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propmark.com.br<br />
ANO 53 - Nº 2671 - <strong>13</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2017</strong> R$ 15,00<br />
scanrail/iStock<br />
Conteúdo diversificado<br />
dá força à TV paga<br />
Apesar da queda no volume <strong>de</strong> assinaturas, audiência do meio cresceu<br />
no ano. Especial <strong>de</strong>sta edição mostra que não existe fórmula pronta, mas<br />
investimento em conteúdo, agilida<strong>de</strong> do noticiário, produções variadas, além<br />
da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segmentação, são alguns dos pilares da TV paga. pág. 18<br />
EsTAdãO quER sER VisTO<br />
COmO EmpREsA mulTimídiA<br />
Estadão aumenta os projetos<br />
especiais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do<br />
Media Lab, com soluções multiplataforma<br />
para os anunciantes.<br />
Segundo Flavio Pestana e<br />
Marcelo Moraes, trabalho mostra<br />
que a empresa é muito mais<br />
do que um jornal. pág. 35<br />
Após pERíOdO TENsO, ABA E ABAp<br />
EsTREiTAm O RElACiONAmENTO<br />
Durante o ABA Summit, Abap e ABA, presididas<br />
respectivamente por Mario D’Andrea<br />
(na foto, à esq.), e João Campos, anunciaram<br />
acordo e busca <strong>de</strong> agenda comum. pág. 6<br />
BlACk FRidAy<br />
pREVê AumENTO<br />
A data já é uma<br />
das principais<br />
do varejo. O comércio<br />
eletrônico<br />
retorna mais forte<br />
e setor estima que<br />
o crescimento seja<br />
<strong>de</strong> 18%. pág. 14<br />
AFRiCA é ElEiTA<br />
AgêNCiA dO ANO<br />
NO El OjO <strong>2017</strong><br />
Com forte presença <strong>de</strong><br />
campanhas baseadas<br />
em tecnologia, inovação<br />
e uso criativo<br />
<strong>de</strong> dados, festival<br />
<strong>de</strong>staca agência<br />
li<strong>de</strong>rada por Sergio<br />
Gordilho, que também<br />
conquistou<br />
título <strong>de</strong> Criativo do<br />
Ano. Brasil encerrou<br />
participação com<br />
151 troféus. pág. 40<br />
mEmEs dA BRAsTEmp<br />
ATiVAm sEu pAssAdO<br />
Sob o mote Sem dúvida,<br />
FCB resgata<br />
campanha Não é assim<br />
uma Brastemp. O<br />
diretor <strong>de</strong> marketing<br />
Renato Firmiano<br />
explica momento<br />
da marca. pág. 28
“O Vicente consegue<br />
enten<strong>de</strong>r todas as<br />
transformações que estão<br />
acontecendo na mídia<br />
e colocar na rua trabalhos<br />
com uma eficácia<br />
impressionante.”<br />
Ellen Kiss<br />
Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Marketing Digital do Itaú<br />
“Uma reunião com<br />
o Vicente é uma verda<strong>de</strong>ira<br />
aula <strong>de</strong> mídia<br />
nos tempos atuais.”<br />
“O Vicente,<br />
na minha opinião,<br />
é o mais talentoso<br />
mídia da nova geração.”<br />
Paulo Queiroz<br />
Presi<strong>de</strong>nte da DM9DDB; vencedor do Prêmio Caboré<br />
Lindsay Stefani<br />
IMC & Marketing Services Lea<strong>de</strong>r da Johnson & Johnson
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
os subversivos<br />
Neil Ferreira já <strong>de</strong>ixou sauda<strong>de</strong>s em todos os que admiravam a<br />
qualida<strong>de</strong> do seu trabalho publicitário.<br />
Na época em que <strong>de</strong>spontou para o mercado, na segunda meta<strong>de</strong> dos<br />
anos 1960, ocorreu uma mudança para melhor na linguagem <strong>de</strong> campanhas,<br />
comerciais, anúncios e peças promocionais.<br />
De um lado, o Brasil vivendo uma economia saudável, embora sob<br />
um regime político ditatorial que ainda não havia chegado nos seus<br />
piores momentos.<br />
Do outro lado, as primeiras influências do Cannes Lions, com a ida <strong>de</strong><br />
alguns profissionais brasileiros <strong>de</strong> agências e uns poucos jornalistas,<br />
reportando na volta o melhor da propaganda mundial e o que nos envergonhava:<br />
vaias a alguns comerciais nossos, com boas i<strong>de</strong>ias, mas<br />
péssima produção.<br />
Inegável, porém, até pelas vaias, que a influência <strong>de</strong> Cannes acabou<br />
por atingir a alma e o orgulho profissional dos nossos criativos.<br />
Logo em seguida, o PROPMARK iniciou a série das Semanas Internacionais<br />
da Criação Publicitária, trazendo para palestrar no Maksoud<br />
Plaza, por conta das agências madrinhas que patrocinavam as vindas<br />
dos seus melhores quadros criativos da Europa e dos Estados Unidos,<br />
laureados diretores <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> famosas agências do Hemisfério<br />
Norte.<br />
Houve também no início <strong>de</strong>ssa década e por iniciativa da Globo<br />
e da então Globotec (mais tar<strong>de</strong> GTec), dirigida por Nelson<br />
Gomes, o seminário Câmera 90, com exponenciais da TV como<br />
Chico Anysio, Jô Soares e o inigualável José Bonifácio <strong>de</strong> Oliveira<br />
Sobrinho, o Boni, que hoje dirige com todo o seu talento a<br />
Re<strong>de</strong> Vanguarda no Vale do Paraíba, propondo-se a transmitir<br />
suas experiências em lidar com a imagem televisiva, cujo aproveitamento<br />
redundaria em melhores comerciais, como <strong>de</strong> fato<br />
ocorreu.<br />
Como dizíamos, nesta época <strong>de</strong> ouro para o mercado, embora sufocando-se<br />
algumas das principais liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mocráticas, a mais<br />
importante <strong>de</strong>las a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, surgem alguns gênios<br />
mais atrevidos na propaganda, motivados até pelo <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> se expressarem<br />
através da publicida<strong>de</strong>, o que não mais era permitido pelo<br />
conteúdo original dos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />
Dessa safra fez parte Neil Ferreira, <strong>de</strong>sembarcando <strong>de</strong> jornais censurados<br />
para a criação <strong>de</strong> campanhas e peças publicitárias que podiam<br />
<strong>de</strong>safiar a censura, ainda <strong>de</strong>spreparada para enten<strong>de</strong>r esse importante<br />
segmento da comunicação.<br />
Foi com esse espírito que um grupo <strong>de</strong> jovens e talentosos profissionais<br />
<strong>de</strong> criação, contratados pelo arrojo <strong>de</strong> Geraldo Alonso (pai),<br />
criou o anúncio da sua chegada à agência da Rua General Jardim (que<br />
não se perdia pelo nome): Os Subversivos.<br />
Foi veiculado nos principais jornais do eixo São Paulo/Rio e provocou<br />
gran<strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong> e comentários.<br />
A peça, na verda<strong>de</strong>, página inteira <strong>de</strong> jornal, além <strong>de</strong> uma dupla na<br />
revista Propaganda, falava <strong>de</strong> profissionais que estavam dispostos a<br />
subverter a or<strong>de</strong>m das coisas... na propaganda brasileira. Cada qual<br />
posava na foto famosa do anúncio, com sua “arma” <strong>de</strong> trabalho: máquina<br />
<strong>de</strong> escrever, réguas-tês e um gravador com fita contendo ensaios<br />
para spots e jingles etc.<br />
Jarbas José <strong>de</strong> Souza, Neil Ferreira, José Fontoura da Costa, Carlos<br />
Wagner <strong>de</strong> Moraes e Anibal Guastavino. Todos olhando com um certo<br />
olhar <strong>de</strong> <strong>de</strong>boche para a câmara do fotógrafo, que para o imaginário<br />
popular bem po<strong>de</strong>ria ser o Dr. Fleury no recinto do Dops, registrando<br />
o momento histórico daquela prisão que o promoveria talvez<br />
a secretário da Segurança Pública.<br />
O texto do anúncio brincava sutilmente com as coisas que o regime<br />
militar repudiava: “Olha as armas terríveis que eles têm nas mãos”,<br />
era a primeira frase. Continuava: “São armas que po<strong>de</strong>m abalar governos.<br />
Com elas, esses homens são capazes <strong>de</strong> mudar a história <strong>de</strong><br />
um país ou a história <strong>de</strong> um produto. Basta apertar o botão. De uma<br />
máquina fotográfica. Uma câmara <strong>de</strong> cinema. Um aparelho <strong>de</strong> TV. A<br />
tecla <strong>de</strong> uma máquina <strong>de</strong> escrever”.<br />
É <strong>de</strong> arrepiar, para quem viveu a época.<br />
No mesmo dia, e isso não foi dito pela imprensa da época, com exceção<br />
da edição seguinte do PROPMARK (então Asteriscos), Geraldo<br />
Alonso foi chamado ao Dops para explicações. Mas, não compareceu.<br />
Seus advogados foram no seu lugar e revelaram toda a história. Um<br />
alívio para Brasília, um gol <strong>de</strong> placa do então presi<strong>de</strong>nte da Norton,<br />
direitista <strong>de</strong>clarado e ciente <strong>de</strong> que o contraponto que a sua agência<br />
apresentava à opinião pública iria lhe ren<strong>de</strong>r inúmeros frutos.<br />
Como <strong>de</strong> fato lhe ren<strong>de</strong>u, sem arranhar a “paz” interna do país.<br />
***<br />
A consagrada frase “Ou o Brasil acaba com as saúvas, ou as saúvas<br />
acabam com o Brasil”, criada pelo naturalista francês Auguste <strong>de</strong><br />
Saint-Hilaire, no livro Viagem à Província <strong>de</strong> São Paulo, em 1816, foi<br />
muito usada como propaganda oficial, no primeiro governo <strong>de</strong> Vargas,<br />
servindo como um dos seus lemas <strong>de</strong> fortalecimento da agricultura,<br />
em um Brasil que já ameaçava se industrializar.<br />
Hoje, as saúvas <strong>de</strong> Saint-Hilaire, não só não foram totalmente eliminadas,<br />
como passaram por gran<strong>de</strong> metamorfose, <strong>de</strong>las advindo saúvas<br />
humanas, que pouco produzem e se aproveitam dos resultados<br />
do trabalho alheio para viver.<br />
Se vivo ainda fosse, apesar <strong>de</strong> centenário, Vargas olharia <strong>de</strong>cepcionado<br />
para o sindicalismo que criou com a sua CLT e que, com o passar<br />
do tempo, virou outra entida<strong>de</strong>, muito diversa da preconizada pelo<br />
presi<strong>de</strong>nte-suicida e cada vez mais parecida com a saúva.<br />
Um dos seus piores males é o <strong>de</strong> estimular governos a <strong>de</strong>cretar feriados<br />
sob a alegação <strong>de</strong> homenagear os trabalhadores e dar-lhes merecido<br />
<strong>de</strong>scanso, além das folgas semanais <strong>de</strong> lei.<br />
A prática, ajudada por outras entida<strong>de</strong>s igualmente po<strong>de</strong>rosas, levou<br />
o país ao absurdo que, por exemplo, vivemos este mês, com três feriados<br />
caindo em dias úteis e criando um mês <strong>de</strong> apenas 19 dias úteis,<br />
sem contar os dias emendados. Isso, em um período <strong>de</strong> recuperação<br />
da economia.<br />
Já está mais do que na hora <strong>de</strong> diminuirmos esse absurdo número<br />
<strong>de</strong> feriados que ocorrem durante o ano. Começando por <strong>novembro</strong>,<br />
não mais se justifica a comemoração da Proclamação da República,<br />
até por não termos nenhuma ameaça <strong>de</strong> retorno a qualquer império.<br />
Lamentamos a perda <strong>de</strong> força, nestes últimos tempos, <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />
da vida civil nacional, que <strong>de</strong>fendiam os direitos do cidadão diante<br />
<strong>de</strong> qualquer ameaça oficial. As classes produtoras e as profissões in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
diminuíram sua representativida<strong>de</strong> no Brasil, <strong>de</strong>ixando-nos<br />
a sós perante os <strong>de</strong>smandos governamentais.<br />
Se não acordarmos da nossa letargia, nós que formamos o verda<strong>de</strong>iro<br />
povo brasileiro, haverá poucas esperanças <strong>de</strong> mudanças para melhor.<br />
E novos feriados serão <strong>de</strong>cretados lá adiante.<br />
***<br />
Este Editorial é uma homenagem a Neil Ferreira, pela sua importante<br />
participação na valorização da criativida<strong>de</strong> publicitária brasileira.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 3
conexões<br />
Facebook<br />
Post: Formar e não “<strong>de</strong>formar” novos<br />
talentos é <strong>de</strong>safio da disciplina<br />
<strong>de</strong> criação<br />
“Esse argumento ser ventilado já é um<br />
gran<strong>de</strong> salto nos encontros do setor<br />
para que exista esta discussão do<br />
perfil do que se quer, em termos <strong>de</strong><br />
conduta e comportamento, em nosso<br />
mercado no futuro.”<br />
Antonio Gelfusa Junior<br />
Post: Enquete mostra que leitores<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m Polenguinho<br />
“Uma e outro existem em separado,<br />
mas quando ignorância e preconceito<br />
se juntam, a visão <strong>de</strong> futuro fica complicada.”<br />
Luiz Santos<br />
“Po<strong>de</strong> curtir um milhão <strong>de</strong> vezes?”<br />
Didi Blanco<br />
do a fazer marketing <strong>de</strong> experiência<br />
há cinco anos, quando o mercado<br />
nem sequer falava nisso.”<br />
Agência Abracadabra<br />
“Estamos no caminho certo.”<br />
Letícia Ferreira<br />
Post: Cerveja lança promoção<br />
“Selfie com o Prefeito”<br />
“Cidadão paulistano também está à<br />
procura <strong>de</strong> seu alcai<strong>de</strong>.”<br />
Rogerio Barreto Brasiliense<br />
Post: Vanish inclui pais nas tarefas<br />
do lar em nova campanha<br />
“Até que enfim...”<br />
Maria Beatriz Amat Monteiro<br />
“Finalmente!”<br />
Oli Via<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 4<br />
a 10 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>)<br />
Post: Câmara aprova regulamentação<br />
da profissão <strong>de</strong> marketing<br />
“Que ridículo, gente que não sabe a diferenca<br />
entre marketing e propaganda<br />
fazendo leis...”<br />
Hemzo<br />
Post: StayFilm ganha competição<br />
promovida pela Media Sparks<br />
“Para quem ficou interessado passa lá<br />
no stayfilm.com para conhecer.”<br />
Deborah Sant Anna Julia<br />
Post: Inspiração: Música reflete<br />
comportamentos<br />
“Adorei o texto. Muita sensibilida<strong>de</strong>.”<br />
Ciza Amaral<br />
Twitter<br />
última Hora<br />
INTERCÂMBIO I<br />
Com o objetivo <strong>de</strong><br />
promover intercâmbio<br />
entre produtores <strong>de</strong> seis<br />
países da América Latina, a<br />
Ancine (Agência Nacional<br />
do Cinema), o Incaa<br />
(Instituto Nacional <strong>de</strong> Cine<br />
y Artes Audiovisuales), da<br />
Argentina, o Icau (Instituto<br />
do Cinema e Audiovisual),<br />
do Uruguai, o CNCA<br />
(Conselho Nacional <strong>de</strong><br />
Cultura e Artes), do Chile, o<br />
Proimagenes, da Colômbia,<br />
e a SNC (Secretaria Nacional<br />
<strong>de</strong> Cultura), do Paraguai,<br />
se uniram em torno do 5º<br />
Encontro <strong>de</strong> Produtores.<br />
INTERCÂMBIO II<br />
As inscrições para o 5º<br />
Encontro <strong>de</strong> Produtores vão<br />
até dia 19 e o evento será<br />
realizado no próximo dia 31,<br />
durante o Ventana Sur.<br />
dorinHo<br />
MOBILIDADE<br />
O 2º Festival Brasileiro <strong>de</strong><br />
Filmes sobre Mobilida<strong>de</strong><br />
e Segurança, <strong>de</strong>dicado à<br />
exibição <strong>de</strong> filmes, ví<strong>de</strong>os<br />
e programas <strong>de</strong> TVs, será<br />
realizado no próximo dia<br />
20. O evento tem o objetivo<br />
<strong>de</strong> incentivar e divulgar<br />
a produção audiovisual.<br />
Serão apresentados 48<br />
filmes, ví<strong>de</strong>os e programas<br />
diversos. Haverá premiação<br />
em nove categorias.<br />
COMPORTAMENTO<br />
O Grupo RBS criou o projeto<br />
Persona – Quem São e o<br />
que Pensam os Gaúchos?,<br />
estudo tem como objetivo<br />
apresentar ao mercado os<br />
hábitos e o comportamento<br />
<strong>de</strong> consumo da população<br />
local. A pesquisa será<br />
lançada nesta segunda-feira<br />
(<strong>13</strong>), em Porto Alegre.<br />
Post: Internet supera lojas físicas<br />
em intenções <strong>de</strong> compra para o<br />
Natal<br />
“Tempo <strong>de</strong> investir em e-commerce.”<br />
Praxis Soluções em Publicida<strong>de</strong><br />
Post: Petrobras renova posicionamento<br />
com <strong>de</strong>fesa do conhecimento<br />
“Simular situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sem uma posição clara quanto<br />
à falta <strong>de</strong> atuação ética. Quanta hipocrisia!”<br />
Maysa Simoes<br />
Post: Anunciantes vivem a era do<br />
marketing <strong>de</strong> experiência<br />
“Gosto muito da área <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />
experiência, mas não encontro material<br />
para especialização. Ficaria muito<br />
grato caso alguém tenha algumas dicas<br />
<strong>de</strong> cursos, livros, sites... qualquer<br />
fonte <strong>de</strong> aprendizado.”<br />
Luiz Augusto Soutes<br />
“Somos muito gratos em ter começa-<br />
Tweet: Nizan Guanaes participa<br />
da criação do novo clipe <strong>de</strong> @pretagil<br />
“Gal Costa lança disco novo produzido<br />
por kassin e Moreno Veloso e com<br />
repertório <strong>de</strong> jovens compositores.”<br />
@GalRecanto<br />
Tweet: Por Flavia Altheman, superinten<strong>de</strong>nte-executiva<br />
<strong>de</strong> negócios<br />
& marketing da Getnet:<br />
Revolução digital: como ficam os<br />
gestores?<br />
“Dentro da lógica observa-se que o<br />
paciente ou o cliente quer algo conclusivo<br />
ou exato que supra sua carência.<br />
A Inteligência Artificial não é sentimental,<br />
apenas técnica.”<br />
@SimpeltUTDI<br />
Tweet: #maislidasPROPMARK -<br />
Hugo Rodrigues é confirmado como<br />
chairman e CEO da WMcCann<br />
“Notícia 100sacional. E <strong>de</strong>mitam o estagiário.”<br />
Jorge Augusto Paim<br />
4 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
mercAdo<br />
ABA e Abap firmam compromisso<br />
para criar agenda comum <strong>de</strong> ações<br />
O Summit <strong>2017</strong><br />
foi o palco para as<br />
entida<strong>de</strong>s anunciarem<br />
nova era <strong>de</strong> suas<br />
relações, antes<br />
estremecidas<br />
Paulo Macedo<br />
No último dia 9 a ABA (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Anunciantes) realizou, em São<br />
Paulo, o ABA Summit, <strong>13</strong>º evento da agenda<br />
<strong>de</strong> <strong>2017</strong>. A presi<strong>de</strong>nte-executiva Sandra<br />
Martinelli fez apresentação dos temas e<br />
seus respectivos palestrantes.<br />
O ponto principal foi a intervenção<br />
do presi<strong>de</strong>nte da instituição, o executivo<br />
João Branco, diretor <strong>de</strong> marketing do<br />
McDonald’s, e Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abap (Associação Brasileira das Agências<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>) e da Dentsu, que tornaram<br />
público um compromisso firmado para<br />
a distensão do relacionamento entre as entida<strong>de</strong>s,<br />
que vinha sendo marcado por divergências<br />
pontuais nos últimos dois anos.<br />
“Pontos <strong>de</strong> vista divergentes continuarão<br />
existindo, mas juntos construiremos<br />
um mercado melhor, pois nos preocupamos<br />
com as mudanças e pensamos no que<br />
é possível fazer para fortalecer a indústria”,<br />
disse Branco. “O gran<strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> convergência<br />
é crescer. É nisso que pensamos ao<br />
acordar todos os dias. O marketing é uma<br />
das poucas ativida<strong>de</strong>s que sempre empurram<br />
o mercado para cima. Juntos vamos<br />
tornar essa indústria mais produtiva, criativa<br />
e eficiente, fazendo uma socieda<strong>de</strong> cada<br />
vez mais mo<strong>de</strong>rna”, acrescentou D’Andrea.<br />
Logo após Branco e D’Andrea formalizarem<br />
o propósito dos anunciantes e agências<br />
trabalharem em conjunto, teve início<br />
o painel Quem vai li<strong>de</strong>rar o mercado com<br />
a participação <strong>de</strong> Fernando Musa (presi<strong>de</strong>nte<br />
do Grupo Ogilvy); D’Andrea; Poliana<br />
Souza (diretora <strong>de</strong> marketing da Procter &<br />
Gamble e VP da ABA); Eduardo Simon (CEO<br />
da DPZ&T) e Alexandre Bouza (diretor <strong>de</strong><br />
marketing <strong>de</strong> O Boticário e conselheiro da<br />
ABA). A mo<strong>de</strong>ração foi conduzida por Olga<br />
Martinez, sócia da Amélie Consultoria.<br />
A unanimida<strong>de</strong> da discussão foi que o<br />
atual momento é marcado por transformações<br />
tão rápidas que firmar posições <strong>de</strong>finitivas<br />
po<strong>de</strong> impactar negativamente os processos<br />
das marcas com seus consumidores.<br />
“O caminho mais curto é mais fácil. É preciso<br />
coragem para as <strong>de</strong>cisões mais difíceis<br />
A mo<strong>de</strong>radora Olga Martinez, Simon, Bouza, Poliana, Mario D’Andrea e Musa (<strong>de</strong> pé) no evento da ABA<br />
“O caminhO mais curtO<br />
é mais fácil. é precisO<br />
cOragem para as <strong>de</strong>cisões<br />
mais difíceis e levar O<br />
time juntO. cOm O pO<strong>de</strong>r<br />
vem a respOnsabilida<strong>de</strong>”<br />
e levar o time junto. Com o po<strong>de</strong>r vem a<br />
responsabilida<strong>de</strong>”, explicou Poliana. “Não<br />
se chega às melhores soluções olhando <strong>de</strong><br />
forma multiblocada”, prosseguiu Bouza.<br />
O executivo argumentou ainda que a tecnologia<br />
está avançando <strong>de</strong> tal modo que a<br />
relação entre capital e trabalho sofrerá alterações<br />
irreversíveis nos próximos três anos.<br />
“Um estudo do Fórum Econômico Mundial<br />
mostra que haverá perda líquida <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />
5,1 milhões <strong>de</strong> empregos <strong>de</strong>vido a mudanças<br />
disruptivas no mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />
com perda total <strong>de</strong> 7,1 milhões <strong>de</strong> postos.<br />
D’Andrea e Branco formalizaram acordo para que a ABA e a Abap trabalhem juntas em projetos do segmento<br />
Alê Oliveira<br />
Alê Oliveira<br />
6 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
AFRICA<br />
SOMOS LA AGENCIA<br />
DEL AÑO EN EL OJO<br />
DE IBEROAMÉRICA,<br />
UNO DE LOS<br />
FESTIVALES<br />
MÁS IMPORTANTES<br />
DE LA REGIÓN.<br />
TRADUÇÃO:<br />
O TRABALHO<br />
MERECE O CABORÉ.<br />
VOTEGORDILHO<br />
PROFISSIONAL DE CRIAÇÃO - CABORÉ <strong>2017</strong>
mercAdo<br />
Sandra Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA, comandou o receptivo do <strong>13</strong>º evento da entida<strong>de</strong> em <strong>2017</strong><br />
“temOs <strong>de</strong> ter humilda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> admitir que estamOs<br />
experimentandO, vivendO<br />
e tOdOs nO mesmO ladO”<br />
Divulgação<br />
Enquanto no Brasil discutimos evasão escolar,<br />
em outros países já estão se preparando<br />
para essa realida<strong>de</strong>. É como construir um<br />
castelo <strong>de</strong> areia enquanto o tsunami está<br />
vindo. Acham que isso vai afetar o emprego<br />
dos outros e que não é a nossa realida<strong>de</strong>”.<br />
No caso das agências, Simon <strong>de</strong>ixou claro<br />
que olhar pelo retrovisor vai ampliar o retrocesso.<br />
Na opinião <strong>de</strong>le, o formato per<strong>de</strong><br />
e ganha não é produtivo nem para as agências<br />
nem para os clientes. “Temos <strong>de</strong> gerar<br />
mais valor para a gestão <strong>de</strong> marketing com<br />
uso <strong>de</strong> data e tecnologia. E, juntos, criar<br />
mais relevância para o marketing. Não dá<br />
para um lado apenas resolver os problemas,<br />
mas os dois po<strong>de</strong>m encarar as mudanças<br />
que o mercado está sofrendo”, pon<strong>de</strong>rou<br />
Simon. “A verda<strong>de</strong> é que não vamos li<strong>de</strong>rar<br />
mudança nenhuma, estamos vivendo a<br />
mudança e do mesmo lado. Tão rápida, tão<br />
violenta, que não tem como li<strong>de</strong>rar. Quem<br />
li<strong>de</strong>ra sabe o que está fazendo e temos <strong>de</strong><br />
ter humilda<strong>de</strong> <strong>de</strong> admitir que estamos experimentando,<br />
vivendo e todos no mesmo<br />
lado”, acrescentou Musa.<br />
D’Andrea chamou a atenção para um<br />
novo tipo <strong>de</strong> concorrência que as marcas<br />
passaram a ter: as re<strong>de</strong>s sociais e outras<br />
ofertas disponibilizadas na internet. “Temos<br />
<strong>de</strong> olhar o tempo todo para o consumidor.<br />
Milhões <strong>de</strong> conteúdos interessantes<br />
estão acontecendo ao mesmo tempo na sala<br />
<strong>de</strong> estar <strong>de</strong> uma casa. A agência <strong>de</strong>ve ser o<br />
centro <strong>de</strong> inteligência com muitas capabilities<br />
a serviço da construção <strong>de</strong> marcas”, argumentou<br />
o presi<strong>de</strong>nte da Dentsu, referindo-se<br />
a um tempo que as agências faziam<br />
do agenciamento da compra <strong>de</strong> mídia sua<br />
principal ativida<strong>de</strong>.<br />
“Começamos em outra história e não nos<br />
reconhecemos mais nesse mundo. É exaustivo<br />
falar <strong>de</strong> mudança e transformação. E a<br />
gente é feito <strong>de</strong> hábito”, finaliza Musa.<br />
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8 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark<br />
<strong>2017</strong>-10-31 4:24 PM
merCado<br />
Consultoria indica emoções que<br />
conquistam Leões em Cannes<br />
Ace Metrix usa machine learning para analisar 25 mil peças inscritas<br />
entre 2011 e 2016 e i<strong>de</strong>ntifica características das peças mais vitoriosas<br />
Divulgação<br />
Cena <strong>de</strong> The Force, da Volkswagen, que está entre os filmes “universalmente engraçados”, que representam 0,3% <strong>de</strong> todos os inscritos, mas 7% dos vencedores <strong>de</strong> Leões<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Se um comercial causa o sentimento<br />
<strong>de</strong> “irritação” nas<br />
pessoas terá muito mais chances<br />
<strong>de</strong> conquistar um Leão no<br />
Festival <strong>de</strong> Cannes do que uma<br />
peça comum. Esse é o tipo <strong>de</strong><br />
emoção mais corriqueiro nos<br />
cases vencedores do evento já<br />
que, embora represente apenas<br />
1,1% das peças, está presente<br />
em 20% <strong>de</strong> todos os premiados.<br />
A conclusão é da Ace Metrix,<br />
consultoria norte-americana<br />
com se<strong>de</strong> na Califórnia e especializada<br />
em mensuração <strong>de</strong><br />
impacto dos ví<strong>de</strong>os publicitários.<br />
A empresa submeteu 25<br />
mil peças inscritas no festival<br />
entre 2011 e 2016 para análise<br />
<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> 500 consumidores,<br />
com uso <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />
machine learning e linguagem<br />
natural durante o processo <strong>de</strong><br />
pesquisa. As emoções relacionadas<br />
a cada filme foram <strong>de</strong>tectadas<br />
e observou-se que algu-<br />
mas <strong>de</strong>las se repetiam <strong>de</strong> forma<br />
mais comum entre os cases<br />
que, <strong>de</strong> fato, conquistaram Leões.<br />
“É difícil vencer um troféu<br />
em Cannes. Mas analisando trabalhos<br />
<strong>de</strong> anos e júris diferentes<br />
notamos emoções que ten<strong>de</strong>m<br />
a ser mais reconhecidas com<br />
Leões”, diz Peter Daboll, CEO<br />
da consultoria.<br />
O resultado impressionante<br />
da emoção “irritação” tem um<br />
porquê. Segundo a consultoria,<br />
esse tipo <strong>de</strong> peça publicitária<br />
tem gran<strong>de</strong> índice <strong>de</strong> haters,<br />
com os filmes sendo consi<strong>de</strong>rados<br />
“irritantes, estúpidos e<br />
grosseiros” por boa parte das<br />
pessoas. “Essa publicida<strong>de</strong> não<br />
tem significado para algumas<br />
pessoas e ten<strong>de</strong> a ser menos<br />
querida. Mas não falha na missão<br />
<strong>de</strong> conquistar a atenção das<br />
pessoas”, explica a Ace Metrix.<br />
Ou seja, a peça po<strong>de</strong> não agradar<br />
às pessoas, mas será comentada.<br />
Bons exemplos <strong>de</strong> campanhas<br />
“irritantes” são Unskippable<br />
Ad: Family, da Geigo; Bri<strong>de</strong>,<br />
da Farnham Ale & Lager, Puppymonkeybaby,<br />
da Mountain<br />
Dew; e Whiskey & Weapons, da<br />
Southern Comfort Karate.<br />
Além da “irritação”, outras<br />
três emoções têm os percentuais<br />
mais altos <strong>de</strong> vencedores<br />
<strong>de</strong> Leões em Cannes. Os filmes<br />
“universalmente engraçados”<br />
representam 0,3% <strong>de</strong><br />
todos os inscritos, mas 7% dos<br />
vencedores <strong>de</strong> Leões. Entre os<br />
comerciais que representam<br />
essa emoção estão The Brady<br />
Bunch, <strong>de</strong> Snickers; e The Force,<br />
<strong>de</strong> Volkswagen. A categoria<br />
“espere, o que foi?”, que representa<br />
peças que causam senso<br />
<strong>de</strong> confusão, tem 0,9% dos<br />
inscritos e 14% dos vencedores.<br />
Exemplos: Dumb Ways to Die,<br />
da Melbourne Metro Trains;<br />
e Back to the Start, <strong>de</strong> Chipotle.<br />
Uma quarta categoria com<br />
gran<strong>de</strong> rendimento em Cannes<br />
é a “Heartfelt”, <strong>de</strong> filmes honestos,<br />
sinceros e emotivos,<br />
com 0,9% das inscrições e 7%<br />
dos prêmios - bons casos são<br />
Thank you Mom, da P&G; e Retratos<br />
da real beleza, <strong>de</strong> Dove. O<br />
estudo i<strong>de</strong>ntificou 28 emoções<br />
e <strong>de</strong>z <strong>de</strong>las representam 90%<br />
dos Leões <strong>de</strong> Cannes.<br />
A gran<strong>de</strong> conclusão do estudo<br />
é que há características emocionais<br />
que separam os vencedores<br />
dos per<strong>de</strong>dores em Cannes. Por<br />
outro lado, mostra que a publicida<strong>de</strong><br />
premiada em Cannes nem<br />
sempre tem apelo com o público<br />
final, que acaba “odiando” as<br />
peças. E, em muitos casos, não<br />
existe uma mensagem <strong>de</strong> marca<br />
forte, já que há discrepância<br />
crescente entre a visão dos jurados<br />
sobre o que é um “anúncio<br />
bem-sucedido” e o que os consumidores<br />
gostam, sem contar<br />
os resultados pretendidos por<br />
cada anunciante. “É preciso<br />
questionar o que um Leão faz<br />
pelas empresas, e se os objetivos<br />
<strong>de</strong> uma equipe criativa <strong>de</strong> tentar<br />
vencer um prêmio estão alinhados<br />
com os da marca”, avaliou<br />
Peter Daboll, CEO da Ace Metrix.<br />
10 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
digitAl<br />
A+V Zarpa comemora avanço da<br />
distribuição <strong>de</strong> filmes por streaming<br />
Empresa reuniu mercado publicitário<br />
para celebrar resultados <strong>de</strong> <strong>2017</strong><br />
A+V Zarpa, empresa <strong>de</strong> distribuição<br />
<strong>de</strong> filmes publici-<br />
A<br />
tários por streaming associada<br />
ao grupo inglês IMD, comemora<br />
os resultados <strong>de</strong> <strong>2017</strong>. Recentemente,<br />
a empresa realizou<br />
uma festa, reunindo cerca <strong>de</strong><br />
120 pessoas, entre profissionais<br />
<strong>de</strong> veículos, anunciantes,<br />
agências e produtoras. Os anfitriões<br />
da festa foram o CEO no<br />
Brasil, Fabio Brancatelli; Henry<br />
Northcote, diretor-comercial<br />
América Latina; e Alejandro Albertini,<br />
CEO América Latina. A<br />
Zarpa Media foi criada em 2011,<br />
sendo que em 2014 houve fusão<br />
com a A+V, que está presen-<br />
te em 120 países. “<strong>2017</strong> foi um<br />
ano maravilhoso. Começamos<br />
impulsionados pelo gran<strong>de</strong> volume<br />
da digitalização das emissoras<br />
próprias da TV Globo, que<br />
continua crescendo com a expansão<br />
<strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo digital nas<br />
afiliadas da TV Globo por todo o<br />
Brasil. Além disso, o mercado<br />
como um todo se <strong>de</strong>u conta das<br />
vantagens da distribuição digital<br />
e abraçou este novo mo<strong>de</strong>lo.<br />
É também importante ressaltar<br />
o crescimento da internet nos<br />
planos <strong>de</strong> mídia. O número <strong>de</strong><br />
entregas na internet teve um<br />
gran<strong>de</strong> crescimento em <strong>2017</strong>”,<br />
revela Brancatelli.<br />
Divulgação<br />
Fabio Brancatelli e Henry Northcote receberam convidados para comemorar resultados<br />
Job: 47087-021 -- Empresa: Publicis -- Arquivo: 47087-021-Anuncio OMCDB-217x155_pag001.pdf<br />
12 Registro: <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> 190<strong>13</strong>8 <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal -- Data: propmark 12:19:46 09/11/<strong>2017</strong>
digital<br />
Marcas intensificam ações na Black<br />
Friday, que <strong>de</strong>ve crescer 18% este ano<br />
A data é a queridinha<br />
do comércio<br />
eletrônico, porque<br />
apresenta resultados<br />
semelhantes ao Natal<br />
e ao Dia das Mães<br />
Claudia Penteado<br />
Não existe almoço grátis. A frase popular<br />
significa, basicamente, que é impossível<br />
conseguir algo, sem dar nada em<br />
troca. Em todas as transações comerciais, a<br />
ilusão <strong>de</strong> que se tem alguma vantagem costuma<br />
não resistir a uma análise um pouco<br />
mais minuciosa.<br />
Comemorada no dia 24 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong><br />
– mas, em geral, estendida para cerca <strong>de</strong><br />
quatro dias – a Black Friday passou por crises<br />
<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>, mas retorna, a cada ano,<br />
mais forte. Há sete anos é uma das principais<br />
datas do varejo eletrônico brasileiro,<br />
junto com o Natal e o Dia das Mães. Este<br />
ano a ABComm (Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Comércio Eletrônico) estima que o faturamento<br />
será <strong>de</strong> R$ 2,506 bilhões – um crescimento<br />
<strong>de</strong> 18% em relação ao mesmo período<br />
<strong>de</strong> 2016.<br />
A expectativa é que as lojas virtuais brasileiras<br />
recebam mais <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> pedidos,<br />
com tíquete médio <strong>de</strong> R$ 246, entre<br />
os dias 20 e 24 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>.<br />
As categorias mais buscadas <strong>de</strong>vem ser<br />
“Informática”, “Celulares”, “Eletrônicos”,<br />
“Moda e Acessórios” e “Casa e Decoração”.<br />
Se a previsão para <strong>2017</strong> estiver correta, o<br />
crescimento ao longo dos últimos sete anos<br />
será 20 vezes maior.<br />
Segundo o site www.blackfriday.com.br,<br />
na primeira edição, em 2011, o faturamento<br />
foi <strong>de</strong> R$ 105 milhões.<br />
A Black Friday nasceu nos Estados Unidos<br />
como uma promoção que antecipava<br />
as vendas que se concentravam <strong>de</strong>mais no<br />
período <strong>de</strong> Natal, aproveitava o período do<br />
tradicional feriado do Dia <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong> Graças,<br />
que lá tem gran<strong>de</strong> importância.<br />
O nome vem da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, a partir daquele<br />
momento, as empresas varejistas recuperavam<br />
o lucro, pois até aquele instante<br />
estariam operando no vermelho.<br />
Segundo Tatiana Pezoa, CEO da Trustvox<br />
– certificadora <strong>de</strong> reviews no Brasil,<br />
que atua com o propósito <strong>de</strong> tornar a sincerida<strong>de</strong><br />
padrão <strong>de</strong> mercado no e-commerce<br />
–, o varejo tem se preocupado em colocar<br />
promoções realmente importantes e reais,<br />
A expectativa é que as lojas virtuais recebam mais <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> pedidos, com tíquete médio <strong>de</strong> R$ 246, entre os dias 20 e 24 <strong>de</strong>s<br />
e fazer divulgação que conseguem cumprir.<br />
Mas nem tudo é perfeito.<br />
“Nós estamos acompanhando <strong>de</strong> perto<br />
os últimos três anos <strong>de</strong> Black Friday no Brasil<br />
e temos visto algumas empresas ainda<br />
aumentarem o preço antes e <strong>de</strong>pois anunciar<br />
um <strong>de</strong>sconto imperdível. Aos poucos,<br />
as marcas começam a ter mais cuidado com<br />
essas práticas tão ruins, pois a principal<br />
preocupação é não cair na ‘malha fina’ do<br />
Reclame Aqui e Procon”, diz.<br />
Segundo ela, hoje até supermercados<br />
oferecem promoções interessantes na data,<br />
mas o segmento mais forte continua sendo<br />
o <strong>de</strong> eletroeletrônicos. Beleza e perfumaria<br />
também ten<strong>de</strong>m a ter boa performance, <strong>de</strong>vido<br />
à proximida<strong>de</strong> do verão.<br />
“ComérCio eletrôniCo<br />
preCisa preparar-se<br />
para não transformar<br />
um transbordamento <strong>de</strong><br />
faturamento em prejuízo”<br />
14 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
te mês; entre as categorias mais procuradas <strong>de</strong>vem estar Informática, Celulares, Eletrônicos e Moda e Acessórios<br />
yoh4nn/iStock<br />
doação<br />
A Natura, por exemplo, este ano, fará<br />
três dias <strong>de</strong> ofertas em seu site e triplicará<br />
o valor doado com as vendas dos produtos<br />
Crer para Ver para projetos <strong>de</strong> incentivo à<br />
educação.<br />
A Netshoes terá mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong><br />
produtos com selo do Black November <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scontos – e elaborou internamente sua<br />
campanha, com uma linguagem jovem, baseada<br />
em influenciadores e personalida<strong>de</strong>s<br />
do meio digital.<br />
O tema é O melhor da internet é o brasileiro<br />
e em <strong>novembro</strong> é Black Friday o mês inteiro<br />
e inclui um ví<strong>de</strong>o a ser veiculado nas<br />
mídias digitais do anunciante.<br />
A Evino contratou quase 100 colaboradores<br />
temporários para o seu Centro <strong>de</strong> Distribuição,<br />
no Espírito Santo, e a expectativa é<br />
<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r cerca <strong>de</strong> 1,5 milhão <strong>de</strong> garrafas <strong>de</strong><br />
vinho. A Swarowski promete <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong><br />
até 70% em suas jóias físicas e online.<br />
O Peixe Urbano espera crescer 30% nas<br />
vendas este ano e comemora indicadores<br />
altos <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> clientes, a cada ano.<br />
Cristina Farjallat, diretora <strong>de</strong> marketplace<br />
do Mercado Livre, afirma que no ano<br />
passado o site teve um aumento <strong>de</strong> 120%<br />
nas vendas e este ano espera dobrar o valor.<br />
No ano passado, os produtos mais vendidos<br />
foram das categorias <strong>de</strong> Eletroeletrônicos,<br />
Auto Partes, Casa e Decoração e<br />
Moda. “Para este ano, além <strong>de</strong>ssas, também<br />
estaremos focados na categoria <strong>de</strong> livros,<br />
consi<strong>de</strong>rando que recentemente firmamos<br />
parceria com as Livrarias Cultura e Saraiva,<br />
que passaram a integrar o marketplace do<br />
Mercado Livre como lojas oficiais”, conta.<br />
Este ano marcas como Carrefour, Hering,<br />
Evino e Submarino Viagens, entre outras,<br />
assinaram um termo <strong>de</strong> compromisso que<br />
garante <strong>de</strong>scontos reais na data. A iniciativa<br />
faz parte da Ação Black Friday <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />
que busca engajar os consumidores, aproximando-os<br />
das varejistas.<br />
A Proxy Media é a i<strong>de</strong>alizadora do site<br />
Black Friday <strong>de</strong> Verda<strong>de</strong> e realiza uma votação<br />
pública entre 1º <strong>de</strong> setembro a 31<br />
<strong>de</strong> outubro para a entrega do 1º Prêmio<br />
Black Friday <strong>de</strong> Verda<strong>de</strong>. Com o apoio do<br />
E-commerce Brasil, o intuito da premiação<br />
é apresentar aos consumidores quais são<br />
as melhores lojas para comprar durante a<br />
data, com base nas experiências passadas<br />
dos próprios usuários.<br />
São 44 lojas concorrendo em diversas categorias<br />
indicadas pela equipe Black Friday<br />
<strong>de</strong> Verda<strong>de</strong> e 20 profissionais formadores <strong>de</strong><br />
opinião e influenciadores do mercado <strong>de</strong> e-<br />
-commerce. A fim <strong>de</strong> incentivar o engajamento<br />
do maior número possível <strong>de</strong> consumidores,<br />
a ação realiza cinco sorteios <strong>de</strong> R$ 1<br />
mil entre o público que participar. Os sorteios<br />
são realizados por meio da Loteria Fe<strong>de</strong>ral e<br />
auditados pela Sul América Capitalização.<br />
treinaMento<br />
O Google se prepara para entrar na data<br />
oferecendo consultoria às agências digitais.<br />
Na semana passada, recebeu mais <strong>de</strong><br />
30 no seu escritório em São Paulo na primeira<br />
edição do “Agency Expert”, voltado<br />
exclusivamente para a data. Lidiane Tahan,<br />
lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> marketing do Google<br />
para agências, afirma que formar gurus do<br />
Google é uma estratégia para que a data seja<br />
melhor aproveitada por anunciantes <strong>de</strong> todos<br />
os tamanhos.<br />
André Palis, fundador e diretor <strong>de</strong> vendas<br />
da Raccoon Marketing Digital, afirma<br />
que varejisas precisam ter bem <strong>de</strong>lineado o<br />
planejamento <strong>de</strong>ssa ação comercial, porque<br />
haverá um pico <strong>de</strong> usuários e <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas<br />
operacionais, stress e problemas, mas que,<br />
no final, po<strong>de</strong> encher os cofres substancialmente.<br />
“Uma vez ao ano, o Rio Amazonas enfrenta<br />
sua maior cheia. São milhões <strong>de</strong><br />
metros cúbicos <strong>de</strong> água que transbordam<br />
e ocupam florestas, pastos e até cida<strong>de</strong>s. A<br />
população ribeirinha teve <strong>de</strong> se reinventar<br />
para tornar o que po<strong>de</strong>ria ser prejuízo em<br />
lucro. Durante a Black Friday, o comércio<br />
eletrônico precisa fazer o mesmo: preparar-<br />
-se para não transformar um transbordamento<br />
<strong>de</strong> faturamento em prejuízo”, diz.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 15
POR QUE<br />
ALE GUERRERO<br />
MERECE<br />
CABORÉ <strong>2017</strong>?<br />
UM APAIXONADO POR PESSOAS,<br />
POR RELAÇÕES, POR CONSTRUIR<br />
E ISSO FAZ TODA A DIFERENÇA<br />
UMA PESSOA QUE SE DEDICA<br />
MUITO AOS PROJETOS EM<br />
QUE SE ENVOLVE<br />
RENATA<br />
VIEIRA<br />
MONDELEZ<br />
ROBERTO<br />
GNYPEK<br />
M c DONALD’S<br />
FOI UM DOS CARAS QUE AJUDOU<br />
A CONSTRUIR ESSA INDÚSTRIA<br />
DO OOH NO BRASIL<br />
ELE COLOCA O BLOCO NA<br />
RUA, LITERALMENTE.<br />
E FAZ A DIFERENÇA<br />
ALEXANDRE<br />
UGADIN<br />
W+K<br />
GIOVANNI<br />
RIVETTI<br />
NEW CONTENT<br />
ELE TEM NOS AJUDADO<br />
MUITÍSSIMO A REALIZAR<br />
OS SONHOS MAIS MALUCOS<br />
UM GRANDE PARCEIRO DAS<br />
AGÊNCIAS E DOS CLIENTES.<br />
E SEMPRE PROCURA OFERECER GRANDES<br />
SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS<br />
ANA PAULA<br />
CASTELLO BRANCO<br />
TIM<br />
MARIO<br />
D’ANDREA<br />
DENTSU/ABAP
V O T E<br />
ALE GUERRERO<br />
Profissional <strong>de</strong> veículo<br />
Caboré <strong>2017</strong>
especial tv paga<br />
Fruto <strong>de</strong> investimento em conteúdo,<br />
meio segue firme e forte no Brasil<br />
Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às muitas telas tem sido a gran<strong>de</strong> vantagem<br />
competitiva do setor, além da agilida<strong>de</strong> do noticiário e produções variadas<br />
Claudia Penteado<br />
que dá força, afinal <strong>de</strong> contas, à TV paga<br />
hoje no Brasil? Apesar da crise e da<br />
O<br />
queda no volume <strong>de</strong> assinaturas, a TV por<br />
assinatura segue fortalecida pelo incremento<br />
<strong>de</strong> sua audiência, fruto, entre outras<br />
coisas, <strong>de</strong> investimentos incontestáveis em<br />
conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
O PROPMARK ouviu (veja <strong>de</strong>poimentos<br />
nas duas próximas páginas) a indústria sobre<br />
o que move esse meio para a frente, e o<br />
que ficou claro é que a TV paga tem hoje a<br />
seu favor - para além do fascínio que a televisão<br />
exerce, nacionalmente - o incremento<br />
exponencial do interesse por conteúdo audiovisual.<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação do meio às<br />
muitas telas tem sido uma vantagem competitiva,<br />
bem como a agilida<strong>de</strong> na cobertura<br />
<strong>de</strong> eventos jornalísticos e produção <strong>de</strong><br />
conteúdos para os mais diversos públicos,<br />
aprofundando os temas e <strong>de</strong>bates mais atuais<br />
do mundo contemporâneo.<br />
Não há, na prática, nenhum milagre: cada<br />
ponto <strong>de</strong> audiência conquistado é fruto da<br />
equação equilibrada entre oferta e procura,<br />
pois no mundo <strong>de</strong> hoje o que não faltam são<br />
opções <strong>de</strong> conteúdo, nos mais diferentes<br />
meios. As pessoas estão, continuamente,<br />
fazendo escolhas. Minuto a minuto.<br />
Roberto Nascimento, coor<strong>de</strong>nador do<br />
comitê <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da ABTA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> TV por Assinatura) e também<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> vendas da Discovery,<br />
afirma que nunca se assistiu tanta TV<br />
como no último ano. Nunca se produziu e<br />
consumiu tanto ví<strong>de</strong>o como atualmente.<br />
“Num ano tão difícil, mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong><br />
pessoas por minuto assistindo televisão é<br />
um dado relevante e importante. A curva é<br />
ascen<strong>de</strong>nte e nunca esteve tão forte”, diz.<br />
A crise funciona como algoz e benfeitor,<br />
um pouco <strong>de</strong> cada: se por um lado há menos<br />
dinheiro disponível para investir em<br />
entretenimento, ficar mais em casa leva<br />
as pessoas, invariavelmente, para a TV, e<br />
ao aumento das audiências - que ajudam o<br />
meio a faturar mais em publicida<strong>de</strong> (essencialmente<br />
tradicional). E também produzindo<br />
conteúdos em parceria com os canais<br />
abertos, por exemplo.<br />
Entre as forças, além do jornalismo, estão<br />
as transmissões ao vivo e as muitas possibilida<strong>de</strong>s<br />
do segmento infantil, este uma<br />
espécie <strong>de</strong> “trunfo” do meio, que cresce e<br />
apresenta inúmeras oportunida<strong>de</strong>s. “Apesar<br />
da dificulda<strong>de</strong>, o meio segue encontran-<br />
Fotos: Divulgação<br />
Roberto Nascimento: “Em um ano difícil, mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> pessoas por minuto assistindo TV é um dado relevante”<br />
do caminhos <strong>de</strong> crescimento, porque entrega<br />
audiência, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisor <strong>de</strong> mídia. O<br />
meio entrega os pontos <strong>de</strong> contato, o que<br />
há <strong>de</strong> mais importante para o anunciante e<br />
para as marcas”, analisa o executivo.<br />
A queda na base <strong>de</strong> assinantes não impacta,<br />
segundo Nascimento, o negócio <strong>de</strong><br />
maneira negativa. Novas entregas e novos<br />
formatos não lineares seguem no radar, respeitando<br />
o mo<strong>de</strong>lo - rentável - vigente no<br />
Brasil. Mas “se jogar no abismo pela próxima<br />
tendência” é, segundo o executivo, colocar<br />
em risco a sustentabilida<strong>de</strong> da indústria<br />
como um todo.<br />
“Consi<strong>de</strong>ramos todas as possibilida<strong>de</strong>s<br />
do nosso meio e seguimos buscando<br />
mo<strong>de</strong>los comerciais que os farão funcionar.<br />
O nosso negócio é feito por formatos<br />
comerciais, geramos receita <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
ligadas a assinantes e publicida<strong>de</strong>.<br />
Sem ser cínico nem otimista, mas simplesmente<br />
realista, é preciso consi<strong>de</strong>rar<br />
uma série <strong>de</strong> características do país em<br />
relação à maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado, acessibilida<strong>de</strong><br />
e po<strong>de</strong>r aquisitivo. Não se encontrou,<br />
ainda, nenhum outro mo<strong>de</strong>lo<br />
que sustente a indústria em pé”, conclui<br />
Nascimento.<br />
18 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
o que pensa o mercado<br />
Em nossa visão, a Pay TV vive um momento<br />
muito maduro no Brasil, sob o ponto<br />
<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> conteúdo e ainda com ótimo<br />
potencial <strong>de</strong> crescimento em sua base <strong>de</strong><br />
assinantes nos canais lineares. Gostamos<br />
muito <strong>de</strong> repetir a frase dita por Summer<br />
Redston, acionista da Viacom: “O Conteúdo<br />
é Rei”. O que estamos percebendo é que,<br />
por mais que as pessoas tenham mudado<br />
os hábitos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdos, a TV<br />
linear sempre será forte e sua experiência<br />
<strong>de</strong> consumir bons conteúdos na televisão<br />
jamais será substituída.<br />
”<br />
ari Martire<br />
Diretor <strong>de</strong> brand solutions da Viacom no Brasil<br />
A força da TV paga está no relacionamento<br />
que os canais constroem com suas<br />
respectivas audiências. O telespectador<br />
tem uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais à disposição,<br />
mas sempre aperta os mesmos botões do<br />
controle remoto, pois já têm sua preferência<br />
por <strong>de</strong>terminados ambientes <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Essa conexão espontânea é o que torna<br />
essa relação tão especial.<br />
”<br />
Flávio <strong>de</strong> Pauw<br />
VP <strong>de</strong> mídia da Santa Clara<br />
A indústria da TV por assinatura vem<br />
sentindo impacto da crise nos números <strong>de</strong><br />
assinantes, que voltaram a cair após anos<br />
<strong>de</strong> crescimento sustentável. Entretanto,<br />
acredito que existam duas características<br />
marcantes que <strong>de</strong>vem continuar ajudando<br />
o meio a se estabilizar entre as múltiplas<br />
plataformas <strong>de</strong> comunicação: 1) conteúdo<br />
<strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>; 2) os gran<strong>de</strong>s eventos ao<br />
vivo.<br />
”<br />
Gustavo Gaion<br />
VP <strong>de</strong> mídia da Y&R<br />
A internet não só nos tornou melhores,<br />
como nos proporcionou uma experiência<br />
ainda mais enriquecida. Nunca fomos<br />
puramente um veículo e a nossa trajetória<br />
<strong>de</strong> criação e produção <strong>de</strong> conteúdo nos coloca<br />
em uma posição privilegiada quando<br />
o consumo <strong>de</strong> mídia vem se diversificando<br />
em outras telas e plataformas tendo o ví<strong>de</strong>o<br />
como o centro <strong>de</strong> atenção. Hoje, direcionamos<br />
toda estrutura e conhecimento que temos,<br />
e vimos adquirindo, para a produção<br />
e distribuição do jeito que o consumidor<br />
nos requisita.<br />
”<br />
daniela MiGnani<br />
diretora dos canais GNT, Viva e Mais Globosat<br />
Temos uma enorme oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
sermos mais criativos que nunca com os<br />
anunciantes. As diferentes plataformas e<br />
telas hoje são complementares e nos dão<br />
força para trazer novas experiências neste<br />
contato com as marcas, que por sua vez<br />
querem estar on<strong>de</strong> os consumidores estão.<br />
Somos criadores <strong>de</strong> histórias, temos uma<br />
gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marcas e talentos<br />
que constroem conteúdo relevante e inovador.<br />
Nosso <strong>de</strong>safio diário é potencializar<br />
as conexões entre nosso conteúdo, com o<br />
nosso público e anunciantes. Com certeza,<br />
mesmo com os novos players, a TV paga<br />
continua sendo peça fundamental <strong>de</strong> mídia<br />
para os anunciantes.<br />
”<br />
Fred Müller<br />
diretor-executivo comercial da Globosat<br />
A gran<strong>de</strong> fortaleza da TV é e sempre<br />
foi sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver conteúdo<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> contar boas histórias,<br />
com personagens fortes, que gerem i<strong>de</strong>ntificação<br />
e conexão com os espectadores. Seja<br />
para fazer rir, se divertir, chorar, se emocionar,<br />
apren<strong>de</strong>r ou se informar. Portanto,<br />
sua relevância sempre estará relacionada à<br />
sua vocação <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o comportamento<br />
e os diferentes interesses dos espectadores<br />
durante sua jornada <strong>de</strong> consumo. E, com<br />
um ingrediente a mais: dar voz ao público<br />
que busca cada vez mais protagonismo,<br />
que quer interagir, quer trocar experiências<br />
e compartilhar opiniões. Ficou menos<br />
importante falar isoladamente <strong>de</strong> cada um<br />
dos meios <strong>de</strong> comunicação, pois eles são<br />
convergentes. Conteúdo, hoje, já nasce<br />
multitela.<br />
”<br />
luCiane neno<br />
Gerente <strong>de</strong> marketing e plataformas digitais dos<br />
canais Gloob e Gloobinho<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 19
o que pensa o mercado<br />
O negócio <strong>de</strong> televisão por assinatura<br />
tem evoluído e mudado <strong>de</strong> acordo com<br />
as novas tendências <strong>de</strong> UX e tecnologia. O<br />
conteúdo tem <strong>de</strong> estar disponível nas várias<br />
plataformas lineares e não lineares e<br />
o conteúdo a<strong>de</strong>quado às diferentes formas<br />
<strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> audiência, com catch up, possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> binge watching etc. O streaming<br />
faz parte da oferta da maioria dos<br />
distribuidores <strong>de</strong> televisão por assinatura<br />
através <strong>de</strong> soluções TVE que formam parte<br />
da oferta <strong>de</strong> programação.<br />
”<br />
MarCello Coltro<br />
Vice-presi<strong>de</strong>nte sênior <strong>de</strong> marketing, criativo<br />
e digital do canal E! para a América Latina<br />
Acredito que o que sustenta e dá força<br />
à TV por assinatura hoje é o conteúdo.<br />
Com todas as suas programadoras, esse<br />
meio soube valorizar o seu conteúdo acima<br />
<strong>de</strong> tudo. Vemos conteúdos muito originais,<br />
genuínos, produções <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
muito fortes e po<strong>de</strong>rosas. Acho que a TV<br />
por assinatura vai surfar por um bom tempo<br />
nessa onda <strong>de</strong> ser a primeira janela <strong>de</strong><br />
distribuição. Nós veremos muitas coisas<br />
com os eventos <strong>de</strong> 2018. Certamente, a Copa<br />
do Mundo <strong>de</strong> futebol vai ser uma gran<strong>de</strong><br />
surpresa, cujas TVs por assinatura, não só<br />
os canais esportivos como os outros, vão se<br />
posicionar como braços <strong>de</strong> produção.<br />
”<br />
viCente varela<br />
VP <strong>de</strong> inteligência digital e mídia da DM9<br />
Gran<strong>de</strong>s marcas e um conteúdo único.<br />
Acredito que é isso que faz as pessoas serem<br />
cada vez mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos canais<br />
<strong>de</strong> TV paga.<br />
”<br />
MauriCio Kotait<br />
Gerente-geral da Viacom no Brasil<br />
A força da TV hoje está em perceber<br />
seus programas como marcas individuais,<br />
que <strong>de</strong>vem gerar engajamento em várias<br />
plataformas com conteúdo original e linguagem<br />
a<strong>de</strong>quada ao meio. Essa presença<br />
everywhere captura a atenção do público<br />
na plataforma em que ele estiver, <strong>de</strong>sperta<br />
um engajamento maior pelo programa, e<br />
ainda o transporta para a TV, contribuindo<br />
para uma maior audiência do linear. A TV<br />
já enten<strong>de</strong>u que as novas plataformas não<br />
são exclu<strong>de</strong>ntes e sim complementares.<br />
”<br />
vanessa oliveira<br />
Diretora <strong>de</strong> projetos digitais da VIU - unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
negócios digitais da Globosat<br />
A TV paga tem hoje um papel muito<br />
importante, tanto para anunciantes como<br />
para assinantes. A força <strong>de</strong>ste meio é todo<br />
o conteúdo gerado, há uma gran<strong>de</strong> diversificação<br />
<strong>de</strong> programação. A gran<strong>de</strong> fortaleza<br />
<strong>de</strong>ste meio é dar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> seleção ao<br />
público: é isso o que move as pessoas. O<br />
futuro é grandioso, a tecnologia, o acesso<br />
por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>vices vem facilitar tudo. E<br />
estamos apenas no começo <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />
transformação do meio. O on <strong>de</strong>mand é<br />
ainda uma pequena parte do jogo.<br />
”<br />
Herbert GoMes<br />
Diretor <strong>de</strong> mídia da Talent Marcel<br />
Hoje, acredito que a principal força da<br />
TV paga está no seu conteúdo ao vivo e <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>, tal como os esportes, jornalismo<br />
e shows. Diante <strong>de</strong> toda a crise econômica<br />
e escândalos políticos que vivemos, um<br />
canal com 24 horas <strong>de</strong> jornalismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
e que inspire confiança faz toda a diferença.<br />
Os conteúdos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da TV<br />
paga não po<strong>de</strong>m ser ignorados. O negócio<br />
<strong>de</strong> TV por assinatura tornou-se mais competitivo.<br />
Vale lembrar que o comportamento<br />
do consumidor tem impactado <strong>de</strong> forma<br />
significativa a indústria <strong>de</strong> comunicação,<br />
pois há um fato ainda mais relevante: este<br />
mesmo consumidor que busca conteúdos<br />
“on <strong>de</strong>mand” não quer ser interrompido e<br />
por isso paga para evitar propagandas. A<br />
gran<strong>de</strong> disputa na verda<strong>de</strong> será pelo melhor<br />
conteúdo e qualida<strong>de</strong> ofertada.<br />
”<br />
Yara aPPariCio<br />
Ex-VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann<br />
20 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
EspEcial TV paga<br />
“O lado positivo<br />
é que a audiência<br />
veio crescendo<br />
ao longo do ano”<br />
Divulgação<br />
A<br />
TV por assinatura passa por um momento<br />
<strong>de</strong> transformação. O encontro <strong>de</strong> novas<br />
telas com a segmentação dos canais levou<br />
o espectador a procurar a TV paga por sua<br />
agilida<strong>de</strong> em aprofundar assuntos. Ela, por sua vez,<br />
investiu em ví<strong>de</strong>o on <strong>de</strong>mand e TV Everywhere,<br />
oferecendo conteúdo premium. Entre 2011 e <strong>2017</strong>,<br />
segundo o Mídia Fatos, o Brasil é o oitavo mercado,<br />
com 56,2 milhões <strong>de</strong> pessoas com acesso aos canais.<br />
O setor teve uma queda <strong>de</strong> 2% na base <strong>de</strong> assinantes,<br />
ao mesmo tempo que a audiência do primeiro<br />
semestre <strong>de</strong>ste ano registrou o maior número <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2011. Oscar Simões, presi<strong>de</strong>nte da ABTA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> TV por Assinatura), fala sobre as<br />
expectativas e os <strong>de</strong>safios do mercado.<br />
Oscar Simões: “Percebemos uma gran<strong>de</strong> tendência para o ví<strong>de</strong>o on <strong>de</strong>mand”<br />
mariana zirondi<br />
BalançO<br />
Foi um ano bastante difícil. Tivemos<br />
perda <strong>de</strong> base ao longo do<br />
ano e isso não é bom sinal. O lado<br />
positivo é que a audiência veio<br />
crescendo. Houve um momento<br />
significativo para disponibilizar<br />
o conteúdo em diversas plataformas<br />
e, cada vez mais, as pessoas<br />
po<strong>de</strong>m assistir o que, on<strong>de</strong> e<br />
quando quiserem e, nesse sentido,<br />
eu acho que estamos bem.<br />
DEsafiO<br />
Cada vez mais as pessoas estão<br />
migrando para a TV paga.<br />
Eu tenho uma base menor <strong>de</strong><br />
assinantes, mas as pessoas estão<br />
assistindo mais. As razões<br />
são as mais diversas, seja pela<br />
<strong>de</strong>scoberta do conteúdo, canais<br />
segmentados, seja porque elas<br />
estão mais em casa. O fato é que<br />
a TV paga tem se tornado uma alternativa<br />
interessante na relação<br />
custo/benefício.<br />
assinanTEs<br />
A base está em 18,5 milhões<br />
<strong>de</strong> assinantes e este ano, provavelmente,<br />
vamos ter uma<br />
queda <strong>de</strong> 2%, o que significa<br />
algo em torno <strong>de</strong> 300 mil as-<br />
sinantes. Como associação, a<br />
gente tem feito uma mobilização<br />
gran<strong>de</strong> pelo combate à<br />
pirataria, que é um dos agressores<br />
importantes na ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> TV paga. Temos milhões <strong>de</strong><br />
‘assinantes’ piratas. Se inibir a<br />
pirataria, parte <strong>de</strong>sses espectadores<br />
po<strong>de</strong> se converter e teremos<br />
um crescimento bastante<br />
robusto da nossa ativida<strong>de</strong>. A<br />
principal razão para a queda no<br />
número <strong>de</strong> assinantes é <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />
econômica: elas não têm<br />
dinheiro para pagar.<br />
puBliciDaDE<br />
A TV paga tem sido a segunda<br />
plataforma, atrás da TV aberta,<br />
mais investida pela publicida<strong>de</strong>.<br />
O bran<strong>de</strong>d content tem crescido<br />
em relação à publicida<strong>de</strong> tradicional.<br />
VOD<br />
Percebemos gran<strong>de</strong> tendência<br />
para o ví<strong>de</strong>o on <strong>de</strong>mand (VOD),<br />
e cada vez mais as pessoas vão<br />
querer estar no controle do que<br />
assistem. Mas, na realida<strong>de</strong>,<br />
hoje, tem uma tendência e eu<br />
acho ainda que as ofertas são<br />
mais complementares do que<br />
concorrenciais. Eu não tenho<br />
notícia <strong>de</strong> que a migração da<br />
“A tv pAgA tem<br />
sido A segundA<br />
plAtAformA, Atrás<br />
dA tv AbertA, mAis<br />
investidA pelA<br />
publicidA<strong>de</strong>. o<br />
brAn<strong>de</strong>d content<br />
tem crescido<br />
em relAção à<br />
publicidA<strong>de</strong><br />
trAdicionAl”<br />
base <strong>de</strong> assinante tenha sido por<br />
conta da ida para outras plataformas,<br />
como <strong>de</strong> streaming.<br />
siMBa<br />
SBT, Re<strong>de</strong>TV! e RecordTV se<br />
uniram e formaram a Simba, que<br />
tem a incumbência <strong>de</strong> negociar a<br />
remuneração do conteúdo com<br />
as operadoras. É um direito fazer<br />
isso, mas o <strong>de</strong>safio da TV paga<br />
é não permitir que haja um aumento<br />
<strong>de</strong> custos.<br />
cOpa 2018<br />
A Copa é um evento que mostra<br />
a força da TV paga. Não tenho<br />
dúvidas <strong>de</strong> que a oferta <strong>de</strong> jogos<br />
que a TV <strong>de</strong>ve trazer será um<br />
show <strong>de</strong> imagens e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
É um momento bem interessante,<br />
que vai nos ajudar bastante.<br />
ExpEcTaTiVas<br />
Queremos retomar o nosso<br />
nível <strong>de</strong> crescimento para que<br />
possamos estabilizar e voltar a<br />
crescer. Mas isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
da recuperação<br />
econômica. Esperamos que isso<br />
impacte o emprego, a renda, e as<br />
pessoas possam consumir mais o<br />
nosso produto. É a nossa aposta<br />
e esperança. Estamos trabalhando<br />
para isso.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 21
ESPECIAL TV PAGA<br />
Flexibilização <strong>de</strong> pacotes e pirataria<br />
<strong>de</strong>safiam a mídia no mundo todo<br />
Estudo Pay TVIF mostra que, apesar <strong>de</strong> a televisão por assinatura ter<br />
ingredientes <strong>de</strong> sucesso, próximos anos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> pouco crescimento<br />
vins_m/iStock<br />
Pirataria <strong>de</strong> conteúdo, crescimento <strong>de</strong> serviços semelhantes ao Netflix e maior exigência dos consumidores por personalização <strong>de</strong>vem ser obstáculos para a TV paga no mundo todo<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Os próximos cinco anos para<br />
a indústria da TV paga<br />
no mundo ten<strong>de</strong>m a ser no mínimo<br />
difíceis. Segundo o Pay<br />
TVIF (Fórum <strong>de</strong> Inovação <strong>de</strong><br />
TV Paga, em tradução livre),<br />
divulgado em setembro <strong>de</strong>ste<br />
ano, o setor continua, em muitos<br />
aspectos, sendo um sucesso<br />
e a crescer, apesar da crise<br />
econômica global. No entanto,<br />
esse crescimento <strong>de</strong>ve ser lento<br />
e lutar contra três obstáculos:<br />
serviços OTT, como o Netflix,<br />
a exigência dos consumidores<br />
pela visualização multitela e<br />
maior flexibilida<strong>de</strong> em seus pacotes,<br />
e a pirataria <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Desenvolvido pela Nagra,<br />
divisão <strong>de</strong> TV digital do Grupo<br />
Ku<strong>de</strong>lski que fornece experiência<br />
<strong>de</strong> segurança e multitela,<br />
e a MTM, consultoria internacional<br />
<strong>de</strong> pesquisa e estratégia,<br />
focada em mídia, tecnologia,<br />
comunicações, o estudo para<br />
executivos foi feito <strong>de</strong> março a<br />
agosto <strong>de</strong>ste ano.<br />
Segundo a pesquisa, a TV<br />
paga está passando em nível<br />
global por um período <strong>de</strong> interrupção<br />
e reflexão à medida que<br />
os prestadores <strong>de</strong> serviços enfrentam<br />
um crescimento lento,<br />
intensificação da concorrência<br />
e <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> transformação<br />
empresarial. Uma das conclusões<br />
aponta que 82% dos executivos<br />
pesquisados esperam que<br />
a concorrência entre empresas<br />
<strong>de</strong> televisão por assinatura<br />
e os prestadores <strong>de</strong> serviços<br />
OTT aumente drasticamente<br />
nos próximos cinco anos. Além<br />
disso, 71% <strong>de</strong>les acreditam que<br />
seus serviços terão <strong>de</strong> “lutar”<br />
para crescer neste período.<br />
Os três <strong>de</strong>safios fundamentais<br />
i<strong>de</strong>ntificados pelos executivos<br />
ouvidos são: os gigantes<br />
digitais transformando o mercado<br />
<strong>de</strong> TV paga com serviços<br />
OTT, dispositivos e serviços,<br />
forte investimento em conteúdo,<br />
tecnologia e novos mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> negócios; a exigência dos<br />
consumidores pela visualização<br />
multitela, maior flexibilida<strong>de</strong><br />
em seus pacotes e experiências<br />
personalizadas, enquanto<br />
os padrões <strong>de</strong> visualização dos<br />
assinantes estão cada vez mais<br />
fragmentados; e a pirataria <strong>de</strong><br />
conteúdo, que continua em<br />
crescimento, especialmente na<br />
América Latina e Ásia, resultando<br />
em perdas <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
US$ 7 bilhões por ano.<br />
De forma geral, a pesquisa<br />
aponta um cenário <strong>de</strong> cautela<br />
para os próximos anos. Dentre<br />
as gigantes globais que precisarão<br />
ter paciência para enfrentar<br />
tais problemas estão a Viacom<br />
International Media Networks,<br />
dona <strong>de</strong> canais como MTV e<br />
Nickele<strong>de</strong>on; a Turner Broadcasting<br />
System, que tem no<br />
portfólio os canais TNT, CNN e<br />
Cartoon Network; e a Sony Pictures<br />
Television International,<br />
que está presente em 178 países,<br />
tem 101 canais e 31 idiomas.<br />
Além do próprio canal Sony,<br />
focado no entretenimento, que<br />
alcança 77 países e 126 milhões<br />
<strong>de</strong> domicílios, seu outro carro-<br />
-chefe é o AXN, conhecido pelo<br />
conteúdo <strong>de</strong> suspense e investigação,<br />
disponível em 62 países,<br />
19 idiomas e com mais <strong>de</strong><br />
260 milhões <strong>de</strong> assinantes.<br />
Por mais que as empresas<br />
se preocupem em diversificar<br />
conteúdo, aprimorar tecnologias<br />
e fi<strong>de</strong>lizar espectadores, a<br />
pesquisa aponta que 20% dos<br />
executivos acreditam que esses<br />
<strong>de</strong>safios farão com que as<br />
receitas diminuam e 61% que a<br />
maioria dos assinantes vai querer<br />
personalizar o que recebe<br />
“à la carte” em vez dos tradicionais<br />
pacotes gran<strong>de</strong>s. Mas<br />
o maior problema talvez seja a<br />
pirataria do conteúdo. Segundo<br />
uma das opiniões citadas no<br />
estudo, “esse é o maior <strong>de</strong>safio<br />
da indústria”, porque “é difícil<br />
competir com o que é <strong>de</strong> graça.”<br />
22 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
EsPEcial tv Paga<br />
LPETTET/iStock<br />
Programadoras <strong>de</strong> TV investem em plataformas <strong>de</strong> streaming e oferecem recursos exclusivos para os seus assinantes<br />
Programadoras enxergam streaming<br />
como serviços complementares<br />
Apesar da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções nas plataformas, canais afirmam<br />
que o conteúdo linear continua sendo muito <strong>de</strong>sejado pelos assinantes<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Des<strong>de</strong> que chegou ao Brasil<br />
em 2011 através da Netflix,<br />
a distribuição digital <strong>de</strong> conteúdo,<br />
também conhecida como<br />
streaming, sacudiu o mercado<br />
<strong>de</strong> TV por assinatura no país.<br />
A facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistir tudo direto<br />
pela internet e não ter <strong>de</strong><br />
esperar o download do arquivo<br />
é o gran<strong>de</strong> do sucesso do serviço.<br />
Mas, <strong>de</strong> lá pra cá, diversas<br />
outras plataformas surgiram,<br />
inclusive, das próprias programadoras<br />
<strong>de</strong> TV por assinatura,<br />
que, muitas vezes, oferecem<br />
recursos exclusivos para seus<br />
assinantes.<br />
Para a Globosat, uma das<br />
maiores programadoras do<br />
país, o <strong>de</strong>safio agora é enten<strong>de</strong>r<br />
os contornos do cenário competitivo<br />
e usar os diferenciais<br />
da companhia para criar novos<br />
produtos. “Acho que criamos<br />
uma base <strong>de</strong> produtos, processos<br />
e tecnologia que nos posiciona<br />
muito bem para o futuro.<br />
Neste momento, estamos dando<br />
mais um passo, transfor-<br />
mando o consumo digital em<br />
uma fonte incrível <strong>de</strong> informações<br />
para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Temos um importante projeto<br />
interno <strong>de</strong> analytics que envolve<br />
toda a empresa e tem como<br />
base os dados gerados pelos milhões<br />
<strong>de</strong> horas consumidas em<br />
nossos produtos digitais. Esse<br />
valor do digital como base para<br />
<strong>de</strong>cisões começou como um<br />
efeito colateral do nosso projeto<br />
e está se tornando seu benefício<br />
central. Estamos otimistas<br />
com as possibilida<strong>de</strong>s”, afirma<br />
Gustavo Ramos, diretor <strong>de</strong> plataformas<br />
digitais da Globosat.<br />
Ainda segundo Ramos, a<br />
Globosat e a TV Globo criaram<br />
uma divisão específica para tratar<br />
do OTT (over-the-top). “Há<br />
uma enorme energia no grupo<br />
ligada à evolução do streaming<br />
e a história mostra o sucesso<br />
das nossas empreitadas em novos<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> mídia. Criamos<br />
gran<strong>de</strong>s produtos em mídia impressa,<br />
em rádio, em TV e na internet.<br />
Estamos animadíssimos<br />
com o streaming <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o”.<br />
Mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os serviços<br />
“Há coisas que<br />
impactam muito<br />
mais o nosso<br />
setor, como<br />
por exemplo<br />
a pirataria”<br />
<strong>de</strong> streaming <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o se popularizaram,<br />
o fim da TV por<br />
assinatura vem sendo questionado<br />
e especulado. “Não acho<br />
que o streaming <strong>de</strong>safie a TV<br />
por assinatura. Claro que é um<br />
elemento a mais na concorrência<br />
pelo tempo do espectador,<br />
como também são as re<strong>de</strong>s sociais,<br />
os games etc. Mas o que<br />
temos visto é que há muito<br />
pouca substituição. Os serviços<br />
são complementares, até<br />
porque no streaming o usuário<br />
não tem acesso a uma série <strong>de</strong><br />
gêneros, como realities, notícias<br />
e esportes. A audiência da<br />
TV, aliás, vem crescendo, o que<br />
mostra que o conteúdo linear<br />
continua sendo muito <strong>de</strong>sejado”,<br />
revela Alessandra Pontes,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> afiliadas da<br />
Discovery Networks Brasil.<br />
Diferentemente da Globosat,<br />
a Discovery ainda não possui<br />
uma plataforma própria <strong>de</strong><br />
streaming e utiliza as ofertas <strong>de</strong><br />
TV Everywhere <strong>de</strong> seus parceiros,<br />
como o Net Now e Vivo TV<br />
Play, para distribuir seu conteúdo.<br />
Segundo a programadora,<br />
o gran<strong>de</strong> impacto ocorreu nos<br />
custos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conteúdos.<br />
“Na medida em que esses<br />
provedores entraram com força<br />
neste campo, houve uma inflação<br />
na produção, sobretudo <strong>de</strong><br />
ficção. Há coisas que impactam<br />
muito mais o nosso setor, como<br />
por exemplo a pirataria. Essa,<br />
sim, disputa diretamente o assinante,<br />
<strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sleal, sem<br />
remunerar a ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />
e sem recolher impostos”, comenta<br />
Alessandra.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 23
especial tv paga<br />
Nichos são o novo mainstream para<br />
aumentar audiência e os negócios<br />
Canais se aprofundam no big data das pesquisas e social listening para<br />
aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> grupos engajados, como pet lovers e fãs <strong>de</strong> games<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
TV por assinatura sempre<br />
A teve a segmentação como<br />
diferencial, no entanto, a multiplicação<br />
da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />
disponíveis sobre comportamento<br />
do consumidor, graças<br />
ao big data obtido por meio <strong>de</strong><br />
pesquisas tradicionais ou social<br />
listening, tem provocado uma<br />
mudança silenciosa no setor.<br />
As re<strong>de</strong>s sociais ajudaram a<br />
dar contornos mais claros a grupos<br />
ou comunida<strong>de</strong>s centrados<br />
em <strong>de</strong>terminados assuntos: os<br />
pet lovers, por exemplo, que<br />
<strong>de</strong>monstram seu apego aos animais;<br />
os fãs <strong>de</strong> games, com seu<br />
fanatismo por jogos eletrônicos;<br />
e os fãs <strong>de</strong> gastronomia, que não<br />
per<strong>de</strong>m a chance <strong>de</strong> compartilhar<br />
suas receitas.<br />
Em comum, essas pessoas<br />
têm um profundo engajamento,<br />
ou, em outras palavras, verda<strong>de</strong>ira<br />
paixão por esses temas.<br />
Ao i<strong>de</strong>ntificarem, conhecerem<br />
e estabelecerem conversas<br />
com esses segmentos, ou mesmo<br />
mapearem com agilida<strong>de</strong><br />
novos grupos em formação, as<br />
empresas <strong>de</strong> conteúdo do setor<br />
conseguem re<strong>de</strong>finir suas estratégias<br />
<strong>de</strong> negócios, criando novos<br />
canais ou programas muito<br />
mais direcionados, que trazem<br />
impacto positivo na audiência e<br />
engajamento com o público.<br />
Há poucas semanas, a Discovery<br />
Networks Brasil trouxe ao<br />
país a DogTV, <strong>de</strong> olho em um<br />
segmento <strong>de</strong> pet que só cresce:<br />
há 52 milhões <strong>de</strong> animais <strong>de</strong><br />
estimação no país e os donos<br />
nunca buscaram tanta informação<br />
sobre cuidados para saú<strong>de</strong><br />
e bem-estar dos cães. Muito por<br />
conta da integração nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais das pessoas que amam<br />
seus pets, a saú<strong>de</strong> dos animais<br />
passou a ser <strong>de</strong>batida mais profundamente<br />
na socieda<strong>de</strong> brasileira.<br />
Uma das <strong>de</strong>scobertas<br />
relativamente recentes é a ansieda<strong>de</strong><br />
extrema que a maioria<br />
dos cães <strong>de</strong>senvolve quando<br />
DogTV chegou ao país <strong>de</strong> olho no segmento pet que só cresce: há 52 milhões <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> estimação no Brasil<br />
<strong>de</strong>ixados sozinhos na casa, a<br />
chamada “síndrome da separação”.<br />
Uma das razões para o<br />
canal existir é ofertar conteúdo<br />
que minimize esse quadro.<br />
“A <strong>de</strong>manda foi percebida<br />
pela análise do potencial do<br />
mercado e pesquisas internas<br />
sobre interesse nesse produto.<br />
O público principal são as pessoas<br />
cujos cachorros ficam sozinhos<br />
em casa uma boa parte<br />
do dia. É um canal 100% feito<br />
para cães, consi<strong>de</strong>rando a forma<br />
como percebem as cores e sons,<br />
os conteúdos que os estimulam<br />
ou relaxam”, explica Alessandra<br />
Pontes, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> afiliadas<br />
da Discovery Brasil. O país,<br />
lembra, é o segundo maior mercado<br />
pet do mundo, com crescimento<br />
médio <strong>de</strong> 16% ao ano.<br />
“Acabamos <strong>de</strong> lançar o canal e<br />
a repercussão está sendo muito<br />
positiva”, avalia, dizendo ainda<br />
estar <strong>de</strong> olhos abertos para oportunida<strong>de</strong>s<br />
em outros segmentos<br />
<strong>de</strong> nicho para o futuro.<br />
“Estamos<br />
prEparados para<br />
tEstar modElos<br />
também a partir<br />
das nossas<br />
crEnças”<br />
No ambiente da Globosat, as<br />
re<strong>de</strong>s sociais e seus nichos também<br />
são um insumo importante<br />
para a programação. “Usamos<br />
todas as ferramentas disponíveis<br />
<strong>de</strong> análise para rastrear<br />
tendências e temas em evidência<br />
sobre gastronomia, moda,<br />
<strong>de</strong>coração e comportamento.<br />
Acompanhamos <strong>de</strong> perto tudo<br />
o que o nosso público comenta<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. Temos uma<br />
equipe <strong>de</strong>dicada que respon<strong>de</strong><br />
ativamente as mensagens e faz<br />
a extração <strong>de</strong> insights que nos<br />
ajudam a criar conteúdos que<br />
dialoguem com o nosso público”,<br />
conta Polika Teixeira, ge-<br />
Divulgação<br />
rente <strong>de</strong> marketing do GNT. O<br />
Fale Conosco, programa veiculado<br />
exclusivamente no canal<br />
da marca no YouTube, nasceu<br />
justamente com esse objetivo –<br />
<strong>de</strong> abrir espaço para os comentários<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais sobre a<br />
programação. Outro canal da<br />
programadora, o Off se conecta<br />
com os amantes da natureza e<br />
da vida outdoor nas mídias sociais.<br />
Consegue, <strong>de</strong>ssa forma,<br />
mapear novas modalida<strong>de</strong>s esportivas,<br />
tecnologias, talentos<br />
que se convertem em i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />
conteúdo. “A série Revolução do<br />
Foil, exibida este ano no canal,<br />
surgiu a partir <strong>de</strong> um viral publicado<br />
no Instagram do surfista<br />
Kai Lenny”, afirma Cristiane<br />
Stuart, gerente <strong>de</strong> marketing do<br />
canal.<br />
jogos<br />
Os fãs <strong>de</strong> games também passaram<br />
a constituir, nos últimos<br />
anos, um grupo muito forte e<br />
engajado nas re<strong>de</strong>s sociais. Os<br />
24 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Shark Tank Brasil, que tem gran<strong>de</strong> valor para empreen<strong>de</strong>dores, mas as emoções e o caráter educacional atrai outros públicos<br />
canais <strong>de</strong> esporte se atentaram a<br />
isso e adaptaram sua programação<br />
aos e-sports, esportes eletrônicos.<br />
O SporTV lançou, neste<br />
segundo semestre, um canal<br />
<strong>de</strong> YouTube (e-SporTV) totalmente<br />
<strong>de</strong>dicado à cobertura dos<br />
gran<strong>de</strong>s eventos do segmento<br />
e contratou o narrador Gordox<br />
para ser o âncora do canal. E o<br />
Grupo Globo anunciou a criação<br />
do Prêmio eSports Brasil, em<br />
parceria com a Go4it, com realização<br />
em 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, em<br />
São Paulo.<br />
Como resposta a esse grupo<br />
<strong>de</strong> pessoas, o Esporte Interativo,<br />
braço <strong>de</strong> esportes da Turner,<br />
passou a ter uma programação<br />
específica <strong>de</strong> e-Sports, além<br />
<strong>de</strong> um canal separado para games<br />
no YouTube, e criou um<br />
campeonato próprio, a Copa EI<br />
Games, que vai para a terceira<br />
edição. “Estamos preparados<br />
para testar mo<strong>de</strong>los também<br />
a partir das nossas crenças ou<br />
do que ouvimos do público das<br />
re<strong>de</strong>s sociais. A partir daí, avaliamos<br />
o retorno e ajustamos,<br />
modificamos ou mantemos. A<br />
movimentação no universo digital<br />
antecipa tendências”, afirma<br />
Leonardo Lenz Cesar, que é<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> esportes da<br />
Turner no Brasil.<br />
O impacto da estratégia na<br />
audiência foi positivo, segundo<br />
o executivo. “Além <strong>de</strong> patrocínios<br />
<strong>de</strong> marcas que querem<br />
se associar ao nosso conteúdo<br />
<strong>de</strong> games, outros novos negócios<br />
surgiram a partir daí, como<br />
aquisição <strong>de</strong> direitos e parcerias<br />
com marcas que são referência<br />
como Warner, IGN, UOL e Games<br />
Aca<strong>de</strong>my, entre outras”, diz<br />
Divulgação<br />
“EssE arsEnal<br />
dE dados E<br />
insights são<br />
fundamEntais no<br />
dEsEnvolvimEnto<br />
do contEúdo”<br />
dores digitais.<br />
O impacto <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> estratégia<br />
na audiência, diz Niccoli, é<br />
profundo. Ele garante que Entubados<br />
elevou consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
a audiência do Canal Sony<br />
entre jovens <strong>de</strong> 12 a 24 anos, e o<br />
segundo ano da atração já tem<br />
164% <strong>de</strong> aumento na audiência<br />
comparado com o ano anterior.<br />
“Por mais que alguns dos nossos<br />
programas mirem um público<br />
<strong>de</strong> nicho, a novida<strong>de</strong> dos formatos<br />
também tem valor <strong>de</strong> entretenimento<br />
para o amplo público<br />
do canal. É o que ocorre no caso<br />
<strong>de</strong> Shark Tank Brasil, por exemplo.<br />
O programa tem gran<strong>de</strong><br />
valor para empreen<strong>de</strong>dores e<br />
investidores, mas as emoções e<br />
o caráter educacional do programa<br />
acabam atraindo também o<br />
gran<strong>de</strong> público”, afirma.<br />
O programa <strong>de</strong> novos negócios<br />
mira a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pessoas que sonham em abrir<br />
o próprio empreendimento. Na<br />
segunda temporada, teve aumento<br />
<strong>de</strong> 300% em faturamento,<br />
com cotas todas vendidas, e<br />
o dobro da audiência.<br />
iNsights<br />
Na Viacom, as re<strong>de</strong>s sociais<br />
também são frutos <strong>de</strong> observação<br />
e interação que acabam gerando<br />
insights para a estratégia<br />
Cesar. Segundo ele, outros nichos<br />
<strong>de</strong> quem o Esporte Interativo<br />
se aproximou foram os fãs<br />
<strong>de</strong> futebol americano, <strong>de</strong> handball<br />
e judô. O próximo passo é o<br />
universo <strong>de</strong> basqueteiros, que<br />
po<strong>de</strong>rão assistir às principais<br />
competições da seleção brasileira<br />
nos próximos anos.<br />
Dentro da Turner, outros dos<br />
nichos mais fortes a serem atendidos<br />
pela programação são os<br />
fãs <strong>de</strong> heróis, que têm à disposição<br />
as séries Arrow, Flash, DC’s<br />
Legends of Tomorrow e Supergirl.<br />
Na Cartoon Netowork, há<br />
uma segmentação para fãs <strong>de</strong><br />
games, com o Let’s Play e o Toontubers.<br />
Outro grupo curioso que se<br />
formou graças às re<strong>de</strong>s sociais é<br />
o dos chamados “Series Killers”,<br />
pessoas fanáticas por séries <strong>de</strong><br />
investigação. O trocadilho é relacionado<br />
ao termo serial killers, e<br />
inspirou a AXN em suas estratégias.<br />
“Temos uma equipe dialogando<br />
diariamente com os fãs <strong>de</strong><br />
nossos canais. Alguns projetos,<br />
como Entubados e Missão AXN,<br />
por exemplo, têm gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fãs mobilizada nas<br />
re<strong>de</strong>s, interagindo ativamente<br />
com o conteúdo e promovendo<br />
insights para nossa equipe”, explica<br />
Alberto Niccoli, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
sênior e gerente-geral <strong>de</strong><br />
Canais da Sony Pictures Television<br />
Networks no Brasil.<br />
O Missão AXN, por exemplo,<br />
nasceu após o canal constatar<br />
por meio das re<strong>de</strong>s sociais o<br />
alto engajamento do grupo “Series<br />
Killers”. Da mesma forma,<br />
Entubados, por exemplo, foi<br />
uma atração pensada e criada<br />
para os jovens fãs <strong>de</strong> influenciados<br />
canais, junto com estudos<br />
globais mais robustos. “Esse arsenal<br />
<strong>de</strong> dados e insights é fundamental<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do conteúdo segmentado para<br />
os nossos públicos”, afirma Ari<br />
Martire, diretor sênior <strong>de</strong> Brand<br />
Content da Viacom Brasil.<br />
Para ele, o conjunto <strong>de</strong> diferentes<br />
nichos vai virar uma espécie<br />
<strong>de</strong> “novo mainstream”.<br />
“Nessa nova dinâmica, o conteúdo<br />
em si po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />
<strong>de</strong> nicho e os canais uma<br />
espécie <strong>de</strong> ecossistema em que<br />
convivem diferentes conteúdos<br />
e formatos para aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>mandas<br />
<strong>de</strong> diferentes nichos”, analisa<br />
Martire. Na Nickelo<strong>de</strong>on, por<br />
exemplo, há uma programação<br />
que aten<strong>de</strong> ao grupo <strong>de</strong> pré-<br />
-escolares e pais, e eventos para<br />
públicos específicos, como o Encontro<br />
<strong>de</strong> Patas, um evento para<br />
a família toda, incluindo os pets,<br />
que na primeira edição recebeu<br />
mais <strong>de</strong> 15 mil pessoas e 3.500<br />
animais <strong>de</strong> estimação.<br />
Além <strong>de</strong> novos programas e<br />
canais, os gran<strong>de</strong>s movimentos<br />
das re<strong>de</strong>s sociais ocasionam<br />
conteúdos temáticos espalhados<br />
pelas atrações. Na MTV,<br />
existe o #pqmulher, uma série<br />
<strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> conteúdos temáticos<br />
para colaborar com o conhecimento<br />
e empo<strong>de</strong>ramento das<br />
causas das mulheres. “Outro<br />
exemplo são os especiais que<br />
realizamos para grupos específicos<br />
como os LGBTQA+. Este ano<br />
tivemos uma semana temática<br />
com uma série <strong>de</strong> documentários<br />
e estamos agora no ar com a<br />
campanha Out in 60 - #PRONTO-<br />
SAÍ, lançada em 11 <strong>de</strong> outubro<br />
em todo mundo. Em <strong>de</strong>poimentos<br />
corajosos e inspiradores,<br />
cada um <strong>de</strong>les conta como foi<br />
quando ‘saíram do armário’. No<br />
Brasil, Lia Clark, Gloria Groove e<br />
Triz, <strong>de</strong>ntre outros nomes, participaram<br />
do projeto”, explica.<br />
Para dar conta da i<strong>de</strong>ntificação<br />
dos nichos, a Viacom lançou<br />
recentemente a Viacom Velocity<br />
Brasil, unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios<br />
orientada a servir as marcas<br />
criando soluções <strong>de</strong> conteúdos,<br />
mídia e marketing. “O gran<strong>de</strong><br />
estudo Cultura da Proximida<strong>de</strong><br />
tem ajudado a Viacom e as<br />
marcas a se aproximarem <strong>de</strong> nichos.<br />
Aqui no Brasil, temos engajamento<br />
cada vez maior das<br />
nossas marcas nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
o aumento do tempo <strong>de</strong> permanência<br />
em nossos canais lineares<br />
e o crescimento nos rankings<br />
do Ibope”, diz.<br />
Segundo ele, nichos já presentes<br />
atendidos em outros países,<br />
como universitários (pela<br />
MTVu) e fãs <strong>de</strong> música country<br />
(CMT) po<strong>de</strong>m receber atenção<br />
em breve no Brasil.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 25
mArkeTing & negócios<br />
stevanovicigor/iStock<br />
A TV é o oxigênio<br />
das gran<strong>de</strong>s marcas<br />
Mais e mais o segmento não apenas se<br />
mantém como aumenta a sua força única<br />
Rafael Sampaio<br />
livro Como as marcas crescem, <strong>de</strong> Byron<br />
O Sharp e seus colegas no principal centro<br />
mundial <strong>de</strong> pesquisa aplicada sobre marketing,<br />
que teve sua edição brasileira recentemente<br />
lançada pela Re<strong>de</strong> Globo, <strong>de</strong>staca<br />
o fato <strong>de</strong> que as marcas <strong>de</strong> consumo lí<strong>de</strong>res<br />
em termos globais e dos mercados mais<br />
maduros e competitivos só atingem essa<br />
posição e a mantém quando anunciam <strong>de</strong><br />
forma constante nas mídias <strong>de</strong> massa, em<br />
especial a TV. Essa constatação, feita por<br />
pesquisa empírica (baseada na realida<strong>de</strong><br />
dos mercados) realizada <strong>de</strong> forma sistemática<br />
por algumas décadas, também tem<br />
sido <strong>de</strong>fendida pelos estudiosos britânicos<br />
Les Binet e Peter Field, com base na principal<br />
premiação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
do mundo, o IPA Effectiveness<br />
Awards.<br />
Isso ocorre com todas as gran<strong>de</strong>s marcas<br />
<strong>de</strong> consumo lí<strong>de</strong>res e a prática <strong>de</strong> investir<br />
pesado na TV nos últimos anos ganhou um<br />
reforço inusitado: os principais empreendimentos<br />
e marcas do universo digital têm<br />
obtido sucesso utilizando <strong>de</strong> forma constante<br />
a publicida<strong>de</strong> na televisão, a ponto <strong>de</strong><br />
estarem hoje entre os principais investidores<br />
nesse meio.<br />
Os serviços <strong>de</strong> conteúdo via streaming<br />
também têm empregado com ênfase a TV<br />
para promover suas assinaturas. Tanto que<br />
não surpreen<strong>de</strong>u muito o fato <strong>de</strong> o Netflix<br />
usar o SBT para lançar com impacto a nova<br />
temporada <strong>de</strong> Stranger Things. No dia 28 <strong>de</strong><br />
outubro passado, após o final do Teleton,<br />
entrou em re<strong>de</strong> nacional um programa <strong>de</strong><br />
uma hora sobre a segunda temporada <strong>de</strong>ssa<br />
série. A audiência alcançada foi <strong>de</strong> 7 milhões<br />
<strong>de</strong> espectadores, provavelmente superior<br />
ao número <strong>de</strong> assinantes do Netflix<br />
no Brasil (os últimos dados divulgados, no<br />
fim <strong>de</strong> 2016, foi <strong>de</strong> haver 6 milhões <strong>de</strong>les<br />
em nosso país).<br />
O que o Netflix e outras novas e vitoriosas<br />
marcas da nova onda digital estão<br />
buscando na TV é exatamente o mesmo<br />
objetivo que as gran<strong>de</strong>s marcas tradicionais<br />
<strong>de</strong> consumo, criadas nos séculos 19 e<br />
20, buscaram nos últimos 70 anos: usar a<br />
mídia mais po<strong>de</strong>rosa e confiável na geração<br />
<strong>de</strong> conhecimento, construção da fama<br />
e da intimida<strong>de</strong> com muitos milhões <strong>de</strong><br />
consumidores que, no final do processo,<br />
vão comprar e utilizar mais esses produtos<br />
e serviços – em muitos casos por um preço<br />
premium, superior.<br />
O mais irônico <strong>de</strong>ssa situação é que algumas<br />
<strong>de</strong>ssas novas marcas do mundo digital<br />
basicamente vivem <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e fazem<br />
constantes discursos e enormes esforços<br />
para minimizar o papel e a força da TV no<br />
presente do universo publicitário. Mais estranha<br />
ainda é a recusa em serem tratadas<br />
pelo que são, pelo menos em parte: empresas<br />
<strong>de</strong> mídia – da mesma forma que são a<br />
TV e outras organizações do gênero.<br />
As razões <strong>de</strong>ssa luta contra a verda<strong>de</strong> dos<br />
fatos se <strong>de</strong>ve a diversos fatores, não justificáveis,<br />
que têm sido objeto <strong>de</strong> disputa com<br />
governos (pela evasão <strong>de</strong> impostos e elisão<br />
<strong>de</strong> controle); com as empresas <strong>de</strong> mídia tradicionais<br />
(pela competição unfair e a falta<br />
<strong>de</strong> seguir os mesmos princípios <strong>de</strong>ontológicos);<br />
bem como o chamado mercado anunciante,<br />
composto pelas próprias empresas<br />
anunciantes e suas agências (pela falta <strong>de</strong><br />
transparência e a divulgação não-confiável<br />
<strong>de</strong> dados, numéricos e <strong>de</strong> perfil, <strong>de</strong> sua audiência).<br />
A falta <strong>de</strong> confiança nos números exagerados,<br />
ocultos e fantasiosos do meio digital<br />
fica ainda mais exacerbada quando<br />
se compara com a mídia TV, que tem sido<br />
a que comprova da forma mais robusta e<br />
precisa sua gran<strong>de</strong> audiência. A TV, assim<br />
como os <strong>de</strong>mais meios tradicionais, resolveu<br />
há décadas o dilema do poeta Juvenal,<br />
que vivia perguntando, na Roma antiga,<br />
“Quis custodiet ipsos custo<strong>de</strong>s?”. Ou seja,<br />
“Quem fiscaliza os fiscalizadores?” No caso<br />
das empresas <strong>de</strong> mídia, são sempre terceiras<br />
partes confiáveis, das leis e governos a<br />
auditorias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, que garantem os<br />
melhores padrões <strong>de</strong> governança.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
26 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Abel Reis<br />
Acácio Luiz Costa<br />
Adalberto B. Netto<br />
A<strong>de</strong>l Malouf<br />
Adib Salomão<br />
Adonis Alonso<br />
Adrian Ferguson<br />
Adriana Bello<br />
Adriana Ribeiro<br />
Alberto Lopes<br />
Alberto B. <strong>de</strong> Souza<br />
Alceu Baptistão<br />
Alceu R. Vasone<br />
Alessandro Cauduro<br />
Alex Mehedff<br />
Alexandre Corte<br />
Alexandre <strong>de</strong> Moraes<br />
Alexandre <strong>de</strong> Saint-Léon<br />
Alexandre Freeland<br />
Alexandre Gibrail<br />
Alexandre L. Frankel<br />
Alexandre Lucas<br />
Alexandre Peralta<br />
Alexis Pagliarini<br />
Allan Barros<br />
Alon Sochaczewski<br />
Aluisio Guimarães<br />
Amaury Jr.<br />
Amaury Terçarolli<br />
Amilcare Dallevo<br />
Ana Baruch<br />
Ana Laporta<br />
Ana M a Drummond<br />
Ana Paula Grimaldi<br />
André Bogsan<br />
André Brunetta<br />
André Fiorini<br />
André Gomes<br />
André Marques<br />
André P. <strong>de</strong> Barros<br />
André Pedroso<br />
André Piva<br />
André Skaf<br />
André Torretta<br />
Andrea Siqueira<br />
Angeli Bernar<strong>de</strong>s<br />
Angélica K. Huck<br />
Antonio Fadiga<br />
Ariane Camilla<br />
Artur Silva<br />
Augusto Cruz<br />
Barbara Kern<br />
Beatriz Ayrosa<br />
Beto Ramazzina<br />
Bettina Quinteiro<br />
Bia Flecha<br />
Bianca Sakai<br />
Bob V. da Costa<br />
Caíto Cyrillo<br />
Camila Nakagawa<br />
Carla Schmitzberger<br />
Carlão Busato<br />
Carlo Luzzi<br />
Carlos Gue<strong>de</strong>s<br />
Carlos R. O. Rodrigues<br />
Carlos Sadaki<br />
Caroline M. Quinteiro<br />
Caroline Rua<br />
Cássio Motta Mello<br />
Cecília Troiano<br />
Celso Alfieri<br />
Celso Loducca<br />
Cesar Giobbi<br />
Cesar M. Morales<br />
Chico Baldini<br />
Chico Lown<strong>de</strong>s<br />
Cid Torquato<br />
Cláudia Liz<br />
Cláudio Salomão<br />
Clélia Salgado<br />
Clovis Mello<br />
Colin Butterfield<br />
Cris Duclos<br />
Cristiane Mara<strong>de</strong>i<br />
Dado Lancellotti<br />
Dalton Avancini<br />
Dalton Pastore<br />
Dani Fontana<br />
Daniela A. Beyruti<br />
Daniela Martins<br />
Daniela Mignani<br />
Danilo Cersosimo<br />
David Laloum<br />
David Schurmann<br />
Decio Vomero<br />
Dedé Laurentino<br />
Didi Wagner<br />
Diego Figueredo<br />
Dimitria Cardoso<br />
Domenico Massareto<br />
Dudu Venturi<br />
Dulcidio Cal<strong>de</strong>ira<br />
Edgard Salomão<br />
Edna Baruch<br />
Eduardo Andra<strong>de</strong><br />
Eduardo Cama<br />
Eduardo Fischer<br />
Eduardo Rodrigues<br />
Eduardo Soutello<br />
Egisto Betti<br />
Elaine Mansano<br />
Emerson Braga<br />
Ênio Vergueiro<br />
Enzo Barone<br />
Erh Ray<br />
Eugênio Mohallem<br />
Euri<strong>de</strong>s L. Mescolotto<br />
Ezra Geld<br />
Fabiana Bruno<br />
Fábio Brancatelli<br />
Fábio Meneghati<br />
Fábio Pinheiro<br />
Fabio Saba<br />
Fabio Salomão<br />
Fábio Souza<br />
Fabio Steinberg<br />
Felipe Luchi<br />
Felipe Vellasco<br />
Fernanda Young<br />
Fernando Barros<br />
Fernando di Genio<br />
Fernando Diniz<br />
Fernando Figueiredo<br />
Fernando Kenworthy<br />
Fernando Pelégio<br />
Fernando Quinteiro<br />
Fico Meirelles<br />
Filipe Cuvero<br />
Filipe Mescolotto<br />
Flávio Casarotti<br />
Flavio Pestana<br />
Francini G. Pizzutto<br />
Francisco Lopes<br />
Francisco Mesquita<br />
Francisco Papaterra<br />
Gabriel Chalita<br />
Gabriel Nóbrega<br />
Gabriel Vallejo<br />
Gabriela Duarte<br />
Gal Barradas<br />
Giancarlo Barone<br />
Gilmar Piolla<br />
Giovane Bastos<br />
Gleisi Hoffmann<br />
Glen Valente<br />
Gualter Pupo<br />
Guilherme Gomi<strong>de</strong><br />
Guilherme Stoliar<br />
Gustavo Filgueiras<br />
Gustavo Gaion<br />
Gustavo Leme<br />
Gustavo Reis<br />
Guy Costa<br />
Heitor Dhalia<br />
Helio Netto<br />
Heloisa Ribeiro<br />
Heloísa Schurmann<br />
Henrique Russowsky<br />
Hugo Rodrigues<br />
I<strong>de</strong>li Salvatti<br />
Igor Puga<br />
Irene Knoth<br />
Irineu Gnecco Filho<br />
Íris Abravanel<br />
Jaime Troiano<br />
Jair Ribeiro<br />
James Pinto<br />
Jaques Lewkowicz<br />
Javier Talavera<br />
João Caminoto<br />
João Carlos Paludo<br />
João Muniz<br />
Joni Galvão<br />
Jorge Samec<br />
Jorge T. <strong>de</strong> Almeida<br />
Jorge W. Simonsen Jr.<br />
Jorginho Minassian<br />
José Antônio Pinotti<br />
José Augusto <strong>de</strong> C. Júnior<br />
José Berenguer<br />
José Eduardo Casarini<br />
José Ortali Netto<br />
José Roberto Maciel<br />
José Victor Oliva<br />
Joseph Nigri<br />
Julio Anguita<br />
Julio Miyamoto<br />
Kátia Rabelo<br />
Ken Fujioka<br />
Laerte Codonho<br />
Laura Chiavone<br />
A GIUSTI COMUNICAÇÃO<br />
PODERIA<br />
TER OUTROS<br />
NOMES.<br />
Laura Meirelles<br />
Laurence C. Lourenço<br />
Leandro Marveis<br />
Leiko Kussuda<br />
Leo Lama<br />
Leon Abravanel<br />
Leonardo Maluf<br />
Levir Culpi<br />
Lilian Pacce<br />
Lô Politi<br />
Luciana Gimenez<br />
Luciana Pessoa<br />
Luciano Amaral<br />
Luciano Burti<br />
Luciano Mathias<br />
Lucília Diniz<br />
Ludmila Oliveira<br />
Luis Augusto C. Claro<br />
Luis Cambraia<br />
Luiz Alberto Rodrigues<br />
Luiz A. Buono Calainho<br />
Luiz Antonio C. Galebe<br />
Luiz Carlos da Rocha<br />
Luiz Evandro<br />
Luiz Fernando Delazari<br />
Luiz F. Guimarães<br />
Luiz Kroeff<br />
Luiz Lara<br />
Luiz Nascimento<br />
Luiz Peixoto<br />
Luiz Ritton<br />
Luiz Tastaldi<br />
Luiza Possi<br />
Maisa Alves<br />
Maitê Proença<br />
Manir Fa<strong>de</strong>l<br />
Manoel Thomaz Mauger<br />
Marcello Bolla<br />
Marcello D’Angelo<br />
Marcello Droopy<br />
Marcello Hummel<br />
Marcelo B. <strong>de</strong> Oliveira<br />
Marcelo Braga<br />
Marcelo Carvalho<br />
Marcelo Castelo<br />
Marcelo Lenhard<br />
Marcelo Melo<br />
Marcelo Moraes<br />
Marcelo Parada<br />
Marcelo Trevisani<br />
Marcelus Viana<br />
Marcia Pu<strong>de</strong>lko<br />
Marcia Shiba<br />
Marcio Leone<br />
Marcio Oliveira<br />
Márcio Utsch<br />
Marcius Viana<br />
Marco Gonçalves<br />
Marco Pace<br />
Marcos Araujo<br />
Marcos Calliari<br />
Marcos da Costa<br />
Marcos Del Valle<br />
Marcos Fonseca<br />
Marcos Le Pera<br />
Marcos Mion<br />
Marcos Passarini<br />
Marcos Paulo Reis<br />
Marcos Quintela<br />
Marcos Rothenberg<br />
Marcos Saraiva<br />
Marcus Vinicius Chisco<br />
Marcus Vinicius Vieira<br />
Maria Laura Nicotero<br />
Maria Paula Botelho<br />
Mariana Castriota<br />
Mariana Sá<br />
Marina Campos<br />
Marina Tunes<br />
Mario B. <strong>de</strong> Oliveira<br />
Mario Ceratti<br />
Mario D’Andrea<br />
Mario Narita<br />
Mario Peixoto<br />
Martin Montoya<br />
Mary Kai<strong>de</strong>i<br />
Mateus <strong>de</strong> Paula Santos<br />
Mauro Motoryn<br />
Mauro Rabello<br />
Mayra Auad<br />
Men<strong>de</strong>s Thame<br />
Mentor Muniz Neto<br />
Meyer Nigri<br />
Michel Lent<br />
Michikazu Matsushita<br />
Miguel Schmidt<br />
Milena Maeda<br />
Murilo Fraga<br />
Murilo Lico<br />
Naná Du Plessis<br />
Nando Cohen<br />
Nelson Biondi<br />
Newton Nagumo<br />
O<strong>de</strong>mir Putini<br />
Oscar Quiroga<br />
Oswaldo Capasso<br />
Otaviano Costa<br />
Otavio Dias<br />
Paloma Gonzalez<br />
Paschoal Fabra Neto<br />
Patrícia Abravanel<br />
Patrícia Paes<br />
Patricia Rusilo<br />
Paula Castellan<br />
Paula Leite Bastos<br />
Paulo Alimonda<br />
Paulo Loeb<br />
Paulo Skaf<br />
Pedro Lima<br />
Pedro Reiss<br />
Pedro Zemel<br />
Priscila Stoliar<br />
Rafael Carmineti<br />
Raul Doria<br />
Rebeca Abravanel<br />
Reginaldo Ferrante<br />
Renata Abravanel<br />
Renata Assis<br />
Renata Dumont<br />
Renato Soriano<br />
Ricardo Al Makul<br />
Ricardo Chester<br />
Ricardo Feldman<br />
Ricardo Gandour<br />
Ricardo Miranda<br />
Rita Almeida<br />
Roberio Braga<br />
Roberta Palmari<br />
Roberto Alegretti<br />
Roberto Belizario<br />
Roberto <strong>de</strong> Assis<br />
Roberto Franco<br />
Roberto Grosman<br />
Roberto Martini<br />
Robinson Shiba<br />
Rodolfo Barreto<br />
Rodolfo Patrocínio<br />
Rodolfo Sampaio<br />
Rodrigo Julian<br />
Rodrigo Navarro Marti<br />
Rodrigo Soriano<br />
Rogério Santos<br />
Romeo Deon Busarello<br />
Ronaldinho Gaúcho<br />
Rose Lemos<br />
Roseli Caceres<br />
Rui Branquinho<br />
Rui Porto<br />
Ruy Marco Antonio<br />
Salete Paludo<br />
Salomão Hodara Gil<br />
Sandra Gue<strong>de</strong>s<br />
Sandra Peres<br />
Sandra Pessini<br />
Sarah Oliveira<br />
Saulo <strong>de</strong> C. Abreu<br />
Sebastião B. Filho<br />
Selma Santa Cruz<br />
Sergei Epof<br />
Sergio Magalhães<br />
Sergio Motta Mello<br />
Sérgio Pedreiro<br />
Sergio Salles<br />
Sheila Wakswaser<br />
Silvia Herranz<br />
Silvina Tinelli<br />
Silvio Santos<br />
Simone Figueiredo<br />
Solange Ricoy<br />
Sônia Racy<br />
Stefano Zunino<br />
Tatiana Florestano<br />
Tatiana Quintella<br />
Thomas Roth<br />
Tiago Ritter<br />
Tomas Gurgel<br />
Toninho Makul<br />
Valmir Leite<br />
Vilfredo Schurmann<br />
Vinicius Debian<br />
Vital Menezes<br />
Vitor Barros<br />
Vítor Hallack<br />
Walter Ihoshi<br />
Walter Zagari<br />
Wilson Cunha<br />
Wilson Quintella<br />
Woody Gebara<br />
Xavier Penat<br />
Xavier Veciana<br />
Zito Campos<br />
O sucesso <strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> comunicação corporativa é feito <strong>de</strong> nomes.<br />
E a Giusti trabalha ao lado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s nomes do mercado corporativo brasileiro há 17 anos.<br />
Ao lado mesmo. Na nossa área, casos só viram cases se os nossos clientes literalmente trabalharem com a gente. Outro gran<strong>de</strong><br />
fator <strong>de</strong> sucesso no nosso trabalho é ter discrição. Quem tem <strong>de</strong> aparecer é o cliente. O nosso segmento exige, e os nossos<br />
clientes merecem. Cuidamos <strong>de</strong> reputações, tanto pessoais quanto empresariais. Isso requer talento, criativida<strong>de</strong>, concentração<br />
e confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>. Certamente você conhece os nomes impressos neste anúncio. Eles são o nosso maior portfólio e as nossas<br />
melhores referências.<br />
Ser uma das finalistas do Caboré <strong>2017</strong>, na categoria Serviços <strong>de</strong> Marketing, é uma gran<strong>de</strong> honra.<br />
Porque é um reconhecimento pelo acerto <strong>de</strong> nossas escolhas.<br />
E é, também, uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para agra<strong>de</strong>cer a todos os nomes que ajudam a fazer o nome da Giusti Comunicação.<br />
vote<br />
GIUSTI<br />
COMUNICAÇÃO<br />
Caboré <strong>2017</strong><br />
Categoria Serviços<br />
<strong>de</strong> Marketing
entrevista<br />
renato firmiano<br />
os memes<br />
tangibilizam a<br />
linha do tempo<br />
da brastemp<br />
Trazer <strong>de</strong> volta à cena os atores Wandi<br />
Doratiotto e Arthur Kohl em campanha<br />
da Brastemp foi além do resgate <strong>de</strong> uma<br />
proprieda<strong>de</strong> da marca. Nesta entrevista, o<br />
diretor <strong>de</strong> marketing Renato Firmiano explica que<br />
