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MADEIRA TRATADA<br />
O<br />
primeiro residencial do programa Minha<br />
Casa Minha Vida construído com imóveis<br />
de madeira foi entregue no Estado<br />
do Paraná. Batizado como Moradias<br />
Nilo, o condomínio situado em Curitiba<br />
(PR) conta com 66 unidades destinadas a famílias com<br />
renda de até R$ 1,6 mil.<br />
Segundo a gerente nacional de Padronização e<br />
Normas Técnicas para a Construção Civil da CEF (Caixa<br />
Econômica Federal), Anna Paula Cunha, a tecnologia<br />
é nova no Brasil, mas já consolidada em outros<br />
países. “No Canadá, por exemplo, essa tecnologia é<br />
comum e tem uma indústria florestal bastante consolidada”,<br />
explica a gerente. “É uma inovação que traz<br />
um aprimoramento sobre uma construção tradicional”,<br />
complementa.<br />
Construído em um intervalo de seis meses, o condomínio<br />
é dotado de tecnologia sustentável a seco<br />
que utiliza painéis de madeira, sistema homologado<br />
pela CEF e pelo Ministério das Cidades. As casas de<br />
madeira têm garantia de 10 anos e uma média de<br />
durabilidade de 50 anos, o que as colocam em pé de<br />
igualdade com uma construção em alvenaria.<br />
“Utilizamos painéis de madeira tratada de pinus<br />
autoclavado produzidos na fábrica. No canteiro da<br />
obra só montamos as casas que ficam prontas em um<br />
dia, faltando apenas os acabamentos”, explica Rodrigo<br />
Corsini, engenheiro da F Klas, construtora responsável<br />
pelo condomínio.<br />
A construtora licenciou o sistema, que adaptou o<br />
método alemão conhecido como wood frame (quadro<br />
de madeira) para atender as exigências do programa<br />
Minha Casa Minha Vida. Uma das vantagens<br />
em se empregar esse sistema é que o cronograma da<br />
obra fica menos sujeito aos atrasos. O wood frame<br />
reduz em 75% a demanda por mão de obra e ainda<br />
minimiza o impacto ambiental da construção, uma<br />
vez que a opção por matérias-primas renováveis gera<br />
apenas 25% dos resíduos de um canteiro comum.<br />
“Como a tecnologia é mais sustentável, ganhamos no<br />
tempo de execução, o que acaba reduzindo custos”,<br />
compara o gerente de habitação da CEF em Curitiba,<br />
Carlos Viriato da Silva. No sistema, a estrutura das paredes<br />
é montada com madeira autoclavada para garantir<br />
a proteção contra cupins e umidade. Sobre essa<br />
estrutura vai o isolamento térmico e acústico. Os dois<br />
lados da parede recebem então chapas estruturais<br />
de OSB (painéis de tiras de madeira orientadas, em<br />
português). Na etapa seguinte, são fixadas chapas de<br />
cimento na face externa e sobre elas qualquer tipo de<br />
revestimento – tijolinhos, pintura, texturas ou cerâmicas,<br />
por exemplo.<br />
O acabamento das paredes internas é feito com<br />
gesso “A gente adaptou o modelo aos costumes do<br />
brasileiro, como lavar a casa com balde d’água e pendurar<br />
ganchos de rede nas paredes”, afirma o sócio-<br />
-diretor da Tecverde, José Márcio Fernandes.<br />
Em relação à Norma de Desempenho de Edificações<br />
da Abnt, que determina níveis mínimos de qualidade,<br />
Fernandes diz que o sistema apresenta boa<br />
qualidade térmica com isolamento com lã de vidro<br />
ou garrafas pet que uma membrana deixa a umidade<br />
passar apenas de dentro para fora. “Independentemente<br />
do clima, a casa terá um bom desempenho,<br />
seja pelo isolamento térmico, seja pela membrana<br />
que controla a umidade.”<br />
54 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2018</strong>