Revista Cleto Fontoura 16º Edição

Músico
PROFISSÃO:
Eles dão mais brilho às festas, animam as noites dos “barzinhos”
e restaurantes, tornam alguns momentos mais que especiais.
Muita gente já deve ter visto esses rostos e talentos pela
noite da região, demonstrando prazer naquilo que fazem e sem
medir esforços para que a trilha sonora da sua diversão ou comemoração
seja ótima. Muitos deles trabalham até mesmo nas
noites de Natal e Ano Novo. E o que a maioria das pessoas não
sabe é que, para viver da música, eles têm uma vida corrida,
cheia de afazeres que vão além de tocar e cantar, ministrando
aulas, cuidando da manutenção de seus equipamentos e instrumentos,
ensaiando e se aprimorando.
Apesar de algumas dificuldades dessa profissão, os músicos
são apaixonados pelo que fazem. O dia deles foi comemorado
em 22 de novembro, que é quando se celebra também o
dia de Santa Cecília (padroeira da Música e dos Músicos), e a
Revista Cleto Fontoura fez uma homenagem, colhendo depoimentos
de alguns artistas da região. Eles responderam duas
questões: 1. O que significa ser músico e qual a importância
da música na sua vida?; 2. Como é viver de música no interior
de SP? Quais as dificuldades, desafios e os pontos positivos?.
Confira as respostas:
ARIANE BEGO (pianista e cantora)
Viver no interior tem suas dificuldades; o preço que se paga
pelo trabalho é pouco, somos desvalorizados e dificilmente
reconhecidos pelo trabalho. Mas ser música, pra mim, é tocar
a alma das pessoas, com meu melhor som! A música é
meio de trabalho, na prática musical e na área da educação
também. Trabalho com transformações de vidas por meio da
minha profissão.
também pontos positivos. (...) Penso que há uma desvalorização
sobre o trabalho do músico, do artista que não está inserido
na mídia, como se todo o seu trabalho se resumisse àquelas
horas de apresentação e não houvesse um preparo prévio. Porém,
dificuldades existem em qualquer campo da vida. É gratificante
poder me manter e me desenvolver na área musical.
CÉSAR MENEZES (violonista, compositor e cantor)
Ser músico foi o meu grande presente nesta vida. Sou extremamente
agradecido por esse dom e poder fazer dele o meu
trabalho. Tudo na minha vida é proporcionado pela música, fui escolhido
por ela e aceitei sua companhia numa relação eterna. Vivo
de música há muitos anos, meu “ganha-pão” vem todo do meu
trabalho musical, dos bares em que me apresento e do meu trabalho
autoral. As dificuldades são muitas e ter uma agenda cheia é
coisa rara para os músicos do interior. Mas sigo na batalha, tentando
fazer o melhor que posso com muito carinho.
BEATRIZ COSTA (cantora e violonista)
Ser música é buscar formas de me expressar e me comunicar
por meio do som. Não é só apresentação e reconhecimento
social, é também muito estudo, dedicação e reconhecimento
pessoal. É estar aberta as linguagens sonoras do universo. A
música foi a forma que encontrei de me entender e entender o
mundo. Mas isso não exclui as dificuldades da profissão. Muitos
dos músicos mantêm serviços alternativos para continuar
na arte, ou também usam a música como renda extra para se
manter na vida. Como em toda profissão, há dificuldades, mas
HENRIQUE PEREIRA (contrabaixista e violoncelista)
A música para mim significou uma válvula de escape em um
momento difícil que enfrentei na vida ainda muito pequeno.
Com isso, cresci com a certeza de que seria um músico por
profissão; no ensino médio, a música já era minha fonte de renda
e satisfação profissional. Em Araçatuba, na área musical, temos
uma tradição muito forte de formar grandes músicos. Com
isso, as oportunidades aparecem, às vezes não tanto como
gostaríamos, mas nós últimos dez anos a cidade tem fomentado
a cultura com mais vigor, por meio de editais, circuitos