o novo mote mercadológico Sem dúvida, criado<br />
pela FCB, estabelece conexão com o conceito <strong>de</strong><br />
superiorida<strong>de</strong> da marca, que busca consistência na<br />
entrega dos seus produtos. O executivo afirma que é<br />
uma responsabilida<strong>de</strong> o bordão da marca ser usado<br />
como sinônimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Com o digital, os<br />
memes atualizam a verve humorística da Brastemp.<br />
Paulo Macedo<br />
Como o espaço conceito da Brastemp,<br />
montado em São Paulo, estabelece<br />
conexão com o mote mercadológico<br />
Sem dúvida?<br />
O Sem dúvida, Brastemp foi<br />
lançado no fim <strong>de</strong> 2016 para resgatar<br />
o legado da marca, mas<br />
com a intenção <strong>de</strong> projetá-la<br />
para o futuro. Ela já tem o respaldo<br />
da superiorida<strong>de</strong> e agora é<br />
a hora <strong>de</strong> conectá-la com o ambiente<br />
da experiência. O espaço<br />
Brastemp Experience permite<br />
essa intenção com um core baseado<br />
em gastronomia. Trazemos<br />
gran<strong>de</strong>s chefs para os consumidores<br />
vivenciarem uma experiência<br />
que seja sem dúvida uma<br />
Brastemp.<br />
É um espaço para relacionamento<br />
B2B e B2C?<br />
As duas formas. Fazemos<br />
ações com consumidores que<br />
são lovers da marca, mas o espaço<br />
está aberto ao público. No<br />
site www.brastempexperience.<br />
com.br tem toda a programação e<br />
como se inscrever para os cursos.<br />
Também estamos trazendo restaurantes<br />
<strong>de</strong> fora, como o Lasai e<br />
o Olemp, ambos do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
além do paraense Remanso do<br />
Bosque, para proporcionar uma<br />
experiência inédita aos paulistanos.<br />
Em 2018 vamos trazer um<br />
restaurante internacional. Esse<br />
projeto com chefs é i<strong>de</strong>ntificado<br />
como Be Our Guest.<br />
O que está além do local físico?<br />
Como é uma plataforma <strong>de</strong><br />
conteúdo <strong>de</strong> Brastemp, tudo o<br />
que ocorre no espaço é publicado<br />
no Instagram, para aproximar<br />
todo o Brasil <strong>de</strong>ssa experiência.<br />
A B/Ferraz é a i<strong>de</strong>alizadora do<br />
projeto e responsável pelo gerenciamento<br />
do conteúdo. Trabalhamos<br />
basicamente com duas agências.<br />
A outra é a FCB Brasil, que<br />
trabalha com as ações ATL.<br />
Há um aproveitamento do Brastemp<br />
Experience nos PDVs?<br />
Sim. O encantamento <strong>de</strong><br />
quem vem ao local permite um<br />
nível <strong>de</strong> paixão maior com a<br />
marca quando for realizar uma<br />
compra. Também usamos a linguagem<br />
da nova geração Brastemp,<br />
que são os novos produtos<br />
que estão sendo lançados agora.<br />
Nesse sentido também será<br />
aproveitado no PDV. Claro, com<br />
as limitações que não existem<br />
no espaço-conceito. Temos uma<br />
parceria com os gran<strong>de</strong>s varejistas<br />
para tentar levar o <strong>de</strong>sign<br />
usado aqui nas lojas.<br />
A campanha Sem dúvida, criada pela<br />
FCB, resgata o sofá e os personagens<br />
históricos vividos pelos atores Wandi<br />
Doratiotto e Arthur Kohl. Como o<br />
passado inspira o novo momento da<br />
Brastemp?<br />
É resultado <strong>de</strong> um longo trabalho<br />
ter esse novo posicionamento<br />
<strong>de</strong> marca. Queríamos fazer uma<br />
conexão com o legado <strong>de</strong>ixado<br />
pela comunicação anterior, que<br />
está no inconsciente das pessoas.<br />
“Não é assim uma Brastemp”<br />
é um jargão popular e está na<br />
boca do consumidor brasileiro. E<br />
também é sinônimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
quando faz referência à marca.<br />
Trabalhamos muito tempo com<br />
o mote Não tem comparação,<br />
que fechava essa campanha, mas<br />
hoje o ambiente competitivo é<br />
diferente. Existe muita comparação,<br />
mas queremos que o consumidor<br />
tenha certeza <strong>de</strong> que sua<br />
escolha pela Brastemp não tem<br />
nenhuma dúvida. Resgatamos o<br />
passado, mas introjetando para o<br />
futuro. Com um toque <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
e atualizado com o momento<br />
atual.<br />
“Resgata<br />
uma paixão<br />
e um link<br />
emocional<br />
que o<br />
consumidoR<br />
tem com a<br />
maRca”<br />
Esse momento é marcado pelo exercício<br />
da comparação, não é mesmo?<br />
Sim, com certeza! A nova dinâmica<br />
<strong>de</strong> mercado trouxe a<br />
comparação para a vida do consumidor.<br />
Por isso, “Não é assim<br />
uma Brastemp” vai permanecer<br />
por muito tempo pela força que<br />
criou. Resgatá-lo em um momento<br />
que exploramos uma nova assinatura,<br />
tem relação com a superiorida<strong>de</strong><br />
da marca que tem uma<br />
nova geração <strong>de</strong> produtos. Isso<br />
faz muito sentido.<br />
A estética anterior tem uma criativida<strong>de</strong>,<br />
conduzida à época pela Talent,<br />
que não <strong>de</strong>scola da marca?<br />
A campanha da poltrona, como<br />
chamamos internamente, nasceu<br />
<strong>de</strong> insights dos consumidores.<br />
Uma pesquisa apontou que muita<br />
gente estava frustrada por não ter<br />
um produto da Brastemp. Com<br />
bom humor e simplicida<strong>de</strong>, reforçou<br />
o posicionamento <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong>.<br />
Resgatar esse orgulho<br />
histórico da marca foi um <strong>de</strong>safio<br />
e a FCB trouxe a linguagem dos<br />
memes para conectar a marca<br />
com o momento atual.<br />
A poltrona era um <strong>de</strong>sabafo do consumidor?<br />
Sim. Ele revelava suas frustrações<br />
<strong>de</strong> forma bem coloquial.<br />
Os memes são um <strong>de</strong>sabafo com<br />
espirituosida<strong>de</strong> e a Brastemp tem<br />
esse perfil e quer manter isso com<br />
equilíbrio <strong>de</strong> produto e performance.<br />
Os memes tangibilizam a<br />
linha do tempo da Brastemp.<br />
Como é o convívio da marca com<br />
algo que transcen<strong>de</strong> ao marketing?<br />
O bordão cria uma responsabilida<strong>de</strong><br />
quando falamos <strong>de</strong> produtos,<br />
serviços e tudo que oferecemos<br />
aos consumidores, temos<br />
<strong>de</strong> voltar e pensar se estamos sendo<br />
coerentes com “Não é assim nenhuma<br />
Brastemp”. Isso alimenta a intenção<br />
da marca ser a melhor marca<br />
<strong>de</strong> eletrodomésticos do Brasil.<br />
Por que a marca abriu mão <strong>de</strong> algo<br />
tão forte?<br />
Pelo contrário. Abrimos mão<br />
do Não tem comparação. Tanto<br />
que a campanha atual faz<br />
28 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Alê Oliveira<br />
uso do “Não é assim uma Brastemp”,<br />
que vem sendo utilizado<br />
ao longo do tempo quando há<br />
pertinência.<br />
O portfólio atual também é bem mais<br />
amplo?<br />
Estamos presentes em todas as<br />
categorias <strong>de</strong> linha branca. Mas<br />
fizemos uma extensão da marca<br />
que comercializa uma assinatura<br />
<strong>de</strong> purificador <strong>de</strong> água, que agora<br />
também é oferecida com gás.<br />
Lançamos a B.blend, joint venture<br />
com a Ambev na qual trabalhamos<br />
com cápsulas <strong>de</strong> bebidas,<br />
chás, refrigerantes como Guaraná<br />
Antarctica, Pepsi e até café. Ampliamos<br />
o core, que antes era restrito<br />
à linha branca, para a<strong>de</strong>gas,<br />
linha retrô e outros produtos icônicos<br />
para trabalhar a imagem <strong>de</strong><br />
marca também.<br />
E a questão preço?<br />
Atuamos com linhas bastante<br />
premium, mas também estamos<br />
em linha com o ambiente mais<br />
massivo. Sim, conversamos com<br />
um consumidor que tem um po<strong>de</strong>r<br />
aquisitivo mais alto, mas conectado<br />
com o posicionamento e com o que<br />
oferecemos como produto. A marca<br />
tem um premium price x competidores,<br />
mas isso volta em valor.<br />
Trabalhamos com a estratégia dual<br />
brand entre Consul e Brastemp, porém,<br />
cada uma com seus territórios.<br />
Brastemp se posiciona em um mercado<br />
mais alto e Consul num ambiente<br />
mais massivo e <strong>de</strong> marca <strong>de</strong><br />
maior volume. Uma complementa<br />
a outra, mas o objetivo é aten<strong>de</strong>r a<br />
todos os perfis <strong>de</strong> consumo.<br />
A chamada classe C sentiu mais a<br />
crise. Ela ainda é um ponto <strong>de</strong> equilíbrio?<br />
Ela não está no melhor momento,<br />
mas, quando olhamos<br />
para um horizonte mais à frente,<br />
sabemos que vai voltar e vamos<br />
estar com nossas marcas fortes.<br />
Como manter a marca viva no mind<br />
set do consumidor?<br />
Trabalhamos na Whirpool<br />
com consistência. É um mantra<br />
do marketing que estamos reforçando<br />
nos últimos três anos.<br />
Especificamente quando falamos<br />
<strong>de</strong> Brastemp, produto e comunicação<br />
andam muito juntos.<br />
Por isso temos <strong>de</strong> trazer consistência<br />
<strong>de</strong> produto e uma comunicação<br />
forte, afinal faz parte do<br />
brand asset <strong>de</strong> Brastemp. Não é<br />
uma comunicação massiva como<br />
anteriormente. Com o online<br />
trabalhamos <strong>de</strong> forma mais personalizada.<br />
A i<strong>de</strong>ia é encantar o<br />
consumidor on<strong>de</strong> ele estiver.<br />
Como a inovação po<strong>de</strong> ser perceptível?<br />
É o cerne da Brastemp. A tagline<br />
para a nova geração <strong>de</strong><br />
produtos é Última palavra em<br />
última geração, que reforça nosso<br />
compromisso com a tecnologia.<br />
Especificamente no segmento<br />
<strong>de</strong> lavadoras, estamos<br />
trazendo um mo<strong>de</strong>lo inédito<br />
globalmente com dois cestos.<br />
Esse recurso permite a lavagem<br />
simultânea <strong>de</strong> roupas brancas<br />
e coloridas. Essa era uma<br />
das maiores dores das nossas<br />
clientes. Em gela<strong>de</strong>iras estamos<br />
disponibilizando um compartimento<br />
com temperaturas diferentes.<br />
Por exemplo, a cerveja<br />
não vai mais congelar porque<br />
terá a temperatura certa para a<br />
bebida. No caso <strong>de</strong> carnes, uma<br />
parte vai mantê-la por <strong>de</strong>z dias<br />
pronta para preparo sem a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> congelamento que<br />
é uma outra angústia que vai ser<br />
evitada com essa inovação.<br />
Quais são os aprendizados com o digital?<br />
Ele cria uma relação direta<br />
com o consumidor que não tínhamos<br />
antes. Eles estão em<br />
contato permanente pelas re<strong>de</strong>s<br />
sociais com i<strong>de</strong>ias, soluções e sugestões.<br />
A campanha da poltrona<br />
nos mostrou isso: há 15 anos<br />
lançávamos um filme na TV e o<br />
trabalho era naquele momento.<br />
Agora, quando lançamos, é que<br />
começa o trabalho. Por isso monitoramos<br />
as reações pela re<strong>de</strong>s<br />
sociais em tempo real. O digital<br />
permite um feedback instantâneo<br />
do que foi lançado. O profissional<br />
<strong>de</strong> marketing precisa<br />
estar atento e respon<strong>de</strong>r rápido.<br />
“a i<strong>de</strong>ia é<br />
encantaR o<br />
consumidoR<br />
on<strong>de</strong> ele<br />
estiveR”<br />
Mesmo sem métricas?<br />
Ainda tem alguns refinamentos,<br />
mas o mais rico é a voz do consumidor.<br />
A melhor métrica é a reação<br />
espontânea do consumidor.<br />
Como foi a reação à campanha?<br />
Em uma semana no ar, atingiu<br />
mais <strong>de</strong> 25 milhões <strong>de</strong><br />
pessoas, contabilizou 100 mil<br />
compartilhamentos e 50 mil comentários.<br />
Ela resgata uma paixão<br />
e um link emocional que o<br />
consumidor tem com a marca,<br />
que tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mexer<br />
com o imaginário.<br />
Ela nasceu no digital?<br />
Trabalhamos com a FCB com o<br />
conceito <strong>de</strong> digital first. Sim, ela<br />
começou no digital com um filme<br />
<strong>de</strong> dois minutos. Depois criamos<br />
uma força tarefa para que na TV<br />
aberta fosse um momento <strong>de</strong> alto<br />
impacto. Conseguimos adaptar<br />
para 90 segundos e foi exibido<br />
exclusivamente no último capítulo<br />
da novela A Força do Querer.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 29
START<br />
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TRANSFORMAÇÃO NÃO É UM COMBUSTÍVEL<br />
ALTERNATIVO. É A ÚNICA ALTERNATIVA<br />
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inspiração<br />
i<strong>de</strong>ologias à parte, música sempre<br />
Nos seus sambas, marchas e canções, Chico Buarque trata<br />
o amor com seu texto refinado, como se fosse uma crônica.<br />
Antonio Fadiga só não se inspira no viés político do músico<br />
32 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Antonio Fadiga é CEO<br />
da Artplan São Paulo<br />
Fotos: Divulgação<br />
Antonio FAdigA<br />
Especial para o PRoPMARK<br />
que me inspira? Música. Chico, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias. Só a forma e o conteúdo<br />
O<br />
das suas letras e músicas. Situações que nos cercam,<br />
retratadas com a genialida<strong>de</strong> que o caracteriza.<br />
A esperança <strong>de</strong> um amor muito ansiado: “Então<br />
ela se fez bonita como há muito tempo não queria<br />
ousar, com seu vestido <strong>de</strong>cotado, cheirando a guardado,<br />
<strong>de</strong> tanto esperar” (Valsinha, Vinicius & Chico).<br />
O amor (ainda) incompreendido, com “Ele sabe<br />
dos caminhos (...) no meu corpo se escon<strong>de</strong>u, minhas<br />
matas percorreu (...) nas trincheiras, quantos<br />
ais, ai” (Cala a Boca, Bárbara, Chico & Ruy Guerra).<br />
Uma paixão impossível, com “Eu preciso me mostrar<br />
bonita, pra que os olhos do meu bem não olhem<br />
mais ninguém (...) espalho os meus rostos e finjo que<br />
finjo que finjo que não sei” (A Mais Bonita, Chico).<br />
Um amor interesseiro, em “Mesmo que você<br />
fuja <strong>de</strong> mim por labirintos e alçapões, saiba que os<br />
poetas como os cegos po<strong>de</strong>m ver na escuridão (...)<br />
mesmo que os romances sejam falsos como o nosso<br />
(...) são bonitas as canções, mesmo sendo errados os<br />
amantes, seus amores serão bons” (Choro Bandido,<br />
Edu Lobo & Chico).<br />
A sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um amor, com “Te ligo afobada e<br />
<strong>de</strong>ixo confissões no gravador, vai ser engraçado, se<br />
tens um novo amor” (Anos Dourados, Tom & Chico).<br />
A clareza do prazer apenas pelo sexo, <strong>de</strong>clarada<br />
em “Eu te farei as vonta<strong>de</strong>s, direi meias verda<strong>de</strong>s<br />
sempre à meia luz. Mas na manhã seguinte, não conta<br />
até 20, te afasta <strong>de</strong> mim, pois já não vales nada, és<br />
página virada, <strong>de</strong>scartada do meu folhetim” (Folhetim,<br />
Chico).<br />
O <strong>de</strong>sejo que fica no <strong>de</strong>sejo, expressado em “Te<br />
amando <strong>de</strong>vagar e urgentemente (...) prefiro então<br />
partir a tempo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r a gente se <strong>de</strong>svencilhar da<br />
gente, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> te per<strong>de</strong>r, te encontro, com certeza<br />
(...) on<strong>de</strong> não diremos nada, nada aconteceu, apenas<br />
seguirei, como encantado ao lado teu” (Todo o<br />
Sentimento, Cristóvão Bastos & Chico).<br />
Um amor febril, narrado em “Quero ficar no teu<br />
corpo feito tatuagem (...) Quero brincar no teu corpo<br />
feito bailarina, que logo se alucina (...) E nos músculos<br />
exaustos do seu braço, repousar frouxa, murcha,<br />
farta. Morta <strong>de</strong> cansaço” (Tatuagem, Chico & Ruy<br />
Guerra).<br />
O amor incondicional, <strong>de</strong>talhado em “Se nós,<br />
nas travessuras das noites eternas, já confundimos<br />
tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu <strong>de</strong>vo<br />
seguir. Meu sangue errou <strong>de</strong> veia e se per<strong>de</strong>u (...) na<br />
<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do armário embutido, meu paletó enlaça<br />
o teu vestido e o meu sapato ’inda pisa no teu” (Eu<br />
Te Amo, Tom & Chico).<br />
A solidão <strong>de</strong> um amor não mais correspondido,<br />
com “O que é que eu posso contra o encanto, <strong>de</strong>sse<br />
amor que eu nego tanto (...) com seus mesmos tristes<br />
velhos fatos, que num álbum <strong>de</strong> retrato eu teimo em<br />
colecionar” (Retrato em Branco e Preto, Tom & Chico).<br />
A <strong>de</strong>spedida incerta <strong>de</strong> “Se eu <strong>de</strong>morar uns meses<br />
convém, às vezes, você sofrer. Mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um<br />
ano eu não vindo, ponha a roupa <strong>de</strong> domingo e po<strong>de</strong><br />
me esquecer” (Acorda Amor, Leonel Paiva & Chico).<br />
O amor perdido, contado em “Corria contra o<br />
tempo, eu <strong>de</strong>scartava os dias em que não te vi (...)<br />
rodava as horas pra trás, roubava um pouquinho (...)<br />
eu surpreendia o sol, antes do sol raiar (...) e te veria<br />
confusa por me ver, chegando assim, mil dias antes<br />
<strong>de</strong> te conhecer” (Valsa Brasileira, Edu & Chico).<br />
O baque <strong>de</strong> uma separação, <strong>de</strong>sabafado em “Po<strong>de</strong><br />
guardar as sobras <strong>de</strong> tudo que chamam lar, as sombras<br />
<strong>de</strong> tudo que somos nós (...) aceite uma ajuda do<br />
seu futuro amor pro aluguel (...) uma sai<strong>de</strong>ira, muita<br />
sauda<strong>de</strong> e a leve impressão <strong>de</strong> que já vou tar<strong>de</strong>”<br />
(Trocando em Miúdos, Francis & Chico).<br />
Inspirações que <strong>de</strong>spertam a autoexigência <strong>de</strong> fazer<br />
melhor. Com açúcar e com afeto. Sempre.<br />
Com açúcar e com afeto<br />
A genialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chico Buarque é inspiradora. A mulher (foto<br />
acima à esquerda) é recorrente na sua obra e proporciona frases<br />
como “Quero ficar no teu corpo feito tatuagem”. O violão, a<br />
máquina fotográfica, que não queima o filme, e arte (imagens<br />
acima) <strong>de</strong>spertam o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> fazer bem feito. Métricas, rimas e<br />
sons para ver a banda passar cantando coisas <strong>de</strong> amor.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 33
míDIA<br />
Aos 20 anos, IstoÉ Dinheiro investe<br />
em diferenciação <strong>de</strong> formatos<br />
Mudanças no marketing e na publicida<strong>de</strong>, além da criação da área <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content na Editora Três, têm objetivo <strong>de</strong> atrair anunciantes<br />
Danúbia Paraizo<br />
m 1997, a economia brasileira<br />
ainda se ambientava com<br />
E<br />
o recente Plano Real, quando<br />
se viu sacudida por uma crise<br />
financeira no mercado asiático.<br />
O baque forçaria o governo a tomar<br />
<strong>de</strong>cisões para conter a <strong>de</strong>svalorização<br />
da moeda, além <strong>de</strong><br />
garantir estabilida<strong>de</strong>s cambial<br />
e monetária ao país. Foi nesse<br />
cenário que surgia a IstoÉ Dinheiro,<br />
primeira publicação semanal<br />
brasileira voltada para o<br />
noticiário econômico.<br />
Passados 20 anos e uma infinida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> “sobes” e “<strong>de</strong>sces”<br />
do mercado financeiro, como<br />
lembrou o diretor da publicação<br />
da editora Três, Carlos José<br />
Marques, em editorial da edição<br />
<strong>de</strong> aniversário, a publicação semanal<br />
agora se prepara para um<br />
novo momento. “Os hábitos <strong>de</strong><br />
leitura dos brasileiros mudaram<br />
muito e, embora as edições impressas<br />
sejam ainda muito relevantes,<br />
nossos canais digitais<br />
passaram a alcançar uma audiência<br />
muito maior, conquistando<br />
leitores mais jovens e conectados<br />
no Brasil e no mundo”,<br />
<strong>de</strong>staca Milton Gamez, diretor<br />
<strong>de</strong> núcleo da Dinheiro.<br />
Como resposta às transformações<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> informação,<br />
a revista passa a focar<br />
em novos projetos editoriais<br />
multiplataforma, aproximando-se,<br />
inclusive, <strong>de</strong> maneira<br />
mais estratégica dos anunciantes<br />
por meio da nova unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, a Núcleo 3.<br />
O <strong>de</strong>partamento é fruto <strong>de</strong> reformulação<br />
das áreas <strong>de</strong> marketing<br />
institucional e publicida<strong>de</strong><br />
da editora e atuará em todos os<br />
títulos da casa, inclusive a Dinheiro,<br />
um dos carros-chefe.<br />
A nova estrutura terá comando<br />
<strong>de</strong> Isabel Povineli e será<br />
mais direcionada ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> projetos especiais.<br />
Na nova função, a executiva<br />
vai se reportar a Maurício Arbex,<br />
diretor nacional <strong>de</strong> pu-<br />
A Dinheiro é a primeira revista semanal brasileira <strong>de</strong>dicada à cobertura <strong>de</strong> economia<br />
blicida<strong>de</strong>. “Nossa maneira <strong>de</strong><br />
fazer jornalismo <strong>de</strong> economia<br />
e negócios não mudou em sua<br />
essência, mas a forma <strong>de</strong> entregar<br />
nosso conteúdo exclusivo<br />
ganhou novas ferramentas. O<br />
mundo evoluiu, nós também”,<br />
ressalta Gamez.<br />
Segundo o executivo, a reestruturação<br />
foi pensada para<br />
oferecer suporte e agilida<strong>de</strong> às<br />
marcas da Editora Três. A i<strong>de</strong>ia<br />
é fortalecer as marcas e criar<br />
oportunida<strong>de</strong>s para o mercado<br />
publicitário. “Para gerar negócios<br />
eficientes, sem per<strong>de</strong>r o<br />
momento i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> cada anunciante,<br />
é preciso ser ágil e inteligente.<br />
O novo plano <strong>de</strong> atuação<br />
<strong>de</strong>ssas áreas foi finalizado no<br />
Divulgação<br />
primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano e<br />
está em pleno funcionamento.<br />
Vamos conseguir mensurar os<br />
resultados já na meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />
último trimestre do ano”.<br />
Pensando em ampliar os<br />
públicos da revista, combinando<br />
alcance e engajamento aos<br />
seus produtos, o título também<br />
tem estendido sua atuação em<br />
re<strong>de</strong>s sociais, com parcerias<br />
<strong>de</strong> empresas e entida<strong>de</strong>s que<br />
atuam no mercado, como a<br />
B3, antiga Bovespa. A i<strong>de</strong>ia é<br />
se aproximar, sobretudo, das<br />
novas gerações e conquistar<br />
leitores mais jovens. “A Dinheiro<br />
já é uma marca muito forte<br />
entre os formadores <strong>de</strong> opinião<br />
e consumidores <strong>de</strong> renda mais<br />
“Para gerar<br />
negócios<br />
eficientes, sem<br />
Per<strong>de</strong>r o momento<br />
i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> cada<br />
anunciante, é<br />
Preciso ser ágil<br />
e inteligente”<br />
alta e, para continuar relevante,<br />
precisa se comunicar mais com<br />
o público que só consome informação<br />
<strong>de</strong> forma digital. Por<br />
isso, estamos investindo tempo<br />
<strong>de</strong> nossas equipes para produzir<br />
conteúdo em ví<strong>de</strong>o, formato<br />
que hoje tem gran<strong>de</strong> apelo<br />
junto aos mais jovens”, conta<br />
Gamez.<br />
Na TV Dinheiro, por exemplo,<br />
as transmissões são feitas<br />
ao vivo no Facebook e, em seguida,<br />
o conteúdo gravado é<br />
compartilhado no YouTube e<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Outro case recente <strong>de</strong> associação<br />
<strong>de</strong> marca foi a websérie<br />
sobre governança corporativa<br />
criada para a Petrobras e<br />
veiculada em cinco semanas<br />
consecutivas nas plataformas<br />
digitais da IstoÉ Dinheiro. “Os<br />
valores das marcas anunciantes<br />
precisam ser projetados nesses<br />
conteúdos, criados para oferecer<br />
algo relevante ao leitor e, ao<br />
mesmo tempo, atingir o objetivo<br />
<strong>de</strong> comunicação das marcas”,<br />
diz o executivo. “Apesar<br />
das crises, dos solavancos, [a<br />
revista] segue sua trilha radiografando<br />
transformações e tendências<br />
com um olhar peculiar,<br />
analítico e cuidadoso sobre os<br />
fatos e os números”, finaliza o<br />
diretor <strong>de</strong> núcleo.<br />
34 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
KELLY DORES<br />
Os executivos Flavio Pestana,<br />
diretor-executivo comercial<br />
do Estadão, e Marcelo<br />
Moraes, diretor <strong>de</strong> marketing<br />
publicitário, têm uma estratégia<br />
bem clara para os próximos<br />
anos: mudar a percepção<br />
do mercado <strong>de</strong> que o Estadão<br />
é apenas jornal e aumentar a<br />
visibilida<strong>de</strong> do Media Lab Estadão,<br />
que reúne todos os projetos<br />
especiais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
do grupo. “Nós queremos ser<br />
vistos como uma empresa multimídia,<br />
multiplataforma, não<br />
como um jornal impresso, até<br />
porque não somos mais. Mas<br />
esse legado, são 142 anos, é<br />
bom para ativar a nossa lembrança”,<br />
afirma Pestana.<br />
Segundo Pestana, o Estadão<br />
também é visto como um dos<br />
mais inovadores em relação à<br />
produção <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca.<br />
“Quando você começa a <strong>de</strong>senvolver<br />
projetos multimídia<br />
com conteúdos produzidos exclusivamente<br />
para os clientes,<br />
sai da seara do preço e entra<br />
na seara do valor agregado, da<br />
qualida<strong>de</strong>, do diferencial. Isso<br />
nos permite praticar preços<br />
muito melhores e nos agrega<br />
uma imagem <strong>de</strong> inovadores,<br />
que para nós é muito importante<br />
e pela qual temos batalhado<br />
bastante para incorporar. E o<br />
anunciante tem a chance <strong>de</strong> ter<br />
algo realmente diferenciado.<br />
Acho que é um ganha-ganha<br />
para todos os lados. Os projetos<br />
estão cada vez maiores, que<br />
muitas vezes po<strong>de</strong> ser uma entrega<br />
simples <strong>de</strong> uma página <strong>de</strong><br />
jornal até projetos como da Siemens,<br />
que estamos há três anos<br />
fazendo, em que entra produção<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, hotsite, eventos,<br />
programa <strong>de</strong> rádio, anúncios,<br />
um pacote que envolve muitas<br />
entregas. A riqueza é que não<br />
tem fórmula pronta, para cada<br />
caso é uma solução”.<br />
Numa era em que tudo está<br />
em transformação digital e a<br />
publicida<strong>de</strong> tradicional permídia<br />
“Queremos ser vistos como empresa<br />
multimídia e não só como jornal”<br />
Flavio Pestana, do Estadão, fala que os projetos multiplataforma criados<br />
pelo Media Lab são o fio condutor <strong>de</strong> toda estratégia comercial do grupo<br />
Marcelo Moraes e Flavio Pestana: volume significativo <strong>de</strong> páginas no Estadão hoje vem <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
<strong>de</strong> cada vez mais terreno para<br />
bran<strong>de</strong>d content e marketing<br />
<strong>de</strong> experiência, o Estadão aposta<br />
no valor da sua credibilida<strong>de</strong><br />
para se diferenciar no mercado.<br />
“Quando você está fazendo<br />
conteúdo para uma marca<br />
fatalmente empresta sua credibilida<strong>de</strong>,<br />
reputação. Acho<br />
que nossa credibilida<strong>de</strong> e nossa<br />
reputação estão num patamar<br />
acima <strong>de</strong> nossos concorrentes.<br />
Outra vantagem é que o Estadão<br />
é mais multimídia. De todos<br />
os veículos que fazem bran<strong>de</strong>d<br />
content, ao menos em São<br />
Paulo, somos os únicos que têm<br />
rádio, temos uma entrega mais<br />
completa, ampla”, diz Pestana.<br />
Moraes <strong>de</strong>staca que a mídia<br />
mudou um pouco <strong>de</strong> função.<br />
“A gente continua obviamente<br />
ven<strong>de</strong>ndo um volume significativo<br />
<strong>de</strong> páginas no Estadão,<br />
mas, se olhar bem, um gran<strong>de</strong><br />
volume <strong>de</strong>ssas páginas é bran<strong>de</strong>d<br />
content ou uma publicida<strong>de</strong><br />
que está divulgando um<br />
evento que está sendo patrocinando<br />
por outro cliente e assim<br />
sucessivamente. É uma mídia<br />
que continua tendo muito<br />
importância, mas mudou um<br />
pouco a função <strong>de</strong>la <strong>de</strong> acordo<br />
com o projeto que você <strong>de</strong>senha”,<br />
reforça Moraes.<br />
Representante oficial no Brasil<br />
do Festival Internacional <strong>de</strong><br />
Criativida<strong>de</strong> Cannes Lions, <strong>de</strong><br />
fato o Estadão tem se <strong>de</strong>stacado<br />
por vários projetos especiais.<br />
Um dos cases mais famosos é<br />
o Capa Pack, ação que embalou<br />
pacotes do Café Pelé com a capa<br />
do jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo e<br />
no mesmo dia colocou nas gôndolas<br />
dos supermercados para<br />
mostrar o frescor do produto,<br />
trabalho feito em parceria com<br />
a Lew’Lara\TBWA, que ganhou<br />
Leão <strong>de</strong> bronze.<br />
diGiTaL<br />
Outro gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do Estadão<br />
- assim como <strong>de</strong> todos<br />
os veículos <strong>de</strong> comunicação - é<br />
Alê Oliveira<br />
monetizar o bolo digital. Dono<br />
<strong>de</strong> uma audiência <strong>de</strong> 2 milhões<br />
<strong>de</strong> leitores no impresso, <strong>de</strong><br />
acordo com dados do Marpan,<br />
e 22 milhões <strong>de</strong> leitores no digital<br />
pelo Google Analytics ao<br />
mês, a audiência digital já é 11<br />
vezes maior. “As assinaturas<br />
digitais cresceram 26% no primeiro<br />
semestre (hoje são 80 mil<br />
assinaturas digitais) e estamos<br />
investindo para crescer ainda<br />
mais”, conta Pestana.<br />
Moraes ressalta, no entanto,<br />
que o digital é importante, mas<br />
não é apenas no digital que os<br />
anunciantes resolvem os seus<br />
<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> marketing. “Hoje<br />
a gente vê muitos anunciantes<br />
sensíveis a estratégias integradas,<br />
acompanhando a jornada<br />
do consumidor”, diz Moraes.<br />
“O leitor <strong>de</strong> impresso <strong>de</strong>ve valer<br />
100 vezes mais do que um leitor<br />
digital em termos <strong>de</strong> monetização.<br />
O nível <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> um<br />
anúncio digital é muito inferior<br />
do que um anúncio impresso”.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 35
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
João Pires/Divulgação<br />
endorfina criativa<br />
Divulgação<br />
#jogajunto<br />
A partida entre Bauru e Paulistano (foto), no último dia 4 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, marcou a renovação<br />
pelo terceiro ano consecutivo <strong>de</strong> patrocínio da Sky para o Novo Basquete Brasil<br />
(NBB). A temporada <strong>2017</strong>/2018 do campeonato brasileiro <strong>de</strong> basquete receberá ativações<br />
presenciais da operadora. Destaque para as cestas <strong>de</strong> três pontos do NBB, que passam a<br />
ser proprieda<strong>de</strong> da Sky, além do <strong>de</strong>safio dos três pontos no Jogo das Estrelas, com ví<strong>de</strong>os e<br />
matérias veiculadas nas mídias sociais e no site da Liga Nacional <strong>de</strong> Basquete. Com transmissões<br />
ao vivo pelo SporTV e Band, as partidas também receberão ações institucionais e<br />
promocionais, mídia e relacionamento para reforçar a relação da marca com o esporte no<br />
Brasil. A operadora terá também presença em todos os jogos, com placas, nas mangas dos<br />
árbitros, nas ativações especiais durante todo o campeonato e presença intensificada nas<br />
transmissões via Facebook.<br />
visita ao passado<br />
O resgate <strong>de</strong> momentos históricos das seleções<br />
da Alemanha, Espanha, Rússia, Japão,<br />
Colômbia, Argentina, Bélgica e México<br />
embalam as novas camisas da Adidas para a<br />
Copa 2018. Cada uniforme traz inspirações<br />
do passado combinadas com referências <strong>de</strong><br />
tecnologia e <strong>de</strong>sign da atualida<strong>de</strong>. A nova<br />
camisa da campeã mundial Alemanha, por<br />
exemplo, faz referência à 1990, e tem como<br />
<strong>de</strong>talhe a frase Die Mannschaft (o time)<br />
escrita na nuca. Na foto ao lado, o jogador<br />
alemão Mesut Özil veste camisa da seleção<br />
da Copa 2018. Já o uniforme da Rússia, país<br />
anfitrião, é uma interpretação do mo<strong>de</strong>lo<br />
usado pela União Soviética durante os Jogos<br />
Olímpicos <strong>de</strong> 1988, on<strong>de</strong> o time ganhou<br />
o ouro contra o Brasil. A camisa vermelha<br />
traz nas costas a ban<strong>de</strong>ira russa, a águia e a<br />
frase Вместе К Победе, algo como Juntos<br />
para a vitória. “A Adidas criou tantos produtos<br />
inovadores e olhares através das décadas<br />
que se tornaram verda<strong>de</strong>iros ícones<br />
no mundo do futebol. Queremos comemorar<br />
esses ícones no mundo <strong>de</strong> hoje”, afirma<br />
Juergen Rank, diretor sênior <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign.<br />
Divulgação<br />
Faço dois paralelos entre<br />
corrida e trabalho. O primeiro<br />
é o planejamento<br />
<strong>de</strong> distância. Parece óbvio, mas o<br />
roteiro <strong>de</strong> uma corrida é totalmente<br />
diferente quando eu me proponho<br />
a correr 10 km ou 15 km. Saiba<br />
o final antes <strong>de</strong> começar. O segundo<br />
é o espaço mental. Durante a corrida<br />
i<strong>de</strong>ias fluem, novas histórias são<br />
criadas. É essencial reproduzir esse<br />
procedimento durante o dia.”<br />
Luiz Telles, diretor nacional <strong>de</strong> conteúdo e<br />
engajamento da Artplan<br />
Divulgação<br />
faça você mesmo<br />
Como é possível incluir pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />
no esporte? O atleta paralímpico<br />
Fernando Fernan<strong>de</strong>s (foto acima) respon<strong>de</strong><br />
à questão no próximo dia 22, no Red Bull<br />
Station, em São Paulo. Durante o evento<br />
Soluções Makers para Inclusão <strong>de</strong> Pessoas<br />
com Deficiência nos Esportes, o campeão<br />
mundial <strong>de</strong> paracanoagem vai dividir sua<br />
história e como encarou a missão <strong>de</strong> criar<br />
soluções para inserir a prática esportiva<br />
à sua rotina. O evento também recebe<br />
Marcos Oliveira, criador do projeto MeViro,<br />
plataforma <strong>de</strong> projetos faça-você-mesmo,<br />
que conecta pessoas com <strong>de</strong>ficiência.<br />
Neste ano, Marcos foi um dos selecionados<br />
pelo programa <strong>de</strong> inovação social Red Bull<br />
Amaphiko.<br />
36 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
New York Festivals Publicida<strong>de</strong> no Brasil.<br />
Mostra, <strong>de</strong>bate e tendências para 2018.<br />
Pela primeira vez no país, o New York Festivals Advertising<br />
Awards em parceria com o jornal PROPMARK realiza<br />
um evento que irá reunir os criativos das principais<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Brasil, clientes e anunciantes,<br />
para uma mostra dos filmes mais premiados <strong>de</strong> <strong>2017</strong> em<br />
Nova York. O evento também irá promover um <strong>de</strong>bate<br />
entre os criativos brasileiros, que foram jurados no festival<br />
este ano, através <strong>de</strong> um talk show on<strong>de</strong> irão discutir as<br />
tendências para 2018.<br />
Mediador:<br />
Kelly Dores – Editora-Chefe - PROPMARK<br />
Debatedores:<br />
Erh Ray - Co-CEO - Betc<br />
Pedro Burneiko - Head of Innovation - AlmapBBDO<br />
Márcio Fritzen - Creative Director - Ogilvy Brasil<br />
Ricardo Sciammarella - Creative Director - Ogilvy Brazil<br />
Dia: 23.11.17<br />
Local: Restaurante Praça São Lourenço<br />
Evento fechado para convidados.<br />
Informações: newyorkfestivals@propmark.com.br<br />
Realização:
STORYTELLER<br />
poplasen/iStock<br />
A minha finca<br />
É exatamente pelo sentimento <strong>de</strong> impunida<strong>de</strong><br />
que o tratador do tigre leva a patada mortal<br />
LuLa Vieira<br />
No dia do aniversário <strong>de</strong> um dos mais<br />
importantes clientes <strong>de</strong> nossa agência,<br />
tivemos uma reunião especial para <strong>de</strong>cidir<br />
qual o presente que po<strong>de</strong>ríamos oferecer<br />
e fosse marcante <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Não po<strong>de</strong>ria<br />
ser apenas ostensivo, tipo relógio <strong>de</strong> milhares<br />
<strong>de</strong> dólares ou uma gravata <strong>de</strong>senhada<br />
pessoalmente por Emile Hermés, pois o<br />
cliente era muito rico e não seria apenas a<br />
grana que o comoveria. O que importava<br />
era o significado. Tivemos então a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
encontrar um vinho exclusivo e muito raro<br />
e acondicionar as garrafas numa caixa <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira com o logotipo da agência e o nome<br />
do cliente.<br />
Os mais respeitados importadores foram<br />
acionados para nos encontrar um vinho<br />
assim, que se distinguisse entre os rótulos<br />
mais aclamados do mundo inteiro. Foi<br />
um <strong>de</strong>sses marchands que encontrou em<br />
seu estoque algumas garrafas quase centenárias<br />
<strong>de</strong> um produtor francês, <strong>de</strong> nome<br />
histórico. Vinho mis en bouteille pessoalmente<br />
por um con<strong>de</strong> nome <strong>de</strong> rua em Paris.<br />
Coisa finíssima. Puta luxo.<br />
Mandamos um vice-presi<strong>de</strong>nte buscar<br />
as garrafas, <strong>de</strong>vidamente transportadas no<br />
colo, protegidas da luz solar e acondicionadas<br />
<strong>de</strong> forma a não per<strong>de</strong>r a poeira acumulada,<br />
<strong>de</strong>talhe dos <strong>de</strong>talhes, mas importante<br />
para o efeito que queríamos. Quando o<br />
portador chegou, a agência inteira parou<br />
para ver a rarida<strong>de</strong>. Para se ter uma i<strong>de</strong>ia,<br />
os rótulos eram escritos à mão pelo engarrafador.<br />
Pedro Henrique Garcia foi o diretor<br />
<strong>de</strong> arte encarregado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar a <strong>de</strong>coração<br />
da caixa <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. E foi na sala <strong>de</strong>le,<br />
Pedro (naquele tempo – velhos tempos!<br />
– diretor <strong>de</strong> arte tinha sala própria), que os<br />
vinhos passaram a noite, repousando nos<br />
mesmos panos em que viajaram, colocados<br />
num armário.<br />
Durante a madrugada a velha faxineira<br />
encontrou aquela porcaria poeirenta e concluiu<br />
que o Pedro, solteiro na época, era um<br />
tremendo relaxado, guardando garrafas<br />
sujas envoltas em velhas cuecas. E, cheia<br />
<strong>de</strong> amor, lavou tudo, com muita água e sabão,<br />
colocando para secar na janela, aproveitando<br />
o sol. E foi embora, orgulhosa por<br />
ter ajudado a arrumar a vida daquele escroto.<br />
Dez horas da manhã, diante <strong>de</strong> garrafas<br />
reluzentes e limpíssimas, com rótulos borrados,<br />
Pedro pensou seriamente em se suicidar.<br />
Mas, após o choque, justificou sua fama<br />
<strong>de</strong> criativo. Retocou os rótulos piorando<br />
ainda mais o seu estado e como toque final<br />
sacudiu em cima das garrafas o filtro do ar-<br />
-condicionado, <strong>de</strong>itando sobre tudo alguns<br />
meses <strong>de</strong> poeira, ácaros e restos <strong>de</strong> carpete<br />
acumulados no aparelho.<br />
As garrafas foram entregues solenemente<br />
e solenemente <strong>de</strong>gustadas, inclusive<br />
com acalorados comentários sobre o <strong>de</strong>talhe<br />
da preservação das garrafas tal como<br />
foram encontradas na cave. E aí vem o pior.<br />
Depois do sucesso <strong>de</strong>sse presente, resolvemos<br />
replicar em outras ocasiões, diminuindo,<br />
é claro, o valor dos vinhos que<br />
ganhavam rótulos totalmente fantasia e<br />
muita poeira. Não chegamos a engarrafar<br />
zurrapas, mas aproveitamos ofertas <strong>de</strong><br />
supermercados com chilenos razoáveis,<br />
argentinos mais ou menos e italianos <strong>de</strong><br />
mesa. Por preguiça ou por vício, o tempo ia<br />
passando, a imaginação acabando e os rótulos<br />
passaram a ser feitos em série. Mais<br />
um pouco e criamos uma finca: “Los Píncaros<br />
Nevados”, que virou mais ou menos<br />
nossa marca registrada. Sempre para presentes,<br />
registre-se. Nunca ven<strong>de</strong>mos uma<br />
só garrafa.<br />
Para aplacar a consciência, o rótulo dava<br />
uma leve dica da bebida: “Vino producido<br />
a partir <strong>de</strong> uvas vinículas <strong>de</strong> cepas nobres<br />
cosechadas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>s originales e elaboradas<br />
por processos muy antigos em regiones<br />
tradicionales”. Isso não quer dizer porra<br />
nenhuma, mas impressiona, ainda mais<br />
com as advertências <strong>de</strong> que se tratava <strong>de</strong><br />
“Produto Exclusivo”, além <strong>de</strong> que o rótulo<br />
era <strong>de</strong> “Partida Particular bajo Supervision<br />
<strong>de</strong> interéspersonal”, o que também não<br />
tem qualquer significado.<br />
Só percebemos que a brinca<strong>de</strong>ira tinha<br />
ido longe <strong>de</strong>mais quando a filial <strong>de</strong> Brasília<br />
encomendou uma caixa para presentear<br />
uma altíssima autorida<strong>de</strong> sob a qual se inseria<br />
o órgão encarregado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fraudações.<br />
Fechamos a “fábrica” nesse dia. Tínhamos<br />
ido longe <strong>de</strong>mais e perdido a vergonha. E<br />
apren<strong>de</strong>mos duas coisas: a primeira, que<br />
na área da sacanagem é fundamental saber<br />
a hora <strong>de</strong> parar. E a segunda é que é exatamente<br />
pelo sentimento <strong>de</strong> impunida<strong>de</strong> que<br />
o tratador do tigre leva a patada mortal,<br />
o equilibrista cai do arame e o corrupto é<br />
pego cheio <strong>de</strong> malas. E, para comemorar a<br />
<strong>de</strong>scoberta, bebemos o estoque <strong>de</strong> presentes.<br />
Aliás, o vinho era bom. O que estragava<br />
era a mentira. Como sempre.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
38 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
especial<br />
23/11<br />
340 mil<br />
exemplares<br />
+ <strong>de</strong> 950 mil<br />
IMPACTOS *<br />
(*) estimativa interna.<br />
Dia 23/11, na véspera da Black Friday, o Estadão Expresso<br />
publica uma edição especial com todas as informações para<br />
auxiliar o consumidor a encontrar as melhores oportunida<strong>de</strong>s<br />
na data mais aguardada do ano.<br />
circulação<br />
circulação<br />
NA NA GRANDE GRANDE<br />
SÃO SÃO PAULO PAULO
prêmIOS<br />
Africa é a Agência do Ano e Sergio<br />
Gordilho o Criativo do El Ojo <strong>2017</strong><br />
Confirmando seu protagonismo no festival, Brasil ganhou 151 troféus,<br />
sendo sete Grand Prix; DDB é eleita pela primeira vez a Re<strong>de</strong> do Ano<br />
DANÚBIA PARAIZO<br />
– <strong>de</strong> Buenos Aires<br />
Um furacão quando chega,<br />
se prepara muito antes para<br />
se formar. Essa foi a analogia<br />
utilizada por Sergio Gordilho,<br />
copresi<strong>de</strong>nte e CCO da Africa,<br />
para justificar o <strong>de</strong>sempenho<br />
histórico da agência no Festival<br />
Internacional El Ojo <strong>de</strong> Iberoamerica<br />
neste ano. No evento,<br />
que marcou os 20 anos da premiação,<br />
a Africa foi reconhecida<br />
pela primeira vez como<br />
Agência do Ano, e Gordilho,<br />
como Criativo do Ano.<br />
“Até chegarmos a essa conquista,<br />
passamos por um processo<br />
que se fortaleceu nos<br />
últimos três anos. A revolução<br />
humana que vivemos hoje, na<br />
qual as pessoas se relacionam<br />
com as marcas <strong>de</strong> forma mais<br />
próxima, se não agregarmos<br />
valor para os consumidores,<br />
per<strong>de</strong>remos relevância para os<br />
clientes”, <strong>de</strong>stacou Gordilho.<br />
Realizado na semana passada,<br />
em Buenos Aires, o El Ojo<br />
reconheceu as melhores i<strong>de</strong>ias<br />
da Iberoamérica, além <strong>de</strong> promover<br />
discussões sobre tendências<br />
e <strong>de</strong>safios do mercado<br />
publicitário. Nesta edição, a<br />
DDB foi eleita Re<strong>de</strong> do Ano, a<br />
Netflix o Anunciante do Ano,<br />
a We Believers como Agência<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Ano, Nico Perez<br />
Veiga como Diretor <strong>de</strong> Cena<br />
do Ano e a Primo/PBA Cinema<br />
como Produtora do Ano.<br />
Em um ano que confirmou<br />
o protagonismo do Brasil na<br />
premiação, o país encerrou sua<br />
participação com 151 troféus<br />
acumulados, sendo sete Gran<br />
Ojos (ou Grand Prix), 36 troféus<br />
<strong>de</strong> Ouro, 55 <strong>de</strong> Prata e 53 <strong>de</strong><br />
Bronze. Segundo Santiago Keller<br />
Sarmiento, presi<strong>de</strong>nte do El<br />
Ojo, o Brasil e <strong>de</strong>mais países da<br />
Iberoamérica têm passado por<br />
crises profundas, o que não<br />
influenciou negativamente o<br />
valor dos trabalhos apresentados.<br />
Nesse contexto, a própria<br />
permanência e evolução do<br />
Sergio Gordilho, copresi<strong>de</strong>nte e CCO da Africa, foi eleito o Criativo do Ano no festival<br />
festival ao longo <strong>de</strong> duas décadas<br />
reforça a importância <strong>de</strong><br />
funcionar como propagador da<br />
cultura latina no mundo.<br />
“Não se completam 20 anos<br />
todos os dias. O El Ojo tem<br />
crescido e se consolidado junto<br />
com toda a indústria criativa<br />
da Iberoamérica. Através <strong>de</strong>le,<br />
temos evi<strong>de</strong>nciado o potencial<br />
e a realida<strong>de</strong> dos nossos talentos<br />
locais”, disse o executivo.<br />
“Celebramos 20 anos em um<br />
mundo <strong>de</strong> crises. No Brasil, financeira<br />
e política, e <strong>de</strong>sastres<br />
naturais no México, Porto Rico<br />
e República Dominicana. Mas<br />
ainda assim vemos produções<br />
que revelam nosso talento e<br />
habilida<strong>de</strong>”.<br />
Fotos: Divulgação<br />
IdEntIdAdE lAtInA<br />
Com forte presença em categorias<br />
que <strong>de</strong>mandam novas<br />
tecnologias, inovação e uso<br />
criativo <strong>de</strong> dados, o Brasil obteve<br />
reconhecimento máximo<br />
com projetos como o Next,<br />
banco do Bra<strong>de</strong>sco pensado<br />
para a era digital. Com conceito<br />
Um Novo Banco Conectado<br />
pelo Design, o projeto da agência<br />
R/GA São Paulo envolveu o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma instituição<br />
financeira digital bem<br />
como todo o branding e arquitetura<br />
<strong>de</strong> dados.<br />
Pelo case, a R/GA levou<br />
para casa dois Grand Prix nas<br />
categorias Design e Produção<br />
Digital. Segundo Fabiano<br />
Coura, SVP managing director<br />
da agência, o reconhecimento<br />
coroa a crença <strong>de</strong> que um bom<br />
trabalho leva tempo. “De fato,<br />
foi um projeto que exigiu não<br />
“Ganhar um<br />
festival com o<br />
peso do el ojo é<br />
muito importante<br />
para qualquer<br />
aGência”<br />
só muito talento, mas paciência.<br />
Você fica ansioso <strong>de</strong>mais<br />
por dois anos sem po<strong>de</strong>r mostrar<br />
para ninguém o trabalho<br />
que você está fazendo. Numa<br />
época em que a indústria é<br />
absolutamente instantânea, o<br />
prêmio coroa a resiliência do<br />
time do Next <strong>de</strong> ter se empenhado<br />
tanto, acreditado por<br />
dois anos sem po<strong>de</strong>r contar<br />
para ninguém”.<br />
Ainda no ambiente <strong>de</strong> novas<br />
tecnologias, a Grey também levou<br />
a melhor em Creative Data<br />
com a campanha A cor da corrupção<br />
para o Reclame Aqui.<br />
Primeiro Grand Prix da história<br />
da agência, o projeto é baseado<br />
em um plug-in que instalado<br />
no computador, grifa em roxo<br />
o nome <strong>de</strong> políticos envolvidos<br />
em crimes ou com pendências<br />
judiciais, além <strong>de</strong> sua ficha<br />
com o histórico na Justiça.<br />
“Todo mundo fala <strong>de</strong> big<br />
data, isso é importante, mas<br />
o que você faz a partir <strong>de</strong>le é<br />
fundamental. Conseguir o primeiro<br />
Grand Prix da história<br />
com um projeto que fala tanto<br />
sobre como enxergamos a comunicação<br />
e como <strong>de</strong>vemos<br />
contribuir como criativos para<br />
um país melhor nos dá muito<br />
orgulho”, disse Rodrigo Jatene,<br />
copresi<strong>de</strong>nte da Grey.<br />
Esta edição do festival também<br />
foi marcada pelo reconhecimento<br />
da inovação como<br />
ferramenta para engajar e multiplicar<br />
o alcance das mensagens<br />
dos anunciantes. É o caso<br />
da DM9, vencedora do Grand<br />
Prix em Promo & Ativação<br />
40 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Leandro Castilho e Mariana Sá, da TV Globo, recebem GP <strong>de</strong> Andrea Siqueira<br />
Adriano Matos e Rodrigo Jatene, da Grey Brasil, e Eduardo Maruri, da Grey Latam<br />
com a campanha Price on the<br />
Jersey, para o Walmart Brasil.<br />
Na ativação, ofertas foram estampadas<br />
nas camisas do clube<br />
baiano Fluminense <strong>de</strong> Feira<br />
<strong>de</strong> Santana, aproveitando o<br />
espaço do número e nome dos<br />
jogadores no uniforme. Como<br />
resultado, os narradores esportivos<br />
acabaram “anunciando”<br />
as promoções da re<strong>de</strong> varejista<br />
em emissoras <strong>de</strong> rádio e TV.<br />
“A premiação é o reconhecimento<br />
<strong>de</strong> uma marca forte<br />
atuando numa campanha regional<br />
que, acima <strong>de</strong> tudo, fez<br />
aumentar as vendas em 40%,<br />
o que é o mais importante,<br />
principalmente quando o seu<br />
cliente é o maior varejista do<br />
mundo. É propaganda gerando<br />
resultado”, celebrou Paulo Coelho,<br />
executive creative director<br />
da DM9.<br />
A Africa, ganhadora do<br />
Grand Prix na categoria Sustentável<br />
com a campanha<br />
Inequality courts para o canal<br />
ESPN, também trabalhou a<br />
proposta <strong>de</strong> usar um elemento<br />
viral para propagar uma i<strong>de</strong>ia.<br />
Em comemoração ao Dia Internacional<br />
da Mulher, neste ano,<br />
a plataforma espnW evi<strong>de</strong>nciou<br />
a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s,<br />
salários e exposição<br />
das mulheres que atuam no<br />
esporte. A ação veiculada nas<br />
principais partidas do canal<br />
ESPN usou os próprios campos<br />
e quadras esportivas como<br />
gráficos para mostrar a <strong>de</strong>sproporção<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s entre<br />
homens e mulheres.<br />
“O esporte é muito mais do<br />
que o resultado. Ele vai além<br />
do entretenimento, é uma ferramenta<br />
<strong>de</strong> transformação.<br />
As atitu<strong>de</strong>s que ocorrem em<br />
campo refletem a socieda<strong>de</strong>.<br />
Ver essa campanha, que traz<br />
um assunto que merece tanta<br />
atenção, ganhar um dos prêmios<br />
mais importante da região<br />
Ibero-Americana é motivo<br />
<strong>de</strong> muito orgulho. É saber que,<br />
pelo menos nesse campo aqui,<br />
na nossa indústria, esse assunto<br />
marcou um golaço. Estamos<br />
muito felizes”, disse Gordilho.<br />
Outras premiações inéditas<br />
foram reconhecidas no festival.<br />
Na categoria Inovação, a<br />
TV Globo levou GP com a campanha<br />
Movido a respeito. O<br />
ví<strong>de</strong>o mostrou como Rodrigo<br />
Men<strong>de</strong>s, fundador do instituto<br />
que leva seu sobrenome, é<br />
capaz <strong>de</strong> pilotar um carro <strong>de</strong><br />
F-1 por meio <strong>de</strong> comandos da<br />
mente. Men<strong>de</strong>s é mestre em<br />
gestão da diversida<strong>de</strong> humana<br />
e ficou paraplégico aos 19 anos<br />
após um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> carro.<br />
Já na categoria Melhor I<strong>de</strong>ia<br />
Latina, a agência Ogilvy Nova<br />
York, em cocriação com a produtora<br />
brasileira Asteroi<strong>de</strong> Filmes,<br />
conquistou o Grand Prix<br />
com The refugee nation, para a<br />
Anistia Internacional. A campanha<br />
levou <strong>de</strong>z atletas refugiados<br />
para disputar os Jogos<br />
Olímpicos na Rio 2016, e recrutou<br />
profissionais refugiados <strong>de</strong><br />
diversos países para criarem<br />
juntos ban<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>legação e<br />
hino próprios que representassem<br />
a nação dos atletas na<br />
competição.<br />
SObE E dESCE dO mErCAdO<br />
A 20ª edição do El Ojo foi<br />
marcada por mudanças importantes<br />
entre os principais<br />
lí<strong>de</strong>res do mercado publicitário<br />
ibero-americano. Na oitava<br />
posição em 2016, a Africa<br />
conquistou o primeiro lugar do<br />
Equipe da R/GA, li<strong>de</strong>rada por Fabiano Coura (à esq.), e time do Bra<strong>de</strong>sco/Next recebem do júri o Grand Prix em Design<br />
“todo mundo fala<br />
<strong>de</strong> biG data, isso é<br />
importante, mas<br />
o que você faz<br />
a partir <strong>de</strong>le é<br />
fundamental”<br />
ranking neste ano, <strong>de</strong>sbancando<br />
a AlmapBBDO, vencedora<br />
do ano passado. Na vice-li<strong>de</strong>rança<br />
ficou a Alma DDB, seguida<br />
por DM9, Mercado McCann<br />
Almap e McCann Lima, respectivamente.<br />
Entre as re<strong>de</strong>s, a DDB ocupou<br />
o posto mais alto, seguida por<br />
McCann, BBDO, Ogilvy&Mather,<br />
Grey, Young&Rubicam, R/GA,<br />
MullenLowe e Wun<strong>de</strong>rman.<br />
Dessas, apenas a R/GA não integrava<br />
o ranking no ano passado.<br />
JWT, Leo Burnett e TBWA, que<br />
estavam na lista em 2016, neste<br />
ano, não tiveram a pontuação<br />
suficiente para a lista das melhores.<br />
Segundo Gordilho, o festival<br />
é parâmetro importante para<br />
fomentar a competição saudável<br />
entre agências, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> pertencerem<br />
ou não à mesma re<strong>de</strong>. Reconhecendo<br />
a força das “irmãs”<br />
Alma e DM9, por exemplo, o<br />
criativo ressalta que a premiação<br />
eleva os esforços das agências,<br />
gerando um ambiente fértil<br />
para gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias.<br />
“Ganhar um festival com o<br />
peso do El Ojo é muito importante<br />
para qualquer agência.<br />
Um mercado que não tem concorrência<br />
não tem inovação.<br />
A gente precisa <strong>de</strong>ssa concorrência<br />
saudável com gran<strong>de</strong>s<br />
agências para crescer. Isso<br />
estimula umas às outras a fazerem<br />
um trabalho cada vez<br />
melhor”.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 41
CoNSumo<br />
vlado85rs/iStock<br />
Este <strong>de</strong>ve ser o Natal do<br />
início da recuperação da<br />
economia, segundo SPC<br />
As compras feitas online serão a opção escolhida por 40% dos entrevistados; pela primeira vez, o meio aparece à frente dos shoppings, que têm 37% das intenções<br />
73% preten<strong>de</strong>m presentear na data comemorativa; pela primeira vez, as<br />
compras realizadas na internet po<strong>de</strong>m superar as feitas nas lojas físicas<br />
Cristiane marsola<br />
Natal do início da recuperação.<br />
É assim que Marce-<br />
O<br />
la Kawauti, economista-chefe<br />
do SPC Brasil (Serviço <strong>de</strong> Proteção<br />
ao Crédito), apresenta a<br />
pesquisa <strong>de</strong> intenção <strong>de</strong> compra<br />
feita pelo instituto em parceria<br />
com a CNDL (Confe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional <strong>de</strong> Dirigentes<br />
Lojistas). “Vale lembrar que a<br />
recuperação da economia não<br />
ocorre toda ao mesmo tempo.<br />
O consumidor ainda não tem<br />
dinheiro no bolso. O trem da<br />
economia começou a andar,<br />
mas o cliente está com o bolso<br />
apertado”, fala.<br />
A intenção <strong>de</strong> compra se<br />
manteve praticamente estável<br />
nos últimos três anos. Em 2015,<br />
73% compraram presentes. Em<br />
2016, o índice foi <strong>de</strong> 74%. Neste<br />
ano, 73% têm intenção <strong>de</strong> presentear<br />
no Natal. “A intenção<br />
<strong>de</strong> compra sempre foi elevada.<br />
Ao longo, <strong>de</strong>sses anos, o que<br />
havia diminuído era o valor dos<br />
presentes”, diz.<br />
Este ano, 110,8 milhões <strong>de</strong><br />
brasileiros preten<strong>de</strong>m comprar,<br />
ante 107,6 milhões, no ano<br />
passado. A média <strong>de</strong> presentes<br />
também teve uma pequena melhora:<br />
foi <strong>de</strong> 4,24 presentes por<br />
comprador para 4,55. No entanto,<br />
a média <strong>de</strong> gastos passou<br />
<strong>de</strong> R$ 465,59, em 2016, para R$<br />
461,91, neste ano, o que é consi<strong>de</strong>rado<br />
estável.<br />
Serão injetados R$ 51,2 bilhões<br />
na economia em função<br />
da data, que é a principal para<br />
o comércio. A pesquisa mostra<br />
que, mesmo somando todos os<br />
resultados, as outras datas comemorativas<br />
não alcançam o<br />
Natal. Dia das Mães, dos Namorados,<br />
dos Pais e das Crianças,<br />
somados, injetaram R$ 45,9 bilhões<br />
na economia em <strong>2017</strong>.<br />
O otimismo mo<strong>de</strong>rado, segundo<br />
Marcela, vem dos sinais<br />
<strong>de</strong> que há uma recuperação na<br />
economia: juros menores, inflação<br />
controlada, <strong>de</strong>semprego<br />
em início <strong>de</strong> queda e vendas no<br />
varejo começando a crescer. “A<br />
economia é como uma fileira <strong>de</strong><br />
dominó, mas com movimentos<br />
muito lentos. As últimas pedras<br />
A médiA <strong>de</strong><br />
presentes tAmbém<br />
teve umA pequenA<br />
melhorA: foi <strong>de</strong><br />
4,24 presentes<br />
por comprAdor<br />
pArA 4,55<br />
são aquelas que dão a sensação<br />
ao consumidor <strong>de</strong> que as coisas<br />
vão bem, como queda significativa<br />
do <strong>de</strong>semprego. Temos<br />
um otimismo mo<strong>de</strong>rado porque<br />
foram três anos seguidos<br />
<strong>de</strong> queda no volume <strong>de</strong> vendas.<br />
Em 2015, a queda foi <strong>de</strong> 16%<br />
em relação ao ano anterior. Parece<br />
que (este ano) está ruim,<br />
mas não, se comparamos com<br />
os anos anteriores”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />
economista.<br />
Pela primeira vez, a internet<br />
será o principal local para as<br />
compras <strong>de</strong> Natal. 40% dos entrevistados<br />
respon<strong>de</strong>ram que<br />
preten<strong>de</strong>m comprar os presentes<br />
online. No ano passado, o<br />
índice era <strong>de</strong> 32%. Os shoppings<br />
ficam em segundo lugar, com<br />
37% das respostas. Em 2016, o<br />
índice era <strong>de</strong> 41%. Empatadas<br />
com os shoppings estão as lojas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, que no ano<br />
passado tinham 25% das intenções<br />
<strong>de</strong> compra.<br />
De acordo com a pesquisa, as<br />
principais vantagens dos pontos<br />
<strong>de</strong> venda escolhidos são a<br />
comodida<strong>de</strong> e a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pesquisar preços e produtos.<br />
Os sites mais citados para a realização<br />
das compras são os<br />
<strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />
(68%), <strong>de</strong> classificados <strong>de</strong> compra<br />
e venda (42%) e <strong>de</strong> lojas especializadas<br />
(34%). “O dinheiro<br />
está indo para o mesmo bolso,<br />
só que na internet em vez da<br />
loja física”, diz Marcela.<br />
Foram ouvidas 730 pessoas<br />
na pesquisa geral e 611 na específica,<br />
em 27 capitais brasileiras,<br />
com consumidores acima<br />
<strong>de</strong> 18 anos, <strong>de</strong> ambos os sexos<br />
e <strong>de</strong> todas as classes sociais, em<br />
outubro <strong>de</strong>ste ano.<br />
42 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
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MEMÓRIA<br />
Neil Ferreira <strong>de</strong>ixa legado<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e inquietação<br />
Um dos gran<strong>de</strong>s nomes da propaganda brasileira, com carreira marcante<br />
na DPZ, criou o Baixinho da Kaiser e o Leão do IR, morreu no último dia 7<br />
publicitário brasileiro Neil<br />
O Ferreira morreu no último<br />
dia 7, em São Paulo, aos 74<br />
anos. O criativo foi uma das revelações<br />
da DPZ – atual DPZ&T<br />
–, on<strong>de</strong> trabalhou ao lado dos<br />
fundadores Roberto Duailibi,<br />
Francesc Petit e José Zaragoza.<br />
Redator, Neil é consi<strong>de</strong>rado a<br />
gran<strong>de</strong> revelação da propaganda<br />
brasileira nos anos 1960 e um<br />
dos mais brilhantes criativos da<br />
década dos anos 1970. Ele também<br />
teve passagem pela Norton,<br />
atual Publicis. Todo mundo queria<br />
contratar o redator que inspirou<br />
diversos profissionais e fez<br />
dupla com Zaragoza (que faleceu<br />
em maio <strong>de</strong>ste ano), a quem<br />
consi<strong>de</strong>rava um irmão. Ficou<br />
famoso um anúncio após sua<br />
primeira saída da DPZ, que dizia:<br />
“Neil, queridinho, volte pra<br />
casa. Tudo está perdoado. Z”.<br />
Entre seus gran<strong>de</strong>s trabalhos<br />
na publicida<strong>de</strong>, estão a criação<br />
do Baixinho da Kaiser, algo que<br />
antece<strong>de</strong>u a era do storytelling,<br />
e o Leão do Imposto <strong>de</strong> Renda<br />
(1978). Neil foi homenageado no<br />
24º Anuário do Clube <strong>de</strong> Criação,<br />
em 1999, e passou a integrar<br />
o Hall da Fama da entida<strong>de</strong>.<br />
Aos 69 anos, em 2012, ganhou,<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, o Prêmio Jeca<br />
Tatu, na Aca<strong>de</strong>mia Brasileira<br />
<strong>de</strong> Letras, durante o 7º Encontro<br />
<strong>de</strong> Redação Publicitária, em<br />
uma iniciativa da Alap (Associação<br />
Latino-Americana <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>), com apoio<br />
do Conselho Nacional <strong>de</strong> Propa-<br />
Neil Ferreira exerceu influência em toda uma geração da propaganda brasileira<br />
ganda e do Clube <strong>de</strong> Criação do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Neil estava afastado da rotina<br />
das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
há quase 20 anos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
passar por duas crises em que<br />
ficou alguns anos ensaiando<br />
outros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> vida, como<br />
escrever crônicas sobre filhotes<br />
<strong>de</strong> gambá e seus cães Chicão e<br />
Fe<strong>de</strong>goso. “A Rodovia Raposo<br />
Tavares começou a me cobrar<br />
uma hora e meia na ida e uma<br />
hora e meia na volta para ter<br />
um trabalho fixo numa agência<br />
no bairro dos Jardins. Resolvi<br />
tomar uma <strong>de</strong>cisão existencial<br />
que salvou a minha vida:<br />
fiz um home office e virei freelancer<br />
há uns bons <strong>de</strong>z anos.<br />
Moro numa casa <strong>de</strong>liciosa, com<br />
um jardim que é a menina dos<br />
meus olhos”, disse ele em entrevista<br />
ao PROPMARK.<br />
Sobre Neil, Zaragoza falou<br />
certa vez que ambos não apenas<br />
criaram campanhas juntos,<br />
mas também “se entregaram<br />
para as marcas que usavam e<br />
abusavam do entrosamento<br />
da dupla”. “Os criativos sabem<br />
como a relação <strong>de</strong> um diretor<br />
<strong>de</strong> arte com um redator tem<br />
tudo para ser difícil. Respirar e<br />
oxigenar i<strong>de</strong>ias juntos po<strong>de</strong> ser<br />
algo extremamente simples ou<br />
um tanto quanto complicado,<br />
mas, com o Neil, tudo parecia<br />
muito fácil e simples. No futebol,<br />
um jogador que conhece<br />
bem o outro nem precisa olhar<br />
on<strong>de</strong> o companheiro está no<br />
campo para dar o passe, sinto<br />
isso quando falo do Neil, ele me<br />
encontrava nos traços e eu o<br />
achava nas palavras. Um toque<br />
Fotos: Divulgação e Arquivo da DPZ&T<br />
A campanha da Kaiser teve sua marca<br />
leve, refinado e criativo”.<br />
Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abap (Associação Brasileira<br />
das Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>),<br />
emitiu nota <strong>de</strong> pesar em nome<br />
do mercado publicitário: “A publicida<strong>de</strong><br />
brasileira per<strong>de</strong> um<br />
Leão, com letra maiúscula. Neil<br />
Ferreira foi um dos profissionais<br />
mais importantes da nossa<br />
história e ícone para muitas<br />
gerações. Formou uma dupla<br />
extraordinária com José Zaragoza<br />
na DPZ, on<strong>de</strong> entre outras<br />
memoráveis campanhas criou<br />
o símbolo da Receita Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Foi <strong>de</strong> sua mente brilhante que<br />
também saíram o Baixinho da<br />
Kaiser e o Menino <strong>de</strong> olhos vendados<br />
da Sadia. Seu talento<br />
contribuiu muito para colocar a<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira no patamar<br />
em que está hoje”.<br />
Campanha para chamar a atenção contra o vandalismo nos orelhões <strong>de</strong> São Paulo<br />
O Fisco nunca é bem visto, mas Neil Ferreira conseguiu humanizar o Imposto <strong>de</strong> Renda<br />
44 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
agênCias<br />
OFERECiMEnTO<br />
WMcCann passa por reestruturação<br />
com saída <strong>de</strong> vários profissionais<br />
Mudanças fazem parte da nova fase da empresa <strong>de</strong> comunicação, que<br />
apresenta Hugo Rodrigues como CEO e chairman nesta quinta-feira (16)<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
apresentação oficial <strong>de</strong> Hugo<br />
Rodrigues como CEO e<br />
A<br />
chairman da WMcCann está<br />
marcada para esta quinta-feira<br />
(16). O evento, em São Paulo,<br />
terá a presença <strong>de</strong> profissionais<br />
do McCann Worldgroup: o presi<strong>de</strong>nte<br />
Luca Lindner, o global<br />
creative chairman Rob Reilly e<br />
o presi<strong>de</strong>nte para América Latina<br />
e Caribe Fernando Fascioli.<br />
Ex-presi<strong>de</strong>nte e CEO da Publicis<br />
Brasil, Rodrigues foi confirmado<br />
na WMcCann no fim <strong>de</strong><br />
outubro para o lugar <strong>de</strong> Washington<br />
Olivetto, que <strong>de</strong>ixou o<br />
posto para ser consultor da Mc-<br />
Cann Worldgroup, em Londres.<br />
Mas a chegada <strong>de</strong>le à agência<br />
não é a única mudança na casa.<br />
Em outubro, os VPs <strong>de</strong> atendimento<br />
Larissa Zucatelli, que<br />
atuava com L’Oréal, e Rafael<br />
Carmineti, que cuidava <strong>de</strong><br />
Seara e Bra<strong>de</strong>sco (cuja conta<br />
passou da WMcCann para a<br />
Publicis este ano), <strong>de</strong>ixaram a<br />
agência. Antes <strong>de</strong> trabalhar na<br />
WMcCann, Larissa atuou na<br />
Ogilvy e na Y&R, enquanto Carmineti<br />
prestou serviços para<br />
Lew’Lara\TBWA e Loducca. E<br />
neste mês, também saíram a<br />
VP <strong>de</strong> mídia Yara Apparicio, o<br />
VP <strong>de</strong> criação Guime Davidson<br />
o diretor <strong>de</strong> arte Mauro Villas-<br />
-Bôas e o diretor <strong>de</strong> criação Sergio<br />
Franco, que dividia a função<br />
com Eiji Kozaka e Marcelo Con-<br />
<strong>de</strong> que seguem na WMcCann.<br />
Franco cuidava <strong>de</strong> contas como<br />
Ri Happy e Lupo. Villas-Bôas tinha<br />
25 anos <strong>de</strong> casa.<br />
Na agência há 14 anos, Yara<br />
começou como supervisora <strong>de</strong><br />
pesquisa, trabalhou com Nestlé<br />
e Pfizer e, em 2011, foi promovida<br />
a VP, no lugar <strong>de</strong> Paulo Gregoraci,<br />
atual COO e vice-chairman<br />
da agência. Davidson, que<br />
começou a trabalhar com Olivetto<br />
em 2004, seguiu com ele<br />
na WMcCann após a fusão, em<br />
2010. Diretor <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2011, Guime era muito próximo<br />
<strong>de</strong> seu ídolo e imaginava que<br />
sairia quando ele saísse. “Fui<br />
<strong>de</strong>dicado a Washington, que<br />
sempre acreditou em fazer boa<br />
publicida<strong>de</strong> e colocar trabalho<br />
na rua. Espero que o Hugo traga<br />
esse espírito também. Ele é um<br />
cara bom, importante e está em<br />
evidência”, diz. Para ele, que<br />
passou inclusive pela Publicis,<br />
o novo lí<strong>de</strong>r encontrará um excelente<br />
time. “Espero que ele<br />
tenha paciência, bom senso e<br />
iluminação <strong>de</strong> olhar para cada<br />
um porque tem gente muito<br />
boa. Torço para dar certo, essa<br />
turma merece”, conta.<br />
Martín Montoya segue como<br />
presi<strong>de</strong>nte e se reportará a Rodrigues.<br />
Os VPs Debora Nitta<br />
(planejamento), Ricardo Andrez<br />
(atendimento), Marcelo<br />
Hack (produção) e Jaqueline<br />
Travaglin (projetos) também<br />
permanecem na WMcCann.<br />
Divulgação<br />
Guime Davidson trabalhou 14 anos com Olivetto, a quem consi<strong>de</strong>ra o Pelé da ativida<strong>de</strong><br />
INFORMAÇÃO<br />
NÃO VIVE SÓ<br />
DE NOTÍCIA<br />
S Á B A D O S 2 0 H • D O M I N G O S 2 1 H<br />
INFORMAÇÃO<br />
PARA VOCE<br />
CRESCER<br />
MKT NEWS<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 45
eyond the line<br />
A nova caixa <strong>de</strong><br />
Bet_Noire/iStock<br />
ferramentas<br />
Pressionadas pela diminuição <strong>de</strong> remuneração,<br />
agências têm <strong>de</strong>manda por gestão competente<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
mercado das agências <strong>de</strong> propaganda<br />
O vem mudando <strong>de</strong> forma mais abrupta e<br />
contun<strong>de</strong>nte nos últimos dois anos.<br />
Por um longo período, as agências brasileiras<br />
se apresentavam ao mercado enaltecendo<br />
sua capacida<strong>de</strong> criativa, além da<br />
estrutura para produzir e dar vazão às boas<br />
i<strong>de</strong>ias num espectro limitado <strong>de</strong> meios.<br />
pensar nas melhores soluções, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do meio.<br />
Para isso, tem havido um gran<strong>de</strong> esforço<br />
para equacionar estrutura e, principalmente,<br />
talentos, <strong>de</strong> forma a transitar nesse mundo<br />
híbrido <strong>de</strong> forma natural e eficaz. Em<br />
termos <strong>de</strong> estratégia, parece que as agências<br />
estão conseguindo se a<strong>de</strong>quar, mas o problema<br />
é absorver os novos conceitos e ferramentas<br />
que aparecem todos os dias.<br />
Lá no início dos anos 1990, com o aumento<br />
do leque dos meios, veio o conceito<br />
“full service” ou atuação 360.<br />
As agências passaram a se apresentar<br />
como capazes <strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> forma holística<br />
e abrangente, cuidando não só da propaganda,<br />
mas <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> ativação, eventos,<br />
promoções e outras disciplinas do marketing<br />
mix. Mas aí veio a internet e o meio <strong>de</strong><br />
campo ficou mais confuso.<br />
Impactadas pelo tsunami digital, as<br />
agências começaram a reformatar sua estrutura<br />
para abrigar as novas ferramentas<br />
online. Gran<strong>de</strong>s grupos compravam provedores<br />
<strong>de</strong> soluções digitais, outras agências<br />
faziam composições e acordos operacionais<br />
com esses novos players que começavam<br />
a aparecer pelo mercado.<br />
Houve muita bateção <strong>de</strong> cabeça na corrida<br />
para não ficar para trás nessa onda digital.<br />
O maior problema era criar uma estrutura<br />
capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> um<br />
cliente cada vez mais “curioso” com as soluções<br />
milagrosas do mundo digital, sem<br />
porém <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> rentabilizar suas operações,<br />
acostumadas com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> remuneração<br />
atrelada principalmente à mídia.<br />
O tempo passou e o cliente “curioso”,<br />
embora também perdido na miría<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferramentas<br />
e processos inovadores, passou a<br />
cobrar mais consistência das suas agências.<br />
Não bastava colocar meia dúzia <strong>de</strong> nerds<br />
mo<strong>de</strong>rninhos, com uma linguagem a<strong>de</strong>quada<br />
às inovações tecnológicas, para se<br />
mostrar up to date.<br />
As agências passaram a se posicionar como<br />
“no-line” ou seja: trabalhar os universos<br />
on e offline, sem distinção, prometendo<br />
O que acaba acontecendo é que as “puras”<br />
digitais ainda contam com o seu naco<br />
da conta do cliente. Mas a nova equação da<br />
agência <strong>de</strong> propaganda não tem só as variáveis<br />
on e offline. Pressionadas pela diminuição<br />
<strong>de</strong> remuneração, as agências têm<br />
agora uma <strong>de</strong>manda crescente por uma<br />
gestão competente, sob risco <strong>de</strong> não viabilizar<br />
financeiramente um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
atuação, mais diversificado, porém menos<br />
rentável.<br />
Some-se a isso a chegada <strong>de</strong> novos<br />
players po<strong>de</strong>rosos, como as gran<strong>de</strong>s consultorias,<br />
que passaram a se apresentar<br />
como potenciais gestoras <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong><br />
comunicação e marketing, e não só da estratégia<br />
<strong>de</strong> negócios.<br />
Todo esse novo panorama pressiona as<br />
agências por um novo ferramental para tocar<br />
seus negócios. Aliás, não só as agências<br />
precisam <strong>de</strong> reinventar. Todos os setores<br />
da economia estão pressionados por novos<br />
mo<strong>de</strong>los. Mas as agências, anos atrás, estavam<br />
confortáveis com os seus processos<br />
e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> remuneração, que contavam<br />
com alguma “gordura”, que permitia alguns<br />
<strong>de</strong>slizes administrativos.<br />
Afinal, criação era o gran<strong>de</strong> asset. Esse<br />
tempo acabou! Agora, toda agência tem <strong>de</strong><br />
se ver, antes <strong>de</strong> tudo, como um negócio, revendo<br />
sua caixa <strong>de</strong> ferramentas, no sentido<br />
<strong>de</strong> contar com novos instrumentos <strong>de</strong> gestão<br />
e <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> processos.<br />
Alguns ainda resistem, julgando que novas<br />
ferramentas e processos mais rigorosos<br />
po<strong>de</strong>m engessar a agência, que <strong>de</strong>veria ser<br />
mais leve para gerar boas i<strong>de</strong>ias.<br />
Para esses, um aviso: ou você continua<br />
criativo, mas com uma nova caixa <strong>de</strong> ferramentas,<br />
ou saia da frente, que atrás vem gente<br />
que já enten<strong>de</strong>u essa nova regra do jogo.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
46 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
marCas<br />
Campanha da Petrobras <strong>de</strong>staca<br />
conhecimento e capacida<strong>de</strong> técnica<br />
Depois <strong>de</strong> período <strong>de</strong><br />
introspecção, empresa<br />
volta à mídia com novo<br />
posicionamento<br />
Divulgação<br />
Claudia Penteado<br />
Depois <strong>de</strong> quase três anos <strong>de</strong> introspecção,<br />
<strong>de</strong> uma completa reestruturação<br />
<strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> portfólio, a Petrobras volta<br />
à mídia para um novo diálogo com as pessoas,<br />
posicionando-se como entusiasta<br />
do conhecimento e apropriando-se <strong>de</strong> sua<br />
“capacida<strong>de</strong> técnica única”. A empresa foi<br />
fundo para buscar a sua essência e resgatar<br />
o seu DNA, até chegar ao conceito da campanha<br />
assinada pela DPZ&T, Uma jornada<br />
pelo conhecimento. A nova campanha marca<br />
uma mudança importante: o foco nas<br />
pessoas e na socieda<strong>de</strong>.<br />
A marca, em crise <strong>de</strong>pois das <strong>de</strong>núncias<br />
<strong>de</strong> corrupção, “sentou no divã” para resgatar<br />
sua força. No caso, o “terapeuta” foi o<br />
consultor Ricardo Sapiro, da Touch Branding.<br />
“O novo posicionamento mostra uma<br />
empresa que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser autorreferente e<br />
passa a falar da socieda<strong>de</strong>, e não mais <strong>de</strong> si<br />
mesma”, diz Sapiro.<br />
O primeiro filme mostra crianças explorando<br />
e traz a assinatura Vamos inventar?.<br />
Eduardo Simon, presi<strong>de</strong>nte da DPZ&T, explica<br />
que falar <strong>de</strong> conhecimento po<strong>de</strong> afastar<br />
as pessoas. “Por isso nos valemos da<br />
curiosida<strong>de</strong> como fagulha, como a atitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> aproximar a capacida<strong>de</strong> técnica e o conhecimento<br />
científico. Cientistas, como<br />
disse Neil Grass Tyson uma vez, são crianças<br />
que nunca cresceram. Por isso elas estão<br />
presentes, <strong>de</strong>ssa forma, na campanha”,<br />
disse Simon.<br />
“A Petrobras sempre teve uma comunicação<br />
multifacetada, sem foco. Saímos<br />
da comunicação reativa para contar uma<br />
nova história, para retomar o vínculo perdido<br />
com as pessoas, reconectar a marca<br />
com seus diversos públicos. Tudo sob o<br />
guarda-chuva <strong>de</strong> um propósito maior, que<br />
é sermos a empresa que provém a energia<br />
que move a socieda<strong>de</strong> a realizar o seu potencial”,<br />
explicou Eraldo Carneiro, gerente-<br />
-geral <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marcas da empresa.<br />
A campanha é composta por três filmes,<br />
peças em revistas, internet e OOH e <strong>de</strong>ve<br />
ficar no ar até fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. A jornada<br />
ainda inclui produção <strong>de</strong> conteúdo, colocando<br />
a Petrobras como publisher e parceira<br />
<strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> conteúdo, como o canal<br />
National Geographic, com o qual coproduziu<br />
a série Mentes inventivas.<br />
A campanha uma jornada pelo conhecimento é assinada pela DPZ&T<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 47
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
Brilho próprio<br />
Para divulgar a Linha Risqué Efeitos, Ampfy<br />
e Lew’Lara\TBWA criaram, em parceria,<br />
uma campanha em forma <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oclipe<br />
que <strong>de</strong>staca o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ser uma mulher<br />
autêntica. Com o conceito Vamos Brilhar<br />
Hoje?, o filme traz mulheres <strong>de</strong> diferentes<br />
padrões em “sua melhor versão”.<br />
ampFy e lew'lara<br />
Coty<br />
Título: Vamos brilhar hoje?; produto: Risqué;<br />
criação (Ampfy): Alessandra Muccillo, Sidão<br />
Freitas e Adriana Aggio; criação (Lew’Lara):<br />
Mariana Horta e Felipe Pimentel; produção <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>o: Vevo; diretores <strong>de</strong> cena: Os Primos;<br />
aprovação do cliente: Regiane Bueno, Paulo<br />
Carneiro, Mariana Martins, Paula Amoroso Lima<br />
e Silvia Sakashita.<br />
Fotos: Divulgação<br />
EnErgia<br />
Apostando em rimas que combinam<br />
com botijão, a Supergasbras reforça<br />
o posicionamento A gente inova, sua<br />
energia se renova em sua nova campanha.<br />
A peça, assinada pela Rapp Brasil,<br />
mostra o caminho que o produto faz<br />
até a casa do consumidor e o que é possível<br />
fazer com essa fonte <strong>de</strong> energia.<br />
rapp Brasil<br />
SuPergaSbraS<br />
Título: Rimas; direção <strong>de</strong> arte: Felipe Andra<strong>de</strong>,<br />
Andre Marchesi; redação: Lucas<br />
Nascimento; produtora do filme: Trator Filmes;<br />
direção <strong>de</strong> cena: Will Mazzola; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Hefty; aprovação do cliente:<br />
Julio Cardoso, Rachel Risi e Roberta Costa.<br />
Colinho<br />
Nada como o colinho do papai e da mamãe<br />
para acalmar o bebê. Com o posicionamento<br />
Colo, o melhor lugar do mundo, a campanha<br />
<strong>de</strong> Pom Pom arranca sorrisos pela<br />
simplicida<strong>de</strong> da narrativa na voz <strong>de</strong> uma<br />
criança, explicando que colo é seu primeiro<br />
restaurante, banho <strong>de</strong> cachoeira e re<strong>de</strong>.<br />
FCB Brasil<br />
Pom Pom<br />
Título: Colo, o melhor lugar do mundo; produto:<br />
Pom Pom; diretor <strong>de</strong> arte: André Dalmédico, Viviane<br />
Araújo, Adriana Sampaio e Renato Pícolo;<br />
redator: Kleber Fonseca, Marilu Rodrigues, Caio<br />
Junquilho e Ricardo Wouters; aprovação do<br />
cliente: Marina Inserra, Andréa Ribeiro, Vitor Miranda,<br />
Mariana Rebello, Mariana Matiolli, Aline<br />
Araujo e Aline Silva.<br />
48 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
5 milhõEs<br />
Des<strong>de</strong> 1981, quando foi fundado, o Consórcio Honda,<br />
empresa do Honda Serviços Financeiros, já entregou<br />
5 milhões <strong>de</strong> motos. A informação faz parte do filme<br />
que apresenta o novo posicionamento da marca: É fácil<br />
e funciona. Com criação da Y&R, o ví<strong>de</strong>o apresenta os<br />
veículos se multiplicando à medida que o locutor vai<br />
apresentando mais números sobre o consórcio: são 35<br />
mil contemplações todos os meses e o negócio é responsável<br />
por quatro <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z motos comercializadas.<br />
Além do filme, a comunicação tem merchandising<br />
com comunicadores regionais e com os apresentadores<br />
Fausto Silva e Rodrigo Faro, e também spot e jingle <strong>de</strong><br />
rádio. No online, há ativação nas re<strong>de</strong>s sociais, com a<br />
participação <strong>de</strong> influenciadores como Gustavo Cerbasi.<br />
As peças levam em conta a jornada não linear do consumidor.<br />
y&r<br />
ConSórCio naCional HonDa<br />
Título: Multiplicação; produto: varejo; redator: Bruno Souto;<br />
diretor <strong>de</strong> arte: Ronaldo Fonseca; produtora <strong>de</strong> filme: Stink<br />
Films; diretor <strong>de</strong> cena: Cassiano Prado; produtora <strong>de</strong> som:<br />
Supersonica; aprovação do cliente: Claudia Canazza.<br />
ondE o amor Está<br />
Casa é on<strong>de</strong> o amor está e o novo slogan<br />
Make Yourself at Home, da Mi<strong>de</strong>a, procura<br />
traduzir bem essa i<strong>de</strong>ia. No primeiro filme<br />
da série <strong>de</strong> sete que compõe a campanha,<br />
um casal procura fazer a filha adotiva se<br />
sentir em casa. No meio da noite, eles a<br />
<strong>de</strong>scobrem pegando um pedaço <strong>de</strong> bolo:<br />
“Tô em casa”, ela diz.<br />
lew'lara\tBwa<br />
miDea<br />
Título: Primeira filha; produto: institucional;<br />
criação: Mariana Horta, Paulo Moraes, Bernardo<br />
Sanchez e Fabiano Gonçalves; produtora <strong>de</strong><br />
imagem: O2 Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Kitty Bertazzi<br />
e Philippe Noguchi; produtora <strong>de</strong> áudio:<br />
Comando S; aprovação do cliente: Brando<br />
Brandstaeter, Mauricio Portella e Nádia Mathias.<br />
EnContro<br />
A música A vida <strong>de</strong> viajante, <strong>de</strong><br />
Luiz Gonzaga, é a trilha sonora<br />
da campanha do aplicativo Pega<br />
Carga criada pela Camisa 10. A<br />
plataforma tem o objetivo <strong>de</strong> colocar<br />
em contato caminhoneiros e<br />
transportadoras.<br />
Camisa 10<br />
Pega Carga<br />
Título: São anos <strong>de</strong> estrada. Po<strong>de</strong> confiar;<br />
produto: aplicativo; criação: Victor<br />
Vicente, Bruno Richter, Bruno Pimenta,<br />
Arthur Villas Bôas, Igor Pontes e Erik<br />
Machado; produtora <strong>de</strong> filme: Silence;<br />
direção <strong>de</strong> cena: Dudu Lopes; produtora<br />
<strong>de</strong> som: Silence; aprovação pelo<br />
cliente: Bernardo Lage e Marcelo Faria.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 49
we<br />
mkt<br />
Bytmonas/iStcok<br />
A sobrevivência<br />
remove<br />
montanhas<br />
“Deve-se escolher os amigos pela<br />
beleza, os conhecidos pelo caráter<br />
e os inimigos pela inteligência”.<br />
Oscar Wil<strong>de</strong><br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Já ouviu falar sobre essas duas palavrinhas?<br />
Coopetition e Freenemy? Não! Tá<br />
ligado? Ligue-se! Po<strong>de</strong> ser um ótimo caminho<br />
para seus negócios em todos os próximos<br />
anos.<br />
É a relação que existe, por exemplo, entre<br />
dois dos maiores inimigos e concorrentes<br />
do digital.<br />
A Samsung não vai com a cara da Apple.<br />
A Apple não suporta a Samsung. Mas, por<br />
conveniências tecnológicas e econômicas,<br />
fazem negócios juntas.<br />
São, respectiva e simultaneamente, Coopetitors,<br />
concorrentes colaborativos, ou Freenemies,<br />
inimigos cordiais. Claro, até a página 2.<br />
A Samsung tem na Apple um <strong>de</strong> seus<br />
principais clientes.<br />
E a Apple, na Samsung, um <strong>de</strong> seus principais<br />
fornecedores. Coisas do mundo mo<strong>de</strong>rno.<br />
Um dia Estadão e Folha se estapeavam.<br />
Fria e protocolarmente seus dirigentes e<br />
profissionais se cumprimentavam.<br />
Dar crédito, então, nas publicações, impensável.<br />
Até o momento em que foram atropelados<br />
pela realida<strong>de</strong> dos custos.<br />
E quando a realida<strong>de</strong> fala mais alto, e a<br />
questão é <strong>de</strong> quase sobrevivência, sentam-<br />
-se em torno <strong>de</strong> uma mesa, coloca-se <strong>de</strong> lado<br />
todas as <strong>de</strong>mais questões, <strong>de</strong>scarregam-<br />
-se as armas, e... Vamos conversar!<br />
Todos os dias <strong>de</strong>spachavam seus jornais<br />
para os mesmos roteiros, cida<strong>de</strong>s, bancas;<br />
e em caminhões ou kombis diferentes. Es-<br />
paço sobrando.<br />
Um dia resolveram <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado essa<br />
bobagem e converteram-se em Freenemy e<br />
ou Coopetitor.<br />
É a relação que existe entre Samsung e<br />
Apple.<br />
Esfaqueiam-se e se matam nos pontos <strong>de</strong><br />
venda e no final da linha.<br />
Mas no início da ca<strong>de</strong>ia produtiva trocam<br />
afagos e beijinhos.<br />
De qualquer maneira, mesmo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />
a Apple jamais conviveu bem com<br />
essa situação.<br />
Para poucos <strong>de</strong> seus dirigentes, mal necessário;<br />
para todos os <strong>de</strong>mais, promiscuida<strong>de</strong><br />
constrangedora.<br />
Muito especialmente para seu atual lí<strong>de</strong>r,<br />
sucessor <strong>de</strong> Steve Jobs, Tim Cook!<br />
Conclusão: semanas atrás, a Apple, mais<br />
a Dell e outras empresas formalizaram a<br />
compra da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chips da Toshiba por<br />
US$ 18 bilhões.<br />
Nada para resolver a situação no curto<br />
prazo, mas, <strong>de</strong> certa forma, sinalizando<br />
para sua Friendly Enemy, ou Competitor e<br />
Collaborator, que não está confortável com<br />
a situação, assim que possível preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar<br />
in<strong>de</strong>pendência.<br />
Ainda que no íntimo saiba e nas reuniões<br />
internas verbalize e reconheça que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
e em muito <strong>de</strong> seu principal concorrente<br />
para permanecer no jogo.<br />
Coopetition? Freenemy? Mas po<strong>de</strong> chamar<br />
<strong>de</strong> Salutar Promiscuida<strong>de</strong>. Ou, mais<br />
que a fé, interesses e sobrevivência removem<br />
montanhas.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
50 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Curtas<br />
Chevrolet, Globo e<br />
Isobar levam futebol<br />
para realida<strong>de</strong> virtual<br />
Fotos: Divulgação<br />
A Chevrolet, uma das patrocinadoras<br />
do futebol da Globo, vai usar VR (realida<strong>de</strong><br />
virtual) para promover a nova SUV Equinox.<br />
Anunciante e emissora trabalharam<br />
com a isobar no processo criativo da ação,<br />
que vai disponibilizar imagens em VR no<br />
digital, primeiro com lances do clássico<br />
Corinthians e Palmeiras, realizado no último<br />
dia 5, no qual o time alvinegro venceu<br />
por 3x2. Ainda em <strong>2017</strong>, mais dois jogos<br />
da etapa final do campeonato po<strong>de</strong>rão ser<br />
vistos por meio <strong>de</strong> óculos especiais.<br />
“Trata-se da TV imersiva em larga escala.<br />
Com criativida<strong>de</strong> aplicada à tecnologia,<br />
alavancada pela audiência da Globo,<br />
<strong>de</strong>mocratizamos o acesso dos brasileiros à<br />
experiência da realida<strong>de</strong> virtual, com um<br />
conteúdo que é uma verda<strong>de</strong>ira paixão<br />
nacional. Tudo isso graças à coragem e<br />
à ousadia da Chevrolet”, explicou Abel<br />
Reis, CEO do DAN Brasil e da Isobar para<br />
América Latina.<br />
Abel Reis: “Democratizamos o acesso dos brasileiros à experiência da realida<strong>de</strong> virtual”<br />
Heineken premia motoristas<br />
Giuliano CHiaradia está no sBt<br />
dm9 Cria para preta Gil<br />
The Green Drivers mostra teste com motoristas<br />
A Heineken, patrocinadora da Fórmula<br />
1, fez um teste com clientes para verificar<br />
se os motoristas da noite iriam manter a<br />
palavra <strong>de</strong> não beber quando estavam dirigindo.<br />
Na campanha The Green Drivers,<br />
Paola e André, personagens do <strong>de</strong>safio,<br />
estavam cada um com seus amigos em um<br />
bar, quando um garçom oferece um bal<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Heineken. Ambos resistem à “tentação”<br />
e ganham uma volta pelo Autódromo <strong>de</strong><br />
Interlagos, em São Paulo, na carona do<br />
tricampeão da F1, sir Jackie stewart, a<br />
bordo <strong>de</strong> um Jaguar F-Type personalizado.<br />
A ação é em parceria com Hands e Publicis.<br />
Chiaradia, gerente <strong>de</strong> conteúdo digital do SBT<br />
O sBt contratou Giuliano Chiaradia<br />
como gerente <strong>de</strong> conteúdo digital. O objetivo<br />
é promover a integração entre as múltiplas<br />
telas, alavancar a audiência digital<br />
da emissora e buscar novas oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content multiplataforma. Com<br />
o maior canal <strong>de</strong> TV do mundo no You-<br />
Tube, o SBT quer qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo,<br />
rentabilida<strong>de</strong> dos projetos e distribuição<br />
inteligente entre todas as plataformas.<br />
“Assumir a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> uma equipe que é<br />
recordista mundial é o mesmo que entrar<br />
para o Guinness Book todos os dias”, disse<br />
Chiaradia.<br />
Vá se Benzer é inspirado no Inferno, <strong>de</strong> Dante<br />
A agência dm9 é a i<strong>de</strong>alizadora do novo<br />
clipe <strong>de</strong> Preta Gil. O ví<strong>de</strong>o da música Vá<br />
se Benzer, com participação <strong>de</strong> Gal Costa,<br />
tem direção <strong>de</strong> cena e roteiro do diretor <strong>de</strong><br />
criação Adriano Alarcon e assinatura do<br />
chairman da agência, Nizan Guanaes. Chamado<br />
<strong>de</strong> clipe-manifesto, o filme mostra o<br />
mundo mo<strong>de</strong>rno, no qual haters assumem<br />
o comando e julgam as pessoas com likes e<br />
dislikes. A inspiração veio <strong>de</strong> A Divina Comédia<br />
- Inferno, <strong>de</strong> Dante Alighieri. “As cenas<br />
do clipe representam diferentes níveis<br />
<strong>de</strong>sse lugar, on<strong>de</strong> acusadores e acusados se<br />
misturam”, comenta o diretor.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editoras-assistentes: Cristiane Marsola,<br />
Mariana Zirondi<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />
Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />
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Departamento Comercial<br />
Diretor: Renato Resston<br />
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Atendimento a assinantes<br />
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São Paulo (11) 2065-0738<br />
Demais estados: 0800 704 4149<br />
O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia<br />
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CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam<br />
ne ces sa ria men te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal,<br />
po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 51
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
A atriz Giovanna Ewbank empresta sua imagem para a campanha da marca <strong>de</strong> protetor solar Neutrogena, que foi gravada há cerca <strong>de</strong> dois meses no Litoral Norte <strong>de</strong> São Paulo. A criação é da agê<br />
DECK<br />
Com locação no Litoral Norte<br />
<strong>de</strong> São Paulo, realizada no último<br />
mês <strong>de</strong> setembro, a atriz<br />
e mo<strong>de</strong>lo Giovanna Ewbank é<br />
a protagonista da campanha<br />
Deck flutuante, criada pela DM9<br />
para seu cliente Neutrogena,<br />
marca da Johnson & Johnson.<br />
A criação foi <strong>de</strong>senvolvida por<br />
Marcelo Nepomuceno, Fabio<br />
Rodrigues e Patrick Matzenbacher,<br />
com direção executiva <strong>de</strong><br />
Paulo Coelho. O vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> criação Arício Fortes fez<br />
a coor<strong>de</strong>nação geral. A produção<br />
do comercial foi conduzida<br />
pela 02 Filmes, com direção <strong>de</strong><br />
Bruno Ilogti, o mesmo do clipe<br />
Sua Cara, <strong>de</strong> Pabllo Vittar e<br />
Anitta.<br />
DOAÇÃO<br />
Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a WMcCann,<br />
Washington Olivetto resolveu<br />
apoiar o fundo Dadivar, dos<br />
sócios Enzo Celulari e Lucas<br />
Fox. O objetivo é atrair li<strong>de</strong>ranças<br />
do mercado publicitário<br />
para fomentar a cultura <strong>de</strong><br />
doação no Brasil em campanhas<br />
<strong>de</strong> marketing.<br />
Enzo Celulari, à esquerda, Washington Olivetto e Luca Fox: incentivar a cultura <strong>de</strong> doação com apoio do mercado publicitário<br />
52 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
A gestão da imagem e da carreira do ator Márcio Garcia passa a ser coor<strong>de</strong>nada pela Suba, da empresária Fabiana Bruno<br />
ncia DM9 e a produção do comercial da 02 Filmes<br />
REPUTAÇÃO<br />
A Suba, <strong>de</strong> Fabiana Bruno, passa a coor<strong>de</strong>nar a gestão <strong>de</strong> imagem<br />
do ator, apresentador e diretor Márcio Garcia. A agência já cuida<br />
das carreiras <strong>de</strong> nomes como Felipe Andreoli, Fernanda Gentil,<br />
Marco Luque, Ellen Jabour, Carlos Bertolazzi, Olivier Anquier e<br />
Rafa Brites. “O Márcio é um talento enorme, que valorizamos muito.<br />
Vamos fazer com ele um trabalho completo, implementando a<br />
nossa metodologia-proprietária <strong>de</strong> fortalecimento <strong>de</strong> marca pessoal,<br />
trabalhando com as diversas frentes em que ele já atua”, afirma<br />
Fabiana.<br />
FEMININA<br />
Os quatro espisódios da websérie Pool Party by Gillette Venus<br />
vão ser exibidos no canal do YouTube da revista Capricho até<br />
o próximo dia 29. Os apresentadores Fê Catarina, a Foquinha,<br />
e Leo Bacci, do canal Bom Dia Leo, entrevistam as youtubers<br />
Maisa Silva, Jéssica Lopes, Maju Silva, Gabie Fernan<strong>de</strong>s e Thalita<br />
Meneghim. O tema central é o empo<strong>de</strong>ramento feminino.<br />
“Precisamos abrir o <strong>de</strong>bate sobre assuntos como beleza natural<br />
e o lugar da mulher na socieda<strong>de</strong>. Além disso, as entrevistadas<br />
foram muito bem pensadas. Elas são ótimas e, com certeza, vão<br />
agregar muito às meninas que acompanham a websérie”, justifica<br />
Foquinha.<br />
REFORÇO<br />
A Stink anuncia a chegada <strong>de</strong><br />
André H. Saito e Cesar Nery, que<br />
formam o duo Kid Burro. No Vimeo<br />
da dupla po<strong>de</strong>m ser vistos<br />
comerciais para Volkswagen, O<br />
Boticário, Ford, Shell, Claro, Sadia<br />
e Itaú. Eles se conheceram<br />
na universida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pois fizeram<br />
cursos <strong>de</strong> cinema em Los Angeles<br />
e em Buenos Aires. No momento,<br />
finalizam o roteiro <strong>de</strong> YAM, seu<br />
primeiro longa autoral. Eles dirigiram<br />
o curta Thomás Tristonho,<br />
que participou <strong>de</strong> 11 festivais, entre<br />
os quais Biarritz e New York<br />
City Film Festival, no qual foi<br />
vencedor do prêmio <strong>de</strong> melhor<br />
roteiro. “O trabalho do Kid é versátil,<br />
espontâneo e criativo.<br />
Desenvolver esse talento<br />
no mercado brasileiro e<br />
internacional é uma<br />
gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Os novos<br />
formatos precisam<br />
cada vez mais <strong>de</strong><br />
pessoas como eles”,<br />
dizem Jones + Tino,<br />
sócios e diretores da<br />
produtora.<br />
Da esq. para a dir.: André H. Saito, Guilherme Passos (em pé), Cesar Nery e Ingrid Raszl, da Stink<br />
NATAL<br />
Datas promocionais estão<br />
valorizadas em <strong>2017</strong>. O<br />
Natal, então, está gerando<br />
enorme expectativa.<br />
As gôndolas do varejo<br />
comprovam a tendência.<br />
MARTELO<br />
Leilão da Guernsey’s, no<br />
dia 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, <strong>de</strong>ve<br />
bater o recor<strong>de</strong> da guitarra<br />
<strong>de</strong> Jerry Garcia vendida<br />
por US$ 1,9 mi. Um dos<br />
itens é a Gibson Les Paul<br />
“Goldtop”, <strong>de</strong> 1953, usada<br />
por Paul McCartney.<br />
VENDAS<br />
O mo<strong>de</strong>lo Gol, da<br />
Volkswagen, li<strong>de</strong>ra o<br />
ranking <strong>de</strong> carros usados<br />
com mais <strong>de</strong> 80 mil<br />
unida<strong>de</strong>s vendidas<br />
em <strong>2017</strong>.<br />
AUSÊNCIA<br />
A Fórmula 1 não terá<br />
brasileiros em 2018.<br />
Mesmo com Massa em<br />
baixa, o país vai sentir<br />
sauda<strong>de</strong> do piloto, que<br />
encerra carreira, <strong>de</strong><br />
novo, na Willians.<br />
A ausência reflete o baixo<br />
investimento em novos<br />
talentos.<br />
SEM NOÇÃO<br />
Luislinda Valois, ministra<br />
dos Direitos Humanos<br />
do país, agiu em causa<br />
própria com <strong>de</strong>sculpa sem<br />
nexo. Po<strong>de</strong> Arnaldo?<br />
REJEIÇÃO<br />
Acusado <strong>de</strong> assédio,<br />
José Mayer sofre pressão<br />
<strong>de</strong> atrizes globais, que<br />
não querem contracenar<br />
com ele.<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 53
última página<br />
a estranha inércia<br />
e impessoalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uma categoria<br />
structuresxx/iStock<br />
Claudia Penteado<br />
Trocar <strong>de</strong> carro não é algo que se faz com<br />
frequência. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> simplificar a<br />
vida me leva, mais uma vez, a viver essa<br />
experiência, e confesso que entrei nela com<br />
algum entusiasmo. Havia escrito, na semana<br />
anterior, uma matéria sobre a experiência<br />
como a mais importante ferramenta <strong>de</strong><br />
marketing das marcas, e estava pronta para<br />
gratas surpresas em abordagens <strong>de</strong> vendas<br />
pelo caminho. Ah, as expectativas, sempre<br />
elas. Sabedoria mesmo seria abandoná-las.<br />
Segundo Osho, isso é apren<strong>de</strong>r a viver.<br />
Pois o que veio a seguir foi o mergulho<br />
em um imenso mar sem ondas, <strong>de</strong>sinteressante,<br />
impessoal e comoditizado. Visitei<br />
quatro concessionárias diferentes, nas<br />
quais as condições e tratamento foram<br />
tão absolutamente similares que me senti<br />
como Bill Murray em Feitiço do tempo. O<br />
serviço é tão padronizado que chega mesmo<br />
a assustar pela semelhança <strong>de</strong> comportamento,<br />
reações, trejeitos e frases inteiras<br />
pronunciadas pelos ven<strong>de</strong>dores. O roteiro<br />
repetido à exaustão po<strong>de</strong>ria, pelo menos,<br />
ter qualida<strong>de</strong>. Só que não.<br />
Tudo é extraordinariamente mediano.<br />
O mesmo café <strong>de</strong> máquina<br />
insosso, a mesma água em<br />
copinho <strong>de</strong> plástico, pouco<br />
ou nenhum entusiasmo no<br />
ar. Nada é <strong>de</strong>terminante a<br />
ponto <strong>de</strong> fazer alguma diferença<br />
no gran<strong>de</strong> vazio <strong>de</strong> cada experiência.<br />
Nem os produtos oferecidos são tão diferentes<br />
entre eles. Um airbag a mais aqui,<br />
um a menos ali. Aliás, ganha mais airbags<br />
quem paga mais: segurança é para quem<br />
po<strong>de</strong>. Saí das visitas com a estranha sensação<br />
<strong>de</strong> que qualquer <strong>de</strong>cisão seria ok, e<br />
nenhuma era excepcionalmente mais sábia<br />
do que a outra. Tudo muito mais ou menos.<br />
Depois <strong>de</strong> vivências tão <strong>de</strong>sanimadoras,<br />
o que fazer? Fui buscar na internet dicas e<br />
sugestões <strong>de</strong> “influenciadores” da categoria:<br />
blogueiros, jornalistas, profissionais da<br />
área que certamente apresentariam visões<br />
mais aprofundadas <strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo visto.<br />
E qual não foi minha surpresa? O mesmo<br />
gran<strong>de</strong> nada, ví<strong>de</strong>o após ví<strong>de</strong>o. Depoimentos<br />
<strong>de</strong>scritivos, vagos, toscos, um “em cima<br />
do muro” sem fim, tudo genérico. Socorro!<br />
Continuei na bruma da in<strong>de</strong>cisão.<br />
“abandonem,<br />
urgentemente, o<br />
jogo do avestruz”<br />
Quando e como essa categoria se tornou<br />
tão incrivelmente <strong>de</strong>sinteressante? Lembro-me<br />
<strong>de</strong> experiências anteriores mais<br />
compatíveis com as (minhas) expectativas<br />
da época. O tempo passou, a tecnologia<br />
avançou, o mundo se ampliou em possibilida<strong>de</strong>s,<br />
e o fato é que esse microuniverso das<br />
concessionárias <strong>de</strong> automóveis se assemelha<br />
hoje àqueles prédios abandonados do<br />
filme Bla<strong>de</strong> Runner. A experiência <strong>de</strong> anacronismo<br />
que eu vivi, foi um choque diante<br />
da expectativa <strong>de</strong> experiência disruptiva,<br />
numa categoria <strong>de</strong> produto que <strong>de</strong>veria<br />
oferecer frescor e inovação. Parece o reflexo<br />
<strong>de</strong> uma indústria que sabe que precisa<br />
mudar, urgentemente, mas segue tentando<br />
mudar é <strong>de</strong> assunto: <strong>de</strong>sconversar. Não é só<br />
a crise econômica que afeta a performance<br />
da indústria automobilística: há uma crise<br />
<strong>de</strong> filosofia <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> comportamento<br />
humano, <strong>de</strong> visão <strong>de</strong> mundo em relação ao<br />
transporte urbano e à locomoção em gran<strong>de</strong>s<br />
cida<strong>de</strong>s.<br />
Há uma profunda discussão relativa ao<br />
uso intermitente <strong>de</strong> combustíveis fósseis.<br />
Ou seja, carros poluem, entopem o trânsito,<br />
exigem investimentos altos e paciência<br />
para a manutenção, e <strong>de</strong>svalorizam a passos<br />
largos no minuto em que <strong>de</strong>ixamos a<br />
concessionária. Dentro <strong>de</strong><br />
um carro, há fortes possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> passar horas<br />
engarrafada, ou ainda - especialmente<br />
nas gran<strong>de</strong>s<br />
cida<strong>de</strong>s - <strong>de</strong> ser assaltada e<br />
sofrer aci<strong>de</strong>ntes. Os jovens <strong>de</strong> hoje não sonham<br />
com carros: sonham em viajar e ter<br />
os próprios negócios. Tudo parece jogar<br />
contra a indústria, e ela segue acomodada,<br />
tentando manter as coisas como estão até<br />
on<strong>de</strong> for possível. Uma silenciosa irresolução,<br />
talvez fruto da perplexida<strong>de</strong> diante<br />
<strong>de</strong> tantas transformações, tomou conta<br />
<strong>de</strong> quem fabrica, <strong>de</strong> quem reven<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />
quem anuncia. Meu conselho aos envolvidos<br />
é que abandonem, urgentemente, o<br />
jogo do avestruz. Por que não colocar esses<br />
jovens que não sonham mais com o carro<br />
zero para pensar novos caminhos criativos,<br />
junto com vocês? Por que não tentar reinventar<br />
a experiência <strong>de</strong> ter um carro, reconhecendo<br />
todos os <strong>de</strong>safios ao redor? O primeiro<br />
passo é iniciar uma nova conversa,<br />
mais verda<strong>de</strong>ira, com as pessoas. Quanto<br />
ao meu carro, sigo in<strong>de</strong>cisa. Por enquanto,<br />
vou <strong>de</strong> Cabify.<br />
54 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark