You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
PRODUTORAS<br />
Divulgação<br />
Rezen<strong>de</strong>, da Comando S: “A música é um prato cheio para as produtoras, que têm gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para gerar a conexão da marca com o público”<br />
Jingle completa 85 anos como parte<br />
essencial da propaganda brasileira<br />
Comando S relembra ações inesquecíveis, como para Antarctica e Caixa,<br />
e acredita em aproximação maior entre publicida<strong>de</strong> e entretenimento<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Neste mês, o jingle está completando<br />
85 anos como<br />
componente fundamental da<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira. A primeira<br />
ação <strong>de</strong>sse tipo nasceu<br />
nos anos 1930, na época <strong>de</strong> ouro<br />
do rádio, por iniciativa <strong>de</strong><br />
Adhemar Casé (avô da apresentadora<br />
Regina Casé), que veiculou<br />
em seu Programa Casé, na<br />
Rádio Philips, uma composição<br />
<strong>de</strong> Antônio Nássara para a padaria<br />
Bragança. O relato está no<br />
livro MPB na Era do Rádio, <strong>de</strong><br />
Sérgio Cabral.<br />
Não há dúvidas quanto à importância<br />
histórica do jingle na<br />
propaganda. A Comando S fez<br />
na semana passada uma lista<br />
com seis ações <strong>de</strong>sse tipo que,<br />
segundo seus critérios, “são<br />
cantados pelas pessoas do início<br />
ao fim, provando a força<br />
do jingle”. Os selecionados incluem<br />
clássicos como Poupança<br />
Bamerindus, com o bordão<br />
O tempo passa, o tempo voa, e<br />
a poupança Bamerindus conti-<br />
nário, a relevância das trilhas e<br />
jingles não diminuiu. Na verda<strong>de</strong>,<br />
provavelmente aumentou”,<br />
afirma Serginho Rezen<strong>de</strong>, fundador<br />
e diretor musical da Comando<br />
S.<br />
Uma das gran<strong>de</strong>s tendências<br />
para o futuro dos jingles, diz o<br />
produtor, é a mistura com as<br />
peças artísticas, diferindo das<br />
canções originalmente criadas<br />
para a publicida<strong>de</strong> no passado.<br />
“Fazemos releituras ou até<br />
usamos o fonograma original<br />
para marcar campanhas, como<br />
num caso recente para Claro.<br />
As campanhas da Vivo, da mesma<br />
forma, também costumam<br />
seguir esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> utilizar<br />
composições já consagradas.<br />
Recentemente, usamos músicas<br />
da Rosana e do José Augusto<br />
em campanha para a Brahma”,<br />
diz Rezen<strong>de</strong>, acrescentando:<br />
“Precisamos <strong>de</strong> um conteúdo<br />
que a pessoa queira assistir. Temos<br />
muitos artistas conhecidos<br />
cantando jingles nessa nova era<br />
e interagindo com as marcas.<br />
A NET lançou campanha com<br />
uma paródia da música da Ka-<br />
nua numa boa, ainda lembrado<br />
mesmo após ter saído <strong>de</strong> cena,<br />
quando o banco foi vendido na<br />
década <strong>de</strong> 1990 para o Grupo<br />
HSBC; Vem pra Caixa você também<br />
(Caixa), jingle clássico dos<br />
anos 1980, que voltou a ser usado<br />
no início da década <strong>de</strong> <strong>20</strong>10;<br />
e Pipoca com guaraná (Guaraná<br />
Antarctica), com uma canção<br />
sobre combinação <strong>de</strong> sabores<br />
que explodiu entre o público<br />
em geral no início dos anos<br />
1990. A Comando S também<br />
selecionou peças mais atuais,<br />
como Vem pro lado NET da vida<br />
(NET), Pôneis malditos (Nissan)<br />
e Iogurte Grego (Vigor).<br />
Com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter o<br />
sucesso <strong>de</strong>ssas iniciativas do<br />
passado, o jingle procura se<br />
adaptar aos novos tempos. “A<br />
publicida<strong>de</strong> está mudando para<br />
ser, cada vez mais, uma peça <strong>de</strong><br />
entretenimento. A melhor forma<br />
<strong>de</strong> chegar ao público hoje<br />
é com bom conteúdo. Vivemos<br />
a chamada síndrome dos cinco<br />
segundos na internet e até na<br />
TV. O <strong>de</strong>safio é ser interessante<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio e, nesse cerol<br />
Conka. Essa música, aliás,<br />
se tornou famosa na versão da<br />
NET. Não era tão conhecida<br />
antes. O entretenimento ganha<br />
cada vez mais força e essa mistura<br />
é uma tendência”.<br />
A convergência entre música<br />
e jingle cria um cenário em<br />
que ninguém mais vai perceber<br />
quem faz o quê. “Já estamos<br />
próximos disso. O público<br />
terá o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o<br />
que é um trabalho original <strong>de</strong><br />
um artista e on<strong>de</strong> está a criação<br />
para uma marca”, afirma<br />
Rezen<strong>de</strong>. Isso, ressalta, é natural<br />
em um país apaixonado<br />
pela música e on<strong>de</strong> ela ocupa<br />
um papel fundamental para o<br />
entretenimento. “A música é<br />
um prato cheio para as produtoras,<br />
que têm gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios<br />
para gerar a conexão da marca<br />
com o público. Temos <strong>de</strong> seguir<br />
inovando. Novas tecnologias,<br />
novas formas <strong>de</strong> gravação,<br />
novas maneiras <strong>de</strong> composição,<br />
arranjo e mixagem. Releituras.<br />
Há muita coisa divertida para<br />
fazer aí pela frente”, resume o<br />
produtor.<br />
jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>17 19