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ANAIS - II Semana de História

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UMA ANÁLISE DECOLONIAL DA REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NOS LIVROS<br />

DIDÁTICOS DA REDE MUNICIPAL DE ARACRUZ-ES<br />

48<br />

Paulo <strong>de</strong> Tássio Borges da Silva<br />

Doutorando em Educação/Proped-UERJ<br />

E-mail: paulo<strong>de</strong>tassiosilva@yahoo.com.br<br />

Aciara Carvalho Guarani<br />

Licenciana no Curso <strong>de</strong> Licenciatura Intercultural Indígena Tupinikim e Guarani- UFES<br />

E-mail: aciaracarvalho12@gmail.com<br />

Keilla Pereira da Rosa Tupinikim<br />

Licenciana no Curso <strong>de</strong> Licenciatura Intercultural Indígena Tupinikim e Guarani- UFES<br />

E-mail: keilla-almeida@bol.com.br<br />

RESUMO<br />

A proposta em questão é oriunda <strong>de</strong> reflexões construídas na disciplina “Conhecimento e<br />

Interculturalida<strong>de</strong>” no curso <strong>de</strong> Licenciatura Intercultural Indígena Tupinikim e Guarani da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Espírito Santo – UFES. Como encerramento da disciplina foi<br />

proposto ao coletivo <strong>de</strong> estudantes um análise dos livros didáticos recebidos pelas escolas<br />

Tupinikim e Guarani no Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, com uso <strong>de</strong> 2016 a<br />

2018. Durante a análise dos livros localizamos naqueles <strong>de</strong>stinados ao Ensino Fundamental I,<br />

nos componentes curriculares <strong>de</strong> Língua Portuguesa e <strong>História</strong>, a presença <strong>de</strong> imagens e<br />

informações dos Povos Indígenas do Xingu, bem como outros da região Norte e Centro-<br />

Oeste, o que vemos como problemático, tendo em vista que a representação construída nestes<br />

livros em muito difere do Povo Tupinikim e Guarani que habitam o município <strong>de</strong> Aracruz.<br />

Vale ressaltar que, o Povo Tupinikim e o Povo Guarani já sofreram campanhas difamatórias<br />

acerca <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s étnicas, sendo marginalizados por “falsos índios”, o que nos leva a<br />

crer que a não representação <strong>de</strong>stes nos livros didáticos só reforça estereótipos e preconceitos<br />

regionais sobre os mesmos. A justificativa para tais livros estarem nas escolas indígenas é que<br />

estes são <strong>de</strong>stinados à Educação do Campo, estando as escolas indígenas mais próximas <strong>de</strong>ste<br />

contexto do que o urbano. A justificativa é problemática, uma vez que a a Educação Escolar<br />

Indígena é uma modalida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>npen<strong>de</strong>nte da Educação do Campo, e como tal <strong>de</strong>ve ser<br />

respeitada, tendo livro didático próprio. Neste sentido, perseguindo uma interculturalida<strong>de</strong><br />

crítica <strong>de</strong>colonial, reiteramos que tais práticas fragilizam e (re)colonizam i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s,<br />

epistemes, localida<strong>de</strong>s, entre outros. Desta forma, cabe registrar a necessida<strong>de</strong> da produção <strong>de</strong><br />

materiais didáticos que dialoguem com os contextos e especificida<strong>de</strong>s das comunida<strong>de</strong>s<br />

indígenas.<br />

Palavras-chave: Decolonialida<strong>de</strong>; Livros Didádicos; Licenciatura Indígena; Tupinikim;<br />

Guarani.

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