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Revista Brasil - Edição Teste

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entrevista<br />

saberá. Precisamos ouvir todos<br />

aqueles que tenham alguma contribuição<br />

a dar. Já temos uma parceria<br />

com o MBC na EPL [Empresa<br />

de Planejamento e Logística, anteriormente<br />

ligada à pasta de Transportes]<br />

para construirmos um conjunto<br />

de projetos visando à melhoria<br />

da questão logística e um aprimoramento<br />

das nossas ações no<br />

prazo mais curto possível.<br />

Qual a importância das organizações<br />

que buscam aprimorar a gestão<br />

pública e sugerir soluções para<br />

os problemas que afetam a competitividade<br />

do país?<br />

Fundamental. Reforço a necessidade<br />

de abrirmos espaço a todos<br />

aqueles que tenham capacidade de<br />

pensar, estudar e pesquisar. Precisamos<br />

desse conjunto de informações.<br />

Além disso, se não soubermos<br />

conviver com o contraditório na<br />

construção de melhores soluções,<br />

estaremos sempre percorrendo atalhos,<br />

e não estradas.<br />

Como secretário-executivo do Programa<br />

Crescer, o senhor tem a missão<br />

de supervisionar todas as operações<br />

em que o Estado fará parcerias<br />

com a iniciativa privada. Como<br />

esse trabalho será desenvolvido?<br />

Será uma força-tarefa. O Conselho,<br />

liderado pelo presidente Temer,<br />

Temos ferrovias que foram<br />

decididas muito mais em<br />

função do desejo político do<br />

que propriamente para servir à<br />

mobilidade de bens.<br />

Nascido em Teresina, Moreira Franco já<br />

foi prefeito de Niterói, deputado federal,<br />

governador do Rio de Janeiro e assessor<br />

dos presidentes José Sarney, Fernando<br />

Henrique Cardoso e Lula<br />

decidirá as proposições que forem encaminhadas<br />

pelos ministros das áreas,<br />

com os pareceres técnicos das agências<br />

correspondentes. Nós, da Secretaria<br />

Executiva, faremos a supervisão e buscaremos<br />

os melhores caminhos para<br />

a resolução de problemas. Ao lado do<br />

Tribunal de Contas e dos órgãos de<br />

controle, enfrentaremos o desafio de<br />

apresentar os resultados do trabalho<br />

do governo de maneira transparente<br />

e correta. Queremos criar um ambiente<br />

de concorrência capaz de estimular<br />

os investimentos no país, sobretudo<br />

os aportes de longo prazo. Os investidores<br />

precisam saber que esse é um<br />

governo sério, que o país tem dirigentes<br />

sérios. Os contratos voltarão a ser<br />

respeitados, como no passado.<br />

Como evitar que as parcerias do PPI<br />

travem ou sejam engavetadas como<br />

outras tantas políticas públicas?<br />

Nós não temos outro caminho.<br />

O programa tem foco, meta e métrica.<br />

Somos uma força-tarefa com poucos<br />

servidores, mas todos extremamente<br />

competentes. Já estamos trabalhando<br />

em colaboração e parceria,<br />

num perfeito entrosamento com os<br />

ministérios e as agências reguladoras.<br />

Que papel os ministérios terão<br />

no PPI?<br />

O papel de poder concedente.<br />

Com o apoio técnico das agências,<br />

eles prepararão todos os procedimentos<br />

e definirão as bases políticas<br />

para que as concessões sejam feitas.<br />

As agências, com sua experiência e<br />

expertise, conduzirão o processo no<br />

campo técnico. Para dar previsibili-<br />

dade, as licitações serão feitas dentro<br />

de cronogramas previamente<br />

fixados, com prazos adequados para<br />

a análise econômica e financeira<br />

dos projetos. As agências não acompanharão<br />

os contratos de obra, como<br />

tem ocorrido na maioria dos<br />

casos, mas sim os contratos de concessão,<br />

com parâmetros e metas<br />

bem postas. O concedente e o concessionário<br />

têm de saber fazer com<br />

qualidade aquilo que deve ser feito.<br />

O tema privatização ainda gera<br />

debates calorosos no círculo político<br />

brasileiro. Como convencer<br />

as várias camadas da sociedade da<br />

necessidade de mudanças?<br />

Privatização e concessão são coisas<br />

diferentes. Na privatização, que<br />

se dá mais no setor elétrico, o bem<br />

passa para a propriedade do privado.<br />

Na concessão, não. Aquele bem permanece<br />

de posse do setor público,<br />

e o concessionário é obrigado a executar<br />

determinados serviços. Esses<br />

serviços são quantificados e expressos<br />

num contrato, que é acompanhado<br />

e executado pelas agências<br />

reguladoras. Não é difícil entender<br />

isso. O grande problema é que o <strong>Brasil</strong><br />

está no vermelho. O presidente<br />

Temer recebeu o país com um buraco<br />

de R$ 170 bilhões. Qualquer família<br />

que vai para o Serasa precisa<br />

fazer adaptações em seus ativos e<br />

gastos. É exatamente isso que o governo<br />

está sendo obrigado a viver<br />

nesses dias. Os milhões de brasileiros<br />

desempregados passam pelo mesmo<br />

drama. O governo brasileiro está tão<br />

no vermelho quanto eles.<br />

14 brasil novembro de 2016

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