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Gestão Hospitalar N.º 11 2017

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O potencial de replicabilidade a todo o país através da<br />

extensão da Via Verde da Reabilitação do AVC aos restantes<br />

3 centros de reabilitação é uma dimensão a explorar<br />

caso o Ministério da Saúde reconheça as mais-valias do<br />

projeto em termos de interesse público.<br />

No futuro pretende-se ainda a inclusão do formulário<br />

de referenciação nos sistemas de informação, evitando<br />

o envio do formulário mediante o correio eletrónico que<br />

foi criado para o efeito. Pretende-se ainda promover estratégias<br />

de continuidade e acompanhamento do percurso<br />

destes doentes através de projetos de articulação com<br />

outros níveis de cuidados, nomeadamente com os cuidados<br />

de proximidade, incluindo colaboração em projetos de<br />

literacia que capacitem doentes e cuidadores a gerirem as<br />

sequelas da doença.<br />

Conclusões<br />

Este projeto trouxe as seguintes inovações no circuito<br />

de doentes entre os hospitais de origem/referenciadores<br />

e o CMRRC-RP: englobou a MFR na versão<br />

tradicional (e incompleta) da Via Verde do AVC; aplicou a<br />

telemedicina (teleconsultas) na referenciação do doente<br />

para o Centro de Reabilitação; implementou na prática clínica<br />

a NOC da DGS n.<strong>º</strong> 54/20<strong>11</strong>. Salientam-se como maisvalias<br />

do projeto:<br />

> Melhoria da comunicação interinstitucional com vista<br />

à integração de cuidados;<br />

> Utilização da Telemedicina como via de triagem, assegurando<br />

uma comunicação eficaz entre profissionais de<br />

saúde e privilegiando o conforto dos doentes;<br />

> Rapidez de acesso (conceito de «Via Verde da Reabilitação»),<br />

assegurando a continuidade de cuidados e aumentando<br />

a eficiência do tratamento instituído;<br />

> Equidade de acesso, ao estabelecer um plano faseado<br />

de implementação a todos os hospitais da Região Centro<br />

que não disponham de internamento especializado de MFR;<br />

> Metodologia assente nas Normas de Boas Práticas<br />

(Norma de Orientação Clínica 54/20<strong>11</strong>);<br />

> Potencial de replicabilidade de 100% às outras<br />

regiões do país através dos outros centros de reabilitação;<br />

> Melhoria da utilização eficiente dos recursos;<br />

> Projeto que não acarretou aumento de custos em<br />

relação às práticas já implementadas.<br />

A expansão da Via Verde do AVC, com a inclusão da<br />

Medicina Física e de Reabilitação, é um promotor ativo de<br />

menor morbilidade melhor qualidade de vida.<br />

De uma forma relativamente simples conseguiu-se a<br />

integração de cuidados, a consolidação do percurso dos<br />

doentes, a aplicação de novas tecnologias (Telemedicina)<br />

e a primazia pelas Boas Práticas, obtendo-se melhoria da<br />

eficiência e efetividade clínica e organizacional dos cuidados<br />

assistenciais prestados aos doentes pós-AVC, garantindo<br />

o acesso, a equidade, a qualidade, com humanismo<br />

e centrada no doente.<br />

Os resultados evidenciam que os doentes da Via Verde<br />

são internados mais cedo e atingem melhores resultados<br />

funcionais em menos tempo de evolução, regressando<br />

ao seu meio sociofamiliar mais precocemente, possibilitando<br />

continuar a trabalhar para obter mais ganhos na janela<br />

de oportunidade que ainda têm pela frente.<br />

Bibliografia<br />

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OECD (2015), Health at a Glance 2015: OECD Indicators, OECD Publishing, Paris<br />

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Ramires, Isabel. Reabilitação no Acidente Vascular Cerebral: do Hospital à Comunidade. Ata Médica Portuguesa. 1997; 10;557-62<br />

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stroke and transient ischemic attack 2008. Cerebrovasc Dis 2008; 25:457-507.<br />

Winstein Carolee et al, Guidelines for Adult Stroke Rehabilitation and recovery. A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart<br />

Association/American Stroke Association, 2016.<br />

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