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(Rosemary Beach

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DELLA<br />

Se houvesse qualquer maneira de me livrar disso sem pedir demissão, eu teria feito. Cantei a minha<br />

vida inteira, mas era como uma espécie de fuga da minha mãe e da minha realidade. Não diante de<br />

pessoas. Eu adorava cantar e o espelho e a escova de cabelos foram os meus companheiros enquanto<br />

eu cantava para a minha plateia de faz de conta.<br />

Agora era real.<br />

Eu nunca soube ao certo se cantava de um jeito decente. Minha mãe adorava me ouvir cantar,<br />

mas nunca foi boa juíza de nada.<br />

Eu abrira a boca para explicar isso à mulher que havia se apresentado como Macy Kemp, a<br />

coordenadora de eventos do country club Kerrington, mas ela não me deixou dizer muita coisa. Em<br />

vez disso, informou à cozinha que eu seria remanejada e começou a me arrastar atrás dela.<br />

Eu esperava que Woods impedisse essa insanidade quando nos viu, mas isso não aconteceu. Ele<br />

parecia confuso quanto ao que eu estava sentindo, mas não impediu nada.<br />

Olhei para o vestido prateado curto e justo que eu estava usando agora. O vestido deixava as<br />

costas nuas e tinha um decote profundo na frente. Eu estava me sentindo nua. Em vários sentidos.<br />

– Ninguém vai olhar muito para você. Estão ocupados demais sendo ricos. Você só canta para<br />

que eles tenham música e possam dançar se quiserem – Macy me informou enquanto me empurrava<br />

escada acima, na direção dos integrantes incrédulos da banda. Não podia culpá-los.<br />

– Você é a substituta? – perguntou um deles com irritação na voz.<br />

– Pelo menos vão ficar olhando para o corpo dela e não vão ouvir o nosso som ruim... – outro<br />

resmungou, passando a alça da guitarra por cima da cabeça.<br />

– O que você sabe cantar, docinho? – perguntou um cara mais velho meio careca.<br />

Eu não queria estar ali. Eu não pedi aquilo. Reagi aos olhares furiosos e irritados de cada um<br />

deles com uma expressão semelhante. Eu já os ouvira antes. Não eram tão bons assim. Quem eles<br />

pensavam que eram, me tratando como se eu estivesse ali para ferrar com a vida deles? Se o<br />

vocalista tivesse prestado atenção às próprias alergias, isso não teria acontecido.<br />

Passei todos eles antes de me virar para o que havia me perguntado de forma condescendente o<br />

que eu sabia cantar.<br />

– Posso cantar qualquer coisa que você começar a tocar – respondi, então caminhei para o<br />

palco como a diva que eu não era.<br />

A conhecida canção de Adele, “Someone Like You”, começou a tocar e eu fiquei ao mesmo<br />

tempo aliviada por saber a letra e enjoada porque a popularidade da música estava atraindo a<br />

atenção dos convidados. Preferia ser ignorada.<br />

Eu me aproximei do piano e acompanhei os primeiros versos melancólicos.

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