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edição de 11 de dezembro de 2017

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Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />

Joanna Monteiro: “É preciso contar com todos para acelerar esse processo”<br />

Christina Carvalho Pinto, que foi a pioneira a presidir grupo multinacional por oito anos<br />

as mulheres são as primeiras a<br />

serem preteridas no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho. E sendo as mulheres<br />

brasileiras 51% dos micro e<br />

pequenos empreen<strong>de</strong>dores no<br />

país, a crise tem um peso sobre<br />

elas também. Mas, no caso <strong>de</strong>sse<br />

ranking, sabemos que o que<br />

jogou o país para baixo foi a<br />

pouca participação na política,<br />

pois, na educação, por exemplo,<br />

as mulheres passaram a<br />

frente dos homens. Há mais<br />

mulheres saindo formadas do<br />

ensino médio e das universida<strong>de</strong>s<br />

no nosso país. A política<br />

tem <strong>de</strong>safios enormes aqui e<br />

esse é mais um <strong>de</strong>les”, afirma.<br />

Para Miriam Shirley, copresi<strong>de</strong>nte<br />

da Publicis Brasil, que,<br />

assim como Gal Barradas, divi<strong>de</strong><br />

a presidência <strong>de</strong> uma agência<br />

com um homem, reverter<br />

esse cenário é uma obrigação<br />

<strong>de</strong> todos, mas é algo que não<br />

será feito do dia para a noite.<br />

“Primeiro, temos <strong>de</strong> falar<br />

sobre o assunto e <strong>de</strong>rrubar antigos<br />

mitos. É preciso parar <strong>de</strong><br />

jogar a responsabilida<strong>de</strong> por<br />

essa situação <strong>de</strong>sigual na própria<br />

mulher. Não dá mais para<br />

ouvir frases como ‘ah, ela priorizou<br />

a família’ ou ‘a gente <strong>de</strong>u<br />

chance, mas ela não queria ficar<br />

até tar<strong>de</strong> para po<strong>de</strong>r cuidar<br />

dos filhos’. Esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpa<br />

não condiz com o mundo<br />

em que vivemos e escon<strong>de</strong> o<br />

problema real. A nossa obrigação<br />

é olhar para a indústria e<br />

i<strong>de</strong>ntificar os entraves <strong>de</strong>ntro<br />

das próprias empresas que impe<strong>de</strong>m<br />

o crescimento profissional<br />

da mulher. A partir daí,<br />

Gal Barradas: “A questão é cultural e levará algum tempo para que se modifique”<br />

cada empresa tem <strong>de</strong> montar<br />

um plano <strong>de</strong> ação claro para<br />

que as mulheres e os homens<br />

tenham condições iguais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento”.<br />

“temos <strong>de</strong> falar<br />

sobre o assunto e<br />

<strong>de</strong>rrubar antigos<br />

mitos. é preciso<br />

parar <strong>de</strong> jogar a<br />

responsabilida<strong>de</strong><br />

por essa situação<br />

<strong>de</strong>sigual na<br />

própria mulHer”<br />

INcLUSão<br />

O plano <strong>de</strong> ação da Publicis<br />

Brasil chama-se Publicis Plural.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma plataforma<br />

voltada para promover a diversida<strong>de</strong><br />

e a inclusão. Dentro<br />

<strong>de</strong>le, há o Publicis Por Elas, que<br />

tem o objetivo <strong>de</strong> promover o<br />

intercâmbio entre universitárias<br />

e profissionais mulheres<br />

<strong>de</strong> diferentes áreas da agência.<br />

“A i<strong>de</strong>ia é mostrar para essas<br />

jovens que elas po<strong>de</strong>m seguir<br />

pelo caminho que bem enten<strong>de</strong>rem<br />

<strong>de</strong>ntro da indústria publicitária,<br />

rompendo rótulos<br />

e padrões pre<strong>de</strong>terminados.<br />

Esse projeto surgiu porque<br />

acreditamos que a questão da<br />

forte presença masculina na<br />

criação nasce antes mesmo do<br />

ingresso no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Por isso, estamos estudando<br />

a questão para aprofundar<br />

os benefícios do Publicis por<br />

Elas”, conclui Miriam.<br />

Mas será que a gran<strong>de</strong> maioria<br />

das <strong>de</strong>cisões ainda não está<br />

nas mãos <strong>de</strong> pessoas que têm<br />

hábitos antigos e conservadores?<br />

Para tal questão a resposta<br />

<strong>de</strong> Joanna Monteiro, chief creative<br />

officer da FCB Brasil, é:<br />

“No caso das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

99% são homens que<br />

têm extrema dificulda<strong>de</strong> em se<br />

sentir seguros em dar ca<strong>de</strong>iras,<br />

que são raras, para mulheres.<br />

A <strong>de</strong>sculpa é quase sempre a<br />

<strong>de</strong> que elas não estão preparadas,<br />

mas vi muitos homens<br />

assumirem cargos <strong>de</strong> CCOs<br />

para os quais também não estavam<br />

preparados. Eles eram<br />

uma aposta. Então, por que<br />

não apostar em uma mulher? O<br />

que sinto é que dar uma ótima<br />

posição para mulheres em <strong>de</strong>trimento<br />

dos homens é muito<br />

difícil para homens que cresceram<br />

em um ambiente corporativo,<br />

on<strong>de</strong> eles se ajudam há<br />

anos”.<br />

Ainda segundo a criativa,<br />

que já foi eleita pela publicação<br />

americana Business Insi<strong>de</strong>r<br />

como a mulher mais criativa<br />

do mundo da publicida<strong>de</strong>, as<br />

mulheres têm as mesmas di-<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 21

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