encontrar o meu carro. Não estava em condições de dirigir.<br />

Precisava de algum lugar escuro e silencioso. Algum lugar seguro. Fiquei repetindo a palavra<br />

“seguro” na cabeça conforme a minha visão ficava mais e mais embaçada. Consegui encontrar uma<br />

casa que parecia vazia e me escondi nos fundos dela, de costas para a estrada. Levantei os joelhos e<br />

apoiei a cabeça entre eles. Eu ia passar por aquilo. Era apenas um sintoma do meu trauma. Ou pelo<br />

menos era o que os médicos ficavam me dizendo.<br />

Não vá lá fora, Della. É perigoso. Seu papai está morto porque foi lá para fora. Fique aqui, que é<br />

seguro. Comigo. Vamos ficar seguras juntas. Só nós duas.<br />

Senti lágrimas enchendo os meus olhos ao pensar nas palavras da minha mãe. Eu fazia um<br />

esforço muito grande para reprimir as lembranças. Mas quando ficava emocionalmente abalada,<br />

elas voltavam. Não ficavam simplesmente escondidas nos meus sonhos.<br />

Psiu, Della querida. Sei que você quer andar de bicicleta, mas tem tanta coisa ruim que pode<br />

acontecer com você lá fora. Você só está segura aqui. Não se esqueça disso. Nós não podemos sair ou<br />

coisas ruins vão acontecer. Vamos cantar uma música, está bem? Uma música feliz. Uma música segura.<br />

– Não, não, não, mamãe. Você não vai fazer isso comigo. Eu sou mais forte do que você. Eu<br />

posso vencer isso – disse, tirando as lembranças do caminho.<br />

Eu não era minha mãe. Eu queria viver a vida. Queria enfrentar os perigos e queria conhecer<br />

todas as emoções que vinham com eles.<br />

Fiquei ali sentada por um longo tempo, olhando para a lua. Era algo que sempre gostei de fazer.

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