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culturais de instituições que promovem arte e também por parte<br />
das políticas públicas do município.<br />
MILTON FARIAS (violonista e contrabaixista)<br />
Não consigo me lembrar de mim sem a música! Ou seja, ela<br />
sempre esteve presente na minha vida em todas as etapas e vai<br />
estar no futuro. É um dos pilares mais fortes na minha formação<br />
como homem, em todos os sentidos: financeiro, emocional, moral,<br />
intelectual e até na minha saúde! Respiro música, portanto<br />
não vivo sem ela! Viver de música no Brasil não é fácil, no interior<br />
de São Paulo é mais difícil ainda, por conta da abrangência cultural,<br />
que é relativa ao tamanho da cidade. O desafio maior, pra<br />
mim, é conseguir alinhar os meus ideais como músico com a<br />
necessidade financeira. E o elo para essas duas coisas é sempre<br />
o estudo incessante. O ponto positivo é que, no interior, quando<br />
você encontra pessoas que apreciam a boa música, elas realmente<br />
têm propriedade sobre isso e acabam te impulsionando<br />
cada vez mais a dar legitimidade ao teu trabalho.<br />
JUNIOR VIANA (violonista e cantor)<br />
Ser músico é a realização de um sonho. Desde criança eu tive<br />
contato com a música e resolvi que, quando crescesse, trabalharia<br />
com isso. É uma forma de viver com um dom, com<br />
um talento que é natural, eu acredito (apesar de estudar, de<br />
aprimorar). Eu penso que os músicos são mensageiros, nossa<br />
função é levar coisas boas pras pessoas, levar conteúdo.<br />
Música faz parte da educação; a gente é o que a gente ouve.<br />
O que, às vezes, dificulta o trabalho do músico é que hoje,<br />
para termos um lucro razoável, precisamos ser polivalentes,<br />
vender os shows, produzir, entender de sonorização, montar<br />
e desmontar estruturas etc. Hoje, também, tem uma dificuldade<br />
em relação a cachê, porque tem muita gente; o pessoal<br />
tem feito alguns preços abaixo do padrão nos bares. Também<br />
tem questões relativas a projetos de shows; é difícil pessoas<br />
do interior entrarem em leis de incentivo estaduais, federais...<br />
No interior, porém, tem algumas vantagens; os bares são mais<br />
perto, aqui é mais tranquilo (diferente da vida na capital). E em<br />
cidades bem pequenas, a gente também percebe o brilho no<br />
olho das pessoas, você está levando algo para elas...<br />
JOÃO GABRIEL CRUZ (violonista, compoitor e cantor)<br />
Ser músico pra mim é muito especial, pois fazer o que mais<br />
gosto e ainda tirar disso o meu sustento é muito bom! Cresci<br />
com música, pois meu pai é músico; vivo com ela e acho<br />
que vou morrer com ela! Nossa região é muito farta de bares,<br />
restaurantes e as pessoas daqui gostam muito de música ao<br />
vivo, então, graças a Deus, sempre tem trabalho. A dificuldade<br />
é como em qualquer trabalho; tem as viagens, a gente dorme<br />
tarde, acorda cedo, ainda mais sendo profissional liberal, sempre<br />
estamos a procura de trabalho. A procura nunca para, matando<br />
um leão por dia. O ponto positivo é poder levar a música<br />
que você gosta para outras pessoas e a melhor coisa é quando<br />
recebemos um aplauso!<br />
TIAGO GP (violonista, cantor e baterista)<br />
Ser músico é assumir uma grande responsabilidade de fazer o<br />
melhor que você pode, porque a música envolve as pessoas<br />
e seus sentimentos e pode ser uma experiência única na vida<br />
delas. Ser músico é deixar a música comandar o que eu sou,<br />
como eu trato as pessoas e como a vida passa diante dos<br />
olhos e como eu vejo mundo. Na verdade, é tudo! Viver de<br />
música não é fácil e isso todos sabem. Há mais de 10 anos<br />
como profissional nos bares, vejo que é muito difícil, porque<br />
não sabemos se vamos conseguir as datas que precisamos<br />
pra sobreviver. Isso causa medo, mas a região do interior de<br />
SP vai crescendo e mais trabalhos vão surgindo. Além disso, é<br />
muito bom conviver e aprender com outros músicos diante de<br />
tantos projetos que vão começando!