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propmark.com.br<br />
ANO 53 - Nº 2672 - <strong>20</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 R$ 15,00<br />
istocksdaily/iStock<br />
gestão compartilhada cresce em agências<br />
Africa, beTC, Grey, Leo burnett Tailor ma<strong>de</strong> e Publicis adotaram o comando compartilhado, que <strong>de</strong>ve se sobrepor ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “rain<br />
maker”. Uma série <strong>de</strong> fatores diferentes tem levado agências a optarem por esse caminho. A copresidência não é necessariamente uma<br />
tendência. mas é fato que ela surge <strong>de</strong> maneira mais natural como opção em uma era muito mais colaborativa que no passado. pág. 12<br />
HugO ROdRigues<br />
Assume wmccANN<br />
Grupo tem gran<strong>de</strong><br />
expectativa com a<br />
gestão do publicitário,<br />
que é o novo<br />
chairman e CEO da<br />
agência. Ele ocupa a<br />
vaga <strong>de</strong> Washington<br />
Olivetto. pág. 8<br />
sONiA RAcy AmpliA<br />
RelAçãO cOm O li<strong>de</strong><br />
Substituta <strong>de</strong> João<br />
Doria no programa<br />
Show Business, Sonia<br />
Racy vai ser a mo<strong>de</strong>radora<br />
do seminário<br />
Panorama Brasileiro<br />
<strong>20</strong>18, do Li<strong>de</strong> Mulheres.<br />
pág. 43<br />
meRcAdO publicitáRiO<br />
sOfRe cOm AssédiO<br />
Grupo <strong>de</strong> Planejamento, em<br />
parceria com o Instituto Qualibest,<br />
traz pesquisa apontando<br />
que 90% das mulheres e 76%<br />
dos homens afirmam ter sofrido<br />
abusos no trabalho, seja<br />
ele moral ou sexual. O fato<br />
<strong>de</strong>safia a indústria. pág. 36<br />
ORgANizAçãO dO cANNes liONs<br />
ReestRutuRA festivAl pARA <strong>20</strong>18<br />
José Papa Neto e Philip Thomas anunciaram<br />
semana passada, em Londres, mudanças<br />
no festival. Alterações como renovação <strong>de</strong><br />
categorias e redução da duração do evento<br />
agradaram <strong>de</strong> maneira geral. pág. 16
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Quando o menos é mais<br />
Em boa hora e graças a dois fatores prepon<strong>de</strong>rantes, em meio<br />
a muitos outros pontuais, o Cannes Lions resolveu tomar sérias<br />
providências já a partir da próxima versão do festival (18 a<br />
22/6/18), no sentido <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à comunida<strong>de</strong> publicitária mundial<br />
que <strong>de</strong>le participa anualmente, consagrando-o até aqui<br />
como o mais importante evento <strong>de</strong> premiações e palestras do<br />
setor em todo o planeta.<br />
O PROPMARK, anteriormente Asteriscos, cobre o famoso festival<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fim dos anos 1960 e, nesse longo período, só o viu<br />
crescer. Para os que não o acompanham <strong>de</strong> lá para cá, sempre é<br />
bom lembrar que teve início premiando apenas comerciais (filmes),<br />
em uma réplica ao famoso Festival do Cinema <strong>de</strong> Cannes<br />
e criado pela junção <strong>de</strong> produtores, exibidores e distribuidores<br />
em uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sigla SAWA (Screen Advertising World Association).<br />
Havia também um movimento político no surgimento do festival,<br />
criando uma força <strong>de</strong> combate à proibição <strong>de</strong> muitos países<br />
europeus à projeção <strong>de</strong> comerciais nas salas <strong>de</strong> cinemas.<br />
A Itália era mais rigorosa nessa proibição e muito por isso o festival<br />
no seu início passou a se realizar um ano em Cannes, outro<br />
em Veneza. Mas a crise política vivida pela Itália nesse período<br />
fez eclodir uma greve geral durante o festival <strong>de</strong> 1973 e os <strong>de</strong>legados<br />
<strong>de</strong> outros países viram-se em palpos <strong>de</strong> aranha com o país<br />
paralisado. A partir daí, a<strong>de</strong>us Veneza.<br />
O primeiro país sul-americano a participar do festival foi<br />
a Argentina, cujas vitórias no mesmo e a mudança <strong>de</strong> um<br />
empresário alemão que atuava nesse país, vindo morar no<br />
Brasil, forjaram nosso interesse na competição. Refiro-me<br />
ao saudoso Victor Petersen, da CP Cinema e Publicida<strong>de</strong> do<br />
Brasil, cujos sócios majoritários eram os membros da família<br />
Severiano Ribeiro.<br />
o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fogo através da revolução proporcionada ao<br />
advertising pela mídia digital.<br />
A fixação <strong>de</strong>finitiva do festival em Cannes acelerou o seu processo<br />
<strong>de</strong> expansão, com a criação <strong>de</strong> novas categorias nas competições,<br />
a multiplicação <strong>de</strong> palestras <strong>de</strong> notáveis, com filas<br />
imensas às portas dos auditórios e a expansão do seu lado social,<br />
com <strong>de</strong>slumbrantes recepções ocupando os salões dos hotéis<br />
célebres da região, seus restaurantes campeões do Michelin<br />
e até mesmo uma invasão, embora controlada, das restritas<br />
areias das praias <strong>de</strong> Cannes.<br />
O crescimento do Cannes Lions não se <strong>de</strong>teve, proporcionando<br />
à sua empresa concessionária lucros jamais revelados, mas facilmente<br />
imaginados.<br />
O aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados <strong>de</strong> todo o planeta trouxe um novo/velho<br />
problema que circunda esses megaeventos famosos: a falta<br />
<strong>de</strong> acomodações para todos os inscritos no festival. Isso acabou<br />
por se transformar em “somente” mais um dos gran<strong>de</strong>s problemas<br />
do Cannes Lions.<br />
Mais recentemente, com a crise econômica mundial atingindo<br />
em cheio o setor publicitário, os financeiros das agências, produtoras<br />
e anunciantes passaram a apertar os responsáveis pelos<br />
diversos setores <strong>de</strong>ssas empresas, pedindo contenção, algo<br />
difícil <strong>de</strong> ser atendido em uma ativida<strong>de</strong> ainda glamorosa, que<br />
muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter seus players bem representados, em qualida<strong>de</strong>,<br />
mas também em quantida<strong>de</strong>.<br />
Caberia a um grupo hoje mundial, mas <strong>de</strong> origem francesa, alertar<br />
os organizadores do festival para o risco do mais ser menos.<br />
O Publicis Group <strong>de</strong>u o alerta durante o Cannes Lions <strong>de</strong>ste ano:<br />
até <strong>20</strong>18 não participará <strong>de</strong> premiações onerosas, inclusive o<br />
Cannes Lions.<br />
Agências e produtoras passaram a inscrever seus primeiros filmes<br />
em Cannes e poucos foram os prêmios nesse início da participação<br />
brasileira. Já se disse aqui que tínhamos problemas<br />
sérios <strong>de</strong> produção e dublagem para o inglês, apesar das nossas<br />
boas i<strong>de</strong>ias e roteiros.<br />
Vaias para alguns comerciais brasileiros mexeram com nossos<br />
brios e a partir daí aumentou-se o cuidado com a finalização dos<br />
comerciais, inclusive com as produtoras investindo muito em<br />
novos equipamentos.<br />
Quando o Cannes Lions resolveu abrir para outras mídias, o<br />
Brasil transformou-se em concorrente respeitado no festival.<br />
Nossos avanços em outras mídias já estavam solidificados,<br />
tínhamos uma população profissional <strong>de</strong> excelentes ilustradores<br />
nas agências, um respeitável parque gráfico e, principalmente,<br />
doses elevadas <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, no que o brasileiro<br />
sempre foi <strong>de</strong>stacado.<br />
Os anunciantes, que antes <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhavam <strong>de</strong> Cannes, passaram<br />
a frequentá-lo, po<strong>de</strong>ndo assim não só exigir mais das suas<br />
agências, como também serem mais rigorosos na aprovação<br />
dos trabalhos.<br />
Afinal, havia material lá fora para ser comparado.<br />
Por outro lado, se o Cannes Lions já havia abrangido todas as<br />
mídias publicitárias, mudando <strong>de</strong> mãos resolveu abocanhar<br />
outros segmentos da comunicação, aumentando ainda mais<br />
Enten<strong>de</strong>ndo o recado, o novo presi<strong>de</strong>nte da empresa organizadora<br />
do festival, o brasileiro José Papa Neto, até pela<br />
sua origem <strong>de</strong> um país que não se resolve entre a glória dos<br />
gran<strong>de</strong>s feitos e a tragédia atomizada da nossa miséria diária,<br />
arregaçou as mangas e pôs-se a trabalhar para não só trazer<br />
o Publicis Group <strong>de</strong> volta a Cannes, como evitar que outros<br />
conglomerados multinacionais seguissem o tradicional comedimento<br />
francês.<br />
Assim, viajaremos a Cannes em <strong>20</strong>18, saindo <strong>de</strong> todas as partes<br />
do planeta, na certeza <strong>de</strong> que cinco dias serão suficientes para<br />
nos aprimorarmos em relação a tudo o que a comunicação do<br />
marketing mundial exibirá no Palais. Com a garantia <strong>de</strong> que voltaremos<br />
a rever tão somente o creme <strong>de</strong> la creme mundial, sem<br />
a gaiatice <strong>de</strong> figurantes inscritos apenas para fazer número, colaborando<br />
com o excesso e não com a vantagem fundamental<br />
que somente os ótimos po<strong>de</strong>m oferecer.<br />
Porque não foram reduzidos apenas os dias do Cannes Lions,<br />
mas algumas categorias criadas muito provavelmente para aumentar<br />
a arrecadação dos organizadores.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem a João Livi, que tem mantido<br />
nos produtos finais da Talent Marcel a qualida<strong>de</strong> criativa brasileira<br />
que encanta o mundo. Exemplos <strong>de</strong>ssa assertiva são os<br />
seus recentes trabalhos, como os anteriores, para Postos Ipiranga<br />
e Tubos e Conexões Tigre.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 3
conexões<br />
Editorial<br />
“Escrevo em nome da família Salles<br />
para agra<strong>de</strong>cer a homenagem<br />
que o PROPMARK prestou a meu<br />
avô, Mauro Salles, no editorial da<br />
edição 2670 do PROPMARK. É<br />
emocionante ver que, tantos anos<br />
após a doença que forçou sua<br />
aposentadoria precoce, seu legado<br />
ainda vive e gera frutos como<br />
essa homenagem. ”<br />
Luiz Felipe Salles <strong>de</strong> Mello<br />
São Paulo - SP<br />
“Muito obrigado pelas lembranças<br />
elogiosas a meu pai no Editorial da<br />
edição 2671 do PROPMARK. A homenagem<br />
é da maior importância<br />
por se tratar <strong>de</strong> um dos mais criativos<br />
e talentosos publicitários <strong>de</strong> todos<br />
os tempos.”<br />
Geraldo Alonso Filho<br />
São Paulo - SP<br />
Coluna<br />
“Muito bom o artigo A TV é o oxigênio<br />
das gran<strong>de</strong>s marcas, na<br />
coluna Marketing & Negócios, da<br />
edição 2671 do PROPMARK. É<br />
inegável e inexorável que o mundo<br />
digital rompe fronteiras, mexe com<br />
o establishment e gera inúmeras<br />
novas possibilida<strong>de</strong>s. Só que isso<br />
não significa, muitas vezes, a morte<br />
<strong>de</strong> algo.“<br />
José Roberto Maciel<br />
SBT<br />
São Paulo - SP<br />
Facebook<br />
Post: O presi<strong>de</strong>nte da Cacau<br />
Show, Alexandre Costa, recebeu<br />
gran<strong>de</strong>s empresários, lí<strong>de</strong>res<br />
do mercado <strong>de</strong> comunicação,<br />
celebrida<strong>de</strong>s e jornalistas<br />
para a inauguração <strong>de</strong> seu novo<br />
complexo fabril em Itapevi, em<br />
São Paulo<br />
“Meu sonho se tornou realida<strong>de</strong>!”<br />
Adriana Alvarez<br />
Post: Publicis não é mais a agência<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da CVC<br />
“Saída do Hugo já refletindo no dia a<br />
dia da agência?”<br />
Henrique Silva<br />
Post: A estranha inércia e impessoalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uma categoria<br />
“Continue <strong>de</strong> Cabify.”<br />
Bruno Villas-Bôas<br />
“E a Tesla segue crescendo...”<br />
Hugo Monteiro<br />
“Estou vivendo esse problema. Fui<br />
em algumas concessionárias e tive o<br />
mesmo tratamento. Temos dois carros<br />
em casa e estou tentando ficar só<br />
com um, mas os valores que recebo<br />
pelos meus são irrisórios, meta<strong>de</strong> da<br />
tabela Fipe, e os zeros com preços<br />
exorbitantes. Isso sem falar nos novos<br />
custos dos seguros <strong>de</strong> automóveis.”<br />
Antonio Carlos Accioly<br />
“Na propaganda, a gente até vê uma<br />
tentativa <strong>de</strong> storytelling interessante,<br />
mas se isso não encontra a vida real<br />
vai tudo por água abaixo mesmo.”<br />
Carla Said<br />
“Relevante. Oportuno.”<br />
Decio Vomero<br />
“Muito boa visão do mercado, que se<br />
aplica a diversas categorias. O mercado<br />
imobiliário está no mesmo nível.”<br />
Orlando Castro<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 11<br />
a 17 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>)<br />
Post: Perda do Bra<strong>de</strong>sco foi <strong>de</strong>cisiva<br />
para mudanças na WMcCann<br />
“O W vai permanecer na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> marca da agência no país.”... Mas<br />
cortá-lo da imagem não foi nada sugestivo/intencional.”<br />
Marcos Paulo<br />
Post: Smurfs chegam ao Burger<br />
King<br />
“Gostaria <strong>de</strong> saber como adquirir os<br />
bonecos esgotados do Burguer King.”<br />
Nercy Kmetz<br />
Post: Asus quer se consolidar no<br />
mercado <strong>de</strong> smartphones<br />
“Tomara que invistam em assistência<br />
técnica. Tive péssima experiência<br />
com celular e tablet.”<br />
Zi<br />
Errata<br />
Na chamada <strong>de</strong> capa Após período<br />
tenso, ABA e Abap estreitam relacionamento,<br />
da edição 2671, o nome do<br />
executivo João Branco saiu grafado<br />
errado. Branco, que é diretor <strong>de</strong> marketing<br />
do McDonald’s e presi<strong>de</strong>nte<br />
da ABA, aparece na foto ao lado <strong>de</strong><br />
Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte da Abap.<br />
última Hora<br />
EMPREENDEDORISMO<br />
No próximo sábado (25),<br />
no espaço Unibes Cultural,<br />
em São Paulo, a Re<strong>de</strong><br />
Globo promove a terceira<br />
edição do festival Menos<br />
30 Fest, este ano sob o<br />
conceito A diversida<strong>de</strong><br />
que nos une. O Brasil conta<br />
com aproximadamente<br />
50 milhões com ida<strong>de</strong><br />
inferior a 30 anos e abrir o<br />
próprio negócio é <strong>de</strong>sejo<br />
da maioria. O evento é<br />
gratuito, mas é preciso<br />
fazer inscrição em www.<br />
menos30feswt.globo.com.<br />
PRÊMIO<br />
O jornal Zero Hora recebeu o<br />
prêmio <strong>de</strong> melhor projeto <strong>de</strong><br />
visualização <strong>de</strong> dados com o<br />
trabalho ZH Ouro, para a Rio<br />
<strong>20</strong>16, no Digital Mídia Latam<br />
da Associação Mundial <strong>de</strong><br />
Jornais.<br />
dorinHo<br />
ROCK<br />
Inaugurada em 1963 e point<br />
em São Paulo, a Galeria do<br />
Rock terá espaços <strong>de</strong> mídia<br />
que serão comercializados<br />
pela Contato Brasil. O fluxo<br />
no local é <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong><br />
pessoas por ano, dos quais<br />
75% na faixa entre 16 e 35<br />
anos. O projeto <strong>de</strong> mídia<br />
da Galeria do Rock terá<br />
inicialmente oito ativos,<br />
além <strong>de</strong> projetos especiais:<br />
fachadas, elevadores,<br />
paineis, mega banners<br />
e escadas rolantes, por<br />
exemplo.<br />
CONCORRÊNCIA<br />
Com verba anual <strong>de</strong><br />
R$ 80 milhões, a CVC abriu<br />
processo <strong>de</strong> concorrência<br />
após saída da Publicis. Serão<br />
convidadas cinco agências,<br />
entre as quais WMcCann e<br />
Artplan.<br />
4 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Melhor que vencer<br />
o prêmio é vencer<br />
o preconceito.<br />
O filme “True Colors”, criado para o Grupo Gay da Bahia, que mostrou pela primeira<br />
vez um transgênero comemorando o Dia dos Pais, conquistou um troféu <strong>de</strong> bronze na<br />
categoria Film do El Ojo <strong>de</strong> Iberoamérica. A Propeg ainda levou para casa mais dois<br />
bronzes com a campanha “Plus Size”, criada para a VK Moda Plus Size, que mostrou<br />
as agressões causadas por roupas apertadas ao corpo da mulher. Mais do que<br />
campanhas, essas são causas que a Propeg tem muito orgulho <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.
AgênciAs<br />
OFEREciMEnTO<br />
iProspect tem planos para ampliar<br />
atuação na América Latina em <strong>20</strong>18<br />
Brasil, no entanto, não <strong>de</strong>ve ser alvo <strong>de</strong> novas aquisições da re<strong>de</strong>,<br />
segundo Philippe Seignol, presi<strong>de</strong>nte da operação para a região<br />
Cristiane Marsola<br />
iProspect, agência <strong>de</strong> mar-<br />
A keting digital do Dentsu<br />
Aegis Network, quer aumentar<br />
a presença na América Latina e<br />
preten<strong>de</strong> colocar os planos em<br />
práticas já em <strong>20</strong>18. “Temos planos<br />
bastante agressivos, que <strong>de</strong>vem<br />
estar completos até o meio<br />
do ano que vem. Vamos mudar<br />
em escala, talentos locais, novos<br />
clientes… vai ser, provavelmente,<br />
a maior organização <strong>de</strong><br />
digital da América Latina. Nossa<br />
presença vai ser mais consistente,<br />
se tivermos sucesso em nosso<br />
plano”, conta Philippe Seignol,<br />
presi<strong>de</strong>nte da iProspect para<br />
América Latina. As aquisições,<br />
no entanto, não incluem empresas<br />
brasileiras. “Já somos gran<strong>de</strong>s<br />
no Brasil”, avisa o executivo.<br />
A agência <strong>de</strong> marketing digital<br />
do Dentsu Aegis Network apresentou<br />
dois cases em parceria<br />
com a P&G, no mês passado, durante<br />
o Festival of Media Latam,<br />
realizado em Miami. “A P&G é<br />
ótima para nós porque nos <strong>de</strong>u<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trazer à vida<br />
o que nós sabemos fazer e toda<br />
a experiência que temos. No Brasil,<br />
foi o nosso primeiro cliente a<br />
nos <strong>de</strong>ixar usar o quanto <strong>de</strong> dados<br />
a gente queria. Usamos esses<br />
dados interligados para estarmos<br />
certos <strong>de</strong> que estamos abordando<br />
o consumidor no momento<br />
certo, com o produto certo e a<br />
oferta certa. É um círculo virtuoso.<br />
Se estamos performando eles<br />
colocam mais dinheiro”, afirma.<br />
De acordo com Seignol, apesar<br />
<strong>de</strong> recente, a presença da agência<br />
na região é importante. “Já estávamos<br />
antes, mas em <strong>20</strong>04 foi o<br />
gran<strong>de</strong> movimento que fizemos<br />
em digital nesta região. Nosso<br />
Misty Locke, global CMO da iProspect<br />
crescimento tem sido bem maior<br />
que dos concorrentes porque nós<br />
queremos acelerar”, fala.<br />
Os mercados emergentes estão<br />
entre os objetivos da re<strong>de</strong>.<br />
“Um dos nossos maiores focos<br />
é ter excelência local nos mercados<br />
em crescimento. Não po<strong>de</strong>mos<br />
ter excelência global se<br />
não tivermos excelência local”,<br />
fala a global CMO da iProspect,<br />
Misty Locke<br />
A executiva <strong>de</strong>staca que a<br />
região, às vezes, <strong>de</strong>mora mais<br />
para receber as novida<strong>de</strong>s. “A<br />
América Latina po<strong>de</strong>, sim, ter<br />
insights a partir <strong>de</strong> outros mercados,<br />
mas não necessariamente<br />
porque é um mercado que<br />
Fotos: Divulgação<br />
Philippe Seignol, presi<strong>de</strong>nte da agência para América Latina<br />
“vai ser,<br />
provavelmente,<br />
a maior<br />
organização<br />
<strong>de</strong> digital da<br />
américa latina”<br />
está sempre atrás. Eu não acho<br />
que seja uma questão <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />
ou <strong>de</strong>sejo, mas um hiato<br />
<strong>de</strong> tecnologia”, diz.<br />
Ela lembra que uma das vantagens<br />
da região é a tendência<br />
a ser mais social. “Há algumas<br />
áreas em que vocês têm habilida<strong>de</strong><br />
autêntica <strong>de</strong> avançar, além<br />
<strong>de</strong> outros mercados. Por natureza,<br />
vocês se adaptam ao social<br />
primeiro”, conta.<br />
Seignol também abordou<br />
os pontos positivos da crise.<br />
“Anunciantes costumam ser<br />
muito tradicionais, não costumam<br />
arriscar, e agora é tempo<br />
para mudar um pouco”, pon<strong>de</strong>ra<br />
Seignol.<br />
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6 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Paulo Macedo<br />
McCann Worldgroup tem<br />
O gran<strong>de</strong> expectativa com<br />
a gestão <strong>de</strong> Hugo Rodrigos na<br />
WMcCann. O executivo assumiu<br />
oficialmente no último<br />
dia 14 a posição <strong>de</strong> chairman e<br />
CEO da agência que foi comandada<br />
por Washington Olivetto<br />
durante sete anos. As negociações<br />
entre Luca Lindner e<br />
Rob Reilly, respectivamente<br />
presi<strong>de</strong>nte e global creative<br />
chairman da re<strong>de</strong> que integra<br />
a holding Interpublic, tiveram<br />
início há cerca <strong>de</strong> cinco meses<br />
durante o Cannes Lions. Mas,<br />
Rodrigues admitiu que mantivera<br />
conversas com Olivetto há<br />
três anos. Também disse que é<br />
uma responsabilida<strong>de</strong> substituí-lo,<br />
em sua opinião, um ícone,<br />
uma lenda e que faz parte<br />
da história da profissão no país.<br />
“Se trabalhei muito até hoje, é<br />
pouco perto do que vou ter <strong>de</strong><br />
trabalhar daqui por diante”.<br />
Lindner, que atuou no Brasil<br />
por seis anos e foi responsável<br />
pela aquisição da W/Brasil, disse<br />
que não haverá alteração na<br />
marca WMccann e que a perda<br />
do Bra<strong>de</strong>sco, uma conta <strong>de</strong><br />
aproximadamente R$ 400 milhões,<br />
foi <strong>de</strong>cisiva para a busca<br />
<strong>de</strong> uma nova orientação gerencial<br />
no país.<br />
“Era o nosso maior cliente”,<br />
resumiu Lindner. Ele disse<br />
ainda que a mudança é um<br />
momento especial e Rodrigues<br />
tem a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relançar<br />
a WMcCann com alguns<br />
pontos que consi<strong>de</strong>ra cruciais<br />
para o sucesso do projeto: criativida<strong>de</strong>,<br />
efetivida<strong>de</strong> estratégica,<br />
novos negócios e li<strong>de</strong>rança.<br />
“Esse profissional tem um<br />
olhar atento para criativida<strong>de</strong><br />
e negócios; uma velocida<strong>de</strong> incrível<br />
para a execução e honestida<strong>de</strong>”,<br />
afirmou Lindner. “Outro<br />
ponto interessante é que ele<br />
vai estabelecer conexão com os<br />
26 escritórios da América Latina.<br />
Sua chegada tem a ver com<br />
o futuro da região”, acrescenagênCias<br />
WMcCann busca nova fase com<br />
Hugo Rodrigues no comando<br />
A expectativa é que o <strong>de</strong>sempenho seja marcado pelo tripé criativida<strong>de</strong>,<br />
efetivida<strong>de</strong> e geração <strong>de</strong> novos negócios, sobretudo nos clientes atuais<br />
Luca Lindner, à esquerda, Rob Reilly e Hugo Rodrigues: mercado brasileiro está entre os prioritários do McCann Worldgroup<br />
“Seria <strong>de</strong>magogo<br />
da minha parte<br />
dizer que<br />
não penSo em<br />
proSpectar o<br />
varejo da gm,<br />
maS também Seria<br />
muito pretenSioSo<br />
da minha parte”<br />
Alê Oliveira<br />
tou Fernando Fascioli, presi<strong>de</strong>nte<br />
do grupo para a América<br />
Latina. Lindner também enfatizou<br />
que o Brasil está entre os 10<br />
maiores mercados do McCann<br />
Worldgroup e, junto com Inglaterra,<br />
China e Japão, tem mais<br />
chances <strong>de</strong> crescimento.<br />
Rodrigues <strong>de</strong>ve fazer alterações<br />
importantes na estrutura<br />
da WMcCann. Para as áreas <strong>de</strong><br />
mídia e criação precisa i<strong>de</strong>ntificar<br />
profissionais para substituir<br />
os vice-presi<strong>de</strong>ntes Yara Aparício<br />
e Guime Davidson. Mas promete<br />
analisar individualmente<br />
cada situação. Uma <strong>de</strong>las foi<br />
a da VP <strong>de</strong> planejamento Debora<br />
Nitta. “Já tivemos uma conversa<br />
e ela vai ficar”, <strong>de</strong>stacou<br />
Rodrigues. Ela trabalha diretamente<br />
com Suzanne Powers,<br />
global chief strategy officer do<br />
Mccann Worldgroup, e é uma<br />
das responsáveis pelo projeto<br />
Truth About Street, que nasceu<br />
no Brasil e ganhou dimensão<br />
global.<br />
O primeiro vetor <strong>de</strong> crescimento,<br />
nas palavras <strong>de</strong> Rodrigues,<br />
será entre os próprios<br />
clientes da agência. Coca-Cola<br />
e General Motors estariam no<br />
foco inicial por terem contas divididas<br />
com outras agências? O<br />
novo chairman e CEO da WMccann<br />
respon<strong>de</strong>:<br />
“A GM faz parte da minha<br />
vida. São 18 anos <strong>de</strong> trabalho<br />
intenso. Foi com essa marca<br />
que ganhei meu primeiro Leão<br />
em Cannes e também participei<br />
do trabalho que a levou à<br />
li<strong>de</strong>rança do mercado <strong>de</strong> automóveis.<br />
Mas esse é o lado <strong>de</strong><br />
varejo. Agora, atuar na agência<br />
que tem o branding, é muito<br />
sedutor e me dá um pouco <strong>de</strong><br />
paz. Seria <strong>de</strong>magogo da minha<br />
parte dizer que não penso em<br />
prospectar o varejo da GM, mas<br />
também seria muito pretensioso<br />
da minha parte. Agora é hora<br />
<strong>de</strong> me apresentar aos clientes e<br />
dar continuida<strong>de</strong> ao que já vem<br />
sendo feito. A WMcCann está<br />
entre as lí<strong>de</strong>res do ranking global<br />
do Effies”, finaliza.<br />
8 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
agêNCias<br />
“McCann sem Brasil é como jogar<br />
sem Neymar”, diz diretor-geral<br />
Chavo D’Emílio, que li<strong>de</strong>ra criação da empresa para América Latina<br />
e Caribe, fala sobre a reestruturação <strong>de</strong> comando na re<strong>de</strong><br />
Danúbia Paraizo<br />
posição da McCann não era<br />
A das mais animadoras há<br />
quatro anos, quando <strong>de</strong>u início<br />
ao processo <strong>de</strong> reestruturação.<br />
Nas palavras do diretor-geral <strong>de</strong><br />
criação para América Latina e<br />
Caribe, Chavo D’Emílio, a re<strong>de</strong><br />
andava apática na região, <strong>de</strong>sprestigiada<br />
e refém <strong>de</strong> ambiente<br />
egocêntrico. Como resultado<br />
<strong>de</strong> uma operação em que reinava<br />
o “eu criativo” e não a coletivida<strong>de</strong>,<br />
a agência era consi<strong>de</strong>rada<br />
segura e confortável pelos<br />
clientes, mas pouco ousada,<br />
criativa e inovadora na visão da<br />
indústria. Era o sinal amarelo<br />
sendo acionado.<br />
O executivo trouxe o relato<br />
durante o Festival Internacional<br />
El Ojo <strong>de</strong> Iberoamerica, no<br />
começo <strong>de</strong>ste mês, em Buenos<br />
Aires, ressaltando que <strong>20</strong>13 ficou<br />
marcado como momento<br />
<strong>de</strong> reestruturação na operação.<br />
A partir daí, a re<strong>de</strong> passou a<br />
olhar mais para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa<br />
para resgatar seu brilho criativo.<br />
Passados quatro anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a mudança, a McCann se vê em<br />
outro patamar.<br />
Em <strong>20</strong>16, foi eleita a re<strong>de</strong> do<br />
Ano no El Ojo, e somou quatro<br />
Grand Prix no Festival Internacional<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> Cannes<br />
Lions, em <strong>20</strong>17, com a garotinha<br />
<strong>de</strong>stemida que encara o touro<br />
<strong>de</strong> Wall Street em Fearless Girl,<br />
da McCann <strong>de</strong> Nova York. Para<br />
o executivo, o resultado está diretamente<br />
relacionado à reestruturação<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças, mais<br />
focada na horizontalização do<br />
comando.<br />
Pedra da Coroa para a re<strong>de</strong>,<br />
o Brasil está vivendo à flor da<br />
pele as mudanças que já têm<br />
sido feitas em menor ou maior<br />
escala nas <strong>de</strong>mais operações<br />
na região, como Argentina, Colômbia<br />
e Peru. Com a recém-<br />
-chegada <strong>de</strong> Hugo Rodrigues<br />
como chairman e CEO no lugar<br />
<strong>de</strong> Washington Olivetto, o negócio<br />
brasileiro está às vésperas<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s transformações<br />
D’Emílio (à dir.), em Buenos Aires, compara o mercado brasileiro à alma da inovação e aposta no atual cenário <strong>de</strong> mudanças da re<strong>de</strong><br />
observadas com lupa por toda a<br />
re<strong>de</strong>, ainda que seja “um mundo<br />
em si mesma <strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong>”,<br />
como pontuou D’Emílio em entrevista<br />
ao PROPMARK.<br />
O executivo <strong>de</strong>stacou a relevância<br />
do mercado nacional,<br />
visto como “a alma da<br />
inovação na América Latina”.<br />
Fazendo paralelo entre um <strong>de</strong><br />
nossos principais produtos<br />
<strong>de</strong> exportação, o criativo foi<br />
categórico: “A McCann sem o<br />
Brasil é como jogar sem Neymar”.<br />
“Nos últimos anos temos<br />
focado nossas energias no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, com apoio do<br />
Nico (Nicolás Romanó, diretor<br />
criativo da W/McCann), além<br />
da operação em São Paulo, há<br />
até pouco tempo li<strong>de</strong>rada por<br />
Olivetto. Agora, a chegada do<br />
Hugo é parte <strong>de</strong> um processo<br />
<strong>de</strong> reorganização que a Mc-<br />
Cann já vem trabalhando há algum<br />
tempo”, afirma D’Emílio.<br />
ReNasCiMeNto e MudaNças<br />
De fato, o movimento em busca<br />
<strong>de</strong> mais criativida<strong>de</strong> e inovação<br />
po<strong>de</strong> ser observado em toda<br />
a operação na América Latina e<br />
Caribe. Em Lima, no Peru, por<br />
exemplo, Christian Caldwell, VP<br />
<strong>de</strong> criação local, <strong>de</strong>stacou que o<br />
trabalho tem sido feito com objetivo<br />
<strong>de</strong> empo<strong>de</strong>rar toda a equipe,<br />
para que se sintam responsáveis<br />
pelo trabalho coletivo.<br />
“Olhamos a agência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
para vermos se tínhamos talentos<br />
suficientes para essa gran<strong>de</strong><br />
mudança. O que ficou claro é<br />
que era preciso acordar esses talentos,<br />
recuperar a fome e acreditar<br />
que podíamos fazer a mudança”,<br />
<strong>de</strong>stacou o executivo.<br />
Responsáveis por trabalhos<br />
como The hijacked highway,<br />
maior experiência em realida<strong>de</strong><br />
virtual do Peru, para a Sodimac,<br />
eleita a melhor i<strong>de</strong>ia local no El<br />
Ojo este ano, a McCann Peru<br />
Divulgação<br />
vive o momento em que não<br />
tem mais medo <strong>de</strong> falhar, como<br />
<strong>de</strong>staca seu executivo. “Era importante<br />
compartilhar com a<br />
equipe que era possível fazer a<br />
mudança. Pedimos licença para<br />
falhar e um voto <strong>de</strong> confiança<br />
para os clientes. Cuidamos do<br />
empo<strong>de</strong>ramento das pessoas”.<br />
De volta ao Brasil, D’Emílio<br />
espera cenário semelhante <strong>de</strong><br />
renascimento e mudança. Fã<br />
do craft e direção <strong>de</strong> arte brasileiros,<br />
o criativo está com<br />
gran<strong>de</strong>s expectativas sobre as<br />
novida<strong>de</strong>s. “A i<strong>de</strong>ia é que Hugo<br />
vá trazer tudo isso que estamos<br />
falando, esse é o pulso do momento<br />
que vivemos. O Brasil é<br />
um mundo em si mesmo, mas<br />
obviamente está conectado a<br />
McCann América Latina”, <strong>de</strong>stacou.<br />
“Hugo vai ajudar muito<br />
a McCann a recuperar o lugar<br />
que <strong>de</strong>ve manter no Brasil. Não<br />
tenho dúvidas”, finalizou.<br />
10 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
AgênciAs<br />
“A criativida<strong>de</strong><br />
é o gran<strong>de</strong><br />
diferencial da<br />
propaganda”<br />
Divulgação<br />
Um dos nomes mais conhecidos no meio<br />
digital, Pedro Cabral, CEO da Ampfy, acredita<br />
que as agências com cultura digital no core<br />
do negócio serão as gran<strong>de</strong>s agências daqui<br />
para frente. Mesmo com a enorme transformação do<br />
mercado, em que vê “que um bom trabalho online está<br />
no centro para medir a eficiência do offline”, ele afirma<br />
que a criativida<strong>de</strong> continua sendo o gran<strong>de</strong> diferencial<br />
da propaganda. “Aqui a gente introduz muito mais<br />
tecnologia, algo mais mo<strong>de</strong>rno, mas o gran<strong>de</strong> fio<br />
condutor <strong>de</strong>ssa história é a criativida<strong>de</strong>”, diz Cabral.<br />
Nesta entrevista, o executivo fala <strong>de</strong> otimismo para<br />
<strong>20</strong>18 e que está feliz com os seis anos da Ampfy<br />
e sua parceria com Alexandre Hohagen (que também<br />
é seu sócio na Nobox, <strong>de</strong> Miami).<br />
Pedro Cabral: “A Ampfy hoje é uma das principais agências digitais brasileiras”<br />
KELLY DORES<br />
EsTRUTURA<br />
Agora estamos com 110 pessoas<br />
e <strong>de</strong>vemos contratar mais<br />
umas <strong>de</strong>z até o fim do ano, em<br />
função dos próprios projetos<br />
dos clientes com coisas novas.<br />
Estamos com uma previsão <strong>de</strong><br />
começar <strong>20</strong>18 num ritmo melhor<br />
do que a gente começou em <strong>20</strong>17.<br />
Estamos terminando nosso orçamento<br />
<strong>de</strong> <strong>20</strong>18 e colocamos um<br />
foco gran<strong>de</strong> em conversar com<br />
os clientes. Sempre falo para o<br />
pessoal, que se quiser trabalhar<br />
bem em janeiro e fevereiro, tem<br />
<strong>de</strong> trabalhar em <strong>novembro</strong>.<br />
BALAnÇO<br />
<strong>20</strong>17 foi um ano <strong>de</strong> consolidação<br />
<strong>de</strong> um crescimento bastante<br />
acelerado que a agência vinha<br />
tendo. Em <strong>20</strong>16, crescemos 42%.<br />
Este ano, a gente <strong>de</strong>ve fechar um<br />
crescimento em torno <strong>de</strong> 10%. A<br />
gente gostaria <strong>de</strong> crescer mais,<br />
em torno <strong>de</strong> 25%, 30%, que é<br />
possível fazer isso neste mercado,<br />
mas são três anos <strong>de</strong> crise, e<br />
o ano começou muito travado,<br />
agora as coisas estão mais legais.<br />
cOnTAs nOVAs<br />
Este ano ganhamos as contas<br />
digitais <strong>de</strong> cinco marcas da Coty<br />
(Risqué, Cenoura & Bronze, Bozzano,<br />
Monange e Paixão) e três<br />
da General Mills (Yoki, Kitano<br />
e Mais Vita), além <strong>de</strong> Bra<strong>de</strong>sco<br />
Seguros e Udacity. A maioria<br />
dos clientes entra na casa com<br />
uma operação exclusivamente<br />
digital, mas acaba aumentando<br />
o volume e escopo <strong>de</strong> serviço.<br />
Dos nossos clientes, que são <strong>20</strong><br />
marcas aproximadamente, três<br />
fazem tudo com a Ampfy, do social<br />
ao offline. A gente trabalha<br />
muito bem com as agências que<br />
eventualmente nossos clientes<br />
tenham, mas o que ocorre é que<br />
hoje até quando você faz mídia<br />
offline, se não está muito bem<br />
articulado com o digital, per<strong>de</strong><br />
eficiência.<br />
EVOLUÇÃO<br />
Estou tão feliz com a evolução<br />
da Ampfy e com a maturida<strong>de</strong><br />
que a agência tem quanto<br />
na melhor época da AgênciaClick<br />
(na qual foi um dos fundadores<br />
e hoje virou Isobar). A gente<br />
conseguiu montar uma equipe<br />
sênior, com pessoas muito experientes<br />
do mercado. Parte<br />
<strong>de</strong>sta equipe, que são os meus<br />
sócios, é <strong>de</strong> pessoas com quem<br />
já trabalhei antes (André Chue-<br />
ri, presi<strong>de</strong>nte; Gabriel Borges,<br />
CSO; Fred Siqueira, CCO; e<br />
Douglas Bocalão, COO).<br />
cRiATiViDADE<br />
A criativida<strong>de</strong> é o gran<strong>de</strong><br />
diferencial <strong>de</strong>sse negócio chamado<br />
propaganda. O nome<br />
agência talvez nem faça mais<br />
sentido. Aqui a gente introduz<br />
muito mais tecnologia, algo<br />
mais mo<strong>de</strong>rno, mas o gran<strong>de</strong><br />
fio condutor <strong>de</strong>ssa história é a<br />
criativida<strong>de</strong>.<br />
DnA DigiTAL<br />
A Ampfy hoje é uma das<br />
principais agências digitais<br />
brasileiras. Ela nasceu com<br />
essa cultura digital, focada em<br />
social, busca, mobile e performance.<br />
Acho que agências com<br />
essa cultura digital no core serão<br />
as gran<strong>de</strong>s agências daqui<br />
para frente. Eu tenho dúvida<br />
se as agências mais tradicionais<br />
vão se transformar porque isso<br />
não aconteceu no mundo. Elas<br />
po<strong>de</strong>m fazer bons trabalhos<br />
na área digital, mas fazer essa<br />
execução que a gente faz acho<br />
muito difícil. Não vi gran<strong>de</strong>s<br />
agências tradicionais serem supereficientes<br />
no mundo digital.<br />
Po<strong>de</strong> ser que aconteça.<br />
<strong>20</strong>18<br />
Estou muito otimista em relação<br />
a <strong>20</strong>18. Acho que o cenário<br />
político não é mais o gran<strong>de</strong><br />
termômetro da economia, isso<br />
é uma coisa positiva. Acredito<br />
que po<strong>de</strong>mos ter dois anos <strong>de</strong><br />
aceleração bem positiva. <strong>20</strong>18<br />
já aponta assim e <strong>20</strong>19 mais ainda,<br />
com um governo novo.<br />
MUDAnÇAs<br />
A gente está num momento<br />
<strong>de</strong> transição dramática no<br />
Brasil. Eu trabalhei nos Estados<br />
Unidos, em <strong>20</strong>10. Naquela<br />
época, vi uma migração gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> verbas para as empresas<br />
serem cada vez mais digitais.<br />
Tanto que hoje o maior investimento<br />
nos EUA já é digital. E<br />
na Europa também. Neste ano,<br />
estou vendo ocorrer isso no<br />
Brasil. Em <strong>20</strong>18, isso será mais<br />
forte. Não é que acho que tudo<br />
vai virar digital, mas vejo uma<br />
preocupação com ROI muito<br />
gran<strong>de</strong>, em que um bom trabalho<br />
digital está no centro <strong>de</strong>ssa<br />
medição, inclusive para medir<br />
eficiência do offline e a combinação<br />
<strong>de</strong>ssas duas coisas. A<br />
Ampfy se posiciona bem nesse<br />
negócio, mas não somos só nós,<br />
há vários players.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 11
AgênCiAs<br />
Peshkov/iStock<br />
Uma série <strong>de</strong> fatores diferentes tem levado agências a optarem pela copresidência e cada uma tem suas razões circunstanciais, mas não é necessariamente uma tendência<br />
Copresidência reflete geração<br />
com pensamento colaborativo<br />
Africa, BETC, Grey, Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> e Publicis adotaram o<br />
comando compartilhado, que <strong>de</strong>ve se sobrepor a mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “rain maker”<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> copresidência<br />
não é uma novida-<br />
O<br />
<strong>de</strong> no mercado, acostumado a<br />
parcerias duradouras como a <strong>de</strong><br />
Marcello Serpa e José Luiz Ma<strong>de</strong>ira,<br />
na AlmapBBDO - ambos<br />
citados como referência <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />
compartilhada por quase<br />
todos os entrevistados para esta<br />
reportagem. Mesmo em cargos<br />
mais iniciais, a visão colaborativa<br />
sempre se fez presente<br />
em um setor acostumado com a<br />
estrutura <strong>de</strong> dupla <strong>de</strong> redator e<br />
diretor <strong>de</strong> arte na criação há várias<br />
décadas.<br />
Mas o movimento <strong>de</strong> copresidências<br />
tem se intensificado nos<br />
últimos anos. Em outubro, com<br />
espaço <strong>de</strong> 15 dias, duas das mais<br />
importantes agências do Brasil<br />
adotaram essa estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança.<br />
Na Publicis Brasil, após a<br />
saída <strong>de</strong> Hugo Rodrigues para a<br />
WMcCann no fim <strong>de</strong> outubro, a<br />
solução foi promover o head <strong>de</strong><br />
planejamento Eduardo Lorenzi<br />
e a head <strong>de</strong> mídia Miriam Shirley<br />
a co-CEOs. Alguns dias antes, a<br />
Grey oficializou Marcia Esteves,<br />
COO, e Rodrigo Jatene, CCO,<br />
como copresi<strong>de</strong>ntes da operação<br />
brasileira. Eles já ocupavam<br />
o posto na prática <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a saída<br />
do ex-CEO Sérgio Prandini, no<br />
fim <strong>de</strong> <strong>20</strong>16, mas <strong>de</strong> lá para cá,<br />
era ventilada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
contratação <strong>de</strong> um novo chefe<br />
executivo. Opção preterida em<br />
Marcia e Jatene: “Vivemos em um mundo cada vez mais conectado e colaborativo”<br />
Divulgação<br />
12 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
elação ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />
compartilhada.<br />
Uma série <strong>de</strong> fatores diferentes<br />
tem levado agências a optarem<br />
por esse caminho e cada<br />
uma tem suas razões circunstanciais.<br />
A copresidência não é<br />
necessariamente uma tendência<br />
que vai ser dominante no mercado.<br />
Mas é fato que ela surge<br />
<strong>de</strong> maneira mais natural como<br />
opção em uma era muito mais<br />
colaborativa que no passado.<br />
“Por ser um reflexo imediato das<br />
transformações da socieda<strong>de</strong>, a<br />
indústria da comunicação sempre<br />
precisou ter flexibilida<strong>de</strong> e<br />
se adaptar a novos formatos com<br />
muita agilida<strong>de</strong>. Isso faz com<br />
que as agências sejam abertas<br />
a testar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão que<br />
fogem da pirâmi<strong>de</strong> tradicional.<br />
A copresidência permite somar<br />
competências, dividir tarefas,<br />
multiplicar as possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> solução e, ao mesmo tempo,<br />
ameniza a pressão sobre um<br />
único lí<strong>de</strong>r”, reconhece Eduardo<br />
Lorenzi, da Publicis. “Os <strong>de</strong>safios<br />
não mudam, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> termos um ou dois<br />
lí<strong>de</strong>res. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> copresidência<br />
apresenta uma série <strong>de</strong><br />
vantagens para a gestão <strong>de</strong> uma<br />
agência. No nosso caso específico,<br />
existe uma complementarida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> skills e <strong>de</strong> trajetórias<br />
que traz consistência para a linha<br />
<strong>de</strong> frente da Publicis. Além<br />
disso, a pon<strong>de</strong>ração entre as visões<br />
feminina e masculina ten<strong>de</strong><br />
a ser muito enriquecedora, especialmente<br />
se consi<strong>de</strong>rarmos o<br />
atual cenário que a indústria da<br />
comunicação vive”, argumenta<br />
Miriam Shirley.<br />
A questão <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong><br />
gêneros foi consi<strong>de</strong>rada nos casos<br />
recentes <strong>de</strong> Publicis. “Ter<br />
uma mulher como copresi<strong>de</strong>nte<br />
é uma mensagem muito importante<br />
para o mercado e reflete a<br />
nossa filosofia. Mais <strong>de</strong> 50% dos<br />
colaboradores da Publicis são<br />
mulheres e nos cargos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />
este número chega a 60%.<br />
Agora esse equilíbrio se reflete<br />
também na mais alta li<strong>de</strong>rança”,<br />
argumenta Lorenzi.<br />
Fim dos “rAin mAkers”<br />
Um grupo <strong>de</strong> pessoas unidas<br />
por um propósito, gerando negócios,<br />
contando histórias enten<strong>de</strong>ndo<br />
e engajando pessoas vai<br />
se sobrepor ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “rain<br />
maker”, ou “uma pessoa que faz<br />
chover” no mercado. Pelo menos<br />
é essa a análise <strong>de</strong> Rodrigo<br />
Jatene, da Grey. “O mercado <strong>de</strong><br />
comunicação mudou. Vivemos<br />
em um mundo cada vez mais<br />
conectado e colaborativo. Com<br />
Gal Barradas e Erh Ray: “Sempre existe o outro lado”<br />
a comunicação não é diferente e<br />
esse movimento po<strong>de</strong> chegar na<br />
gestão dos negócios, facilitando<br />
a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
e aumentamos as chances <strong>de</strong><br />
acerto”, avalia.<br />
No caso da parceria entre Jatene<br />
e Marcia Esteves, eles ficaram<br />
por quase um ano no cargo <strong>de</strong><br />
forma “extraoficial”, período no<br />
qual um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios do<br />
mo<strong>de</strong>lo foi se resolvendo: quem<br />
faz o quê. “Acreditamos na complementação<br />
<strong>de</strong> perfis, experiências<br />
e expertises para ter um<br />
olhar cuidadoso e experiente em<br />
todas as partes da agência. Juntamos<br />
as experiências minhas<br />
Divulgação<br />
“Os <strong>de</strong>safiOs<br />
nãO mudam,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> termOs um Ou<br />
dOis lí<strong>de</strong>res”<br />
para auxiliar nas diretrizes criativas,<br />
com as da Marcia com a<br />
gestão <strong>de</strong> negócios e ponte com<br />
o cliente. Somos complementares:<br />
negócios e criativida<strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rando juntos o trabalho da<br />
agência. Trabalhamos há muito<br />
tempo juntos, crescemos e nos<br />
Divulgação<br />
Miriam e Lorenzi: “Agências abertas a testar mo<strong>de</strong>los que fogem da pirâmi<strong>de</strong> tradicional”<br />
conhecemos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> adolescentes.<br />
Coincidências ou não, crenças<br />
e visões são as mesmas”,<br />
analisa Jatene.<br />
Na prática do dia a dia, Marcia<br />
Esteves é representante institucional<br />
da Grey, incluindo assuntos<br />
corporativos que envolvam<br />
o negócio, além da li<strong>de</strong>rança<br />
direta das áreas <strong>de</strong> operação,<br />
planejamento, mídia e atendimento;<br />
Jatene é o representante<br />
Institucional criativo, incluindo<br />
assuntos relacionados a inovação,<br />
criativida<strong>de</strong> e tendências<br />
do mercado, além da li<strong>de</strong>rança<br />
direta das áreas <strong>de</strong> criação e<br />
produção. “Duas pessoas normalmente<br />
significam dois diferentes<br />
pontos <strong>de</strong> vista, e chegar<br />
em um acordo po<strong>de</strong> não ser tão<br />
fácil. Buscamos a verda<strong>de</strong> em<br />
tudo o que fazemos e em todas<br />
as <strong>de</strong>cisões que tomamos. Provocamos<br />
o conflito olho no olho,<br />
se preciso, até chegarmos a um<br />
acordo. Juntos e felizes. É <strong>de</strong>safiador<br />
porque não gerimos para<br />
agradar e sim para que todos se<br />
tornem melhores, a cada reunião<br />
e a cada <strong>de</strong>cisão. No nosso<br />
caso, como nos conhecemos há<br />
muito tempo, muitos anos trabalhando<br />
juntos permite que se<br />
chegue mais fácil a um acordo.<br />
O alinhamento <strong>de</strong> discursos e<br />
diretrizes se faz mais fácil com<br />
os anos <strong>de</strong> convivência”, acredita<br />
Jatene.<br />
TrAnsFormAção inexorável<br />
Alguns mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> copresidência<br />
têm duração mais longa<br />
no mercado e um perfil bastante<br />
consolidado. Parcerias mais<br />
conhecidas, como as <strong>de</strong> Erh Ray<br />
e Gal Barradas, que abriram a<br />
BETC São Paulo em <strong>20</strong>14, copresidindo<br />
a operação <strong>de</strong> lá para cá.<br />
Em <strong>20</strong>16, tornaram-se presi<strong>de</strong>ntes<br />
da Havas Creative, que une,<br />
além da BETC, a Havas, a Havas<br />
Life e a Havas Digital. Ou <strong>de</strong> Márcio<br />
Santoro e Sérgio Gordilho,<br />
copresi<strong>de</strong>ntes da Africa <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
<strong>20</strong>10, quando suce<strong>de</strong>ram a Nizan<br />
Guanaes. Ou, mais recente, <strong>de</strong><br />
Marcio Toscani e Marcelo Reis,<br />
copresi<strong>de</strong>ntes da Leo Burnett<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> <strong>20</strong>14. Compartilharam<br />
a gestão da agência com<br />
Paulo Giovanni, que manteve-se<br />
como chairman até fevereiro <strong>de</strong><br />
<strong>20</strong>17. “Foi um processo <strong>de</strong> transição<br />
natural, que já vinha sendo<br />
estudado pela agência em função<br />
da complexida<strong>de</strong> com que<br />
o mercado se encontra hoje em<br />
dia”, relembra Toscani, que representa<br />
o perfil <strong>de</strong> finanças e<br />
operações ao lado <strong>de</strong> um criativo<br />
- o que ele chama <strong>de</strong> “equilíbrio<br />
entre razão e emoção”.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 13
AgênCiAs<br />
O copresi<strong>de</strong>nte e COO da Leo<br />
Burnett afirma que o mo<strong>de</strong>lo é<br />
uma resposta a um “inexorável<br />
processo <strong>de</strong> transformação da<br />
indústria da comunicação que<br />
passou a impor novos mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> negócio”. Uma das importantes<br />
lições que ele dá a quem esteja<br />
pensando nesse mo<strong>de</strong>lo é que<br />
não se perca o DNA da empresa.<br />
“Cada agência está buscando se<br />
ajustar a este novo momento <strong>de</strong><br />
mercado, sem abrir mão do seu<br />
perfil. No caso da Leo Burnett,<br />
nosso DNA é a criativida<strong>de</strong> e ter<br />
um criativo à frente do negócio<br />
é imprescindível. Por outro lado,<br />
um mundo <strong>de</strong> inovações constantes<br />
e <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> crescente<br />
bate à porta, exigindo das<br />
agências <strong>de</strong>senvolverem estratégias<br />
<strong>de</strong> atuação mais em sintonia<br />
com o negócio dos clientes.<br />
E para ampliar esta interlocução<br />
com o marketing das empresas, é<br />
preciso ir além do elaborar campanhas<br />
publicitárias. Exige-se<br />
ter uma agência apta a fazer um<br />
diagnóstico preciso do problema<br />
e ou oportunida<strong>de</strong> para chegar<br />
à performance almejada, para<br />
ambos os lados”, afirma. “Essa<br />
revolução na indústria tem levado<br />
as agências a reverem seus<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> entrega, começando<br />
por uma gestão coautoral e complementar,<br />
em que boas i<strong>de</strong>ias<br />
e bons resultados an<strong>de</strong>m lado a<br />
lado”, analisa Toscani.<br />
A relação entre os dois exige<br />
muito diálogo e afinida<strong>de</strong>.<br />
“para que a parceria dê certo, é<br />
importante, além da sintonia e<br />
a complementarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> funções,<br />
ter transparência, flexibilida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong>ixar vaida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lado<br />
para o bem comum, pensando<br />
no sucesso do negócio”, afirma<br />
Toscani. Assim, resume, estratégia,<br />
gestão e direcionamento<br />
da agência precisam estar muito<br />
bem embalados em um discurso<br />
unificado.<br />
respeiTo Como AliCerCe<br />
A parceria entre Marcio Santoro<br />
e Sergio Gordilho está prestes<br />
a completar oito anos - em<br />
março <strong>de</strong> <strong>20</strong>18. Os papéis bem<br />
<strong>de</strong>finidos são uma parte importante<br />
para o sucesso da dupla,<br />
e <strong>de</strong>vem ser sempre esclarecidos<br />
às equipes. Mas a principal<br />
questão é outra. “Nos conhecemos<br />
há <strong>20</strong> anos. É preciso ter<br />
um profundo respeito, que é o<br />
alicerce <strong>de</strong> tudo. Deve-se ter cuidado<br />
para não brigar ou levantar<br />
a voz. A partir disso, se constrói<br />
o mo<strong>de</strong>lo da copresidência”, receita<br />
Santoro.<br />
Os anos foram importantes<br />
para <strong>de</strong>linear as funções <strong>de</strong> cada<br />
Sergio Gordilho e Marcio Santoro: “On<strong>de</strong> temos uma <strong>de</strong>ficiência, o outro supera”<br />
CEO. Naturalmente, Gordilho<br />
foi li<strong>de</strong>rando assuntos como<br />
inovação, criação e produção,<br />
enquanto Santoro assumiu as<br />
<strong>de</strong>cisões sobre dados, estratégia<br />
e planejamento. Mas ouvir<br />
o outro ponto <strong>de</strong> vista é fundamental<br />
para garantir que as melhores<br />
<strong>de</strong>cisões sejam tomadas.<br />
“Quando é algo ligado ao produto<br />
criativo, eu apoio <strong>de</strong>cisões<br />
do Gordilho. E quando se trata<br />
<strong>de</strong> questões financeiras e administrativas,<br />
ele também dá esse<br />
suporte. Claro que há momentos<br />
em que se tem <strong>de</strong> negociar, rever<br />
<strong>de</strong>cisões, mas temos isso <strong>de</strong><br />
forma muito clara, o que facilita<br />
a equalização. O dados <strong>de</strong> business<br />
intelligence ajudam a dar o<br />
suporte para as <strong>de</strong>cisões”, analisa<br />
Santoro.<br />
Eles concordam que as mudanças<br />
na indústria da publicida<strong>de</strong><br />
ten<strong>de</strong>m a gerar mais mo-<br />
Reis e Toscani: “Inexorável processo <strong>de</strong> transformação impõe novos mo<strong>de</strong>los”<br />
Divulgação<br />
“Cada agênCia<br />
está busCandO<br />
se ajustar a este<br />
nOvO mOmentO,<br />
sem abrir mãO dO<br />
seu perfil”<br />
<strong>de</strong>los <strong>de</strong> copresidência. “Nossa<br />
indústria é muito complexa e<br />
enfrenta uma gran<strong>de</strong> revolução<br />
<strong>de</strong> tecnologia, e outra do<br />
comportamento humano. Nesse<br />
cenário, é difícil ter controle<br />
absoluto sobre a estrutura <strong>de</strong><br />
uma agência. On<strong>de</strong> temos uma<br />
<strong>de</strong>ficiência, o outro supera. As<br />
pessoas precisam ter a mesma<br />
visão sobre o negócio, <strong>de</strong> prestar<br />
um serviço <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para as<br />
Divulgação<br />
marcas, mas expertises complementares<br />
agregam muito”, afirma<br />
Gordilho. “A copresidência<br />
precisa ser baseada na cultura e<br />
DNA da empresa em que se vai<br />
atuar. No caso, temos a visão <strong>de</strong><br />
criativida<strong>de</strong> e business. Se os<br />
executivos fossem só <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,<br />
talvez não <strong>de</strong>sse certo,<br />
e vice-versa”, analisa o copresi<strong>de</strong>nte<br />
e criativo.<br />
A divisão <strong>de</strong> tarefas permite<br />
que Erh Ray e Gal Barradas<br />
empreguem seus melhores<br />
potenciais a serviço da Havas<br />
Creative, mas algumas funções<br />
acabam sendo divididas. O que<br />
é positivo. Ray explica que o<br />
relacionamento com clientes<br />
é facilitado, já que cada executivo<br />
tem melhor entrada com<br />
<strong>de</strong>terminado grupo <strong>de</strong> contas.<br />
“Você precisa confiar na pessoa<br />
e se jogar <strong>de</strong> olhos fechados.<br />
Tem <strong>de</strong> ser uma relação<br />
visceral”, afirma Ray.<br />
“Eu e Erh Ray somos muito<br />
complementares, mas dividimos<br />
a mesma visão entre nós e<br />
a agência. A principal questão<br />
é ter esse alinhamento <strong>de</strong> valores<br />
e crenças, porque, <strong>de</strong> resto,<br />
é apenas um alinhamento disciplinar,<br />
pois não tomaria uma<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> criação sem ele e ele<br />
não tomaria uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> estratégia<br />
sem mim”, explica Gal<br />
Barradas.<br />
O tempo ajudou a dupla a<br />
moldar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> copresidência.<br />
Des<strong>de</strong> o começo, adotam<br />
alguns métodos como o <strong>de</strong><br />
sentar juntos na mesma sala.<br />
“Estamos sempre conversando<br />
sobre <strong>de</strong>cisões. Não precisamos<br />
<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> momento para<br />
discutir as coisas. É um mo<strong>de</strong>lo<br />
interessante também porque,<br />
sempre que houver dois assuntos<br />
importantes ao mesmo<br />
tempo, haverá uma li<strong>de</strong>rança<br />
para aquele momento”, explica<br />
Gal Barradas. Claro que o caminho<br />
da copresidência é bastante<br />
árduo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> muita<br />
confiança para funcionar. É um<br />
<strong>de</strong>safio diário. “Já é difícil manter<br />
a presidência da agência por<br />
sete anos, imagina uma copresidência”,<br />
brinca Marcio Santoro,<br />
da Africa. “Só a convivência<br />
<strong>de</strong>snuda a pessoa. Estamos juntos<br />
o tempo todo, dividindo a<br />
mesma sala. Hoje, já sabemos,<br />
mais ou menos, que tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
a outra pessoa tomaria”,<br />
afirma Gal sobre a parceria com<br />
Ray. “Quando há diferenças,<br />
é preciso questionar, ce<strong>de</strong>r e<br />
compreen<strong>de</strong>r que sempre existe<br />
o outro lado. Só com muita<br />
confiança para a copresidência<br />
funcionar”, resume Ray.<br />
14 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
470979_DM9DDB_DM9DDB_142x314<br />
14/11/<strong>20</strong>17 - 14:39<br />
agências<br />
Today ganha<br />
conta <strong>de</strong> carne<br />
da Marfrig<br />
Marca Montana será<br />
relançada no mercado<br />
com nova campanha<br />
Divulgação<br />
“Profissional antenado e sempre<br />
atualizado com as transformações<br />
da mídia e da comunicação.<br />
Excelente parceiro.<br />
É muito bom trabalhar com ele!<br />
Muito merecida essa indicação.<br />
A coruja tem que ser <strong>de</strong>le.”<br />
Maria Elena Lioi<br />
Executive Media Manager BRF<br />
Today vai fazer reposicionamento <strong>de</strong> Montana<br />
Montana, marca <strong>de</strong> carnes da Marfrig,<br />
A finalizou o processo <strong>de</strong> concorrência<br />
por sua conta <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e escolheu<br />
a Today como sua nova agência. A marca<br />
estava sem agência. Segundo fonte do<br />
PROPMARK, a concorrência envolveu seis<br />
empresas e na final estavam a Today e a Tudo,<br />
do Grupo ABC. O anunciante tem uma<br />
verba publicitária <strong>de</strong> R$ 15 milhões.<br />
A Today, <strong>de</strong> Adilson Batista, já começou<br />
a trabalhar no novo job para reposicionar a<br />
marca e relançá-la no mercado brasileiro.<br />
A campanha está prevista para entrar no ar<br />
em janeiro <strong>de</strong> <strong>20</strong>18. A Marfrig Global Foods<br />
é uma das maiores companhias <strong>de</strong> alimentos<br />
à base <strong>de</strong> proteína animal do mundo e<br />
controla, além da Montana, marcas como<br />
Bassi, Angus e Pampeano.<br />
Ao contrário da maioria das agências,<br />
que são divididas em áreas como criação,<br />
atendimento e planejamento, a Today<br />
adotou nomenclaturas diferentes para a<br />
sua estrutura. A agência, hoje, se baseia<br />
em quatro áreas: heart, heartbeat, insi<strong>de</strong><br />
e backoffice. Com uma estrutura enxuta, a<br />
Today é focada em serviços <strong>de</strong> comunicação<br />
integrada, com <strong>de</strong>staque para o digital.<br />
“Damos muito enfoque à estratégia”,<br />
diz Batista.<br />
Neste ano, a agência ganhou contas como<br />
Avis (comunicação integrada), Pague Seguro<br />
(conta <strong>de</strong> CRM) e a construtora Moura<br />
Dubeux, além <strong>de</strong> Montana. Conectada aos<br />
novos tempos, <strong>de</strong> orçamentos mais enxutos<br />
e <strong>de</strong> cultura compartilhada, o escritório<br />
da Today está localizado no WeWork, da<br />
Avenida Paulista, um espaço <strong>de</strong> coworking<br />
em que há várias startups instaladas, como<br />
o Groupon, por exemplo. “Acabamos fazendo<br />
negócios com outras empresas que<br />
divi<strong>de</strong>m o espaço, trocando i<strong>de</strong>ias e visões<br />
diferentes. É muito interessante”, <strong>de</strong>staca<br />
Batista, que tem Claudio Xavier como sócio<br />
e diretor-financeiro.<br />
“O Vicente, na minha opinião,<br />
é o mais talentoso mídia<br />
da nova geração.”<br />
Paulo Queiroz<br />
Presi<strong>de</strong>nte da DM9DDB; vencedor do Prêmio Caboré<br />
360443-002 ANU VARELA CABORE PROPMARK 14,2X31,4.indd 1 11/14/17 2:41 PM<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 15
pRêMIos<br />
Mudanças promovidas pelo Cannes<br />
Lions agradam mercado publicitário<br />
Evento renova categorias, reduz tempo <strong>de</strong> duração e programação,<br />
e cria <strong>de</strong>scontos para <strong>de</strong>legados já para a competição <strong>de</strong> <strong>20</strong>18<br />
Claudia Penteado<br />
tradicional e sexagenário<br />
O Cannes Lions <strong>de</strong>cidiu mudar.<br />
Depois que o americano<br />
Andy Awards anunciou que no<br />
ano que vem vai premiar apenas<br />
i<strong>de</strong>ias e não categorias como<br />
filme, outdoor ou peça <strong>de</strong><br />
rádio, os dirigentes do maior<br />
festival <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do<br />
mundo anunciaram transformações<br />
menos radicais, mas<br />
que agradaram o mercado <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira geral.<br />
Foram cerca <strong>de</strong> três anos <strong>de</strong><br />
muitas conversas, consultas,<br />
avaliações e também um bocado<br />
<strong>de</strong> pressão do mercado<br />
mundial <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> que levaram<br />
a organização do festival<br />
a reestruturar completamente<br />
o evento para o ano que vem.<br />
As mudanças foram anunciadas<br />
em uma coletiva transmitida<br />
via streaming <strong>de</strong> Londres,<br />
pelo diretor-geral <strong>de</strong> Cannes,<br />
José Papa Neto, e o CEO da Ascential<br />
Events, Philip Thomas.<br />
O festival reduziu a sua duração:<br />
passa a ter apenas cinco<br />
dias no lugar <strong>de</strong> oito, e será realizado<br />
entre 18 e 22 <strong>de</strong> junho<br />
<strong>de</strong> <strong>20</strong>18. Ao mesmo tempo, as<br />
sessões <strong>de</strong> premiações e algumas<br />
palestras se tornarão<br />
acessíveis, gratuitamente, via<br />
streaming, em <strong>de</strong>vices e também<br />
diversos pontos da cida<strong>de</strong>,<br />
inclusive um cinema montado<br />
na praia. Isso <strong>de</strong>ve melhorar a<br />
vida <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados<br />
que se acotovelam para acompanhar<br />
os principais eventos.<br />
Tanto seminários como trabalhos<br />
inscritos passam a estar<br />
organizados sob um novo<br />
guarda-chuva <strong>de</strong> áreas: Reach,<br />
Comms, Craft, Experience, Innovation,<br />
Impact, Good, Entertainment<br />
e Health.<br />
Ao todo, 1<strong>20</strong> subcategorias<br />
foram extintas. Os Leões Cyber,<br />
Integrated e Promo + Activation<br />
também <strong>de</strong>saparecem<br />
dando lugar a novida<strong>de</strong>s como<br />
Brand Experience + Activation<br />
Lions, Creative e-Commerce<br />
Papa Neto: cada um dos novos Leões reflete os <strong>de</strong>safios contemporâneos do marketing criativo<br />
Lions e Digital Social & Influencer<br />
Lions. Segundo Papa Neto,<br />
cada um <strong>de</strong>sses novos Leões<br />
reflete os <strong>de</strong>safios contemporâneos<br />
do marketing criativo.<br />
“Acho que Cannes já <strong>de</strong>u um<br />
passo correto, mas ainda falta<br />
muito. Para mim o exemplo <strong>de</strong><br />
um compromisso com a criativida<strong>de</strong><br />
e o nível <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um prêmio é o que o Andy<br />
Awards acaba <strong>de</strong> fazer: eliminou<br />
todas as categorias. Assim<br />
se julgará cada i<strong>de</strong>ia como se<br />
fosse única. Para mim foram<br />
muito corajosos, porque isso<br />
acarreta perda <strong>de</strong> lucro ao princípio.<br />
Mas estou convencido<br />
que o Andy ganhará mais prestígio<br />
no futuro por ter <strong>de</strong>cidido<br />
apostar por esta mudança radical”,<br />
analisa Miguel Bemfica,<br />
CCO da MRM//McCann <strong>de</strong> Madri,<br />
na Espanha.<br />
REALIDADE<br />
Patricia Weiss, diretora <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content do núcleo da<br />
“Fica diFícil para<br />
Festivais como<br />
cannes no sentido<br />
Financeiro. mas<br />
a questão é: como<br />
estava, já não<br />
ia dar mais”<br />
Editora Abril, fala que as mudanças<br />
trazem o festival mais<br />
próximo da realida<strong>de</strong> do mercado.<br />
“Acho fundamental reduzirem<br />
as categorias em nove<br />
essenciais e eliminarem tantas<br />
subcategorias que existiam<br />
(para quem já foi jurado como<br />
eu, era exaustivo, repetitivo e,<br />
em alguns casos, até sem muita<br />
lógica. Agora ficou mais justo e<br />
a<strong>de</strong>quado”, disse Patricia.<br />
Os concorridos Grand Prix<br />
passam a valer mais: antes valiam<br />
<strong>de</strong>z pontos, a partir <strong>de</strong><br />
<strong>20</strong>18, valem 30. “Acredito que<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
teremos um festival mais equilibrado<br />
e justo, principalmente<br />
porque a pontuação do GP agora<br />
vai separar os homens dos<br />
meninos”, opina André Felix,<br />
diretor <strong>de</strong> criação na The Walt<br />
Disney Company, em Los Angeles.<br />
Acabou a distribuição farta<br />
<strong>de</strong> estatuetas que vinha se tornando<br />
cada vez mais polêmica<br />
nos últimos anos: cada peça<br />
ou campanha po<strong>de</strong>rá conquistar<br />
um máximo <strong>de</strong> seis Leões.<br />
“Tudo o que é escasso tem mais<br />
valor”, observa Adilson Xavier,<br />
sócio da produtora Zola e frequentador<br />
do Cannes Lions há<br />
muitos anos.<br />
Fabio Seidl, diretor <strong>de</strong> criação<br />
executivo da VML <strong>de</strong> Nova<br />
York, afirma que havia muita<br />
gente com a sensação que o<br />
excesso <strong>de</strong> prêmios e <strong>de</strong> conteúdo<br />
estava tirando o foco das<br />
gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias e das boas trocas<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias. Com as mudanças,<br />
ele acredita que o festival<br />
16 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Patricia Weiss: “Agora ficou mais justo e a<strong>de</strong>quado”<br />
Álvaro Rodrigues: “Iniciativas promoverão um maior acesso <strong>de</strong> profissionais ao festival”<br />
se torna mais focado, acessível<br />
e compreensível não só para os<br />
criativos como para outras disciplinas<br />
e os clientes.<br />
Gustavo Bastos, sócio e diretor<br />
da 11:21, acredita que o<br />
limite ao número <strong>de</strong> Leões que<br />
cada trabalho po<strong>de</strong> ganhar trará<br />
mais competitivida<strong>de</strong> ao<br />
festival. “Acho que o menos é<br />
mais. Vai valorizar o Leão e, ao<br />
mesmo tempo, <strong>de</strong>ixar o festival<br />
mais palatável por ter menos<br />
palestras mais interessantes”,<br />
opina Bastos.<br />
MAIs BARATo<br />
A i<strong>de</strong>ia é cortar custos para<br />
quem participa, portanto, além<br />
da semana mais curta, o festival<br />
negociou <strong>de</strong>scontos com<br />
a prefeitura <strong>de</strong> Cannes, como<br />
em restaurantes e corridas <strong>de</strong><br />
táxi, e <strong>de</strong>mandou a instalação<br />
<strong>de</strong> um wi-fi gratuito nos arredores<br />
do Palácio dos Festivais<br />
durante a semana, entre outras<br />
novida<strong>de</strong>s para reduzir os custos<br />
<strong>de</strong> quem passa a semana<br />
em uma das cida<strong>de</strong>s mais caras<br />
do mundo.<br />
“A integração <strong>de</strong> categorias<br />
faz sentido para as agências, e<br />
outros players que não são só<br />
agências. Estamos falando <strong>de</strong><br />
entretenimento, <strong>de</strong> tech e <strong>de</strong><br />
data. Acho o caminho válido.<br />
Mas acho que temos mesmo <strong>de</strong><br />
esperar pra ver. Se vai funcionar,<br />
se será economicamente<br />
viável para Cannes. E se, <strong>de</strong> repente,<br />
vai melhorar custo para<br />
as agências e grupos. Fica difícil<br />
para festivais como Cannes<br />
no sentido financeiro. Mas a<br />
questão é: como estava, já não<br />
ia dar mais”, analisou Guilherme<br />
Jahara, da F/Biz.<br />
Isso po<strong>de</strong> fazer com que os<br />
grupos <strong>de</strong> comunicação que<br />
Marcelo Felício: “Vai ser mais fácil para os jovens talentos irem ao festival”<br />
“Fico Feliz <strong>de</strong><br />
ver que o maior<br />
Festival <strong>de</strong><br />
criativida<strong>de</strong><br />
ouviu o mercado e<br />
respon<strong>de</strong>u <strong>de</strong> uma<br />
Forma bem ampla”<br />
vêm questionando os altos<br />
custos <strong>de</strong> festivais continuem<br />
inscrevendo suas peças e profissionais.<br />
O grupo Publicis confirmou<br />
recentemente que <strong>20</strong>18 será<br />
mesmo um ano sabático <strong>de</strong><br />
prêmios, e preten<strong>de</strong> voltar apenas<br />
em <strong>20</strong>19. Para estimular a<br />
participação no festival, toda<br />
agência ou empresa que inscrever<br />
acima <strong>de</strong> 15 peças ganhará<br />
a inscrição <strong>de</strong> um <strong>de</strong>legado<br />
Young no festival: ao todo <strong>de</strong>ssas<br />
656 inscrições gratuitas serão<br />
dadas.<br />
Marcelo Felício, redator sênior<br />
da TV Globo, fala que a<br />
i<strong>de</strong>ia dos Youngs foi a que mais<br />
gostou <strong>de</strong>ntre as mudanças.<br />
“Vai ser mais fácil para os jovens<br />
talentos irem ao festival,<br />
o que é importantíssimo para<br />
continuarmos entre os países<br />
mais criativos do mundo”, diz.<br />
Outra novida<strong>de</strong> que agradou:<br />
trabalhos <strong>de</strong> cunho social<br />
serão julgados separadamente<br />
e entregues separadamente,<br />
totalmente <strong>de</strong>stacados dos <strong>de</strong>mais<br />
trabalhos. A intenção é<br />
valorizar mais os trabalhos que<br />
fazem diferença nos negócios<br />
das empresas.<br />
Álvaro Rodrigues, diretor<br />
<strong>de</strong> criação da Fullpack, afirma<br />
que a competição <strong>de</strong> trabalhos<br />
humanitários, criados<br />
para ONGs, entre si, evitará<br />
distorções em resultados. Boas<br />
mudanças, que dão novo frescor<br />
e mais prestígio ao Cannes<br />
Lions”, opinou. “Todas essas<br />
iniciativas promoverão um<br />
maior acesso <strong>de</strong> profissionais<br />
ao festival, tão importante para<br />
nosso mercado, pois estimula<br />
criativida<strong>de</strong>, eficiência, competitivida<strong>de</strong>,<br />
relacionamento e<br />
conhecimento”, afirma Sandra<br />
Martinelli presi<strong>de</strong>nte-executiva<br />
da ABA.<br />
Faz tempo o festival dava<br />
sinais <strong>de</strong> que precisava promover<br />
transformações radicais<br />
pra sobreviver. E não havia alternativa:<br />
era mudar ou mudar.<br />
Para alguns profissionais, ainda<br />
falta para o festival espelhar<br />
a realida<strong>de</strong> do mercado <strong>de</strong> fato.<br />
Mas foi um começo. “São mudanças<br />
que refletem o cenário<br />
que a publicida<strong>de</strong> mundial está<br />
passando: revisão do mo<strong>de</strong>lo<br />
tradicional. Não sei se serão<br />
suficientes para estarem a<strong>de</strong>quadas<br />
à nova realida<strong>de</strong>, mas<br />
é uma mudança e isso já é importante”,<br />
disse Bruno Dreux,<br />
sócio da Amo.<br />
André Pedroso, diretor <strong>de</strong><br />
criação da Fischer, acredita<br />
que é preciso aguardar para ver<br />
como tudo funcionará. “Fico<br />
feliz <strong>de</strong> ver que o maior festival<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> ouviu o mercado<br />
e respon<strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma bem<br />
ampla, com mudanças bem<br />
profundas. É uma excelente<br />
<strong>de</strong>monstração do festival <strong>de</strong><br />
que está pensando em um novo<br />
formato da indústria”, disse.<br />
E há quem sequer tome conhecimento<br />
do Cannes Lions,<br />
optando por não participar da<br />
festa anual dos Leões, como<br />
Rodrigo Leão, sócio e criativo<br />
da Casa Darwin. “Para nós,<br />
Cannes é tipo Stranger Things:<br />
uma celebração dos anos 1980,<br />
com muitas referências, diversão<br />
e surpresas que ocorrem<br />
enquanto um monstro está <strong>de</strong>vorando<br />
todo mundo”.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 17
STORYTELLER<br />
Aleem_kahan/iStock<br />
A favor do<br />
photoshop<br />
Examinando livros <strong>de</strong> crônicas <strong>de</strong> Stanislaw<br />
Ponte Preta a gente tem uma visão perfeita<br />
da infinitu<strong>de</strong> da estupi<strong>de</strong>z humana<br />
LuLa Vieira<br />
Nesse <strong>de</strong>lírio do estado-babá que a França<br />
preten<strong>de</strong> cometer obrigando que as<br />
fotos retocadas com photoshop indiquem<br />
a existência <strong>de</strong> retoques é um verda<strong>de</strong>iro<br />
exemplar do Febeamundo, uma extensão<br />
planetária do Febeapá, criação <strong>de</strong> Stanislaw<br />
Ponte Preta.<br />
O Febeapá – Festival <strong>de</strong> Besteiras que<br />
Assola o País – pretendia homenagear todos<br />
os cocorocas eventualmente no po<strong>de</strong>r<br />
que brindavam a nação com i<strong>de</strong>ias e ações<br />
que primavam pela absoluta burrice.<br />
Foi uma brilhante criação <strong>de</strong> Sérgio<br />
Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que assim<br />
cutucava os rompantes das autorida<strong>de</strong>s civis,<br />
militares e eclesiásticas surpreendidas<br />
falando ou fazendo merda.<br />
Examinando os livros <strong>de</strong> crônicas do<br />
ilustre sobrinho <strong>de</strong> tia Zulmira a gente tem<br />
uma visão perfeita da infinitu<strong>de</strong> da estupi<strong>de</strong>z<br />
humana. Uma autorida<strong>de</strong> da época,<br />
por exemplo, <strong>de</strong>terminou a prisão imediata<br />
do escritor subversivo Sófocles, sem perceber<br />
que estava atrasado em mais <strong>de</strong> dois<br />
milênios.<br />
Um almirante folclórico, Pena Boto, em<br />
pleno entusiasmo anticomunista certo<br />
dia conclamou o Brasil a invadir a Rússia.<br />
Stanislaw, em vez <strong>de</strong> ridicularizar a ilustre<br />
figura apenas comentou: “Deixa ele ir, <strong>de</strong>ixa<br />
ele ir!”<br />
Mas, perguntará a amada leitora e o prezado<br />
leitor, o que tem a ver isso tudo com a<br />
França e o photoshop? Muito, e me permitam<br />
explicar.<br />
Em primeiro lugar, o arrazoado que recomenda<br />
a tal advertência quanto ao retoque<br />
nas fotografias, é uma agressão às mulheres,<br />
pois a providência visa a protegê-las<br />
da tentação <strong>de</strong> parecer com as mo<strong>de</strong>los fotografadas,<br />
o que po<strong>de</strong> levá-las à <strong>de</strong>pressão<br />
e até mesmo ao suicídio.<br />
Ou seja, se a gente não avisar que não<br />
existem mulheres como as que aparecem<br />
nos anúncios, as coitadas das francesinhas<br />
vão cortar os pulsos diante da impossibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se parecer com as mo<strong>de</strong>los.<br />
É não é digno <strong>de</strong> figurar nos anais do Febeamundo?<br />
E os homens, como ficam? Será<br />
que são mais sábios e sabem distinguir,<br />
sem precisar advertência, entre um bonitão<br />
retocado e um mais aunaturel?<br />
Aqui no Brasil já existe a picaretagem <strong>de</strong><br />
se colocar nas fotos <strong>de</strong> produtos a legenda<br />
“foto meramente ilustrativa” que no fundo<br />
no fundo significa que o anunciante<br />
não se responsabiliza pelo que está mostrando.<br />
A continuar por aí, brevemente teremos<br />
o aviso <strong>de</strong> que os textos também são apenas<br />
ilustrativos e necessariamente não <strong>de</strong>vem<br />
ser tomados ao pé da letra.<br />
Ou então, na propaganda partidária<br />
obrigatória, uma tarja no ví<strong>de</strong>o po<strong>de</strong>ria<br />
informar “texto retocado por marqueteiros”,<br />
o que nos ajudaria a não levar muito<br />
a sério a nova fase do Bolsonaro, agora comedido,<br />
e <strong>de</strong> Lula, agora <strong>de</strong> novo revolucionário.<br />
São atitu<strong>de</strong>s meramente ilustrativas,<br />
que po<strong>de</strong>rão mudar conforme o momento<br />
político. Para terminar, eu me lembro da<br />
finada revista Ele&Ela, versão brasileira<br />
da Playboy, que conseguia fazer brava<br />
concorrência à gringa graças à falta <strong>de</strong> recursos.<br />
Explico: com muito menos verba, a<br />
Ele&Ela não retocava as mulheres nuas que<br />
fotografava. E, para os onanistas mais ortodoxos,<br />
eram muito mais incentivadoras<br />
as fotos <strong>de</strong> mulheres com aparência real<br />
do que as inalcançáveis <strong>de</strong>usas da Playboy.<br />
Para encerrar, eu sou a favor do photoshop<br />
em tudo.<br />
A vida fica uma porcaria sem retoques.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
18 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
PRODUTORAS<br />
Divulgação<br />
Rezen<strong>de</strong>, da Comando S: “A música é um prato cheio para as produtoras, que têm gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para gerar a conexão da marca com o público”<br />
Jingle completa 85 anos como parte<br />
essencial da propaganda brasileira<br />
Comando S relembra ações inesquecíveis, como para Antarctica e Caixa,<br />
e acredita em aproximação maior entre publicida<strong>de</strong> e entretenimento<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Neste mês, o jingle está completando<br />
85 anos como<br />
componente fundamental da<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira. A primeira<br />
ação <strong>de</strong>sse tipo nasceu<br />
nos anos 1930, na época <strong>de</strong> ouro<br />
do rádio, por iniciativa <strong>de</strong><br />
Adhemar Casé (avô da apresentadora<br />
Regina Casé), que veiculou<br />
em seu Programa Casé, na<br />
Rádio Philips, uma composição<br />
<strong>de</strong> Antônio Nássara para a padaria<br />
Bragança. O relato está no<br />
livro MPB na Era do Rádio, <strong>de</strong><br />
Sérgio Cabral.<br />
Não há dúvidas quanto à importância<br />
histórica do jingle na<br />
propaganda. A Comando S fez<br />
na semana passada uma lista<br />
com seis ações <strong>de</strong>sse tipo que,<br />
segundo seus critérios, “são<br />
cantados pelas pessoas do início<br />
ao fim, provando a força<br />
do jingle”. Os selecionados incluem<br />
clássicos como Poupança<br />
Bamerindus, com o bordão<br />
O tempo passa, o tempo voa, e<br />
a poupança Bamerindus conti-<br />
nário, a relevância das trilhas e<br />
jingles não diminuiu. Na verda<strong>de</strong>,<br />
provavelmente aumentou”,<br />
afirma Serginho Rezen<strong>de</strong>, fundador<br />
e diretor musical da Comando<br />
S.<br />
Uma das gran<strong>de</strong>s tendências<br />
para o futuro dos jingles, diz o<br />
produtor, é a mistura com as<br />
peças artísticas, diferindo das<br />
canções originalmente criadas<br />
para a publicida<strong>de</strong> no passado.<br />
“Fazemos releituras ou até<br />
usamos o fonograma original<br />
para marcar campanhas, como<br />
num caso recente para Claro.<br />
As campanhas da Vivo, da mesma<br />
forma, também costumam<br />
seguir esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> utilizar<br />
composições já consagradas.<br />
Recentemente, usamos músicas<br />
da Rosana e do José Augusto<br />
em campanha para a Brahma”,<br />
diz Rezen<strong>de</strong>, acrescentando:<br />
“Precisamos <strong>de</strong> um conteúdo<br />
que a pessoa queira assistir. Temos<br />
muitos artistas conhecidos<br />
cantando jingles nessa nova era<br />
e interagindo com as marcas.<br />
A NET lançou campanha com<br />
uma paródia da música da Ka-<br />
nua numa boa, ainda lembrado<br />
mesmo após ter saído <strong>de</strong> cena,<br />
quando o banco foi vendido na<br />
década <strong>de</strong> 1990 para o Grupo<br />
HSBC; Vem pra Caixa você também<br />
(Caixa), jingle clássico dos<br />
anos 1980, que voltou a ser usado<br />
no início da década <strong>de</strong> <strong>20</strong>10;<br />
e Pipoca com guaraná (Guaraná<br />
Antarctica), com uma canção<br />
sobre combinação <strong>de</strong> sabores<br />
que explodiu entre o público<br />
em geral no início dos anos<br />
1990. A Comando S também<br />
selecionou peças mais atuais,<br />
como Vem pro lado NET da vida<br />
(NET), Pôneis malditos (Nissan)<br />
e Iogurte Grego (Vigor).<br />
Com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter o<br />
sucesso <strong>de</strong>ssas iniciativas do<br />
passado, o jingle procura se<br />
adaptar aos novos tempos. “A<br />
publicida<strong>de</strong> está mudando para<br />
ser, cada vez mais, uma peça <strong>de</strong><br />
entretenimento. A melhor forma<br />
<strong>de</strong> chegar ao público hoje<br />
é com bom conteúdo. Vivemos<br />
a chamada síndrome dos cinco<br />
segundos na internet e até na<br />
TV. O <strong>de</strong>safio é ser interessante<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio e, nesse cerol<br />
Conka. Essa música, aliás,<br />
se tornou famosa na versão da<br />
NET. Não era tão conhecida<br />
antes. O entretenimento ganha<br />
cada vez mais força e essa mistura<br />
é uma tendência”.<br />
A convergência entre música<br />
e jingle cria um cenário em<br />
que ninguém mais vai perceber<br />
quem faz o quê. “Já estamos<br />
próximos disso. O público<br />
terá o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o<br />
que é um trabalho original <strong>de</strong><br />
um artista e on<strong>de</strong> está a criação<br />
para uma marca”, afirma<br />
Rezen<strong>de</strong>. Isso, ressalta, é natural<br />
em um país apaixonado<br />
pela música e on<strong>de</strong> ela ocupa<br />
um papel fundamental para o<br />
entretenimento. “A música é<br />
um prato cheio para as produtoras,<br />
que têm gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios<br />
para gerar a conexão da marca<br />
com o público. Temos <strong>de</strong> seguir<br />
inovando. Novas tecnologias,<br />
novas formas <strong>de</strong> gravação,<br />
novas maneiras <strong>de</strong> composição,<br />
arranjo e mixagem. Releituras.<br />
Há muita coisa divertida para<br />
fazer aí pela frente”, resume o<br />
produtor.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 19
POR QUE<br />
ALE GUERRERO<br />
MERECE<br />
CABORÉ <strong>20</strong>17?<br />
FAZER O NEGÓCIO DO<br />
CLIENTE DAR CERTO É A<br />
ESPECIALIDADE DO GUERRERO<br />
DANIEL<br />
SIMÕES<br />
ELETROMIDIA<br />
ELE TEM TUDO A VER COM<br />
ESSE MOMENTO ESPECIAL QUE O<br />
SETOR DO OOH VEM VIVENDO. DE<br />
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO<br />
E PROFISSIONALISMO<br />
EDUARDO<br />
ALVARENGA<br />
ELEMIDIA/ABOOH<br />
ELE AMA PROPAGANDA, FAZ<br />
COM AMOR E QUEM FAZ COM<br />
AMOR SEMPRE FAZ BEM FEITO<br />
PB<br />
JWT
V O T E<br />
ALE GUERRERO<br />
Profissional <strong>de</strong> veículo<br />
Caboré <strong>20</strong>17
entrevistA<br />
João Appolinário<br />
A polishop<br />
tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
criAr novAs<br />
cAtegoriAs <strong>de</strong><br />
produtos<br />
O<br />
presi<strong>de</strong>nte da Polishop João Appolinário<br />
trilhou um caminho diferente. Empreen<strong>de</strong>r<br />
não era sua única opção para ganhar a<br />
vida, já que a família <strong>de</strong>le tinha um negócio<br />
consolidado na área <strong>de</strong> varejo <strong>de</strong> automóveis.<br />
O empresário, no entanto, resolveu <strong>de</strong>ixar a empresa<br />
familiar para fundar a Polishop, em 1999. Nesta<br />
entrevista concedida ao PROPMARK, Appolinário<br />
conta por que sua empresa é verda<strong>de</strong>iramente<br />
omnichannel e quais os diferenciais da marca.<br />
“É o tipo <strong>de</strong> produto que você quer mostrar para<br />
o cunhado no almoço <strong>de</strong> domingo”, afirma.<br />
Cristiane Marsola<br />
De on<strong>de</strong> veio a sua i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fundar a<br />
Polishop?<br />
Eu vim <strong>de</strong> uma família do varejo.<br />
Isso está no meu sangue.<br />
Mas, na verda<strong>de</strong>, eu gostava muito<br />
do formato <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r por televisão,<br />
<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r benefício e não<br />
produto, <strong>de</strong>safiando um pouco<br />
as leis tradicionais do varejo. Não<br />
porque eu sou melhor que outras<br />
pessoas, mas porque eu me<br />
ponho como consumidor. O que<br />
eu quero? Isso que estão falando<br />
hoje, o retail 3.0, que é a loja<br />
<strong>de</strong> experimentação, é uma coisa<br />
que eu sempre achei que <strong>de</strong>veria<br />
ter. Não é novo. Nos Estados<br />
Unidos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que eu sou criança,<br />
as pessoas são maquiadas nas<br />
lojas. Eu transformei minha loja<br />
em um parque <strong>de</strong> diversões. Até<br />
hoje, tem loja que proíbe o cliente<br />
<strong>de</strong> entrar no estabelecimento<br />
tomando sorvete. Eu sirvo sorvete,<br />
café... Tem loja <strong>de</strong> sofá em<br />
que você não po<strong>de</strong> se sentar. Eu<br />
tenho ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> R$ 16 mil que<br />
as pessoas ficam lá sentadas e eu<br />
acho graça.<br />
Isso leva as pessoas à loja...<br />
O mundo mudou. A i<strong>de</strong>ia era<br />
ter um varejo diferenciado, emque<br />
as pessoas não compram produtos,<br />
mas compram benefícios.<br />
A pessoa tem cada vez menos<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter trabalho e menos<br />
tempo para fazer as coisas. Tem<br />
uma revolução digital. Há um<br />
tempo, as pessoas buscavam as<br />
Páginas Amarelas para qualquer<br />
coisa, hoje eu começo a conversar<br />
com meu filho e ele começa a<br />
me contestar, com o Google aberto.<br />
Não tem mais conversinha. O<br />
mundo antes era linear na forma<br />
como tudo era conduzido e agora<br />
é não-linear. As pessoas mudaram<br />
seus comportamentos, mudaram<br />
como vão para os lugares,<br />
mudaram tudo, inclusive o que<br />
vão consumir. Eu <strong>de</strong>fendo que o<br />
e-commerce, no mundo, começou<br />
no caminho errado.<br />
Por quê?<br />
O e-commerce nasceu para<br />
trazer facilida<strong>de</strong>, praticida<strong>de</strong>... E<br />
ele virou um lugar para promoção,<br />
comprar barato, e essa não<br />
é a vocação <strong>de</strong>le. Você tem <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>r ir à loja, comprar no site,<br />
mandar entregar, passar na loja<br />
para buscar... Tanto faz o canal<br />
porque o preço é o mesmo. Isso é<br />
omnichannel. Quando ainda não<br />
existia a palavra omnichannel,<br />
nós, na Polishop, adotamos a expressão<br />
“verda<strong>de</strong>iramente multicanal”.<br />
Esse verda<strong>de</strong>iramente<br />
significa omnichannel porque<br />
está atrelado à experiência. A<br />
maior diferença que eu tinha era<br />
o que as pessoas diziam que não<br />
ia dar certo: eu tinha um negócio<br />
<strong>de</strong> venda direta, por televisão,<br />
e estava abrindo loja física. Se o<br />
cliente for buscar na loja é maravilhoso<br />
porque a coisa mais difícil<br />
é levar o cliente à loja.<br />
Poucos varejistas fazem essa integração?<br />
Os caras montam um site com<br />
o mesmo nome da loja, mas com<br />
tudo separado. Não tem sinergia<br />
<strong>de</strong> nada e aí ocorre o que já vimos<br />
com várias empresas que se<br />
fundiram, são estruturas iguais,<br />
mas não ganham com a sinergia.<br />
Integrar é difícil. O <strong>de</strong>safio em<br />
qualquer empresa é você conseguir<br />
introduzir ou manter uma<br />
cultura. Todo mundo acha que<br />
meu <strong>de</strong>safio é produto, isso não é<br />
<strong>de</strong>safio. Desafio é não <strong>de</strong>ixar que<br />
o tempo nos curve a outro negócio<br />
que não o nosso. “O ano que<br />
vem, vão ven<strong>de</strong>r 3 milhões <strong>de</strong><br />
tablets”, “vai estourar <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r<br />
celular”... <strong>de</strong>ixa os caras lá, este<br />
não é meu negócio.<br />
Você tem outros produtos...<br />
É (a teoria do) oceano azul.<br />
Como funcionam as parcerias das<br />
marcas com a Polishop?<br />
Todas querem ser Polishop,<br />
mas para isso tem <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer<br />
três critérios: ser um produto inovador,<br />
ter exclusivida<strong>de</strong> e oferecer<br />
qualida<strong>de</strong>. Não é só não quebrar,<br />
é ter funcionalida<strong>de</strong>.<br />
Não po<strong>de</strong> a pessoa olhar os produtos<br />
na TV e chegar em casa e ele não funcionar<br />
igual?<br />
Pior, chegar na loja e ele não<br />
funcionar. A Philips Walita tem<br />
bastante parceria com a gente<br />
porque tem muita qualida<strong>de</strong> e<br />
inovação. Tanto que essa linha <strong>de</strong><br />
eletroportáteis <strong>de</strong>les é pequena.<br />
O negócio <strong>de</strong>les é iluminação e<br />
saú<strong>de</strong>. Várias empresas querem<br />
fazer parceria conosco, mas precisam<br />
ter um produto que atenda<br />
a esses princípios. Para ter inovação<br />
precisa investir milhões em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. E <strong>de</strong>pois vem<br />
o segundo o problema: introduzir<br />
uma inovação nos hábitos do<br />
consumidor.<br />
Não são produtos baratos...<br />
Por ter muita tecnologia, é<br />
muito mais caro. Um ferro <strong>de</strong> passar<br />
roupa está posicionado <strong>de</strong> R$<br />
30 a R$ 300. Eu tive <strong>de</strong> introduzir<br />
um ferro <strong>de</strong> R$ 500. A Polishop,<br />
hoje, já é vista perante as indústrias<br />
como uma excelente plataforma<br />
<strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> ações do<br />
varejo. As nossas ferramentas <strong>de</strong><br />
testes são muito mais eficientes<br />
do que as do varejo tradicional.<br />
Você entra em uma loja Polishop<br />
e as pessoas sabem explicar os<br />
produtos. Nossos filmes são<br />
muito explicativos, tanto para o<br />
consumidor como para o ven<strong>de</strong>dor.<br />
É o tipo <strong>de</strong> produto que você<br />
quer mostrar para o cunhado no<br />
almoço <strong>de</strong> domingo. São objetos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo. A pessoa não acorda <strong>de</strong><br />
manhã querendo comprar uma<br />
centrífuga, mas ela acorda querendo<br />
um suco natural, fresquinho,<br />
feito na hora, fácil e rápido.<br />
E é isso que a gente <strong>de</strong>monstra no<br />
nosso comercial. Se eu fizesse um<br />
filme focado em ven<strong>de</strong>r uma centrífuga<br />
ninguém ia querer comprar.<br />
É a questão <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o<br />
<strong>de</strong>sejo e ele ser atendido.<br />
O apelo é a solução?<br />
A gente tem <strong>de</strong> mostrar os problemas<br />
e a solução para eles. Você<br />
está introduzindo um novo jeito<br />
para uma coisa que você achava<br />
que não tinha solução. Se custa<br />
R$ 1.000, R$ 1.500, R$ 2.000, não<br />
importa. Se cabe no seu bolso,<br />
você vai comprar. Esse é o ponto.<br />
E tem algo bastante curioso que<br />
acontece nas lojas. Você vai ao<br />
shopping antes <strong>de</strong> abrir e várias<br />
ven<strong>de</strong>doras <strong>de</strong> outras lojas estão<br />
lá se maquiando, fazendo o cabe-<br />
22 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
lo, passando chapinha. A gente<br />
quer isso. Não é uma coisa proibida<br />
porque aquela ven<strong>de</strong>dora é<br />
uma cliente também e um amplificador.<br />
Significa que ela gostou<br />
do produto e só vai falar bem. Eu<br />
quero uma fila <strong>de</strong> pessoas fazendo<br />
o cabelo.<br />
Como é feito o treinamento dos ven<strong>de</strong>dores<br />
das lojas?<br />
Tem a Universida<strong>de</strong> Polishop<br />
e temos ferramentas pelas quais<br />
eles são monitorados para sabermos<br />
se assistiram até o final, se<br />
não <strong>de</strong>ixaram o filme passando e<br />
foram tomar banho, por exemplo.<br />
O treinamento é todo online?<br />
Tem presencial também, mas é<br />
mais para o comportamental.<br />
Como estão os negócios este ano?<br />
Está melhor do que o ano passado<br />
e o ano passado foi melhor<br />
que o ano retrasado. Lógico, ainda<br />
é um ano difícil, mas a gente<br />
tomou várias medidas já no ano<br />
passado, então a gente vem surfando<br />
nessas medidas. Um canal<br />
sente mais que o outro. As lojas<br />
físicas são as que mais sentem,<br />
mas como tem outros que crescem,<br />
conseguimos compensar.<br />
Essa é a tese do multicanal.<br />
Vocês estão expandido lojas físicas<br />
este ano?<br />
Vamos abrir 25 lojas, muitas em<br />
regiões que não estávamos, mas<br />
também fechamos duas em shoppings<br />
no ano passado e duas neste<br />
ano. Decidimos fechar algumas<br />
para baixar o custo <strong>de</strong> operação.<br />
É só equacionar: venda/custo <strong>de</strong><br />
ocupação e <strong>de</strong> operação.<br />
Vocês têm um canal próprio para divulgar<br />
os produtos?<br />
A gente po<strong>de</strong> dizer que são<br />
quatro canais porque são quatro<br />
programações diferentes. São<br />
perfis diferentes <strong>de</strong> público. Por<br />
exemplo, na NET o perfil é <strong>de</strong><br />
centros urbanos, classe média<br />
alta; enquanto em parabólica, o<br />
público está fora <strong>de</strong> centros urbanos.<br />
A gente coloca os anúncios<br />
<strong>de</strong> acordo. Não adianta pôr uma<br />
ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> R$ 16 mil na parabólica.<br />
Então temos quatro canais,<br />
“Se eu fizeSSe<br />
um filme<br />
focado em<br />
ven<strong>de</strong>r uma<br />
centrífuga<br />
ninguém<br />
ia querer<br />
comprar”<br />
Divulgação<br />
mas é um canal só: Polishop TV.<br />
E a gente compra entre 90 e 100<br />
horas <strong>de</strong> televisão por dia em outros<br />
canais.<br />
O material é feito por vocês ou têm<br />
agências e produtoras parceiras?<br />
Agência interna, produtora<br />
interna, geração interna, ponto<br />
<strong>de</strong> subida <strong>de</strong> sinal interno... tudo<br />
interno. Só na área <strong>de</strong> comunicação,<br />
que é um prédio separado,<br />
tem 85 pessoas. É um varejista<br />
completamente diferente. Eu tenho,<br />
por exemplo, um <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> engenharia que testa<br />
não só a qualida<strong>de</strong>, mas também<br />
a performance dos produtos.<br />
Vocês só põem na loja o que já foi testado?<br />
Isso nos dá subsídio inclusive<br />
para fazer os comerciais. Sabemos<br />
mais do que normalmente a<br />
equipe <strong>de</strong> vendas daquelas multinacionais<br />
porque a equipe técnica<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento do produto<br />
está lá na Holanda, na China,<br />
na França... sei lá on<strong>de</strong>. Chegam a<br />
se assustar com algumas informações<br />
que a gente tem quando faz o<br />
comercial.<br />
O que é o Polishop com.vc?<br />
É um sistema <strong>de</strong> venda direta,<br />
que usa como forma <strong>de</strong> remuneração<br />
o multinível. É apenas mais<br />
um canal.<br />
“eu<br />
tranSformei<br />
minha<br />
loja em um<br />
parque <strong>de</strong><br />
diverSõeS”<br />
Por que a Polishop comprou os direitos<br />
do Miss Brasil?<br />
Essa foi uma empreitada da<br />
marca Be Emotion. A Polishop<br />
tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> criar novas categorias<br />
<strong>de</strong> produtos, como o grill<br />
elétrico, com George Foreman, ou<br />
frita<strong>de</strong>iras elétricas a ar, com a Air<br />
Fry. Também temos po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> criar<br />
marcas e estamos usando isso<br />
com a Be Emotion. Queremos que<br />
a marca seja sinônimo <strong>de</strong> produto<br />
<strong>de</strong> beleza e vimos uma oportunida<strong>de</strong><br />
no maior concurso <strong>de</strong> beleza<br />
do Brasil, que estava abandonado,<br />
<strong>de</strong>sconectado com o mundo<br />
da moda e do glamour. Estamos<br />
criando também uma marca <strong>de</strong><br />
nutrição inteligente, a Vida, e a<br />
Genis Fitness, <strong>de</strong> equipamentos<br />
<strong>de</strong> ginástica. Mas o que tem a ver<br />
Polishop com Miss Brasil? Tudo<br />
é 360. Não po<strong>de</strong> fazer um caminho<br />
só. Tem <strong>de</strong> olhar para o lado<br />
oposto <strong>de</strong> on<strong>de</strong> está todo mundo<br />
olhando. É aí que vem a oportunida<strong>de</strong>.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 23
inspiração<br />
a casa <strong>de</strong> múltiplas mulheres<br />
A criação em um lar com mãe, avô e tias exerceu influência<br />
nas escolhas <strong>de</strong> Anne Conti, como buscar um ambiente<br />
<strong>de</strong> trabalho mais igualitário nas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
24 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Anne Conti é gerente <strong>de</strong><br />
planejamento na Salve Tribal<br />
Anne Conti<br />
especial para o PRoPMARK<br />
acaso não <strong>de</strong>cepcionou quando colocou no<br />
O meu caminho virtual um artigo. Foi através<br />
<strong>de</strong> um link compartilhado no LinkedIn<br />
pela Nana Lima, do Think Olga, que eu tive a<br />
certeza.<br />
Veja bem: sou nascida e fui criada em uma<br />
casa <strong>de</strong> mulheres. Éramos eu, minha mãe, minha<br />
avó e minhas tias. Elas, forças da natureza,<br />
cada uma à sua maneira. Eu, um pouquinho <strong>de</strong><br />
cada uma <strong>de</strong>las e com um mapa astral todo estranho.<br />
Voltemos ao artigo que me trouxe até aqui.<br />
É uma análise <strong>de</strong> Karen Knowlton, surfista cana<strong>de</strong>nse,<br />
sobre a repercussão <strong>de</strong> um texto que<br />
ela escreveu no Medium, em que xinga muito a<br />
Billabong por causa das imagens da nova campanha<br />
da marca.<br />
De um lado, vemos o surfista australiano Otis<br />
Carey voando sobre uma onda e, do outro, uma<br />
mo<strong>de</strong>lo estirada na areia, com seu corpinho tamanho<br />
34 ao sol. Aquela objetificação básica <strong>de</strong><br />
sempre. O texto <strong>de</strong> Karen faz uma crítica feroz<br />
a esse hábito publicitário e gerou uma onda<br />
<strong>de</strong> compartilhamentos que fez a marca rever a<br />
campanha. Essa história me lembrou <strong>de</strong> outras<br />
mulheres que, como a autora, se cansaram dos<br />
vícios da publicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ixaram claro seu <strong>de</strong>scontentamento.<br />
Olhando com carinho nosso meio <strong>de</strong> trabalho,<br />
temos mulheres encabeçando projetos como<br />
o Think Eva e o 65/10, que ajudam o mercado<br />
publicitário a enxergar com mais serieda<strong>de</strong> o<br />
problema da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros - <strong>de</strong>ntro e<br />
fora das agências.<br />
Isso me inspira a buscar, <strong>de</strong>ntro da estrutura<br />
da agência, construir um espaço mais igualitário<br />
e fortalecedor para as mulheres. Seja dando<br />
preferência para a contratação <strong>de</strong> mulheres ou<br />
servindo como escudo nos momentos frequentes<br />
<strong>de</strong> mansplannings.<br />
Conseguimos enten<strong>de</strong>r a profundida<strong>de</strong> e a<br />
potência <strong>de</strong>ssa corrente feminina quando olhamos<br />
para Hollywood e a série <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias que<br />
estão sendo feitas por mulheres, como Rose<br />
McGowan, que se mantêm firmes em não <strong>de</strong>ixar<br />
o assunto morrer mesmo diante <strong>de</strong> tantas<br />
negativas anteriores.<br />
O próprio autor do artigo que expôs Harvey<br />
Weinstein, Ronan Farrow, já havia escrito sobre<br />
o histórico <strong>de</strong> assédio <strong>de</strong> seu pai - Woody Allen<br />
-, com menor repercussão. Por causa da insistência<br />
<strong>de</strong> Rose McGowan em falar sobre o assunto<br />
no Twitter, a <strong>de</strong>núncia ganhou volume,<br />
novas acusações foram feitas, e mulheres como<br />
Gwyneth Paltrow, Lupita Nyong’o e Cara Delevingne<br />
contaram suas histórias. Hoje, temos<br />
um assediador a menos utilizando as estruturas<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r para sair impune.<br />
As mulheres estão por aí, travando batalhas<br />
on<strong>de</strong> quer que elas estejam, e é maravilhoso<br />
po<strong>de</strong>r ser inspirada por mulheres tão diferentes<br />
o tempo todo. Ver tantas <strong>de</strong> nós falando, se<br />
expondo, tomando locais <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />
São exemplos que inspiram e dão força para<br />
as pequenas mudanças cotidianas. Reconhecer<br />
e dar espaço é apenas uma <strong>de</strong>las.<br />
E apesar <strong>de</strong> estarmos tomando rumos sombrios<br />
na política, quando olhamos para como a<br />
socieda<strong>de</strong> está se reorganizando - e como nós,<br />
mulheres, estamos encontrando nossos caminhos<br />
umas para as outras - o futuro parece quase<br />
promissor e cada vez mais female.<br />
E para o que me inspira inspirar você também,<br />
pergunto: você já se inspirou em alguma<br />
mulher hoje?<br />
Profundida<strong>de</strong><br />
Elas são inspiradoras. O futuro está cada vez mais female.<br />
Clichês são insuportáveis. Mulheres <strong>de</strong> todos os tons (foto<br />
acima à esquerda) não pe<strong>de</strong>m mais passagem. Ocupam o seu<br />
lugar li<strong>de</strong>rando projetos como o Think Eva. Nas fotos acima,<br />
apenas o sexo feminino. Sem a vulgarida<strong>de</strong> dos parâmetros.<br />
Vozes que gritam e expõem assédios inapropriados.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 25
marketiNg & Negócios<br />
ArtmannWitte/iStock<br />
Na retomada, timing<br />
e aceleração são vitais<br />
A <strong>de</strong>mora em mudar <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong> levar marcas retardatárias<br />
a per<strong>de</strong>r ótimas oportunida<strong>de</strong>s<br />
Rafael Sampaio<br />
Neste momento <strong>de</strong> retomada do mercado,<br />
quando os sinais <strong>de</strong> recuperação estão<br />
mais evi<strong>de</strong>ntes, é preciso que os empresários<br />
e dirigentes <strong>de</strong> marketing tenham em<br />
mente a importância vital <strong>de</strong> saber qual é o<br />
timing certo para voltar a investir em ações<br />
mercadológicas e publicitárias, para as marcas<br />
que se afastaram da mídia, ou <strong>de</strong> acelerar<br />
na velocida<strong>de</strong> certa, para aquelas que se<br />
mantiveram no ar, mas sem muita ênfase.<br />
Um erro fácil <strong>de</strong> ser cometido é o <strong>de</strong> esperar<br />
<strong>de</strong>mais para se mexer neste momento,<br />
no aguardo <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> “certificado<br />
formal” do fim da recessão e da volta dos<br />
bons tempos. Isso, na real, não vai acontecer.<br />
Pois o mercado não opera <strong>de</strong> forma assim<br />
tão cartesiana e mecânica e não existe<br />
uma “data oficial” <strong>de</strong> mudança.<br />
É sempre um processo típico <strong>de</strong> aurora,<br />
no qual as luzes do novo dia vão se imiscuindo<br />
como fimbrias na noite até que, em<br />
algum momento <strong>de</strong>ssa transformação, é<br />
dia novamente e o sol brilha com vigor no<br />
horizonte. Neste momento os consumidores<br />
estão se perguntando como empregarão<br />
os recursos financeiros que voltam ou<br />
estão na iminência <strong>de</strong> voltar: se para amortizar<br />
dívidas, investir no futuro ou aten<strong>de</strong>r<br />
às <strong>de</strong>mandas reprimidas nas mais variadas<br />
categorias <strong>de</strong> consumo.<br />
Este fato <strong>de</strong>termina que as empresas –<br />
que disputam pagamento das dívidas, investimentos<br />
ou consumo – estejam mais<br />
ativas do que nunca, para não per<strong>de</strong>r seu<br />
lugar na maratona que atinge uma situação<br />
<strong>de</strong> campo plano ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive, que aumenta<br />
a velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> competição.<br />
É essencial, neste momento, levar em<br />
conta as lições <strong>de</strong> Richard Thaler, Nobel<br />
<strong>de</strong> economia <strong>de</strong>ste ano. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a vida<br />
toda que os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão dos<br />
consumidores são mais emocionais do que<br />
racionais – o que explica por que a publicida<strong>de</strong><br />
e outros “truques” <strong>de</strong> marketing funcionam<br />
tão bem há tanto tempo.<br />
O conceito <strong>de</strong> nudges (empurrar, cutucar),<br />
tema <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> suas teorias, é<br />
fundamental nestes tempos <strong>de</strong> hipercompetição<br />
e <strong>de</strong> justificada confusão e<br />
in<strong>de</strong>cisão dos consumidores diante <strong>de</strong><br />
um espectro <strong>de</strong> oferta muito maior e profundo<br />
do que sua mente e capacida<strong>de</strong> financeira<br />
– e até mesmo <strong>de</strong>sejos – são capazes<br />
<strong>de</strong> abarcar.<br />
A leitura <strong>de</strong> Nudge: Melhorar as <strong>de</strong>cisões<br />
sobre saú<strong>de</strong>, riqueza e felicida<strong>de</strong>, aliás,<br />
é uma obrigação <strong>de</strong> quem trabalha em<br />
marketing e publicida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong> estar simplificando<br />
seus <strong>de</strong>safios acreditando que<br />
a vida nesses campos é hoje mais fácil do<br />
que antes, pela pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instrumentos<br />
mercadológicos e <strong>de</strong> mídias. A realida<strong>de</strong><br />
nunca foi tão complexa e a tendência é<br />
complicar ainda mais...<br />
Vale lembrar que o livro, escrito por Thaler<br />
e o advogado Cass R. Sunstein, foi publicado<br />
em <strong>20</strong>08, sendo muito bem recebido<br />
pela intelligenzia em geral, mas não circulou<br />
nas áreas <strong>de</strong> marketing e publicida<strong>de</strong><br />
na intensida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria – provavelmente<br />
por não trazer receitas fáceis <strong>de</strong> sucesso,<br />
mas por abordar as questões que <strong>de</strong>terminam<br />
as forças tectônicas dos mercados <strong>de</strong><br />
modo mais abrangente e profundo.<br />
Para os leitores mais sofisticados, porém,<br />
o livro <strong>de</strong>monstra que o mercado presente<br />
tem dois aspectos essenciais, aparentemente<br />
antagônicos, mas que convivem<br />
perfeitamente: penetrar e agir nas mentes<br />
e corações das pessoas é cada vez mais difícil,<br />
pois a forma com que elas/eles operam<br />
e as “receitas” não são mais tão óbvias e os<br />
resultados não fluem <strong>de</strong> forma automática;<br />
mas essa complexida<strong>de</strong>, por outro lado, faz<br />
com que as posições ocupadas pelas marcas<br />
não sejam imutáveis e sempre será possível<br />
quebrar a inércia com outras proposições<br />
e formatos <strong>de</strong> atuação e linguagens.<br />
O que faz do marketing e da comunicação<br />
dois instrumentos <strong>de</strong> gestão e negócios<br />
ainda mais relevantes no limiar <strong>de</strong>ssa fronteira<br />
plena <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> avanço.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
26 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
O livro brasileiro<br />
<strong>de</strong> marketing mais<br />
vendido no país.<br />
Agora em nova<br />
edição, ampliada<br />
e revisada, à venda<br />
nas melhores<br />
livrarias.<br />
Transcrito do livro Fazer Acontecer:<br />
A DIFERENÇA ENTRE O MÁGICO E O BRUXO<br />
O mágico está no palco para realizar um número e não para fazer<br />
acontecer. Sua matéria-prima é a ilusão. Quando ele serra uma loira<br />
ao meio, ninguém vai conferir se saiu muito sangue. O mágico é um<br />
escravo do truque.<br />
O bruxo é diferente. É pago pelo resultado. Se algum marido<br />
contratar um bruxo para fazer com que a sogra morra e <strong>de</strong>ixe uma<br />
bela herança para a esposa, só paga o combinado no velório.<br />
Quando se está na luta para divulgar i<strong>de</strong>ias, conquistar mercados<br />
ou sair <strong>de</strong> uma crise, o importante é fazer as coisas acontecerem.<br />
As empresas às vezes ficam fascinadas pela elaboração dos seus<br />
planos estratégicos e negligenciam a parte mais importante, que é<br />
fazê-los acontecer.<br />
Nos dias <strong>de</strong> hoje, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um executivo se me<strong>de</strong> muito<br />
mais pelos resultados que apresentar do que pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fazer relatórios elaborados e análises estatísticas da situação.<br />
No mundo globalizado, as pessoas e as instituições não se<br />
contentam mais com palavras e promessas vagas. Exigem resultados.<br />
Quando se faz acontecer, a legitimida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra prova.<br />
O muro <strong>de</strong> Berlim e todo o sistema socialista ruíram não por razões<br />
i<strong>de</strong>ológicas, e sim pela incapacida<strong>de</strong> dos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> proporcionar<br />
no presente o bem-estar prometido para o futuro in<strong>de</strong>finido. Em<br />
vez das palavras <strong>de</strong> Lênin, o trabalhador alemão oriental sonhava<br />
com liberda<strong>de</strong> e um BMW na porta da sua casa. As palavras não<br />
seguraram. Caiu tudo <strong>de</strong> uma vez.<br />
Anos atrás, os presi<strong>de</strong>ntes da General Motors, Chrysler, IBM e<br />
Goodyear foram substituídos quase ao mesmo tempo. Quem tomou<br />
o lugar <strong>de</strong> Lee Iacocca? Uma pessoa vinda <strong>de</strong> fora da empresa. Sua<br />
principal qualificação? Ter conseguido fazer a divisão europeia da<br />
GM tornar-se lucrativa.<br />
Os mágicos realizam o número; os bruxos fazem acontecer.<br />
O mundo está vivendo a era <strong>de</strong> resultados. O perfil do executivo do<br />
futuro está cada vez mais <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser acadêmico. Da mesma<br />
forma, o profissional <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>ntro da empresa está mudando.<br />
Está <strong>de</strong>ixando a área intelectual <strong>de</strong> análise, assessoria e informação<br />
para assumir, <strong>de</strong> mangas arregaçadas, a missão <strong>de</strong> fazer as coisas<br />
acontecerem no mercado.<br />
Fazer acontecer não significa agredir o mercado com golpes <strong>de</strong><br />
truculência explícita, como redução <strong>de</strong> preços ou promoções.<br />
Embora necessária, a promoção não é solução permanente para<br />
nenhum problema. É como uma injeção <strong>de</strong> adrenalina num cavalo.<br />
De fato, ele corre mais. Mas só por algum tempo.<br />
Fazer acontecer implica maximizar o resultado que se po<strong>de</strong> obter<br />
usando os recursos da empresa.<br />
Esses diferenciais po<strong>de</strong>m ser as marcas, a comunicação, a<br />
competência da equipe <strong>de</strong> vendas, as oportuninda<strong>de</strong>s, as i<strong>de</strong>ias<br />
promocionais ou a exploração das fraquezas da concorrência.<br />
A bruxaria em marketing po<strong>de</strong> ser resumida numa frase: fazer<br />
acontecer o que foi planejado.<br />
E esse é o mal <strong>de</strong> que pa<strong>de</strong>cem quase todos os planos neste<br />
país. Gran<strong>de</strong> talento para imaginar e redigir, inaptidão total para<br />
implementar.<br />
O Brasil é um país <strong>de</strong> mágicos, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias e gran<strong>de</strong>s shows.<br />
O Japão é um país muito menos criativo, mas espetacular em termos<br />
<strong>de</strong> implementação. Quando faltam i<strong>de</strong>ias, eles não se constrangem<br />
em utilizar as alheias. Mas as colocam em funcionamento.<br />
No mundo dos negócios, a arte pela arte e o brilho pelo prazer<br />
<strong>de</strong> brilhar constituem uma levianda<strong>de</strong> cara e perigosa. Às vezes,<br />
acabam com a empresa.<br />
Nas agências <strong>de</strong> propaganda, também. Ser apenas mágico é uma<br />
atitu<strong>de</strong> questionável até sob o ponto <strong>de</strong> vista ético, porque se lida<br />
com o dinheiro alheio.<br />
A finalida<strong>de</strong> da agência é fazer coisas acontecerem. O talento e o<br />
brilho são instrumentos <strong>de</strong>sse objetivo.<br />
Ao mágico loquaz, prefira o bruxo competente.<br />
O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer acontecer coisas implica fazer uma profunda<br />
imersão nos fatos. E também nas características das pessoas e<br />
do mercado em que se está operando. É indispensável enten<strong>de</strong>r<br />
os mecanismos das leis que num <strong>de</strong>terminado momento regem a<br />
realida<strong>de</strong>.<br />
Essas leis raramente são óbvias. Mais do que a razão, é a<br />
sensibilida<strong>de</strong> que tece o nexo entre os fenômenos. A sensibilida<strong>de</strong> é<br />
o instrumento fundamental na <strong>de</strong>scoberta dos segredos que regem<br />
a realida<strong>de</strong>.<br />
Ser bruxo é complicado. Exige principalmente renúncia à tentação<br />
<strong>de</strong> parecer brilhante em benefício da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser competente.<br />
Ser bruxo é não ce<strong>de</strong>r à facilida<strong>de</strong> do truque. Afinal, a mulher<br />
serrada, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, reaparecerá inteira. A realida<strong>de</strong><br />
sempre voltará a se impor, e quem vir o show pela segunda vez talvez<br />
se canse. A recompensa do bruxo é paga sempre na contra-entrega.<br />
Se você quer brilhar no seu negócio, faça acontecer. E crie na sua<br />
equipe o valor <strong>de</strong> fazer acontecer. É um caminho complicado, mas as<br />
recompensas são sensacionais.<br />
SE VOCÊ QUER TRANSFORMAR SUA EMPRESA<br />
NUMA MARCA DESEJADA, FALE COM A GENTE.<br />
A NOVA<br />
AGENCIA<br />
ˆ<br />
DO JULIO<br />
RIBEIRO<br />
E DO<br />
ROBERTO<br />
LAUTERT.<br />
Praça João Duran Alonso, 34/91 | Tel.: 11 5506-0435 | jrpropaganda.com | facebook.com/jrpagencia
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
we could be heroes<br />
A aproximação entre cinema e futebol já é uma velha conhecida<br />
no mercado <strong>de</strong> entretenimento. Mais recentemente, para divulgar<br />
Esquadrão Suicida, a Warner recorreu à partida entre Corinthians<br />
e São Paulo para transformar os jogadores em supervilões. O clássico<br />
entre Santos e Corinthians também foi utilizado para ativação<br />
<strong>de</strong> Batman vs Superman. Dessa vez, foram os jogadores do PSG<br />
que se tornaram os mocinhos para divulgar a estreia <strong>de</strong> Liga da<br />
Justiça, no último dia 15. Na animação divulgada nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
do clube francês, Neymar aparece ao lado <strong>de</strong> Batman (foto), Edinson<br />
Cavani como o Aquaman e Laure Boulleau como a Mulher-Maravilha,<br />
entre outros jogadores estrelando os <strong>de</strong>mais super-heróis.<br />
O PSG também oferece aos seus fãs a experiência <strong>de</strong> assistir ao<br />
filme em uma sessão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu estádio, o Parc <strong>de</strong>s Princes.<br />
endorfina criativa<br />
sons do barça<br />
Iniesta, Piqué, Suarez, Messi e toda a trupe do Barcelona agora contam com um ambiente<br />
digital para compartilharem seus artistas favoritos. Em parceria com o Deezer,<br />
o clube espanhol acaba <strong>de</strong> lançar a plataforma Barça Sound (barcasound.fcbarcelona.<br />
com), que reúne playlists dos jogadores, hino do clube e músicas <strong>de</strong> momentos históricos,<br />
entre outros conteúdos. O canal está disponível no próprio Deezer e nos aplicativos<br />
oficiais do Barcelona.<br />
olho no lance<br />
Torcedores do Corinthians, Palmeiras, Fluminense e Flamengo po<strong>de</strong>rão acompanhar<br />
as partidas do time do coração sob um novo olhar. A Chevrolet, uma das patrocinadoras<br />
das transmissões do Campeonato Brasileiro pela TV Globo, promove com a Isobar<br />
no digital ação que veicula os melhores lances dos jogos com imagens em realida<strong>de</strong><br />
virtual. O conteúdo, em parceria com a emissora, dá a sensação ao público <strong>de</strong> estar<br />
em campo e po<strong>de</strong> ser acessado no site torcedor360.globoesporte.globo.com. O último<br />
ví<strong>de</strong>o vai ao ar nesta quarta-feira (22).<br />
A gente não foi feito para<br />
passar o dia sentado no computador.<br />
As técnicas <strong>de</strong> muay<br />
thai são muito úteis em propaganda.<br />
Por exemplo, na hora <strong>de</strong> negociar prazos.<br />
Criação não é moleza. Nada parece<br />
muito difícil <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um treino <strong>de</strong><br />
muay thai. Dá a sensação <strong>de</strong> que o pior<br />
já passou. E é uma gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Deixa o dia na agência mais leve e,<br />
por que não, mais divertido?<br />
Bruno Pinaud, campeão pan-americano<br />
e sul-americano <strong>de</strong> K1; campeão estadual<br />
<strong>de</strong> muay thai e redator da NBS Rio.<br />
28 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
mARCAs<br />
Banco do Brasil e Google firmam<br />
parceria para uso do Android Pay<br />
Carrefour é a primeira re<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo cre<strong>de</strong>nciada a receber pagamentos<br />
por meio da solução, que funciona como uma autêntica carteira virtual<br />
Paulo Macedo<br />
Os clientes do Banco do Brasil<br />
e os portadores <strong>de</strong> cartões<br />
Ourocard Visa passaram a<br />
ter acesso ao sistema Android<br />
Pay, solução <strong>de</strong> pagamentos<br />
lançada pelo Google no último<br />
dia 14, em São Paulo. O executivo<br />
Rogério Panca, diretor <strong>de</strong><br />
meios <strong>de</strong> pagamento da instituição<br />
financeira, explicou<br />
a essência do projeto: “A parceria<br />
com o Google foi construída<br />
com muita <strong>de</strong>dicação<br />
<strong>de</strong> nossas equipes e permitirá<br />
que os nossos clientes experimentem<br />
o Android Pay pela<br />
primeira vez no Brasil. A agilida<strong>de</strong><br />
e a praticida<strong>de</strong> que essa<br />
tecnologia oferece melhora a<br />
experiência dos nossos clientes<br />
na hora <strong>de</strong> fazer seus pagamentos<br />
com cartão e contribui<br />
para fortalecer ainda mais a<br />
nossa estratégia #maisquedigi-<br />
Caixa tem verba <strong>de</strong> R$ 450 mi para<br />
<strong>20</strong>18, dividida entre três agências<br />
Estatal publicou edital que vai monitorar processo seletivo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>;<br />
entrega dos projetos está marcada para o dia 12 <strong>de</strong> janeiro, em Brasília<br />
Atualmente na carteira <strong>de</strong><br />
clientes das agências nova/sb,<br />
Propeg (que assumiu o<br />
lugar da Mullen Lowe), Heads<br />
e Artplan, a Caixa divulgou<br />
edital com as exigências que<br />
vão nortear o processo concorrencial<br />
para sua área <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
A verba anual é <strong>de</strong><br />
R$ 450 milhões e esse orçamento<br />
será dividido por três<br />
agências. O contrato inicial será<br />
<strong>de</strong> um anos, mas com possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> prorrogação por<br />
mais quatro vezes. O montante<br />
<strong>de</strong>finido no edital po<strong>de</strong> ser<br />
acrescido em até 25% a cada período<br />
<strong>de</strong> 12 meses.<br />
Além disso, apesar <strong>de</strong> o valor<br />
Os clientes do Banco do Brasil e do cartão Ourocard já po<strong>de</strong>m usar o sistema do Google<br />
tal”, <strong>de</strong>stacou Panca.<br />
O Android Pay é uma resposta<br />
do Google ao Apple Pay.<br />
É uma espécie <strong>de</strong> carteira digital<br />
que permite ao consumidor<br />
Processo seletivo da Caixa para publicida<strong>de</strong> preten<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar três agências<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
cadastrar seus cartões <strong>de</strong> crédito,<br />
débito e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, por<br />
exemplo, para pagar contas<br />
pelo seu smartphone. O que<br />
garante essa facilida<strong>de</strong> é o sistema<br />
NFC (Near Field Communication),<br />
sem nenhum custo<br />
para o usuário nas compras<br />
feitas em lojas físicas, market<br />
places e aplicativos.<br />
O Carrefour foi a primeira<br />
re<strong>de</strong> do segmento <strong>de</strong> varejo a<br />
se habilitar a receber pagamentos<br />
por meio do sistema Android<br />
Pay. Por enquanto, está<br />
disponível apenas em 130 lojas<br />
<strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
“A previsão é que, entre o<br />
fim <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 e início do próximo<br />
ano, todas as <strong>de</strong>mais lojas<br />
do Carrefour aceitem pagamento<br />
por essa plataforma.<br />
Para dar suporte à iniciativa,<br />
os colaboradores da re<strong>de</strong> passam<br />
por intenso treinamento<br />
e as lojas recebem comunicação<br />
visual a fim <strong>de</strong> estimular<br />
e orientar os clientes a utilizar<br />
a nova tecnologia”, enfatiza o<br />
comunicado distribuído pela<br />
re<strong>de</strong> francesa.<br />
ser menor do que o disponibilizado<br />
às agências com contratos<br />
vigentes, o compromisso futuro<br />
será para três agências, o que,<br />
em tese, aumenta o bolo para<br />
cada uma das fornecedoras do<br />
serviço. A verba atual do anunciante<br />
é <strong>de</strong> R$ 500 milhões.<br />
O edital pe<strong>de</strong> às agências interessadas<br />
em coor<strong>de</strong>nar a comunicação<br />
da Caixa estarem<br />
em conformida<strong>de</strong> com as leis<br />
vigentes. Além das atuais fornecedoras,<br />
agências que não<br />
aten<strong>de</strong>m o segmento bancário<br />
po<strong>de</strong>m se habilitar para gerir a<br />
comunicação da estatal. A entrega<br />
das propostas será no dia<br />
12 <strong>de</strong> janeiro, em Brasília. PM<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 29
MaRCaS<br />
Com aporte <strong>de</strong> R$ 130 milhões,<br />
Cacau Show inaugura nova fábrica<br />
Empresa dobra capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e oferece aos consumidores<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer o processo <strong>de</strong> fabricação dos chocolates<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Se na ficção dos anos 1970,<br />
Willy Wonka, personagem<br />
interpretado por Gene Wil<strong>de</strong>r<br />
no filme A Fantástica Fábrica<br />
<strong>de</strong> Chocolate, criou alvoroço<br />
com a promoção dos convites<br />
dourados para conhecer a sua<br />
fábrica, na vida real, Alexandre<br />
Costa, presi<strong>de</strong>nte da Cacau<br />
Show, não <strong>de</strong>ixou por menos<br />
e surpreen<strong>de</strong>u os mais <strong>de</strong> <strong>20</strong>0<br />
convidados que estiveram presentes<br />
na inauguração <strong>de</strong> seu<br />
novo complexo fabril no último<br />
dia 13, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itapevi, em<br />
São Paulo.<br />
Cercado por gran<strong>de</strong>s empresários,<br />
lí<strong>de</strong>res do mercado <strong>de</strong><br />
comunicação, celebrida<strong>de</strong>s e<br />
jornalistas, Costa mostrou aos<br />
presentes cada um dos <strong>de</strong>talhes<br />
do empreendimento, que conta<br />
com uma área <strong>de</strong> 52 mil metros<br />
quadrados e vai abrigar a nova<br />
se<strong>de</strong> administrativa, novas linhas<br />
<strong>de</strong> produção, mais salas<br />
da Universida<strong>de</strong> do Cacau e um<br />
amplo centro <strong>de</strong> distribuição<br />
e logística com potencial para<br />
dobrar a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />
e armazenamento.<br />
“Hoje <strong>de</strong>mos o pontapé inicial<br />
para as comemorações dos<br />
nossos 30 anos <strong>de</strong> história.<br />
Sonhei e acompanhei cada <strong>de</strong>talhe<br />
<strong>de</strong>sse projeto. Em menos<br />
<strong>de</strong> seis meses conseguimos<br />
construir esse escritório para<br />
que a gente pu<strong>de</strong>sse levar o<br />
nosso propósito, que é tocar<br />
a vida das pessoas através <strong>de</strong><br />
experiências, oportunida<strong>de</strong>s e<br />
impactos relevantes, atuando<br />
com senso <strong>de</strong> dono e orgulho<br />
por po<strong>de</strong>r pertencer”, explica<br />
Costa.<br />
O projeto da companhia <strong>de</strong>senvolvido<br />
pelo escritório <strong>de</strong><br />
arquitetura Athié | Wohnrath,<br />
que contou com um aporte <strong>de</strong><br />
R$ 130 milhões, está longe <strong>de</strong><br />
parecer um complexo fabril comum.<br />
Logo na entrada os visitante<br />
po<strong>de</strong>m conferir o mural<br />
do artista brasileiro Eduardo<br />
Kobra, inscrito no Guinness<br />
Alexandre Costa, da Cacau Show, se diverte com diversos convidados famosos no carrossel instalado no novo complexo fabril<br />
“Hoje <strong>de</strong>mos<br />
o pontapé<br />
inicial para as<br />
comemorações dos<br />
nossos 30 anos<br />
<strong>de</strong> História”<br />
Divulgação<br />
Book e já consi<strong>de</strong>rado o maior<br />
grafite do mundo, uma estufa<br />
com pés <strong>de</strong> cacau e uma megaloja<br />
com 2 mil metros quadrados<br />
que contará com miniparque<br />
temático, o Cacau Parque,<br />
o Cacau Bar, a Fábrica Bendito e<br />
a Aca<strong>de</strong>mia do Chocolate.<br />
O espaço tem capacida<strong>de</strong><br />
para receber até mil pessoas e o<br />
ingresso vai ser gratuito. “Muitas<br />
pessoas têm complexo <strong>de</strong><br />
inferiorida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong>,<br />
nós temos complexo <strong>de</strong><br />
intensida<strong>de</strong>. Em tudo o que a<br />
gente faz aqui a gente se joga.<br />
Colocamos em cada dia toda a<br />
nossa energia. Por isso, <strong>de</strong>nominamos<br />
esse espaço como o<br />
complexo <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>”, afirma<br />
Costa.<br />
Ainda segundo o executivo,<br />
no escritório antigo, a equipe<br />
trabalhava olhando para a fábrica,<br />
para a cozinha da empresa.<br />
Agora, com um conceito<br />
aberto, o novo escritório, que<br />
possui até um tobogã que leva<br />
do espaço <strong>de</strong> coffee-break direto<br />
para a megaloja, os funcionários<br />
têm vista para os clientes.<br />
“Olhamos para o chefe <strong>de</strong> nós<br />
todos, que são os consumidores,<br />
aqueles que todos os dias<br />
nos procuram em nossas lojas.<br />
Queremos com esse complexo<br />
ter uma maior proximida<strong>de</strong><br />
com o consumidor e criar novas<br />
experiências”, reforça Costa.<br />
InteRnaCIonalIzação<br />
Durante o jantar, que foi assinado<br />
pelo chef Erick Jacquin,<br />
o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> operações<br />
da Cacau Show, Marco Aurélio<br />
Lauria, revelou ao PROPMARK<br />
que no plano da companhia<br />
<strong>de</strong>senhado até <strong>20</strong><strong>20</strong> há um projeto<br />
<strong>de</strong> internacionalização da<br />
marca. “Com uma capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produção maior, ficará mais<br />
fácil fazer essa internacionalização.<br />
Temos planos <strong>de</strong> abrir 30<br />
lojas até <strong>20</strong><strong>20</strong>. Muito provavelmente<br />
<strong>de</strong>vemos abrir a nossa<br />
primeira loja fora do Brasil em<br />
<strong>20</strong>18, na América do Sul”, afirmou<br />
Lauria.<br />
30 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Marcas<br />
Mizuno investe em co-branding e<br />
experimentação em busca <strong>de</strong> share<br />
Parceria com o Ironman já está sendo estudada em outros mercados.<br />
Plataformas Talks e Experience apresentam marca para novos públicos<br />
Danúbia Paraizo<br />
Ao observar o <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>de</strong> brasileiros como Igor<br />
Amorelli, campeão do Ironman<br />
Brasil em <strong>20</strong>14, a primeira impressão<br />
é a <strong>de</strong> que a Mizuno está<br />
diretamente associada à performance.<br />
Patrocinadora oficial<br />
do triatleta e da competição há<br />
quatro anos (e acaba <strong>de</strong> renovar<br />
por mais cinco), a marca tem<br />
trabalhado para ser reconhecida<br />
muito além da performance,<br />
elemento primordial para atletas<br />
<strong>de</strong> elite. E, para isso, tem<br />
investido em plataformas gratuitas<br />
<strong>de</strong> experimentação e <strong>de</strong><br />
conteúdo para disseminar seus<br />
atributos.<br />
“Quando a gente fala que a<br />
marca é para quem busca performance,<br />
não estou falando<br />
<strong>de</strong> atletas profissionais <strong>de</strong> elite.<br />
Buscamos performance <strong>de</strong><br />
produto. Nesse sentido, experimentação<br />
é superimportante<br />
porque o cliente não quer arriscar<br />
gastar dinheiro, precisa<br />
fazer uma compra mais assertiva”,<br />
<strong>de</strong>staca Felipe Gentil,<br />
gerente-geral da Mizuno.<br />
Aliando-se a competições<br />
fortes como o próprio Ironman,<br />
segunda marca mais tatuada do<br />
mundo, a companhia japonesa,<br />
operada pela Alpargatas no<br />
Brasil há 21 anos, agora busca<br />
projetos 360 graus que possam<br />
propagar conhecimento <strong>de</strong><br />
marca, alcance e engajamento.<br />
Uma <strong>de</strong> suas principais plataformas<br />
nesse sentido é a Mizuno<br />
Running Experience, que dá<br />
ao consumidor a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> testar por 15 dias qualquer<br />
produto e, <strong>de</strong> quebra, garante<br />
um <strong>de</strong>sconto se for comprar<br />
o mo<strong>de</strong>lo no e-commerce da<br />
companhia. Já no Mizuno Run<br />
Talks, ao longo do ano, os corredores<br />
têm acesso a palestras<br />
gratuitas com treinadores,<br />
nutricionistas e especialistas<br />
sobre as principais provas do<br />
mundo. “Esses são projetos que<br />
a gente acredita muito. A corrida<br />
é o esporte mais <strong>de</strong>mocráti-<br />
Felipe Gentil, que <strong>de</strong>staca interesse no setor <strong>de</strong> casual; para <strong>20</strong>18, marca prepara coleção <strong>de</strong> sport style<br />
co que existe, então, faz parte<br />
da nossa missão dar esse apoio,<br />
esse suporte com informação.<br />
Acreditamos tanto na qualida<strong>de</strong><br />
do nosso produto que se<br />
o consumidor experimentar,<br />
a chance <strong>de</strong> ele se converter é<br />
enorme”, ressalta Gentil.<br />
Baseada na proposta <strong>de</strong> combinar<br />
experimentação com experiência<br />
<strong>de</strong> marca e conteúdo,<br />
a Mizuno promoveu recentemente<br />
a campanha <strong>de</strong> lançamento<br />
do Sky Wave, assinada<br />
pela agência F/Nazca. Na ação<br />
Bem-vindos ao paraíso, 40 influenciadores<br />
foram levados a<br />
Boituva, no interior <strong>de</strong> São Paulo,<br />
para serem apresentados ao<br />
novo calçado. “Sua tecnologia é<br />
a cloud wave, é um produto superconfortável,<br />
então fez todo<br />
sentido levá-los para andar <strong>de</strong><br />
balão, que remete a leveza e<br />
conforto”, relata Gentil. Os influenciadores<br />
também participaram<br />
<strong>de</strong> um treino, receberam<br />
orientações sobre o produto e<br />
ao final do evento, a marca jogou<br />
calçados <strong>de</strong> para-quedas e<br />
convidou os participantes a saltarem<br />
também. Atrelado a isso<br />
a marca veiculou o anúncio em<br />
mídia out of home e impresso.<br />
Ma<strong>de</strong> in Brazil<br />
Consi<strong>de</strong>rado um dos três<br />
maiores mercados no mundo,<br />
o Brasil tem posição estratégica<br />
no negócio, além <strong>de</strong> autonomia<br />
para ditar tendências e <strong>de</strong>mandar<br />
produtos para a matriz. Não<br />
à toa, a equipe <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
vai à Ásia quatro vezes<br />
ao ano para trocar insights e<br />
propor projetos.<br />
Os lançamentos do Mizuno<br />
Wave Sky Iroman e Mizuno<br />
Wave Sonic Iroman, neste ano,<br />
são exemplos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias nascidas<br />
no Brasil, que em breve<br />
serão exportadas. A Austrália<br />
é uma das operações que se<br />
interessam pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> licenciamento.<br />
Mas não é apenas<br />
no segmento <strong>de</strong> corrida, on<strong>de</strong> a<br />
Divulgação<br />
concorrência com Nike, Asics e<br />
Adidas é implacável, que Mizuno<br />
busca mais relevância.<br />
A partir <strong>de</strong> <strong>20</strong>18, a marca<br />
chega com força na categoria<br />
<strong>de</strong> Sport style, linha <strong>de</strong> vestuário<br />
casual inspirada no esporte.<br />
Serão três coleções: Tec Sneaker,<br />
com releitura do primeiro<br />
calçado a utilizar a placa wave;<br />
Heritage, que traz as raízes da<br />
marca; e Leisure, mais ligada<br />
ao dia a dia. Segundo Gentil,<br />
a i<strong>de</strong>ia é, já a partir <strong>de</strong>ste ano,<br />
lançar produtos a cada semestre,<br />
trazendo a proposta <strong>de</strong> inovação,<br />
que é um dos principais<br />
assets da marca. “Os japoneses<br />
são superestudiosos, criteriosos,<br />
só lançam uma tecnologia<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muita experimentação,<br />
então, está sendo um <strong>de</strong>safio<br />
acelerar um pouco esse processo.<br />
Já conseguimos acertar<br />
com eles um colendário global<br />
<strong>de</strong> forma que a cada semestre a<br />
gente tenha lançamentos para<br />
os próximos cinco anos”.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 31
eyond the line<br />
Quando a propaganda<br />
é a atração<br />
É inegável a eficácia <strong>de</strong> uma comunicação <strong>de</strong><br />
marketing que “persegue” as pessoas<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
esperado comercial <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano da<br />
O John Lewis, loja <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos britânica,<br />
chegou e já virou trend topic nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais. Depois que resolveu tratar o<br />
Natal como motivo para uma superprodução<br />
comercial, a empresa tem conseguido<br />
gerar uma enorme expectativa em torno<br />
da sua campanha natalina, sempre com<br />
temas emotivos, envolvendo sonhos infantis<br />
e personagens que caem nas graças do<br />
público.<br />
Foi assim com o Monty The Pengin,<br />
campanha <strong>de</strong> <strong>20</strong>14, ganhadora <strong>de</strong> Grand<br />
Prix no Cannes Lions <strong>20</strong>15. Além <strong>de</strong> encantar<br />
a todos, o simpático pinguim presente<br />
no comercial acabou se tornando<br />
tema <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> produtos, com excelente<br />
resultado comercial.<br />
De lá para cá, as campanhas natalinas<br />
da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas, carregadas <strong>de</strong> emoção,<br />
fazem muito sucesso e são ansiosamente<br />
aguardadas pelo consumidor.<br />
Em <strong>20</strong>15, o tema foi Man on The Moon,<br />
com a interação imaginária <strong>de</strong> uma garotinha<br />
com um simpático velhinho, morador<br />
da lua.<br />
No ano passado, foi Busterthe Boxer,<br />
tendo como personagem principal um<br />
cachorro boxer, que se <strong>de</strong>licia na cama<br />
elástica comprada como presente <strong>de</strong> Natal<br />
para a garotinha da história. E, agora,<br />
o personagem é Moz the Monster, um simpático<br />
monstro que habita os sonhos <strong>de</strong><br />
um garotinho.<br />
Não tenho dúvida <strong>de</strong> que o monstrão<br />
vai virar um novo personagem <strong>de</strong> sucesso,<br />
inspirando mais uma linha <strong>de</strong> produtos<br />
da John Lewis. Acompanhando essa<br />
história <strong>de</strong> sucesso, foi inevitável a minha<br />
reflexão sobre campanhas publicitárias<br />
que se tornam talk of the town e se multiplicam<br />
em espontâneos compartilhamentos<br />
pelas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A propaganda brasileira e mundial têm<br />
um monte <strong>de</strong> cases como esses na sua<br />
história. Personagens como o Garoto Bom<br />
Bril, protagonizado por Carlos Moreno, ou<br />
o Baixinho da Kaiser, por exemplo, sempre<br />
viravam tema <strong>de</strong> papos entre amigos,<br />
e não só entre publicitários. As suas histórias<br />
eram comentadas como se fossem<br />
novelas seguidas pelas pessoas.<br />
Os mais velhos se lembrarão dos filmes<br />
da Varig, retratando japoneses, portugueses,<br />
em torno <strong>de</strong> músicas que ficavam<br />
na nossa cabeça. Isso é propaganda! Esse<br />
buzz e a consequente potencialização do<br />
efeito <strong>de</strong> uma campanha são impagáveis!<br />
E não precisa ser uma campanha ou um<br />
belo comercial. É só nos lembrarmos dos<br />
dois cases mais premiados em Cannes este<br />
ano.<br />
Embora não sejam percebidos naturalmente<br />
como “propaganda”, a Fearless<br />
Girl e o Graham, ambas esculturas, tiveram<br />
o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> gerar ampla repercussão<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, pelo inusitado das suas<br />
formas, mas também pela i<strong>de</strong>ia por trás<br />
<strong>de</strong>sses cases.<br />
Acho essa reflexão pertinente nesses<br />
tempos em que se sobrevaloriza os algoritmos<br />
e a matemática por trás <strong>de</strong> campanhas.<br />
Entendo perfeitamente a reação<br />
do lendário John Hegarty, uns três anos<br />
atrás, no Cannes Lions, quando se contrapunha<br />
ferozmente ao excesso <strong>de</strong> valorização<br />
dada ao uso massivo <strong>de</strong> dados<br />
e do chamado “matemarketing”. “Fuck<br />
programatic! Fuck mathematics!”, vociferou<br />
o criativo, ao ser questionado sobre a<br />
força da propaganda baseada em dados.<br />
De fato, é inegável a eficácia <strong>de</strong> uma comunicação<br />
<strong>de</strong> marketing que “persegue”<br />
as pessoas – uma a uma – usando recursos<br />
que permitem acompanhar com precisão<br />
a jornada <strong>de</strong> cada potencial consumidor,<br />
“atacando-o” <strong>de</strong> forma precisa e preditiva,<br />
coerente com seus hábitos e atitu<strong>de</strong>s.<br />
Mas, que me <strong>de</strong>sculpem os <strong>de</strong>fensores<br />
<strong>de</strong>sses processos matemáticos da comunicação,<br />
não dá para tirar o valor <strong>de</strong> uma<br />
propaganda que vira conversa do dia seguinte,<br />
que impacta as pessoas mais pela<br />
emoção do que pela razão.<br />
Infelizmente não é fácil fazer uma propaganda<br />
com esse po<strong>de</strong>r. Talvez por isso,<br />
alguns marqueteiros, como uma reconhecida<br />
profissional que ouvi em evento<br />
recente, admitam que muitas vezes “se<br />
escon<strong>de</strong>m atrás dos dados”.<br />
É uma atitu<strong>de</strong> mais segura, mais <strong>de</strong>fensável.<br />
Mas não gera peças memoráveis como<br />
as campanhas da John Lewis.<br />
lizzyhayman/iStock<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
32 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
New York Festivals Publicida<strong>de</strong> no Brasil.<br />
Mostra, <strong>de</strong>bate e tendências para <strong>20</strong>18.<br />
Pela primeira vez no país, o New York Festivals Advertising<br />
Awards em parceria com o jornal PROPMARK realiza<br />
um evento que irá reunir os criativos das principais<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do Brasil, clientes e anunciantes,<br />
para uma mostra dos filmes mais premiados <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 em<br />
Nova York. O evento também irá promover um <strong>de</strong>bate<br />
entre os criativos brasileiros, que foram jurados no festival<br />
este ano, através <strong>de</strong> um talk show on<strong>de</strong> irão discutir as<br />
tendências para <strong>20</strong>18.<br />
Mediadora:<br />
Kelly Dores – Editora-Chefe - PROPMARK<br />
Debatedores:<br />
Erh Ray - Co-CEO - Betc<br />
Pedro Burneiko - Head of Innovation - AlmapBBDO<br />
Márcio Fritzen - Creative Director - Ogilvy Brasil<br />
Ricardo Sciammarella - Creative Director - Ogilvy Brasil<br />
Dia: 23.11.17<br />
Local: Restaurante Praça São Lourenço<br />
Evento fechado para convidados.<br />
Informações: newyorkfestivals@propmark.com.br<br />
Realização:
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
apoio<br />
A ONG Orientavida, que capacita mulheres<br />
em situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> e risco social,<br />
ganha o apoio <strong>de</strong> Fernanda Paes Leme.<br />
Na campanha, a atriz conta que fez parte da<br />
história <strong>de</strong>ssas mulheres ao comprar produtos<br />
da entida<strong>de</strong>. A agência MKTG fez a ativação,<br />
enviando produtos feitos pela ONG para<br />
influenciadores, como Astrid, Chris Tamer e<br />
Fernanda Rodrigues.<br />
ISobar braSIl<br />
Ong OrientAvidA<br />
Fotos: divulgação<br />
Título: Orientavida; redator: Augusto Barros e Natalia<br />
Horta; direção <strong>de</strong> arte: Emanuel Oliveira; produtora<br />
<strong>de</strong> imagem: Cine; direção <strong>de</strong> cena: Cris Vida;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Charlotte; aprovação do<br />
cliente: Maria Celeste Chad.<br />
promoção<br />
O Mercado Livre usa o humor na campanha<br />
<strong>de</strong> Black Friday. Composta por oito filmes,<br />
as peças trazem smartphones personificados,<br />
que <strong>de</strong>spertam a felicida<strong>de</strong> dos consumidores<br />
ao exibir promoções que parecem<br />
feitas sob medida para eles.<br />
rEF+<br />
Cliente<br />
Título: Black Friday/<strong>20</strong>17; produto: e-commerce;<br />
criação: Fernando Pereira, Rodrigo Coletto, Cássio<br />
Guiot, Vinnícius Vespoli, Rafael Brandão, Nathalia<br />
Chiarotti, Lucas Lazzaro e Deny Zatariano;<br />
produtora <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o: Vapt Filmes; diretor <strong>de</strong> cena:<br />
Ricardo Sampaio; produtora <strong>de</strong> áudio: Lira<br />
Música; aprovação no cliente: Daniel Aguiar,<br />
Marcela Gimenez e Rafaela Condolo.<br />
duas versões<br />
Para diferenciar o verão redondo do quadrado,<br />
a Skol investiu em interação na campanha<br />
assinada pela F/Nazca. A música Cola Quem<br />
Quiser, interpretada por Jesse, foi lançada no<br />
canal do YouTube do produtor KondZilla e<br />
ganhou um clipe com uma versão interativa<br />
no link skol.com.br/quadradoeredondo.<br />
F/Nazca S&S<br />
Ambev<br />
Título: Chega Quem Quiser; produto: Skol; criação:<br />
Theo Rocha; conteúdo: Fernanda Fontes, Rafael<br />
Venturelli, Gabriela Moura, Ana Paula Martinelli;<br />
produtora do filme: Conspiração Filmes; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Fred Ouro Preto; aprovação do cliente:<br />
Paula Lin<strong>de</strong>nberg, Maria Fernanda Albuquerque, Daniel<br />
Feitoza e Kim Moraes.<br />
34 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Turma<br />
A DPZ&T apresenta mais um sanduíche<br />
da linha Signature do McDonald’s. O filme<br />
que divulga o lançamento do Qu4ttro<br />
Formaggi <strong>de</strong>staca que são as companhias<br />
que tornam os momentos mais especiais.<br />
Com imagens que <strong>de</strong>spertam o apetite,<br />
a peça mostra uma turma <strong>de</strong> amigos experimentando<br />
diversos sabores durante<br />
uma viagem. O grupo volta a se encontrar<br />
no McDonald’s para saborear a novida<strong>de</strong> e<br />
relembrar os bons momentos do passeio.<br />
DPz&T<br />
mCdOnAld's<br />
Título: Qu4ttro Formaggi; produto: Qu4ttro Formaggi;<br />
criação: Daniel Motta, Daniel Mattos,<br />
Tiago Zanatta, Marcel Manzano e Luciano Fonseca;<br />
produtora <strong>de</strong> imagem: Oriental Films/Landia;<br />
direção <strong>de</strong> cena: Robert Llauró; produtora<br />
<strong>de</strong> áudio: Lucha Libre Audio´; aprovação do<br />
cliente: Roberto Gnypek, João Branco, Gabriel<br />
Ferrari e Eloiza Zerneri.<br />
me dê moTivos<br />
A TracyLocke Brasil focou atenção na experiência<br />
do usuário do app <strong>de</strong> transporte 99<br />
para <strong>de</strong>senvolver a campanha nacional da<br />
marca. A comunicação traz uma lista <strong>de</strong> 99<br />
motivos para usar o serviço da empresa. A<br />
campanha é composta por spots para rádio,<br />
filme para digital e TV, além <strong>de</strong> peças no formato<br />
GIF, que, segundo a agência, tem uso<br />
inédito para o OOH no Brasil.<br />
TracylockE braSIl<br />
99<br />
Título: 99 Razões pra Ir <strong>de</strong> 99; direção <strong>de</strong> criação:<br />
Erica Igue; criação: Luiz Siqueira e Ana Beatriz<br />
Ragosta; produtora <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o: Bubble Gum; aprovação<br />
do cliente: Jason Radisson, Flavia Barros,<br />
Renata Blay e Pedro Gil.<br />
inovação<br />
Quem nunca acreditou que a lasanha<br />
estava quente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns minutos<br />
no micro-ondas, mas se <strong>de</strong>parou com o<br />
meio do prato bem gelado? A Seara investiu<br />
na tecnologia das ban<strong>de</strong>jas para<br />
evitar o problema e usa o bom humor<br />
para divulgar a novida<strong>de</strong>.<br />
WMccaNN<br />
seArA<br />
Título: Miolo; produto: lasanha; criação:<br />
João Pires, Caio Machado, Leonardo Brito,<br />
Ryan Bussi e Rodolfo Bento; produtora do filme:<br />
Cine; direção <strong>de</strong> cena: Clovis Mello e Cris<br />
Vida; produtora <strong>de</strong> som: H.A.M.nyc; aprovação<br />
pelo cliente: Eduardo Bernstein, Tannia<br />
Fukuda Bruno e Veridiana Lemos Borghi.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 35
mercAdo<br />
Assédio no trabalho atinge 90%<br />
das mulheres e 76% dos homens<br />
Grupo <strong>de</strong> Planejamento apresenta estudo que mostra abusos morais e<br />
sexuais sofridos pelos profissionais <strong>de</strong> agências, veículos e produtoras<br />
AntonioGuillem/iStock<br />
Tanto o assédio moral quanto o sexual são apontados pelos 1.400 profissionais que respon<strong>de</strong>ram ao questionário aplicado pela Qualibest na região metropolitana <strong>de</strong> São Paulo<br />
Mariana Zirondi<br />
Combater o assédio, seja ele moral ou sexual,<br />
tem sido um dos maiores <strong>de</strong>safios<br />
da indústria <strong>de</strong> comunicação. Os números<br />
para o setor não são nada animadores: 90%<br />
das mulheres e 76% dos homens afirmam<br />
já ter sofrido abusos no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />
Essas porcentagens fazem parte do<br />
estudo Assédio: realida<strong>de</strong>, consequências e<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança, <strong>de</strong>senvolvido pelo<br />
Grupo <strong>de</strong> Planejamento em parceria com<br />
o Instituto Qualibest.<br />
Ao todo, 1.400 pessoas respon<strong>de</strong>ram ao<br />
questionário, que foi enviado para todas as<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> produtoras<br />
e veículos.<br />
A comissão organizadora da pesquisa<br />
faz parte do GP, que é presidido por Renata<br />
d’Ávila, CSO da F.biz, além dos conselheiros<br />
Ana Cortat, Ken Fujioka e Ulisses Zamboni,<br />
sócio e head <strong>de</strong> planejamento da Santa Clara.<br />
A iniciativa tem o objetivo <strong>de</strong> mapear os<br />
abusos sofridos pelos profissionais. A consciência<br />
<strong>de</strong> que o assédio ocorre na categoria<br />
é <strong>de</strong> quase 100%, o que justifica a mobilização<br />
do Grupo <strong>de</strong> Planejamento para alertar<br />
agências, anunciantes, veículos e produtoras<br />
sobre a gravida<strong>de</strong> do problema.<br />
“Era uma pesquisa apenas com mulheres<br />
e assédio sexual, mas <strong>de</strong>pois vimos<br />
que existia uma necessida<strong>de</strong> latente do<br />
mercado <strong>de</strong> ouvir mais, e ampliamos para<br />
homens e assédio moral, que acaba sendo<br />
frequente e tão grave quanto o sexual”, esclarece<br />
Zamboni.<br />
“Não po<strong>de</strong>mos apenas levantar o assunto<br />
sem questionar, precisamos trazer para<br />
a mesa e provocar um diálogo verda<strong>de</strong>iro.<br />
Todo mundo tem história, mas não é sobre<br />
“Números mostram<br />
histórias e precisam ser<br />
usados para traNsformar<br />
a realida<strong>de</strong>”<br />
36 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
o culpado, mas <strong>de</strong> fato enxergar uma realida<strong>de</strong><br />
e como transformá-la”, afirma Renata.<br />
O assédio moral, por exemplo, atinge<br />
tanto as mulheres quanto os homens <strong>de</strong><br />
forma equivalente. Isso ocorre frequentemente<br />
no ambiente <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> acordo<br />
com 89% das mulheres e 85% dos homens.<br />
O sexual, por sua vez, é apontado por 67%<br />
das mulheres e 52% dos homens como existente<br />
no ambiente profissional.<br />
Uma pergunta aberta <strong>de</strong>u a oportunida<strong>de</strong><br />
para que os participantes compartilhassem<br />
histórias <strong>de</strong> assédio. Como resultado,<br />
35% apontaram marcação <strong>de</strong> tarefas com<br />
prazos impossíveis, provocando extensão<br />
do horário <strong>de</strong> trabalho. Isso também ressaltou<br />
o reforço da cultura da hostilida<strong>de</strong>,<br />
em que presi<strong>de</strong>ntes e sócios são apontados<br />
como assediadores por 22% dos estagiários<br />
e assistentes.<br />
“Em nossa postura como lí<strong>de</strong>res, enxergamos<br />
que rever o lugar das corporações<br />
<strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong> é muito importante.<br />
No ambiente <strong>de</strong> trabalho, toda a hostilida<strong>de</strong><br />
que por ventura você sofrer ou então felicida<strong>de</strong>,<br />
ele vai para <strong>de</strong>ntro das famílias, que<br />
acaba sendo reproduzido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa.<br />
Por isso precisamos tratar as consequências”,<br />
comenta Ana.<br />
Além disso, essa cultura é reforçada nas<br />
relações com os clientes, que pressionam<br />
os contratados em busca <strong>de</strong> resultados.<br />
47% e 42% dos homens disseram já ter<br />
sido assediados moralmente por clientes<br />
<strong>de</strong> nível hierárquico superior e por clientes<br />
<strong>de</strong> nível equivalente, respectivamente.<br />
Esse mesmo cenário se aplica para as mulheres<br />
em relação ao assédio sexual, em<br />
que 16% sofreram com o nível hierárquico<br />
superior e 9% com nível equivalente.<br />
uma em cada duas<br />
mulheres afirma<br />
já ter sofrido No<br />
ambieNte profissioNal.<br />
a porceNtagem é <strong>de</strong><br />
39% <strong>de</strong> assediadas com<br />
coNtato físico, saltaNdo<br />
para 64% eNtre as<br />
profissioNais <strong>de</strong> criação<br />
Assédio sexuAl<br />
As mulheres são as mais atingidas pelo<br />
assédio sexual. Uma em cada duas afirma já<br />
terem sofrido no ambiente profissional. A<br />
porcentagem é <strong>de</strong> 39% entre as assediadas<br />
com contato físico, saltando para 64% entre<br />
as profissionais <strong>de</strong> criação. Entre os 9%<br />
<strong>de</strong> homens que revelaram já terem passado<br />
por abuso sexual, 72% afirmam que isso<br />
ocorreu em <strong>de</strong>corrência da atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> outro<br />
homem.<br />
“O assédio é sobre po<strong>de</strong>r. Ele po<strong>de</strong> falar<br />
mal das pessoas, po<strong>de</strong> acabar com as carreiras,<br />
po<strong>de</strong> perseguir. Muitas vezes fica claro<br />
a cultura <strong>de</strong> não ter opção por ser reprimido”,<br />
ressalta Renata.<br />
Essa situação vivida no ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />
tem resultado em problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
dos profissionais. O assédio moral gerou<br />
sintomas em 62% das mulheres e 51% dos<br />
homens. Entre as mulheres, eles são: crises<br />
<strong>de</strong> choro (75%), síndrome <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><br />
(72%), sentimento <strong>de</strong> inutilida<strong>de</strong> (68%),<br />
abuso <strong>de</strong> bebida alcoólica (32%) e diminuição<br />
da libido (30%). Entre os que respon<strong>de</strong>ram,<br />
10% afirmaram ter tido pensamentos<br />
suicidas.<br />
“Precisamos que o sistema comece<br />
a implementar mudanças. Se as pessoas<br />
continuarem vendo que nada está<br />
sendo feito sobre o que está acontecendo,<br />
a hostilida<strong>de</strong> só vai aumentar. O<br />
sistema e os lí<strong>de</strong>res precisam dar uma<br />
resposta, criando apoio, educação, segurança<br />
e <strong>de</strong>núncia”, reforça Ana. “Números<br />
mostram histórias e precisam ser<br />
usados para transformar a realida<strong>de</strong>”.<br />
repercussão<br />
Os profissionais do GP compartilharam<br />
a importância não apenas <strong>de</strong> trazer os dados,<br />
como mobilizar ações concretas. A<br />
Abap (Associação Brasileira <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong><br />
Propaganda), assim como Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda),<br />
Grupo <strong>de</strong> Atendimento, Grupo <strong>de</strong> Mídia,<br />
Clube <strong>de</strong> Criação, Apro (Associação Brasileira<br />
da Produção <strong>de</strong> Obras Audiovisuais) e<br />
a ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes)<br />
já se manifestaram dispostos a discutir<br />
os resultados e estratégias para tratar o assédio<br />
no mercado.<br />
A Abap, por exemplo, se manifestou dizendo<br />
que o mercado como um todo não<br />
po<strong>de</strong> ficar alheio à esse grave problema e<br />
não po<strong>de</strong> tolerar uma situação tão absurda.<br />
“A Abap vai apoiar e participar ativamente<br />
<strong>de</strong> discussões entre todas as entida<strong>de</strong>s do<br />
mercado para encontrar formas inteligentes<br />
e eficientes <strong>de</strong> enfrentar o problema”,<br />
afirma em comunicado.<br />
“A pesquisa mostra que esse ambiente<br />
não se restringe à bolha das agências, ele<br />
extrapola e está relacionado com a relação<br />
dos clientes, eles precisam se reconhecer<br />
parte dos problemas. A chance não é zero<br />
<strong>de</strong> resolver o problema quando o assédio é<br />
reportado, mas o constrangimento, o medo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>missão, fazem as <strong>de</strong>núncias diminuírem”,<br />
afirma Fujioka.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 37
MERCADO<br />
New York Festivals reúne criativos<br />
no Brasil para <strong>de</strong>bater tendências<br />
Encontro será realizado na quinta (23), em parceria com o PROPMARK, e<br />
também vai mostrar o rolo dos filmes vencedores da premiação em <strong>20</strong>17<br />
Pela primeira vez, o New York Festivals<br />
International Advertising Awards realiza<br />
no Brasil um evento para mostrar o rolo<br />
<strong>de</strong> filmes premiados no ano e promover<br />
um <strong>de</strong>bate entre publicitários. Programado<br />
para esta quinta-feira (23), o encontro New<br />
York Festivals Publicida<strong>de</strong> no Brasil. Mostra,<br />
<strong>de</strong>bate e tendências para <strong>20</strong>18 será realizado<br />
no Praça São Lourenço, em São Paulo,<br />
em parceria com o PROPMARK. Evento<br />
semelhante foi feito no ano passado em<br />
países como a Índia e a Itália, por exemplo.<br />
Os criativos confirmados para o <strong>de</strong>bate<br />
são: Erh Ray, sócio e co-CEO da BETC São<br />
Paulo, que participou do Grand Jury do<br />
New York Festivals <strong>20</strong>17; Pedro Burneiko,<br />
head of art <strong>de</strong> digital e inovação na Almap-<br />
BBDO; Márcio Fritzen e Ricardo Sciammarella,<br />
ambos diretores <strong>de</strong> criação da Ogilvy<br />
Brasil. A mediação do <strong>de</strong>bate será <strong>de</strong> Kelly<br />
Dores, editora-chefe do PROPMARK.<br />
Criado em 1957, o New York Festivals<br />
reconhece o melhor da criativida<strong>de</strong> publicitária<br />
e da comunicação do marketing no<br />
mundo. O prêmio recebe inscrições <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> 80 países. Para <strong>20</strong>18, o NYF vai ampliar<br />
as competições. A seleção dos jurados também<br />
está em andamento. As incrições para<br />
a edição <strong>20</strong>18 já estão abertas. A cerimônia<br />
<strong>de</strong> premiação será realizada no dia 17<br />
<strong>de</strong> maio, em Nova York. Nos últimos cinco<br />
anos mais <strong>de</strong> 75 criativos brasileiros participaram<br />
do Grand Jury e 142 nos <strong>de</strong>z últimos<br />
anos. “Nossa i<strong>de</strong>ia é manter o apoio<br />
contínuo e a participação das agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> brasileiras”, disse Michael Demetria<strong>de</strong>s,<br />
presi<strong>de</strong>nte e diretor-executivo<br />
do New York Festivals.<br />
Divulgação<br />
Erh Ray, sócio e co-CEO da BETC, participa do evento<br />
38 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
MERCADO<br />
Pixel Show <strong>20</strong>17 <strong>de</strong>ve quebrar<br />
recor<strong>de</strong>s e ter mais interativida<strong>de</strong><br />
Em seu 13º ano, festival <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> em São Paulo espera movimentar<br />
R$ 15 milhões e atrair 35 mil pessoas em mais <strong>de</strong> 260 ativida<strong>de</strong>s<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
Pixel Show completa 13<br />
O anos em <strong>20</strong>17 e tem superado<br />
expectativas. Sob o tema<br />
central Tendências, Inspirações<br />
e Economia Criativa, o evento,<br />
que reúne feira <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores,<br />
palestras sobre economia<br />
criativa e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
workshops, cresceu 150% em<br />
relação a <strong>20</strong>16 e espera superar<br />
a previsão <strong>de</strong> 35 mil visitantes,<br />
além <strong>de</strong> movimentar ao menos<br />
R$ 15 milhões no período.<br />
Organizado pela Editora<br />
Zupi, o evento será realizado<br />
entre os dias 2 e 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
e <strong>de</strong>ve ser ainda mais interativo<br />
e tecnológico, além <strong>de</strong> aumentar<br />
seu leque <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e<br />
segmentos. Símon Szacher, um<br />
dos i<strong>de</strong>alizadores da Zupi junto<br />
com seu irmão Allan Szacher,<br />
afirma que o Pixel Show tem<br />
conteúdo para todos os gostos<br />
e expandiu sua programação<br />
para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> diferentes<br />
interesses.<br />
Pela primeira vez o festival<br />
terá simuladores, entre avião,<br />
asa-<strong>de</strong>lta e carro <strong>de</strong> corrida. Outra<br />
opção são os óculos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />
virtual para experiências<br />
imersivas em jogos e narrativas<br />
em cenários incomuns. Essas<br />
novida<strong>de</strong>s são gratuitas e fazem<br />
parte dos quase 80% <strong>de</strong> conteúdo<br />
sem custo do evento, concentrado<br />
na Feira <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong>,<br />
que tem ativida<strong>de</strong>s como<br />
exposições, o Espaço Makers e<br />
a Arena Musical, com cerca <strong>de</strong><br />
15 apresentações por dia. O festival<br />
tem ainda pela primeira<br />
vez performances <strong>de</strong> live painting<br />
e pelo terceiro ano o Tattoo<br />
Festival, um espaço com tatuadores<br />
fazendo trabalhos exclusivos.<br />
Outra opção gratuita é a<br />
tradicional Sharp Talks, série<br />
<strong>de</strong> palestras com convidados<br />
<strong>de</strong> diferentes segmentos, como<br />
escolas <strong>de</strong> arte, faculda<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong>signers, músicos, empreen<strong>de</strong>dores<br />
e cineastas. Divididos<br />
em três palcos (Tendências,<br />
Business - elaborado com a co-<br />
Símon Szacher: “Temos uma excelente expectativa para a edição atual”<br />
curadoria do Sebrae -, e Música<br />
e Tecnologia), cada dia tem <strong>de</strong><br />
25 a 30 palestras <strong>de</strong> 15 minutos.<br />
Já no conteúdo pago estão os<br />
workshops e a programação do<br />
auditório principal, que recebe<br />
sete palestras por dia. O espaço<br />
tem capacida<strong>de</strong> para três mil<br />
pessoas e já tem 97% dos ingressos<br />
vendidos.<br />
Entre palestrantes confirmados<br />
estão Ricardo Laganaro, diretor<br />
responsável por projetos<br />
em realida<strong>de</strong> virtual e 360˚da<br />
O2 Filmes; Stefan Sagmeister,<br />
<strong>de</strong>signer gráfico austríaco que<br />
já fez projetos para Rolling Stones,<br />
Talking Heads, Lou Reed<br />
e Museu Guggenheim; e Michael<br />
Aneto, diretor da agência<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign digital Perfect Fools,<br />
que já trabalhou com Nike ID,<br />
Nike + e Fiat eco: Drive, Adidas<br />
e Nikon.<br />
Também com vagas limitadas,<br />
os cerca <strong>de</strong> 40 workshops<br />
criativos <strong>de</strong>senvolvidos pela<br />
Zupi Aca<strong>de</strong>my, da Editora Zupi,<br />
têm temas como Animação,<br />
“O Pixel ShOw tem<br />
cOnteúdO Para<br />
tOdOS OS gOStOS<br />
e exPandiu Sua<br />
PrOgramaçãO Para<br />
aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda<br />
<strong>de</strong> diferenteS<br />
intereSSeS”<br />
Alê Oliveira<br />
Aquarela, Caligrafia, Design,<br />
Design Thinking, Diagramação,<br />
Estamparia, Ilustração Publicitária,<br />
Moda, Quadrinhos, Stop<br />
Motion, Terrário e Toy Art.<br />
O evento é feito na capital<br />
paulista anualmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
<strong>20</strong>05, teve duas edições em<br />
Porto Alegre, uma em Salvador<br />
e uma em Recife, totalizando 16<br />
festivais. Até o fechamento da<br />
edição, os patrocinadores eram<br />
Hering, TNT Energy Drink, Cerâmica<br />
Atlas e Escola Britânica<br />
<strong>de</strong> Artes Criativas (EBAC), e o<br />
apoio é do governo do Estado<br />
<strong>de</strong> SP, por meio do Programa <strong>de</strong><br />
Ação Cultural (ProAC), <strong>de</strong>ntro<br />
da Lei <strong>de</strong> Incentivo à Cultura.<br />
Fechando mais parcerias e<br />
conteúdo, Símon Szacher, que<br />
também é CEO da Zupi, comenta<br />
que o festival já tem planos<br />
para <strong>20</strong>18 e estuda chegar aos<br />
Estados Unidos. “Por enquanto<br />
temos uma excelente expectativa<br />
para a edição atual. Sempre<br />
nos preparamos para um ano<br />
melhor que o outro”.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 39
DM9 ganha a maior concorrência privada do ano, Walmart, e mais<br />
Também obtém crescimento histórico na pesquisa <strong>de</strong> satisfação<br />
festivais, como uma das 3 agências mais premiadas do Brasil em
6 novas contas. Deu um salto expressivo no ranking <strong>de</strong> agências.<br />
dos seus atuais clientes. Volta com força total aos palcos dos<br />
Cannes e no El Ojo, na América Latina. Um ano brilhante.
mídiA<br />
Publicitário Walter Longo <strong>de</strong>ixa<br />
a presidência do Grupo Abril<br />
Arnaldo Figueiredo Tibyriçá, vice-presi<strong>de</strong>nte jurídico da empresa há<br />
15 anos, assume a vaga do executivo, que cumpriu contrato <strong>de</strong> dois anos<br />
Claudia Penteado<br />
Walter Longo <strong>de</strong>ixou a presidência<br />
executiva do<br />
Grupo Abril, que ocupava <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> <strong>20</strong>16, e passa a<br />
atuar como conselheiro ligado<br />
a Giancarlo Civita, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
da AbrilPar, nas áreas <strong>de</strong> estratégia<br />
e inovação. Em seu lugar,<br />
assume Arnaldo Figueiredo Tibyriçá,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte jurídico<br />
da Abril há 15 anos. Longo era<br />
responsável pelas operações<br />
<strong>de</strong> mídia, gráfica e distribuição.<br />
“Continuo ligado ao Grupo<br />
Abril, numa posição <strong>de</strong> staff e<br />
não <strong>de</strong> linha. Isso muda tudo:<br />
muda a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, o nível<br />
<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, o volume<br />
<strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>dicado. Estou<br />
feliz <strong>de</strong> ter, nos últimos dois<br />
anos, feito muito, mas na vida<br />
é preciso saber a hora certa <strong>de</strong><br />
entrar e <strong>de</strong> sair das coisas. Muitas<br />
pessoas erram por não ter a<br />
coragem <strong>de</strong> fazer isso”, disse.<br />
O PROPMARK apurou que há<br />
diversas mudanças para ocorrer<br />
daqui para frente na Abril.<br />
Um aporte <strong>de</strong> capital levará a<br />
uma série <strong>de</strong> transformações<br />
e ajustes que, possivelmente,<br />
precisarão ter à frente um profissional<br />
com perfil diferente <strong>de</strong><br />
Longo. Ele não comenta as informações,<br />
e diz ter cumprido<br />
sua missão.<br />
O executivo teve inúmeros<br />
<strong>de</strong>safios pela frente, em uma<br />
estrutura conservadora, muito<br />
gran<strong>de</strong> (com 4 mil funcionários)<br />
com obstáculos que, segundo<br />
ele, “pareciam intransponíveis<br />
no começo”. “Quando entrei<br />
na empresa, ainda na época da<br />
Dilma Rousseff, <strong>de</strong>smentimos<br />
os que não acreditaram que seguiríamos<br />
em frente, e <strong>de</strong>mos<br />
razão aos que torciam e tinham<br />
fé no nosso futuro. Mais do<br />
que capital financeiro, naquela<br />
época, a Abril precisava <strong>de</strong><br />
um capital percentual. De uma<br />
visão <strong>de</strong> que teria futuro e continuida<strong>de</strong>.<br />
Atravessamos uma<br />
das fases mais difíceis da histó-<br />
Walter Longo, que saiu da Editora Abril e será conselheiro da empresa: “Foi uma das fases mais difíceis da história da empresa”<br />
ria da empresa com coragem e<br />
criativida<strong>de</strong>”, disse Longo.<br />
Sob sua batuta, a empresa<br />
lançou produtos, como o GoRead<br />
e o GoBox, comprou revistas<br />
<strong>de</strong> volta - como Placar e Você<br />
S.A. -, <strong>de</strong>senvolveu ferramentas<br />
para se aproximar do mercado<br />
publicitário, investiu em big<br />
data - área estratégica para o<br />
futuro do Grupo, segundo Longo<br />
-, criou e ampliou eventos. A<br />
estrutura foi enxugada, níveis<br />
hierárquicos foram simplificados<br />
e a empresa fez parcerias<br />
através do mo<strong>de</strong>lo “media for<br />
equity”, tornando-se sócia <strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> oito startups, entre<br />
elas, NerdMonster e Guiato. Segundo<br />
ele, a empresa mais inventou<br />
e inovou do que <strong>de</strong> fato<br />
mudou estruturalmente. “Fizemos<br />
tudo isso com recursos<br />
esparsos, mas procurando dar<br />
uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> vigor e<br />
entusiasmo, que nos manteve<br />
na li<strong>de</strong>rança do setor. Ou seja:<br />
apesar da <strong>de</strong>scrença no setor <strong>de</strong><br />
mídia impressa, Veja alcançou<br />
“A mudAnçA<br />
constAnte <strong>de</strong>ve<br />
continuAr, espero,<br />
pois o setor <strong>de</strong><br />
mídiA é cAdA vez<br />
mAis <strong>de</strong>sAfiAdor e<br />
vAi exigir <strong>de</strong> cAdA<br />
um revisão totAl<br />
<strong>de</strong> pArAdigmAs<br />
e conceitos”<br />
1,2 milhão <strong>de</strong> exemplares e se<br />
manteve nesse patamar, levamos<br />
para o grupo pessoas importantes<br />
como a Ana Paula Padrão,<br />
para cuidar <strong>de</strong> Claudia. A<br />
mudança constante <strong>de</strong>ve continuar,<br />
espero, pois o setor <strong>de</strong> mídia<br />
é cada vez mais <strong>de</strong>safiador<br />
e vai exigir <strong>de</strong> cada um dos colaboradores,<br />
profissionais e sócios<br />
uma revisão total <strong>de</strong> paradigmas<br />
e conceitos. Preferi sair<br />
Alê Oliveira<br />
porque é bom mudar o comando.<br />
As pessoas fazem diferença<br />
por um tempo”, conclui.<br />
Com mais “perfil <strong>de</strong> startup”,<br />
Longo afirma que não tem o<br />
perfil para promover transformações<br />
estruturais mais robustas<br />
na nova fase da Abril<br />
que começa, e nem gostaria <strong>de</strong><br />
permanecer por mais dois anos<br />
no ritmo que manteve ao longo<br />
dos últimos dois. Fala que, daqui<br />
para frente, vai participar<br />
<strong>de</strong> outros conselhos <strong>de</strong> empresas,<br />
dar palestras, investir na<br />
sua empresa <strong>de</strong> mentoria - Unimark<br />
- e esquiar em janeiro <strong>de</strong><br />
<strong>20</strong>18, algo que não faz com a<br />
<strong>de</strong>vida calma há tempo. “Neste<br />
momento, quero uma vida<br />
com mais liberda<strong>de</strong>. Torço pela<br />
Abril e estarei sempre à disposição<br />
para colaborar no que for<br />
preciso, especialmente porque<br />
muitos acordos e parcerias que<br />
fiz estão em andamento. Trabalhar<br />
com Roberto Civita por <strong>20</strong><br />
anos e mais recentemente com<br />
o Giancarlo foi um privilégio”.<br />
42 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
mídia<br />
Show Business completa 25 anos<br />
com mais <strong>de</strong> cinco mil entrevistas<br />
Com a eleição <strong>de</strong> João<br />
Doria à Prefeitura <strong>de</strong><br />
SP, programa passou<br />
a ser comandado pela<br />
jornalista Sonia Racy<br />
Responsável há 25 anos pela coluna Direto<br />
da Fonte, publicada diariamente<br />
no jornal O Estado <strong>de</strong> S.Paulo, a jornalista<br />
Sonia Racy está completando um ano como<br />
âncora do Show Business, atração que<br />
é exibida na gra<strong>de</strong> da Band aos domingos.<br />
Ela substitui o criador do programa, João<br />
Doria, prefeito da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Foram<br />
gravadas mais <strong>de</strong> cinco mil entrevistas<br />
nesse período.<br />
Escolhida por Doria para assumir a bancada<br />
do programa, Sonia tem uma relação<br />
histórica com o apresentador, empresário<br />
e político. Sua primeira participação no<br />
meio televisão foi como colunista na sua<br />
estreia na Band quando ainda se chamava<br />
apenas Business. Ela consi<strong>de</strong>ra uma responsabilida<strong>de</strong><br />
“enorme” substituir Doria,<br />
nas suas palavras, “a pessoa mais multifuncional<br />
que conheço”.<br />
Sonia explica: “Ele faz tudo ao mesmo<br />
tempo e muito bem”, resume. “A maior diferença<br />
entre nós é que o João troca mais<br />
i<strong>de</strong>ias; eu sou mais perguntadora”, acrescenta.<br />
No seu primeiro ano, Sonia entrevistou<br />
empresários como Abílio Diniz (BRF),<br />
Nizan Guanaes (Grupo ABC), Pedro Parente<br />
(Petrobras) e Sergio Rial (Banco Santan<strong>de</strong>r).<br />
Especializada no jornalismo econômico,<br />
Sonia pauta seu comportamento por uma<br />
inquietu<strong>de</strong> e necessida<strong>de</strong> por conhecimento.<br />
“Gosto <strong>de</strong> ter dúvida e muita vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r. No programa, falta tempo para<br />
eu perguntar tudo que tenho para perguntar<br />
aos entrevistados, não só do programa,<br />
mas também do jornal”, relata a jornalista,<br />
que mostra muita <strong>de</strong>senvoltura nas gravações<br />
no estúdio da Band. A executiva Paula<br />
Bellizia, presi<strong>de</strong>nte da Microsoft no Brasil,<br />
por exemplo, revelou no último dia 17 a visão<br />
estratégica da empresa e também novida<strong>de</strong>s<br />
da tecnologia. “Faço perguntas, mas<br />
sou tecno<strong>de</strong>ficiente”, diz Sonia.<br />
Além das atribuições na TV, a jornalista<br />
passa a atuar como mo<strong>de</strong>radora <strong>de</strong> eventos<br />
do Li<strong>de</strong> (Grupo <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res Empresariais). O<br />
primeiro projeto será no próximo dia 29 <strong>de</strong><br />
<strong>novembro</strong> no Seminário Li<strong>de</strong> Mulheres, em<br />
São Paulo, sob o tema Panorama Brasileiro<br />
<strong>20</strong>18. Segundo Sonia, o tema empo<strong>de</strong>ramento<br />
feminino está meio batido. “A mulher<br />
está além disso”, finaliza.<br />
Alê Oliveira<br />
A jornalista Sonia Racy<br />
apresenta o Show Business<br />
e vai ser mo<strong>de</strong>radora do<br />
evento Panorama Brasileiro<br />
<strong>20</strong>18, do Li<strong>de</strong> Mulheres<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 43
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STF libera compra internacional<br />
<strong>de</strong> espaço na TV por assinatura<br />
Decisão preocupa o mercado, pois abre prece<strong>de</strong>nte para<br />
canais veicularem comerciais sem intermediação das agências<br />
Claudia Penteado<br />
Uma <strong>de</strong>cisão do STF (Supremo<br />
Tribunal Fe<strong>de</strong>ral), no<br />
último dia 8, <strong>de</strong> revogar um dos<br />
artigos do marco regulatório das<br />
TVs por assinatura que proibia<br />
a veiculação, em canais pagos,<br />
<strong>de</strong> propaganda contratada por<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> estrangeira,<br />
vem causando <strong>de</strong>sconforto<br />
no mercado publicitário. O<br />
Sinapro <strong>de</strong> São Paulo divulgou<br />
circular entre os seus associados<br />
sobre a <strong>de</strong>cisão, explicando que<br />
o entendimento do STF é <strong>de</strong> que<br />
hoje o porte das agências brasileiras<br />
lhes dá condições <strong>de</strong> competir<br />
em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com<br />
agências estrangeiras, tornando<br />
a pretensa reserva <strong>de</strong> mercado<br />
uma ofensa ao princípio da isonomia.<br />
A <strong>de</strong>cisão do STF se limitou a<br />
permitir a compra <strong>de</strong> mídia realizada<br />
fora do Brasil, no entanto,<br />
ficam mantidas as exigências<br />
impostas aos anunciantes estrangeiros,<br />
que <strong>de</strong>verão continuar<br />
realizando a adaptação da<br />
obra publicitária, seu prévio registro<br />
na Ancine e pagar a taxa<br />
Con<strong>de</strong>cine aplicável às obras<br />
estrangeiras com veiculação em<br />
TV paga. Ainda sem compreen<strong>de</strong>r<br />
exatamente as consequências<br />
da medida, a Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda) preferiu não se<br />
pronunciar a respeito. “Precisamos<br />
estudar melhor o assunto”,<br />
disse Glaucio Bin<strong>de</strong>r, presi<strong>de</strong>nte<br />
Dudu Godoy: “Trabalho das agências brasileiras não é só <strong>de</strong> realizar a compra <strong>de</strong> mídia”<br />
da entida<strong>de</strong>.<br />
A Abap (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>)<br />
e a ABTA (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> TV por Assinatura) também<br />
preferiram não comentar o assunto,<br />
bem como a ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes).<br />
Dudu Godoy, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Sinapro <strong>de</strong> São Paulo, afirma<br />
Divulgação<br />
que a <strong>de</strong>cisão abre um prece<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong>licado para as agências<br />
instaladas no Brasil, porque na<br />
prática os canais por assinatura<br />
ficam livres para veicular propagandas<br />
<strong>de</strong>stinadas aos brasileiros<br />
que tenham sido produzidas<br />
por agências estrangeiras, sem<br />
que a veiculação passe pelos critérios<br />
<strong>de</strong> uma agência nacional.<br />
“Contudo, o trabalho das<br />
agências brasileiras não é só o<br />
<strong>de</strong> realizar a compra <strong>de</strong> mídia,<br />
sendo apenas uma intermediária<br />
do processo <strong>de</strong> compra entre<br />
estrangeiras e os canais, mas<br />
sim o <strong>de</strong> verificar e qualificar o<br />
espaço que é comprado para ser<br />
utilizado como veículo da mensagem<br />
dos anunciantes. Com a<br />
<strong>de</strong>cisão do STF, os anunciantes<br />
estrangeiros passam a comprar<br />
diretamente espaço dos canais,<br />
tendo <strong>de</strong> confiar nos dados que<br />
lhes forem mostrados pelos veículos,<br />
sem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma checagem mais <strong>de</strong>talhada,<br />
trabalho realizado pelas agências<br />
nacionais”, comenta.<br />
Na opinião <strong>de</strong>le, as agências<br />
nacionais competem, sim, em<br />
pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com as estrangeiras,<br />
mas a “quebra <strong>de</strong> isonomia”<br />
não se dá pelo perfil das<br />
agências, mas sim pelas condições<br />
<strong>de</strong>siguais impostas ao mercado,<br />
uma vez que em mercados<br />
como EUA e Europa a compra <strong>de</strong><br />
mídia é feita por agências especializadas.<br />
“Se formos pensar<br />
em condições isonômicas, seria<br />
o equivalente a dizer que, lá<br />
fora, a compra <strong>de</strong> mídia na TV<br />
paga não seria mais feita pelas<br />
agências <strong>de</strong> mídia. Seria uma<br />
mudança drástica <strong>de</strong> regra, que<br />
impactaria o mercado”, observou.<br />
O risco, acredita Godoy,<br />
é que o prece<strong>de</strong>nte seja aberto<br />
para outros tipos <strong>de</strong> mídia para<br />
além da TV paga, o que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabilizar<br />
toda uma indústria.<br />
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46 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
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Ansieda<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong>pressão<br />
“Nada é tão lamentável e nocivo<br />
como antecipar <strong>de</strong>sgraças”<br />
Sêneca<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Somos ansiosos, nós, brasileiros, por natureza,<br />
segundo os dados e estatísticas.<br />
E muitos, agora, mergulhados na <strong>de</strong>pressão<br />
e em <strong>de</strong>corrência da crise. Assim, nos<br />
últimos anos, todos procuraram preservar<br />
as aparências. Até on<strong>de</strong> suportável e possível.<br />
Nos primeiros meses muitos chegam a<br />
afirmar: “essa crise eu tiro <strong>de</strong> letra”.<br />
Outros, por razões que até a razão <strong>de</strong>sconhece,<br />
vão mais adiante, mesmo antes<br />
<strong>de</strong> enfrentar, já dizem: “já superamos a<br />
crise...”. Ou, mais alienados, ainda: “que<br />
crise?”.<br />
Os dias, semanas e meses passam, a situação<br />
se agrava, as primeiras vítimas não<br />
resistem e vão tombando pelo caminho.<br />
Sensações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo, <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> rumo,<br />
tonturas, raciocínio embaralhado e, mais<br />
cedo ou mais tar<strong>de</strong>, acabam recorrendo aos<br />
socorros e orientação médica.<br />
E assim se passaram três anos. Des<strong>de</strong><br />
as primeiras manifestações e até agora.<br />
E per<strong>de</strong>mos queridos amigos que não suportaram<br />
e <strong>de</strong>ram um fim a tudo. E o que<br />
aconteceu <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>? On<strong>de</strong> se encontra a<br />
fotografia da dimensão da crise, tirando-se<br />
essas poucas e tristes exceções que não resistiram<br />
à pressão? Nos remédios. Nos anti<strong>de</strong>pressivos,<br />
especialmente, e também nos<br />
ansiolíticos.<br />
Mas vamos nos ater aos primeiros. Os<br />
anti<strong>de</strong>pressivos. Segundo a “mãe dos<br />
burros”, a Wikipédia, são fármacos eficazes<br />
para tratar transtornos <strong>de</strong>pressivos...<br />
Transtornos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, distúrbios <strong>de</strong><br />
sono e outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
No ano em que a crise finca sua marca,<br />
<strong>20</strong>15, ven<strong>de</strong>u-se 5,4 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> anti<strong>de</strong>pressivos no primeiro semestre.<br />
Em <strong>20</strong>16, 5,2 milhões; e, em <strong>20</strong>17, 5,4 milhões<br />
– tudo no primeiro semestre, <strong>de</strong> ja-<br />
neiro a junho <strong>de</strong>sses anos.<br />
Primeira reação. Praticamente nenhum<br />
acréscimo, se a foto é essa a crise não foi<br />
tão gran<strong>de</strong> assim. Do que será que o Madia<br />
está falando? Calma. Estou me referindo<br />
aos anti<strong>de</strong>pressivos referências, os <strong>de</strong> marca.<br />
Agora vamos dar uma consultada nos<br />
genéricos. Foram 11,6 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
no primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>20</strong>15; 13,6 milhões,<br />
em <strong>20</strong>16; e, agora, 16,5 milhões no primeiro<br />
semestre <strong>de</strong>ste ano.<br />
É essa a verda<strong>de</strong>ira fotografia. A partir<br />
<strong>de</strong>ste segundo semestre a crise vai arrefecendo<br />
e já se sente no ar uma suave brisa <strong>de</strong><br />
recuperação. Que ganhará força em <strong>20</strong>18,<br />
e recolocará a economia do país em plena<br />
ativida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> <strong>20</strong>19, e anos seguintes.<br />
Em meu entendimento, talvez, viveremos,<br />
a partir <strong>de</strong> <strong>20</strong>18, os cinco melhores anos <strong>de</strong><br />
nossas vidas porque, mais que acredito, finalmente,<br />
acordamos.<br />
Voltando ao comentário, parcela expressiva<br />
dos que mergulharam <strong>de</strong> cabeça na<br />
<strong>de</strong>pressão em função da crise e nos últimos<br />
três anos conseguirão superar e voltar a<br />
uma situação <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />
Outros tantos, no entanto, carregarão<br />
consigo e para sempre o hábito <strong>de</strong> medicar-<br />
-se com regularida<strong>de</strong>.<br />
Segundo a OMS – Organização Mundial<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – a <strong>de</strong>pressão afeta hoje 4,4% da<br />
população mundial. No Brasil a taxa é <strong>de</strong><br />
5,8%. Mas on<strong>de</strong> os brasileiros são campeões<br />
absolutos é nas taxas <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.<br />
9,3% da população, em menor ou maior<br />
intensida<strong>de</strong>, é ansiosa! Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um<br />
tipo <strong>de</strong> energia. E como, aparentemente,<br />
não conseguimos nos livrar <strong>de</strong>ssa característica,<br />
que ao menos convertamos a ansieda<strong>de</strong><br />
numa energia re<strong>de</strong>ntora, construtiva<br />
e positiva. É do que precisamos; é do que<br />
nosso país carece.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
48 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
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Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
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cuRtas<br />
Publicis Brasil produz<br />
campanha <strong>de</strong> Natal<br />
para Ferrero Rocher<br />
Fotos: Divulgação<br />
A marca <strong>de</strong> chocolates italianos Ferrero<br />
Rocher dá o pontapé inicial para sua<br />
campanha <strong>de</strong> Natal. Criado pela Publicis <strong>de</strong><br />
Londres e produzido pela Publicis Brasil,<br />
o filme <strong>de</strong> 30 segundos, que será veiculado<br />
na TV, reforça a expertise e a <strong>de</strong>dicação da<br />
marca na confecção <strong>de</strong> seus produtos.<br />
Para comemorar a data, o anunciante<br />
também traz algumas novida<strong>de</strong>s em seu<br />
portfólio. Os lançamentos po<strong>de</strong>rão ser<br />
encontrados em embalagens prontas para<br />
presentear e também em uma edição especial<br />
em formato <strong>de</strong> árvore <strong>de</strong> Natal.<br />
Além disso, o tradicional Grand Ferrero<br />
Rocher, que é composto por chocolate ao<br />
leite com pedaços <strong>de</strong> avelãs e com ferrero<br />
rocher <strong>de</strong>ntro, está <strong>de</strong> volta ao mercado<br />
como uma interessante opção <strong>de</strong> presente<br />
neste fim <strong>de</strong> ano.<br />
Ferrero Rocher lança campanha, assinada pela Publicis, e produtos para comemorar o Natal<br />
Caoa Chery inaugura formato<br />
Caoa Chery anuncia no Estadão<br />
A Caoa Chery, montadora fruto da<br />
parceria entre a distribuidora brasileira e<br />
a fabricante chinesa, estreou o formato<br />
<strong>de</strong> anúncio tetraimpacto no Estadão, na<br />
semana passada. O anúncio nas quatro primeiras<br />
páginas do jornal foi assinado pela<br />
agência Z515 para comunicar o negócio no<br />
setor automotivo. Essa foi a primeira vez<br />
que um jornal impresso brasileiro utilizou<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> propaganda. “Criamos o<br />
formato pensando em aumentar o impacto<br />
<strong>de</strong> mensagens importantes para os nossos<br />
leitores, bem em linha com o objetivo<br />
da Caoa nesse caso”, explicou Marcelo<br />
Moraes, diretor <strong>de</strong> marketing publicitário<br />
do Estadão. Em uma das duplas, a campanha<br />
traz a inscrição Caoa Chery. Nasce um<br />
gigante brasileiro.<br />
morre tom eisenlohr<br />
O publicitário Tom Eisenlohr morreu,<br />
aos 83 anos, no último dia 17, em Campos<br />
do Jordão (SP). Ele fixou residência na<br />
cida<strong>de</strong> após se aposentar. A cerimônia <strong>de</strong><br />
cremação aconteceu no dia 18, em São<br />
José dos Campos (SP). Eisenlohr estava<br />
com problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> agravados pelo<br />
diabetes. O profissional teve longa carreira<br />
na DPZ, atualmente DPZ&T. Sua principal<br />
expertise era em contas públicas, licitações<br />
e marketing político. Entre os trabalhos<br />
<strong>de</strong>senvolvidos estava a campanha <strong>de</strong> Tancredo<br />
Neves à Presidência, em 1984.<br />
Juliana elia troCa <strong>de</strong> agÊnCia<br />
As mudanças continuam na Publicis.<br />
Juliana elia chega à agência como a nova<br />
diretora <strong>de</strong> planejamento. A profissional,<br />
que é formada em publicida<strong>de</strong> e propaganda<br />
pela FAAP, com mestrado em comunicação<br />
pela Birkbeck London University,<br />
trabalhará com contas <strong>de</strong> GM, Carrefour,<br />
Nescafé, Dolce Gusto e Medley. Ela passou<br />
pela Fischer, Joint London e TBWA/Tequila.<br />
“Juliana tem uma visão contemporânea<br />
e inovadora da comunicação, em que a estratégia<br />
<strong>de</strong> mensagem e a <strong>de</strong> canais é uma<br />
coisa só. Esse perfil contribui muito para<br />
a construção das estratégias <strong>de</strong> negócio e<br />
comunicação das empresas hoje”, diz Eduardo<br />
Lorenzi, copresi<strong>de</strong>nte da Publicis.<br />
Corinthians Comemora hePta<br />
Camiseta tem o número 7 no lugar da letra T<br />
Para comemorar a conquista do Campeonato<br />
Brasileiro, que ocorreu antecipadamente<br />
no último dia 15, a Tech and Soul<br />
criou uma camisa do hepta para o Sport<br />
Club Corinthians Paulista. Com as tradicionais<br />
cores preto e branco, a peça tem um<br />
número sete no meio do nome do time, em<br />
substituição ao “T”. “O <strong>de</strong>sign foi pensado<br />
para que o corintiano eternize a importância<br />
<strong>de</strong>ssa gran<strong>de</strong> conquista, a sétima<br />
da história do clube. Os torcedores estão<br />
muito felizes com mais essa façanha do<br />
Corinthians e nós, da Tech and Soul, mais<br />
ainda em po<strong>de</strong>r vesti-los nesse momento<br />
<strong>de</strong> alegria”, afirma Cláudio Kalim, sócio e<br />
presi<strong>de</strong>nte da agência. A camisa chega às<br />
lojas físicas oficiais Po<strong>de</strong>roso Timão e no<br />
e-commerce Shop Timão por R$ 59,90.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
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Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam<br />
ne ces sa ria men te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal,<br />
po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
50 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Geraldo Fontenelle, no alto à esquerda, e Matheus Zingano, agachado, formam a dupla <strong>de</strong> diretores Manimou, que passa a integrar o elenco da produtora Corazón Filmes, do sócio Igor Ferreira (fund<br />
INCUBADORA<br />
Após temporada no elenco <strong>de</strong> diretores da Dogs Can Fly, o coletivo<br />
Manimou está <strong>de</strong> casa nova, a Corazón Filmes. Geraldo Fontenelle,<br />
ex-assistente <strong>de</strong> direção e montador, e Matheus Zingano, músico<br />
e compositor, se conheceram em <strong>20</strong>13 e <strong>de</strong> lá para cá combinaram<br />
suas expertises para oferecer um olhar mais dinâmico à linguagem<br />
da publicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> conteúdo. Com a chegada dos profissionais, nas<br />
palavras do sócio Igor Ferreira, a produtora reforça o posicionamento<br />
<strong>de</strong> atuar como uma incubadora <strong>de</strong> talentos e investir em revelações<br />
com potencial criativo. “Eles têm um olhar <strong>de</strong>nso, gran<strong>de</strong> apelo estético<br />
e trabalham muito bem com comédia e a direção <strong>de</strong> atores. É<br />
uma energia que combina perfeitamente com os projetos robustos<br />
e inovadores que gostamos <strong>de</strong> entregar”, justifica Ferreira. Um dos<br />
trabalhos recentes da dupla é a série Santa Clarita Diet, da Netflix,<br />
com participação <strong>de</strong> Fábio Júnior. E também a campanha Tão, tão,<br />
para Ypioca, criação da Crispin Porter + Bogusky.<br />
RETORNO<br />
A pena <strong>de</strong> Eduardo Bueno produz textos eloquentes. Mas não é por<br />
isso que o autor <strong>de</strong> livros disruptivos como a A viagem do <strong>de</strong>scobrimento<br />
e Náufragos, traficantes e <strong>de</strong>gredados é conhecido como Peninha.<br />
O apelido surgiu quando, aos 17 anos, ingressou no jornal gaúcho<br />
Zero Hora como repórter. A turma logo trolou o guri. Bá, tchê! E<br />
ele não rejeitou ser chamado pelos colegas com o nome do famoso<br />
personagem da Disney. Bueno retorna ao diário gaúcho, agora como<br />
colunista. Sua estreia será na próxima sexta-feira (24). “Quase meio<br />
século <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter iniciado minha carreira na ZH, e 25 anos após ter<br />
tomado parte da gran<strong>de</strong> reforma pela qual o jornal passou em 1992,<br />
estou <strong>de</strong> volta ao lugar em que, para mim, tudo começou. Agora, retorno<br />
como colunista. Ou seja, dono <strong>de</strong> um minifúndio que espero<br />
ser um fértil terreno para plantar buenas i<strong>de</strong>ias. Tomara que você me<br />
aju<strong>de</strong> a regá-las”, ele celebra.<br />
O jornalista, escritor e tradutor Eduardo Bueno retorna ao jornal Zero Hora, agora como colunista<br />
52 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
Divulgação<br />
Fernanda Guimarães está há pouco mais <strong>de</strong> um mês na direção executiva <strong>de</strong> criação da Mutato, do sócio e CEO Eduardo Camargo<br />
o), após uma temporada na Dogs Can Fly<br />
Divulgação<br />
Nicolas Camargo/Divulgação<br />
CONTEÚDO<br />
Os jovens talentos estão ganhando cada vez mais responsabilida<strong>de</strong>s<br />
no mercado <strong>de</strong> comunicação. A Mutato, que integra a re<strong>de</strong> J.<br />
Walter Thompson e é especialista na produção <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content<br />
e social engagement, também caminha nessa direção. Um exemplo<br />
é a chegada à direção executiva <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> Fernanda Guimarães.<br />
Ela se reporta diretamente ao sócio e CEO Eduardo Camargo.<br />
Fernanda comenta como está sendo sua experiência. “Esse período<br />
inicial <strong>de</strong> trabalho li<strong>de</strong>rando a criação da Mutato tem sido muito<br />
enriquecedor, especialmente porque temos conseguido unir aos<br />
nossos processos áreas fundamentais para se pensar em conteúdo<br />
interessante hoje - como mídia, insights e audiovisual - e, assim,<br />
entregar ainda mais relevância para nossos clientes.”<br />
VOLUME<br />
De acordo com a análise Retrospectiva & Perspectiva, do Kantar<br />
Ibope Media, sobre o investimento publicitário no Brasil em<br />
<strong>20</strong>16, cerca <strong>de</strong> 30 mil novos anunciantes passaram a comprar<br />
espaços <strong>de</strong> mídia. O aporte <strong>de</strong>sse novo grupo é equivalente<br />
a R$ 5,2 bilhões, ou 4% do bolo publicitário que contabilizou<br />
R$ 132 bi no ano passado. O dado é impressionante porque, ainda<br />
segundo o instituto <strong>de</strong> pesquisa e sua métrica proprietária, o<br />
país teve no ano passado 63 mil anunciantes.<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
MAMÍFEROS<br />
A BETC/Havas fez<br />
releitura bacana da<br />
icônica campanha<br />
Mamíferos, agora para<br />
apresentar o produto<br />
Parmalat/Max.<br />
ASSÉDIO<br />
Criado por Elie Horn,<br />
fundador da Cyrela, o<br />
Instituto Liberta está<br />
com a segunda fase da<br />
campanha, que alerta<br />
para o assédio sexual<br />
infantil. A ação, com o<br />
tema Escolhas, é assinada<br />
pela Cucumber. Mais<br />
<strong>de</strong> 500 mil crianças<br />
são vítimas por ano.<br />
VAI<br />
Corinthians leva o título<br />
do Brasileirão. Time a ser<br />
batido em <strong>20</strong>18.<br />
COPA<br />
A ausência da Itália no<br />
mundial da Rússia no ano<br />
que vem, e também da<br />
Holanda, vai ser sentida.<br />
Reflexo <strong>de</strong> um futebol<br />
nivelado por conceitos<br />
táticos frágeis e sem<br />
craques.<br />
CREDIBILIDADE<br />
Pesquisa realizada pelo<br />
professor Alberto Guerra,<br />
da FGV, mostra que<br />
74% dos consumidores<br />
ouvidos acreditam que<br />
poucas promoções são<br />
reais na Black Friday.<br />
O empresário Fernando Guntovitch, CEO da The Group Comunicação, comprou a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> levar o clima da agência para a se<strong>de</strong> da ABA<br />
NAMING RIGHTS<br />
Junto com as marcas Kantar, Mullen Lowe e GfK, a The Group Comunicação ocupou um dos espaços<br />
da ABA com sua marca. O contrato <strong>de</strong> naming right termina no fim <strong>de</strong>ste ano, mas Fernando<br />
Guntovitch, presi<strong>de</strong>nte da agência, afirma que os resultados superaram as expectativas. “Ter<br />
um espaço na ABA é uma forma <strong>de</strong> juntos po<strong>de</strong>rmos atuar ao lado da missão da entida<strong>de</strong> e nos<br />
tornarmos agentes transformadores <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> valor, além <strong>de</strong> impactar e encantar potenciais<br />
clientes que passaram pelo nosso espaço”, justificou o executivo.<br />
CRÉDITO<br />
Matéria <strong>de</strong> Decio Trujilo,<br />
da Agência Brasil, indica<br />
que cartões <strong>de</strong> lojas são<br />
responsáveis por 80% da<br />
inadimplência no país.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 53
última página<br />
Filograph/iStock<br />
William chutou<br />
a santa<br />
Stalimir Vieira<br />
caso do William Waack não é uma<br />
O questão <strong>de</strong> Justiça, mas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Que a Globo teve e ele não. Tampouco<br />
é uma questão i<strong>de</strong>ológica (como li em<br />
nossas fabulosas re<strong>de</strong>s sociais, Waack foi<br />
afastado porque é <strong>de</strong> direita e a Globo, comunista).<br />
O afastamento do apresentador<br />
constitui uma questão meramente operacional.<br />
Nisso, Globo e Record têm alguma<br />
coisa em comum, inclusive. Lembram do<br />
bispo que chutou a santa no ar? Foi afastado.<br />
E olha que ele apenas levou a extremos<br />
o pensamento do próprio dono<br />
da emissora. Mas a empresa<br />
esteve acima disso. Edir Macedo<br />
sabe que o seu negócio tem<br />
clientes católicos, umbandistas,<br />
mórmons...<br />
A família Marinho sabe que<br />
tem clientes brancos, negros,<br />
pardos, amarelos... A tentativa<br />
<strong>de</strong> atribuir ao momento <strong>de</strong> extremismos<br />
estúpidos em que<br />
vivemos a <strong>de</strong>cisão da Globo é produto da<br />
cegueira <strong>de</strong> quem não quer ver o lado pragmático<br />
e mercadológico da questão. Li <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> jornalistas famosos, alguns<br />
bem respeitados, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo Waack.<br />
Gastaram vocabulário <strong>de</strong> primeira <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo<br />
o in<strong>de</strong>fensável ou sugerindo o óbvio.<br />
É óbvio que William Waack é um profissional<br />
culto, talentoso e brilhante. É óbvio que<br />
seu afastamento é uma perda para a gra<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> programação <strong>de</strong> qualquer canal <strong>de</strong> televisão.<br />
É óbvio que (provavelmente) ele não<br />
seja dado a práticas racistas. Mas Waack cometeu<br />
uma infração administrativa grave<br />
na empresa em que trabalha. Sem falar no<br />
<strong>de</strong>lito legal confesso.<br />
“Gastaram<br />
vocabulário<br />
<strong>de</strong> primeira<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o<br />
in<strong>de</strong>fensável<br />
ou suGerindo<br />
o óbvio”<br />
Uniram-se, ainda, a nomes consagrados<br />
no vozerio que atribuiu a <strong>de</strong>cisão da Globo<br />
à “hipocrisia do politicamente correto”,<br />
apresentadores <strong>de</strong> programas, contratados<br />
por algumas emissoras <strong>de</strong> rádio para<br />
interpretar personagens fomentadoras <strong>de</strong><br />
polêmica. Uma <strong>de</strong>las, ocupando microfone<br />
com história e audiência, chamava <strong>de</strong>spudoradamente<br />
<strong>de</strong> “babacas” os que concordavam<br />
com o afastamento <strong>de</strong> William<br />
Waack do Jornal da Globo e da GloboNews.<br />
Só não respondo que a babaca é ela porque<br />
suponho que falar <strong>de</strong>sse jeito é o seu<br />
ganha-pão.<br />
O fato é que qualquer um <strong>de</strong> nós no papel<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir a sorte do apresentador,<br />
se movido pelo bom senso,<br />
teria <strong>de</strong> afastá-lo. Nem que fosse<br />
para esperar a poeira baixar e<br />
estudar, no mínimo, uma retratação.<br />
Fora isso, po<strong>de</strong>mos tratar<br />
do secundário. William Waack<br />
é antipático, fez uma porção <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>safetos e armaram para ele.<br />
Ok, se você é antipático e faz um<br />
monte <strong>de</strong> <strong>de</strong>safetos precisa redobrar<br />
o cuidado para não dar a<br />
barbada <strong>de</strong> armarem contra você.<br />
A vaida<strong>de</strong> e a soberba são péssimas conselheiras<br />
e extremamente mentirosas com<br />
relação à nossa sensação <strong>de</strong> inatingibilida<strong>de</strong>.<br />
E, sob esse aspecto, a Globo é uma<br />
tremenda casca <strong>de</strong> banana. Muito bem retratada,<br />
aliás, por Chico Anysio no inesquecível<br />
Bozó. Agora, se quiserem, falemos <strong>de</strong><br />
racismo.<br />
O que é ser racista? O que eu preciso fazer<br />
para provar que sou racista? Verbalizar<br />
expressões <strong>de</strong> cunho preconceituoso com<br />
os negros não seria por acaso uma forma<br />
bem contun<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar claro o meu racismo?<br />
Era uma conversa privada, alega-se.<br />
Mas, afinal, é verda<strong>de</strong>ira ou não aquela máxima<br />
que fala que ética é aquilo que a gente<br />
faz quando não tem ninguém olhando?<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
54 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 - jornal propmark
“De Real pra Realida<strong>de</strong>”:<br />
um conversor<br />
dos números da<br />
corrupção criado<br />
pelo Media Lab<br />
Estadão e premiado<br />
em Cannes e nos<br />
principais festivais<br />
<strong>de</strong> propaganda do<br />
mundo.<br />
“EZTADÃO”: projeto<br />
em parceria com a<br />
Motorola e F.biz em que<br />
a redação do Estadão<br />
utilizou aparelhos<br />
MotoZ com MotoSnaps<br />
para fotografar e<br />
Credibilida<strong>de</strong><br />
reconhecida pelos<br />
seus assinantes<br />
e também pelo<br />
mercado: pela 14 a<br />
vez vencedor do<br />
prêmio “Veículos<br />
Mais Admirados”.<br />
O Estadão inova<br />
para crescer ainda<br />
mais: <strong>de</strong> noticiário<br />
no Instagram e<br />
novos canais no<br />
YouTube a um<br />
e-commerce <strong>de</strong><br />
Postura inovadora<br />
em todos os meios e<br />
que faz a diferença:<br />
crescimento <strong>de</strong> 27%*<br />
nas assinaturas<br />
digitais em <strong>20</strong>17 e<br />
li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> engajamento<br />
nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais em set/17**.<br />
“Capa Pack”: uma<br />
embalagem do<br />
Café Pelé feita<br />
com a capa do<br />
Estadão do dia,<br />
para mostrar o<br />
quão fresco era o<br />
* Fonte IVC – jan-jun/17 (84.140) x jan-jun/16 (66.391) - Edição Digital – média semanal – Total Geral - set/17 (86.956).<br />
**Fonte TORABIT - No mês <strong>de</strong> setembro o Estadão foi lí<strong>de</strong>r no ranking <strong>de</strong> engajamento nas re<strong>de</strong>s sociais, com uma média diária <strong>de</strong> 3,31.<br />
gravar seus conteúdos.<br />
gastronomia do<br />
produto.<br />
Vencedor do Grand Prix<br />
Paladar.<br />
<strong>de</strong> Bran<strong>de</strong>d Content no<br />
Wave Festival <strong>20</strong>17.<br />
Acreditar e investir<br />
Em menos <strong>de</strong> dois<br />
O Estadão inova<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
anos <strong>de</strong> existência,<br />
para levar o melhor<br />
do mercado publicitário<br />
o Media Lab<br />
conteúdo para<br />
é uma das marcas do<br />
Estadão, plata-<br />
além do jornal,<br />
Estadão, por isso ele<br />
forma <strong>de</strong> projetos<br />
com cursos, fóruns,<br />
representa no Brasil o<br />
especiais, já<br />
<strong>de</strong>bates e revistas; e<br />
Cannes Lions Festival<br />
conquistou 8 Leões<br />
também <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
e criou sua própria<br />
no festival <strong>de</strong><br />
projetos <strong>de</strong> Bran<strong>de</strong>d<br />
premiação, o “Desafio<br />
Cannes.<br />
Content.<br />
Estadão Cannes”.<br />
“Músicas <strong>de</strong> Violência”:<br />
parceria com o<br />
Disque-Denúncia para<br />
combater a banalização<br />
da violência contra<br />
a mulher. Vencedor <strong>de</strong> 5<br />
Leões em Cannes.