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especial tv paga<br />
Fruto <strong>de</strong> investimento em conteúdo,<br />
meio segue firme e forte no Brasil<br />
Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às muitas telas tem sido a gran<strong>de</strong> vantagem<br />
competitiva do setor, além da agilida<strong>de</strong> do noticiário e produções variadas<br />
Claudia Penteado<br />
que dá força, afinal <strong>de</strong> contas, à TV paga<br />
hoje no Brasil? Apesar da crise e da<br />
O<br />
queda no volume <strong>de</strong> assinaturas, a TV por<br />
assinatura segue fortalecida pelo incremento<br />
<strong>de</strong> sua audiência, fruto, entre outras<br />
coisas, <strong>de</strong> investimentos incontestáveis em<br />
conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
O PROPMARK ouviu (veja <strong>de</strong>poimentos<br />
nas duas próximas páginas) a indústria sobre<br />
o que move esse meio para a frente, e o<br />
que ficou claro é que a TV paga tem hoje a<br />
seu favor - para além do fascínio que a televisão<br />
exerce, nacionalmente - o incremento<br />
exponencial do interesse por conteúdo audiovisual.<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação do meio às<br />
muitas telas tem sido uma vantagem competitiva,<br />
bem como a agilida<strong>de</strong> na cobertura<br />
<strong>de</strong> eventos jornalísticos e produção <strong>de</strong><br />
conteúdos para os mais diversos públicos,<br />
aprofundando os temas e <strong>de</strong>bates mais atuais<br />
do mundo contemporâneo.<br />
Não há, na prática, nenhum milagre: cada<br />
ponto <strong>de</strong> audiência conquistado é fruto da<br />
equação equilibrada entre oferta e procura,<br />
pois no mundo <strong>de</strong> hoje o que não faltam são<br />
opções <strong>de</strong> conteúdo, nos mais diferentes<br />
meios. As pessoas estão, continuamente,<br />
fazendo escolhas. Minuto a minuto.<br />
Roberto Nascimento, coor<strong>de</strong>nador do<br />
comitê <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da ABTA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> TV por Assinatura) e também<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> vendas da Discovery,<br />
afirma que nunca se assistiu tanta TV<br />
como no último ano. Nunca se produziu e<br />
consumiu tanto ví<strong>de</strong>o como atualmente.<br />
“Num ano tão difícil, mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong><br />
pessoas por minuto assistindo televisão é<br />
um dado relevante e importante. A curva é<br />
ascen<strong>de</strong>nte e nunca esteve tão forte”, diz.<br />
A crise funciona como algoz e benfeitor,<br />
um pouco <strong>de</strong> cada: se por um lado há menos<br />
dinheiro disponível para investir em<br />
entretenimento, ficar mais em casa leva<br />
as pessoas, invariavelmente, para a TV, e<br />
ao aumento das audiências - que ajudam o<br />
meio a faturar mais em publicida<strong>de</strong> (essencialmente<br />
tradicional). E também produzindo<br />
conteúdos em parceria com os canais<br />
abertos, por exemplo.<br />
Entre as forças, além do jornalismo, estão<br />
as transmissões ao vivo e as muitas possibilida<strong>de</strong>s<br />
do segmento infantil, este uma<br />
espécie <strong>de</strong> “trunfo” do meio, que cresce e<br />
apresenta inúmeras oportunida<strong>de</strong>s. “Apesar<br />
da dificulda<strong>de</strong>, o meio segue encontran-<br />
Fotos: Divulgação<br />
Roberto Nascimento: “Em um ano difícil, mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> pessoas por minuto assistindo TV é um dado relevante”<br />
do caminhos <strong>de</strong> crescimento, porque entrega<br />
audiência, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisor <strong>de</strong> mídia. O<br />
meio entrega os pontos <strong>de</strong> contato, o que<br />
há <strong>de</strong> mais importante para o anunciante e<br />
para as marcas”, analisa o executivo.<br />
A queda na base <strong>de</strong> assinantes não impacta,<br />
segundo Nascimento, o negócio <strong>de</strong><br />
maneira negativa. Novas entregas e novos<br />
formatos não lineares seguem no radar, respeitando<br />
o mo<strong>de</strong>lo - rentável - vigente no<br />
Brasil. Mas “se jogar no abismo pela próxima<br />
tendência” é, segundo o executivo, colocar<br />
em risco a sustentabilida<strong>de</strong> da indústria<br />
como um todo.<br />
“Consi<strong>de</strong>ramos todas as possibilida<strong>de</strong>s<br />
do nosso meio e seguimos buscando<br />
mo<strong>de</strong>los comerciais que os farão funcionar.<br />
O nosso negócio é feito por formatos<br />
comerciais, geramos receita <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
ligadas a assinantes e publicida<strong>de</strong>.<br />
Sem ser cínico nem otimista, mas simplesmente<br />
realista, é preciso consi<strong>de</strong>rar<br />
uma série <strong>de</strong> características do país em<br />
relação à maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado, acessibilida<strong>de</strong><br />
e po<strong>de</strong>r aquisitivo. Não se encontrou,<br />
ainda, nenhum outro mo<strong>de</strong>lo<br />
que sustente a indústria em pé”, conclui<br />
Nascimento.<br />
18 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark