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2001_Luzes-ApostoloPulchrum

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Tempo houve, pois, em que todo o<br />

teor da vida era diverso do de nossos<br />

dias, num continente onde foi possível<br />

ao homem idealizar e construir um<br />

mundo de maravilhas, de coisas arquitetônicas<br />

e sapienciais capazes de<br />

nos falar do Céu e, ao mesmo tempo,<br />

deleitar de maneira virtuosa o “irmão<br />

corpo” de quem as contempla. São os<br />

símbolos excelentes e nobres daquelas<br />

magnificências que nos aguardam<br />

no Céu Empíreo.<br />

Dado, porém, que o efeito é sempre<br />

menor que a causa, comprazo-me<br />

em salientar que a maior dessas pulcritudes<br />

da antiga Europa é precisamente<br />

o espírito daqueles que as conceberam,<br />

as almas sedentas das grandezas<br />

celestiais, os corações nos quais<br />

se sentia este anseio de modo mais intenso<br />

do que naquilo que produziram<br />

e legaram à posteridade.<br />

*<br />

Penso nisto, ao considerar uma Sainte<br />

Chapelle e o monarca que a construiu,<br />

São Luís IX; ao admirar um<br />

Eremo delle Carceri e seu mais ilustre<br />

habitante, São rancisco de Assis; ou<br />

ao examinar a pujança e beleza de<br />

formas de uma Torre de Belém, diante<br />

da qual eu gostaria de passar uma<br />

noite inteira, sob as refulgências do<br />

luar, meditando no heroísmo dos valorosos<br />

portugueses de que ela é portentosa<br />

expressão.<br />

E por que não lembrar do palácio<br />

do Rei Sol, do Versailles de Luís XIV,<br />

cujas linhas e arquiteturas, no que têm<br />

de virtude e catolicidade, nasceram<br />

da Igreja e, a fortiori, estavam conti-<br />

D. Sebastião de Portugal<br />

e a Torre de Belém<br />

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