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*Julho/2018 - Industrial 198

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MADEIRA TRATADA<br />

O<br />

primeiro residencial do programa Minha<br />

Casa Minha Vida construído com imóveis<br />

de madeira foi entregue no Estado<br />

do Paraná. Batizado como Moradias<br />

Nilo, o condomínio situado em Curitiba<br />

(PR) conta com 66 unidades destinadas a famílias com<br />

renda de até R$ 1,6 mil.<br />

Segundo a gerente nacional de Padronização e<br />

Normas Técnicas para a Construção Civil da CEF (Caixa<br />

Econômica Federal), Anna Paula Cunha, a tecnologia<br />

é nova no Brasil, mas já consolidada em outros<br />

países. “No Canadá, por exemplo, essa tecnologia é<br />

comum e tem uma indústria florestal bastante consolidada”,<br />

explica a gerente. “É uma inovação que traz<br />

um aprimoramento sobre uma construção tradicional”,<br />

complementa.<br />

Construído em um intervalo de seis meses, o condomínio<br />

é dotado de tecnologia sustentável a seco<br />

que utiliza painéis de madeira, sistema homologado<br />

pela CEF e pelo Ministério das Cidades. As casas de<br />

madeira têm garantia de 10 anos e uma média de<br />

durabilidade de 50 anos, o que as colocam em pé de<br />

igualdade com uma construção em alvenaria.<br />

“Utilizamos painéis de madeira tratada de pinus<br />

autoclavado produzidos na fábrica. No canteiro da<br />

obra só montamos as casas que ficam prontas em um<br />

dia, faltando apenas os acabamentos”, explica Rodrigo<br />

Corsini, engenheiro da F Klas, construtora responsável<br />

pelo condomínio.<br />

A construtora licenciou o sistema, que adaptou o<br />

método alemão conhecido como wood frame (quadro<br />

de madeira) para atender as exigências do programa<br />

Minha Casa Minha Vida. Uma das vantagens<br />

em se empregar esse sistema é que o cronograma da<br />

obra fica menos sujeito aos atrasos. O wood frame<br />

reduz em 75% a demanda por mão de obra e ainda<br />

minimiza o impacto ambiental da construção, uma<br />

vez que a opção por matérias-primas renováveis gera<br />

apenas 25% dos resíduos de um canteiro comum.<br />

“Como a tecnologia é mais sustentável, ganhamos no<br />

tempo de execução, o que acaba reduzindo custos”,<br />

compara o gerente de habitação da CEF em Curitiba,<br />

Carlos Viriato da Silva. No sistema, a estrutura das paredes<br />

é montada com madeira autoclavada para garantir<br />

a proteção contra cupins e umidade. Sobre essa<br />

estrutura vai o isolamento térmico e acústico. Os dois<br />

lados da parede recebem então chapas estruturais<br />

de OSB (painéis de tiras de madeira orientadas, em<br />

português). Na etapa seguinte, são fixadas chapas de<br />

cimento na face externa e sobre elas qualquer tipo de<br />

revestimento – tijolinhos, pintura, texturas ou cerâmicas,<br />

por exemplo.<br />

O acabamento das paredes internas é feito com<br />

gesso “A gente adaptou o modelo aos costumes do<br />

brasileiro, como lavar a casa com balde d’água e pendurar<br />

ganchos de rede nas paredes”, afirma o sócio-<br />

-diretor da Tecverde, José Márcio Fernandes.<br />

Em relação à Norma de Desempenho de Edificações<br />

da Abnt, que determina níveis mínimos de qualidade,<br />

Fernandes diz que o sistema apresenta boa<br />

qualidade térmica com isolamento com lã de vidro<br />

ou garrafas pet que uma membrana deixa a umidade<br />

passar apenas de dentro para fora. “Independentemente<br />

do clima, a casa terá um bom desempenho,<br />

seja pelo isolamento térmico, seja pela membrana<br />

que controla a umidade.”<br />

54 referenciaindustrial.com.br JULHO <strong>2018</strong>

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