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ESPECIAL TV PAGA<br />
Flexibilização <strong>de</strong> pacotes e pirataria<br />
<strong>de</strong>safiam a mídia no mundo todo<br />
Estudo Pay TVIF mostra que, apesar <strong>de</strong> a televisão por assinatura ter<br />
ingredientes <strong>de</strong> sucesso, próximos anos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> pouco crescimento<br />
vins_m/iStock<br />
Pirataria <strong>de</strong> conteúdo, crescimento <strong>de</strong> serviços semelhantes ao Netflix e maior exigência dos consumidores por personalização <strong>de</strong>vem ser obstáculos para a TV paga no mundo todo<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Os próximos cinco anos para<br />
a indústria da TV paga<br />
no mundo ten<strong>de</strong>m a ser no mínimo<br />
difíceis. Segundo o Pay<br />
TVIF (Fórum <strong>de</strong> Inovação <strong>de</strong><br />
TV Paga, em tradução livre),<br />
divulgado em setembro <strong>de</strong>ste<br />
ano, o setor continua, em muitos<br />
aspectos, sendo um sucesso<br />
e a crescer, apesar da crise<br />
econômica global. No entanto,<br />
esse crescimento <strong>de</strong>ve ser lento<br />
e lutar contra três obstáculos:<br />
serviços OTT, como o Netflix,<br />
a exigência dos consumidores<br />
pela visualização multitela e<br />
maior flexibilida<strong>de</strong> em seus pacotes,<br />
e a pirataria <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Desenvolvido pela Nagra,<br />
divisão <strong>de</strong> TV digital do Grupo<br />
Ku<strong>de</strong>lski que fornece experiência<br />
<strong>de</strong> segurança e multitela,<br />
e a MTM, consultoria internacional<br />
<strong>de</strong> pesquisa e estratégia,<br />
focada em mídia, tecnologia,<br />
comunicações, o estudo para<br />
executivos foi feito <strong>de</strong> março a<br />
agosto <strong>de</strong>ste ano.<br />
Segundo a pesquisa, a TV<br />
paga está passando em nível<br />
global por um período <strong>de</strong> interrupção<br />
e reflexão à medida que<br />
os prestadores <strong>de</strong> serviços enfrentam<br />
um crescimento lento,<br />
intensificação da concorrência<br />
e <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> transformação<br />
empresarial. Uma das conclusões<br />
aponta que 82% dos executivos<br />
pesquisados esperam que<br />
a concorrência entre empresas<br />
<strong>de</strong> televisão por assinatura<br />
e os prestadores <strong>de</strong> serviços<br />
OTT aumente drasticamente<br />
nos próximos cinco anos. Além<br />
disso, 71% <strong>de</strong>les acreditam que<br />
seus serviços terão <strong>de</strong> “lutar”<br />
para crescer neste período.<br />
Os três <strong>de</strong>safios fundamentais<br />
i<strong>de</strong>ntificados pelos executivos<br />
ouvidos são: os gigantes<br />
digitais transformando o mercado<br />
<strong>de</strong> TV paga com serviços<br />
OTT, dispositivos e serviços,<br />
forte investimento em conteúdo,<br />
tecnologia e novos mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> negócios; a exigência dos<br />
consumidores pela visualização<br />
multitela, maior flexibilida<strong>de</strong><br />
em seus pacotes e experiências<br />
personalizadas, enquanto<br />
os padrões <strong>de</strong> visualização dos<br />
assinantes estão cada vez mais<br />
fragmentados; e a pirataria <strong>de</strong><br />
conteúdo, que continua em<br />
crescimento, especialmente na<br />
América Latina e Ásia, resultando<br />
em perdas <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
US$ 7 bilhões por ano.<br />
De forma geral, a pesquisa<br />
aponta um cenário <strong>de</strong> cautela<br />
para os próximos anos. Dentre<br />
as gigantes globais que precisarão<br />
ter paciência para enfrentar<br />
tais problemas estão a Viacom<br />
International Media Networks,<br />
dona <strong>de</strong> canais como MTV e<br />
Nickele<strong>de</strong>on; a Turner Broadcasting<br />
System, que tem no<br />
portfólio os canais TNT, CNN e<br />
Cartoon Network; e a Sony Pictures<br />
Television International,<br />
que está presente em 178 países,<br />
tem 101 canais e 31 idiomas.<br />
Além do próprio canal Sony,<br />
focado no entretenimento, que<br />
alcança 77 países e 126 milhões<br />
<strong>de</strong> domicílios, seu outro carro-<br />
-chefe é o AXN, conhecido pelo<br />
conteúdo <strong>de</strong> suspense e investigação,<br />
disponível em 62 países,<br />
19 idiomas e com mais <strong>de</strong><br />
260 milhões <strong>de</strong> assinantes.<br />
Por mais que as empresas<br />
se preocupem em diversificar<br />
conteúdo, aprimorar tecnologias<br />
e fi<strong>de</strong>lizar espectadores, a<br />
pesquisa aponta que 20% dos<br />
executivos acreditam que esses<br />
<strong>de</strong>safios farão com que as<br />
receitas diminuam e 61% que a<br />
maioria dos assinantes vai querer<br />
personalizar o que recebe<br />
“à la carte” em vez dos tradicionais<br />
pacotes gran<strong>de</strong>s. Mas<br />
o maior problema talvez seja a<br />
pirataria do conteúdo. Segundo<br />
uma das opiniões citadas no<br />
estudo, “esse é o maior <strong>de</strong>safio<br />
da indústria”, porque “é difícil<br />
competir com o que é <strong>de</strong> graça.”<br />
22 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark