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Revista Curinga Edição 05

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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“Geralmente eu procuro ouvir alguns artistas<br />

porque a Christina disse que gosta em alguma<br />

entrevista. Acabo indo atrás e gostando. Talvez se<br />

eu não tivesse visto ela comentado em algum lugar<br />

eu nem teria parado para conhecê-los” Daniel Duarte<br />

Texto: João Felipe Lolli e Lorena Silva<br />

<strong>Edição</strong> Gráfica: Janini Sanches<br />

O estudante de música Daniel Duarte,<br />

24 anos, não coleciona somente as canções<br />

e fotos do seu ídolo, Christina Aguilera. Há<br />

seis anos, a paixão pela cantora é tão grande<br />

que perfumes, DVDs, revistas e vinis originais,<br />

que ele mantém intactos, também fazem<br />

parte da sua coleção. Apesar de nunca<br />

ter ido a uma apresentação da artista, que<br />

só fez dois shows no Brasil em 2000, o fã se<br />

arrepende de não ter feito o possível para<br />

vê-la em 2011, quando a cantora veio ao<br />

país lançar sua linha de roupas em parceria<br />

com uma loja brasileira e também para assistir<br />

ao desfile da São Paulo Fashion Week.<br />

Segundo Daniel, Christina Aguilera<br />

exerce forte influência em seu conhecimento<br />

musical. Foi a partir dela que ele conheceu<br />

alguns nomes do blues e do jazz, como<br />

Etta James, Nina Simone, Aretha Franklin<br />

e até mesmo as mais pop’s como Judy Garland,<br />

Julie Andrews e Barbra Streisand.<br />

“Geralmente eu procuro ouvir alguns artistas<br />

porque a Christina disse que gosta<br />

em alguma entrevista. Acabo indo atrás e<br />

gostando. Talvez se eu não tivesse visto ela<br />

comentado em algum lugar eu nem teria<br />

parado para conhecê-los”, explica.<br />

Acostumado a fotografar profissionalmente<br />

artistas do universo pop, como<br />

Beyoncé, Rihanna, Michel Teló e Maria<br />

Gadú, tanto em shows quanto para produção<br />

de capas de CDs e DVDs, Marcos Hermes<br />

já esteve perto de alguns de seus ídolos,<br />

como Paul McCartney e Gilberto Gil. O<br />

fotógrafo ingressou nessa área por querer<br />

registrar seus artistas favoritos no palco.<br />

Como fã, Hermes é privilegiado nessa relação<br />

com seus ídolos, já que aos poucos pôde<br />

chegar mais perto deles, até poder conhecêlos.<br />

“Você acaba virando amigo dos ídolos,<br />

pelo contato e pela confiança”, explica. Mas<br />

quem constrói esse ídolo?<br />

Uma gênese pop<br />

Segundo o editor assistente do caderno<br />

de cultura da Folha de S. Paulo, Rodrigo<br />

Levino, a imagem de um ícone pop é<br />

construída pela indústria cultural. O termo<br />

foi utilizado pela primeira vez por Theodor<br />

Adorno e Max Horkheimer, filósofos alemães<br />

do século XX, para definir a condição<br />

da produção artística na sociedade capitalista<br />

contemporânea. Representa o conjunto<br />

de instituições que produzem, distribuem e<br />

transmitem conteúdo artístico com o objetivo<br />

de obter lucro.<br />

Para Ronaldo Helal, professor da Universidade<br />

do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),<br />

essa construção do ídolo na mídia se faz em<br />

uma via de mão dupla. “A mídia legitima,<br />

edita, destaca alguns elementos, superdimensiona<br />

outros, mas ela só faz isso de<br />

acordo com as ações do ídolo e da sociedade”,<br />

completa. No contexto de uma cultura<br />

mercantilizada, artistas e público formam<br />

um circuito orientado pelo consumo.<br />

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