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e gestação<br />
FEBRE AMARELA<br />
Dra. Adriana Arena<br />
de Pinho Okasaki<br />
Médica Ginecologista<br />
A<br />
febre amarela é uma doença viral aguda, febril<br />
e de gravidade variável, transmitida pela<br />
picada de mosquitos contaminados (Aedes<br />
aegypti e Haemogogus). Não é transmissível<br />
entre indivíduos e os meses chuvosos são os<br />
períodos mais propícios a ela.<br />
A forma SILVESTRE (a mais comum entre humanos) existe<br />
entre macacos de vários locais do Brasil e a população<br />
de risco é constituída por pessoas não vacinadas e que<br />
frequentam estes ambientes. Com a progressiva expansão<br />
das cidades para a zona rural e para as matas, e a adaptação<br />
dos vetores às zonas habitadas, há risco de ocorrer<br />
surtos de febre amarela URBANA. O último caso dessa forma<br />
foi registrado no Brasil em 1942.<br />
Não há tratamento específico e a vacinação tem controlado<br />
e evitado essa doença. A vacina (vírus vivo atenuado) é feita<br />
no Brasil, conforme recomendação atual do Ministério da<br />
Saúde, em dose única; a proteção é para o resto da vida.<br />
Devem ser vacinadas crianças a partir de nove meses e<br />
adultos até 59 anos.<br />
Não devem ser vacinados imunossuprimidos, crianças<br />
com menos de nove meses, gestantes, mulheres amamentando,<br />
alérgicos a ovo, e devem adiar a vacinação<br />
pessoas com febre. Já os idosos acima de 60 anos<br />
devem ser avaliados. Nas epidemias, deve-se pesar o<br />
“risco-beneficio” da vacinação. As mulheres em idade<br />
fértil devem usar método contraceptivo até 30 dias após<br />
receberem a dose.<br />
A doença fica incubada de três a seis dias, seguida de<br />
febre alta, dor de cabeça, calafrios, dores musculares,<br />
náuseas, vômitos, prostração, com duração de três dias.<br />
Após um período de melhora de horas ou até dois dias,<br />
ou há resolução do quadro ou é iniciada uma forma mais<br />
grave. No caso de agravamento, continua a febre alta,<br />
diarreia e vômitos com sinais de sangramento, e pode haver<br />
ainda insuficiência renal e hepática com icterícia e sintomas<br />
hemorrágicos. Há casos de rápida evolução para<br />
óbito e outros de cura espontânea.<br />
Na GESTAÇÃO acredita-se que haja tendência de pior evolução,<br />
risco de abortamento e até mesmo óbito da gestante.<br />
A vacina contém vírus atenuado e, por isso, é contraindicada<br />
para gestantes, exceto na vigência de surtos.<br />
O método para se diagnosticar a febre amarela é inicialmente<br />
clínico, e exame de sangue (sorologia para detecção de<br />
IGM, PCR) só a partir do terceiro dia. Devido aos sintomas,<br />
pode ser confundida com malária, leptospirose, hepatites virais<br />
ou dengue.<br />
O controle da doença está na dependência da vigilância epidemiológica<br />
para identificação de possíveis casos novos, além de<br />
realizar a vacinação, evitando a progressão da febre amarela.<br />
Erradicar o mosquito transmissor é impossível, mas combater<br />
o mosquito Aedes aegypti nas cidades é uma medida de<br />
extrema importância, para evitar surtos nas áreas urbanas. Por<br />
isso, ninguém pode descuidar das normas básicas de prevenção,<br />
como eliminar os focos de água parada que possam<br />
servir de criadouro para os mosquitos e usar repelentes de<br />
insetos no corpo e nas roupas para evitar as picadas.<br />
Além disso, é sempre recomendável:<br />
* Usar, sempre que possível, calças e camisas que cubram<br />
a maior parte do corpo;<br />
* Usar mosquiteiros ao redor das camas, quando estiver em<br />
áreas de risco para a transmissão silvestre da doença;<br />
* Aplicar repelente com regularidade.