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A retomada do<br />
crescimento:<br />
agenda legislativa<br />
e reforma do estado<br />
PARTICIPANTES:<br />
Rodrigo Maia,<br />
presidente da Câmara dos<br />
Deputados e, na ocasião, presidente<br />
da República em exercício<br />
Aod Cunha, economista<br />
Fernando Schüler,<br />
cientista político e professor no Insper<br />
MEDIAÇÃO:<br />
Thiago Peixoto,<br />
deputado federal<br />
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,<br />
salientou a importância da tecnologia para<br />
melhorar a oferta de serviços à população<br />
Para o Insper,<br />
problemas da<br />
gestão pública<br />
decorrem<br />
da ausência<br />
de um marco<br />
legal que dê<br />
segurança para<br />
medidas que<br />
aumentem a<br />
eficiência da<br />
entrega de<br />
serviços<br />
públicos<br />
A caminho das reformas<br />
Mudança. A palavra de ordem<br />
do atual momento brasileiro deu o<br />
tom do painel que tratou da agenda<br />
legislativa nacional. Fundamentais<br />
para uma nova dinâmica do país,<br />
essas alterações tocam em temas<br />
delicados, como o funcionalismo<br />
público e a Previdência. O primeiro<br />
passo do processo, porém, é revisar a<br />
mentalidade da sociedade em relação<br />
às funções do Estado. "Vendeu-se a<br />
ideia de que o Estado pode tudo, mas<br />
ele não pode", defendeu o economista<br />
Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda<br />
do Rio Grande do Sul.<br />
O cientista político Fernando<br />
Schüler, professor no Insper, aprofundou<br />
a ideia chamando a atenção<br />
para o peso excessivo da máquina<br />
pública. "É uma espécie de operação<br />
bariátrica. A obesidade do Estado<br />
precisa de um corte", comparou. O<br />
enxugamento, diz ele, deve ser acompanhado<br />
pela implementação de<br />
mecanismos de eficiência. "Precisamos<br />
introduzir critérios de meritocracia<br />
e produtividade no setor público.<br />
Por isso, sugerimos a criação<br />
de uma Lei de Responsabilidade Gerencial<br />
no Setor Público <strong>Brasil</strong>eiro."<br />
A proposta do Insper, assinada<br />
por Schüler e outros dois professores<br />
– Sandro Cabral e Sérgio Lazzarini –,<br />
objetiva retomar a discussão de um<br />
projeto de lei que tramita no Congresso<br />
desde 1998. "Ao contrário do<br />
senso comum, boa parte dos problemas<br />
de nossa gestão pública não<br />
decorre da impossibilidade de se cobrar<br />
e demitir funcionários com desempenho<br />
aquém do esperado e<br />
desejado, mas sim da ausência de<br />
um marco legal que dê segurança<br />
para medidas que aumentem a eficiência<br />
da entrega de serviços públicos",<br />
afirma o documento.<br />
Em sua explanação, Rodrigo Maia<br />
foi taxativo ao defender a aprovação<br />
da PEC 241, a Proposta de Emenda<br />
Constitucional que congela gastos<br />
públicos com a finalidade de contornar<br />
as dificuldades da economia.<br />
"Algumas votações na agenda legislativa,<br />
como a PEC do Teto e a reforma<br />
da Previdência, serão decisivas<br />
para os próximos anos. A crise atinge<br />
nossos governos em todas as esferas",<br />
afirmou. Além de falar das<br />
reformas vinculadas à agenda de<br />
urgência do Congresso, o parlamentar<br />
destacou que é fundamental pensar<br />
no futuro do Estado de modo<br />
paralelo às votações de curto prazo.<br />
Um exemplo disso é o fato de<br />
que caberá ao Congresso mobilizar<br />
os atores sociais e elucidar o verdadeiro<br />
caráter das reformas junto à<br />
população. "Não se trata da retirada<br />
de direitos, mas da garantia a direitos<br />
mínimos", explicou Aod Cunha.<br />
Mediador do debate, o deputado<br />
federal Thiago Peixoto pediu uma<br />
postura mais assertiva das esferas<br />
legislativas quanto ao tema. "Hoje,<br />
Câmara e Senado se prendem mais<br />
naquilo que os separa do que naquilo<br />
que pode uni-los", declarou o parlamentar,<br />
que já foi secretário de<br />
Planejamento, Educação e Desenvolvimento<br />
de Goiás.<br />
56 brasil novembro de 2016