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edição de 13 de novembro de 2017

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ESPECIAL TV PAGA<br />

Flexibilização <strong>de</strong> pacotes e pirataria<br />

<strong>de</strong>safiam a mídia no mundo todo<br />

Estudo Pay TVIF mostra que, apesar <strong>de</strong> a televisão por assinatura ter<br />

ingredientes <strong>de</strong> sucesso, próximos anos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> pouco crescimento<br />

vins_m/iStock<br />

Pirataria <strong>de</strong> conteúdo, crescimento <strong>de</strong> serviços semelhantes ao Netflix e maior exigência dos consumidores por personalização <strong>de</strong>vem ser obstáculos para a TV paga no mundo todo<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Os próximos cinco anos para<br />

a indústria da TV paga<br />

no mundo ten<strong>de</strong>m a ser no mínimo<br />

difíceis. Segundo o Pay<br />

TVIF (Fórum <strong>de</strong> Inovação <strong>de</strong><br />

TV Paga, em tradução livre),<br />

divulgado em setembro <strong>de</strong>ste<br />

ano, o setor continua, em muitos<br />

aspectos, sendo um sucesso<br />

e a crescer, apesar da crise<br />

econômica global. No entanto,<br />

esse crescimento <strong>de</strong>ve ser lento<br />

e lutar contra três obstáculos:<br />

serviços OTT, como o Netflix,<br />

a exigência dos consumidores<br />

pela visualização multitela e<br />

maior flexibilida<strong>de</strong> em seus pacotes,<br />

e a pirataria <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Desenvolvido pela Nagra,<br />

divisão <strong>de</strong> TV digital do Grupo<br />

Ku<strong>de</strong>lski que fornece experiência<br />

<strong>de</strong> segurança e multitela,<br />

e a MTM, consultoria internacional<br />

<strong>de</strong> pesquisa e estratégia,<br />

focada em mídia, tecnologia,<br />

comunicações, o estudo para<br />

executivos foi feito <strong>de</strong> março a<br />

agosto <strong>de</strong>ste ano.<br />

Segundo a pesquisa, a TV<br />

paga está passando em nível<br />

global por um período <strong>de</strong> interrupção<br />

e reflexão à medida que<br />

os prestadores <strong>de</strong> serviços enfrentam<br />

um crescimento lento,<br />

intensificação da concorrência<br />

e <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> transformação<br />

empresarial. Uma das conclusões<br />

aponta que 82% dos executivos<br />

pesquisados esperam que<br />

a concorrência entre empresas<br />

<strong>de</strong> televisão por assinatura<br />

e os prestadores <strong>de</strong> serviços<br />

OTT aumente drasticamente<br />

nos próximos cinco anos. Além<br />

disso, 71% <strong>de</strong>les acreditam que<br />

seus serviços terão <strong>de</strong> “lutar”<br />

para crescer neste período.<br />

Os três <strong>de</strong>safios fundamentais<br />

i<strong>de</strong>ntificados pelos executivos<br />

ouvidos são: os gigantes<br />

digitais transformando o mercado<br />

<strong>de</strong> TV paga com serviços<br />

OTT, dispositivos e serviços,<br />

forte investimento em conteúdo,<br />

tecnologia e novos mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> negócios; a exigência dos<br />

consumidores pela visualização<br />

multitela, maior flexibilida<strong>de</strong><br />

em seus pacotes e experiências<br />

personalizadas, enquanto<br />

os padrões <strong>de</strong> visualização dos<br />

assinantes estão cada vez mais<br />

fragmentados; e a pirataria <strong>de</strong><br />

conteúdo, que continua em<br />

crescimento, especialmente na<br />

América Latina e Ásia, resultando<br />

em perdas <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

US$ 7 bilhões por ano.<br />

De forma geral, a pesquisa<br />

aponta um cenário <strong>de</strong> cautela<br />

para os próximos anos. Dentre<br />

as gigantes globais que precisarão<br />

ter paciência para enfrentar<br />

tais problemas estão a Viacom<br />

International Media Networks,<br />

dona <strong>de</strong> canais como MTV e<br />

Nickele<strong>de</strong>on; a Turner Broadcasting<br />

System, que tem no<br />

portfólio os canais TNT, CNN e<br />

Cartoon Network; e a Sony Pictures<br />

Television International,<br />

que está presente em 178 países,<br />

tem 101 canais e 31 idiomas.<br />

Além do próprio canal Sony,<br />

focado no entretenimento, que<br />

alcança 77 países e 126 milhões<br />

<strong>de</strong> domicílios, seu outro carro-<br />

-chefe é o AXN, conhecido pelo<br />

conteúdo <strong>de</strong> suspense e investigação,<br />

disponível em 62 países,<br />

19 idiomas e com mais <strong>de</strong><br />

260 milhões <strong>de</strong> assinantes.<br />

Por mais que as empresas<br />

se preocupem em diversificar<br />

conteúdo, aprimorar tecnologias<br />

e fi<strong>de</strong>lizar espectadores, a<br />

pesquisa aponta que 20% dos<br />

executivos acreditam que esses<br />

<strong>de</strong>safios farão com que as<br />

receitas diminuam e 61% que a<br />

maioria dos assinantes vai querer<br />

personalizar o que recebe<br />

“à la carte” em vez dos tradicionais<br />

pacotes gran<strong>de</strong>s. Mas<br />

o maior problema talvez seja a<br />

pirataria do conteúdo. Segundo<br />

uma das opiniões citadas no<br />

estudo, “esse é o maior <strong>de</strong>safio<br />

da indústria”, porque “é difícil<br />

competir com o que é <strong>de</strong> graça.”<br />

22 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark

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