edição de 15 de janeiro de 2018

Duda Magalhães: Carnaval de rua cresce muito
578 desfiles, onde estão no pacote a Dream
Factory, a Ambev (com Antarctica) e a Uber
- com um projeto incentivado pela Lei Rouanet.
Na prática, segundo Duda Magalhães,
o Carnaval cresceu muito em investimentos
- de R$ 16 milhões para R$ 24,5 milhões. E
com a vantagem da validade por três anos,
no Rio, o que, conforme Magalhães, é um
grande incentivo, pois as marcas podem se
organizar com antecedência.
A Olla já confirmou patrocínio para este
ano e ele espera fechar as últimas cotas em
breve, angariando algo em torno de mais R$
2 milhões. A Caixa, que participou em outros
anos, até o momento, não renovou sua
cota de patrocínio. O projeto já está em fase
de pré-produção.
“Abrimos inscrições de vendedores ambulantes,
contratando pessoas, fazendo
sorteios. O que é crucial é o tempo. No caso
do Rio de Janeiro, 2019 e 2020 ainda terão
a Dream Factory. No caso de São Paulo, seria
bom que a escolha da produtora de 2019
fosse feita em abril deste ano, assim, o segundo
semestre seria dedicado a conversar
com os patrocinadores e mobilizar as marcas
para organizar a festa do ano que vem.
As Prefeituras não entenderam ainda ou, se
entenderam, não conseguiram se organizar
para fazer com que as licitações estejam
definidas com maior antecedência”, afirma
Magalhães.
Segundo ele, a antecedência permitiria
angariar mais recursos e, consequentemente,
maior estrutura para os Carnavais.
Todas as praças do país deixaram para resolver
o assunto no último trimestre do ano
passado ou no início deste ano.
Magalhães conta que o mais difícil e desafiador
na organização da festa - além de
viabilizá-la economicamente junto às marcas,
claro - é o fato de a dinâmica ser non-
-stop, uma operação 24 x 7 durante algumas
semanas. A operação de banheiros químicos
no Carnaval de rua do Rio de Janeiro é
a maior do mundo, para se ter uma ideia.
Realizar as duas operações, Rio e São Paulo,
gerenciando desfiles de blocos em diversas
regiões da cidade, ao mesmo tempo, exige
uma equipe de produção muito disciplinada
e organizada.
“O Carnaval de rua hoje é o Carnaval do
Brasil, e as marcas deveriam acordar para
isso. O brasileiro se reconectou com as ruas
e é nas ruas que as marcas têm as melhores
oportunidades de se relacionar com os
consumidores. Há muitas categorias que
ainda não acordaram para este potencial”,
comenta.
Todos os anos, no entanto, há inúmeras
ações de marketing de emboscada por parte
de marcas que querem “tirar uma casquinha”
da festa.
“Trabalhamos todos os anos junto com
o poder público, as secretarias e órgãos de
fiscalização enviando reports diários, fotos
e vídeos, para que se possa executar as multas.
É uma vergonha marcas que praticam
sampling e afins sem autorização. Já tivemos
casos, em 2016, em São Paulo, de aplicar
multas superiores s R$ 1 milhão”, conta.
No segmento de bebidas esses casos - de
marketing de emboscada - costumam ser
mais frequentes.
blocos
A proposta também previa a necessidade
de uma doação ao Fundo Especial de
Promoção de Atividades Culturais (Fepac).
Nesse quesito, a Dream Factory ofertou o
valor de R$ 402.500. O lance inicial mínimo
previsto era de R$ 400 mil. A Dream Factory
tem o prazo de dez dias úteis, a partir
da publicação do Termo de Parceria, para
efetuar a doação.
No caso do Rio, há um aporte para os blocos,
a partir de uma verba de R$ 2 milhões
- e os patrocinadores escolherão os blocos
em que desejam investir e são mais adequados
às suas estratégias. Paralelamente,
a Dream Factory aprovou, via Lei Rouanet,
um fundo de apoio aos blocos, tanto do Rio
quanto de São Paulo, da ordem de R$ 10,8
milhões, independentemente do caderno
de encargos de ambas as Prefeituras.
“É um projeto da Dream Factory com
os blocos para ajudá-los a obter patrocínios,
porque eles são parte fundamental do
show. Sem blocos, não há Carnaval”, diz.
jornal propmark - 15 de janeiro de 2018 19