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Carnaval+em+Raul+Soares

Crônicas sobre fatos ocorridos nos carnavais de 2005 e 2011 no município mineiro de Raul Soares, com um enredo de saudosismo e espiritualidade, alegria e descontração.

Crônicas sobre fatos ocorridos nos carnavais de 2005 e 2011 no município mineiro de Raul Soares, com um enredo de saudosismo e espiritualidade, alegria e descontração.

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nem quis carona para o serviço, preferiu ir à pé, mas que logo fizeram as<br />

pazes.<br />

Depois o Jorge também foi embora pra Vila Barbosa, o Marcelo<br />

também, o Nem e sua namorada Célia. Eu fiquei. Queria testar os meus<br />

limites, iria participar do bloco dos tombados. Estava decidido! Eu já<br />

tinha comprado a camiseta mesmo, seria um sentimento de derrota se eu<br />

fosse embora. Eu pensaria que as pessoas estivessem arrazoando de mim<br />

por não ter tido disposição para participar do bloco.<br />

O Gilmar estava cambaleando de tanta vodka e mesmo assim<br />

ficou até o amanhecer, eu que misturei com cerveja também poderia.<br />

Vi que algumas pessoas foram pra casa e dormiram pra poder<br />

acordar na hora do bloco sair. Vi que alguns dormiam nos bancos da<br />

praça mesmo e outros se sentaram nos passeios. Esses não são tombados<br />

como nós. Ficamos a noite inteira bebendo, chegamos realmente<br />

bêbados! Não que seja motivo de orgulho, mas que deu prazer isso é<br />

inegável!<br />

Eu fiquei o tempo todo dançando, bebida nem se fala, que nem<br />

louco! Estava chovendo bastante nessa hora, e o bloco já estava saindo.<br />

A chuva ajudava a minimizar o efeito da embriagues e lavava o suor.<br />

Estava muito animado, todo mundo se abraçando e fazendo um grande<br />

cordão de bêbados! Muita gente jogava cerveja nos outros, uma guerra<br />

pacífica de bebida. Música, nesse ponto os ouvidos já estavam doendo<br />

de tanto ter escutado música a noite inteira.<br />

Era a manhã, surgindo timidamente devido ao tempo nublado. Eu<br />

estava cansado, mas me divertindo bastante no bloco que seguia o trioelétrico<br />

e a música alta acordava as pessoas nas casas para verem os<br />

tombados passarem.<br />

Eu estava lá no meio, certamente bêbado, a tal ponto que nem sei<br />

como tenho as lembranças para hoje contar nesse texto.<br />

Eu sei que o dia seria ruim e a ressaca evidente. Sei também que<br />

foi uma noite perdida de sono e que eu passaria o dia inteiro com o<br />

corpo dolorido. É certo que os meus pés estavam me matando e eu tinha<br />

vontade de tirar os tênis molhados de chuva. O momento era de<br />

aproveitar, afinal se eu não aproveitasse naquela hora iria me arrepender<br />

depois quando chegasse em casa.<br />

Então lembro que tomei mais umas duas cachaças e comi um pão<br />

com pernil. Não, acho que foram três cachaças. Acho que sim.<br />

Depois eu fui embora de moto, por volta das oito horas da manhã,<br />

sei que é errado dirigir nas condições em que eu estava, mas em Raul<br />

Soares naquele momento não haveria o perigo de atropelar alguém ou<br />

bater em outro carro...quem não estava na praça estava em casa<br />

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