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(Rosemary Beach

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– Ele não disse exatamente. Acho que só voltou para fazer uma visita antes da próxima aventura.<br />

Lembrei naquele momento que a vida que Della levava era muito parecida com a dele. Uma vida<br />

que eu não compreendia. Mas se meu pai me demitisse, eu estaria tão perdido quanto ele. Fugir da<br />

cidade com Della não parecia uma ideia tão ruim.<br />

Meu celular tocou no bolso e, sem olhar, eu sabia que era o meu pai. Angelina até demorou<br />

para contar a ele que o noivado tinha sido rompido. O grande plano dele estava arruinado.<br />

Enfiei a mão no bolso e desliguei o aparelho. Falaria com ele mais tarde. Naquele momento,<br />

queria me concentrar em Della. Enfrentar o meu pai acabaria com o meu humor. Eu não queria isso<br />

hoje.<br />

– Você trabalha hoje à noite? – perguntei.<br />

Porque, se trabalhasse, eu ia ligar para mudar o horário dela.<br />

– Hoje é o meu dia de folga – respondeu ela, sorrindo. – Não é você quem faz os horários?<br />

Era, mas a última semana havia sido um inferno. Eu não lembrava que dia era a folga dela.<br />

– Só queria confirmar – respondi antes de entrar na garagem.<br />

Aquela havia sido a primeira casa dos meus pais. Meu avô deixara que os dois morassem ali até<br />

o meu pai ter dinheiro suficiente para comprar a casa que a minha mãe realmente queria. Quando o<br />

meu avô morreu, deixou a casa para mim. Meu pai ficou furioso. Ele queria ter total controle sobre<br />

mim. O que eu realmente precisava de herança era uma parte do clube, mas ele não deixou.<br />

– Woods! Que linda! – disse Della com espanto quando estacionei.<br />

Na verdade, não era linda. Não comparada com a casa dos meus pais ou com a maioria das casas<br />

mais novas de <strong>Rosemary</strong>. Mas tinha personalidade.<br />

– Obrigado.<br />

Della abriu a porta da caminhonete e saltou antes que eu pudesse ir ajudá-la.<br />

– Parece com aquelas casas de praia dos filmes. Com grandes persianas e uma varanda ao redor.<br />

É simplesmente perfeita.<br />

Ouvir a sua empolgação me deu ainda mais vontade de carregá-la até o meu quarto. Eu adorava<br />

aquela casa. Era a única coisa que era minha de verdade.<br />

– Mal posso esperar para ver como é por dentro. Eu poderia morar nessa varanda. A vista deve<br />

ser perfeita.<br />

Ela poderia morar na minha varanda se quisesse. Eu inclusive a deixaria entrar e dormir na<br />

minha cama. Mas não disse isso. Era muita coisa, rápido demais. Naquele momento, tudo o que<br />

havia existido entre nós tinham sido momentos e um sexo muito bom. Eu precisava aproveitar isso.<br />

– Vamos subir. Vou mostrar como a vista é perfeita.<br />

Della me seguiu escada acima. Eu abri a porta e a deixei passar primeiro. Nunca havia pensado<br />

muito na minha decoração, mas, ao saber que Della estava conferindo tudo, detestei o fato de não<br />

ter mudado muita coisa desde que o meu avô me deixara a casa.<br />

A decoração foi toda feita pela minha avó. Depois que ela foi diagnosticada com câncer<br />

terminal, meu avô vendeu a imensa mansão em Seaside e os dois voltaram para cá, onde moraram<br />

até o último dia dela. Depois que a minha avó morreu, meu avô se mudou para a casa dos meus pais.<br />

Ficou lá por apenas três meses, antes de morrer de ataque cardíaco.

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