27.07.2018 Views

2001_Luzes-ApostoloPulchrum

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

LUZES DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ<br />

Ao longo dos séculos da história<br />

cristã, as noites de Natal<br />

têm recordado aos homens<br />

e lhes feito compartilhar as bênçãos<br />

inefáveis do augusto momento<br />

em que o Redentor nasceu para o mundo.<br />

Sobretudo antes das festas laicas e<br />

comercializadas de hoje, as celebrações<br />

natalinas possuíam um néctar,<br />

uma poesia, um encanto, um discernimento<br />

de espírito por onde todos como<br />

que sentiam e conheciam a graça<br />

de Deus e de Cristo que desce como<br />

um orvalho do mais alto do céu, ou<br />

seja, do claustro sacratíssimo de Nossa<br />

Senhora, e sem transgredir a virgindade<br />

intacta da mãe, entra nesta terra.<br />

A Virgem teve um filho e a humanidade<br />

se extasia!<br />

Dir-se-ia revestido de completa beleza<br />

o cenário dessa noite na Terra Santa,<br />

iluminada por estrelas reluzentes como<br />

nunca, povoada de Anjos que anunciam<br />

o nascimento do Salvador. Entretanto,<br />

como lucra em formosura o Natal,<br />

quando considerado nas manifestações<br />

de piedade e de inocência com<br />

que o festejam os povos germânicos!<br />

Imagine-se a igrejinha, a<br />

paroquiazinha toda coberta<br />

de neve, com o relógio iluminado<br />

por dentro, indicando<br />

10 para a meianoite;<br />

os aldeiões que<br />

se aproximam com os<br />

tamancões grandes,<br />

porque a neve enche<br />

o caminho,<br />

e ainda cai aos<br />

flocos. A igreja,<br />

bem aquecida,<br />

acolhe generosamente<br />

os seus<br />

fiéis que entram<br />

depressa e logo se<br />

acomodam naquele<br />

pequeno palácio do<br />

Menino-Deus.<br />

Ao longe, as casinhas<br />

da aldeia espargem<br />

cintilações<br />

douradas através<br />

de suas janelas,<br />

pontilhando de<br />

luz o imenso man-<br />

to de neve com que se veste a natureza.<br />

Das chaminés escapam tufos de<br />

fumaça: é a festa de Natal que já está<br />

preparada, a lareira acesa, as suculentas,<br />

atraentes e substanciosas delícias<br />

da culinária alemã postas no forno, os<br />

presentes junto à esplendorosa árvore<br />

montada na sala principal, enfim, tudo<br />

pronto para as santas alegrias que se<br />

seguem à jubilosa celebração litúrgica.<br />

Esses vários aspectos constituem,<br />

dentro da inocência da neve, um quadro<br />

só, completado pelos sentimentos<br />

da canção natalina por excelência, o<br />

Stille Nacht.<br />

Stille Nacht! Heilige Nacht!<br />

Alles schläft, einsam wacht<br />

Nur das traute hoch heilige Paar.<br />

Holder Knabe im lockigen Haar,<br />

Schlaf in himmlischer Ruh!<br />

Noite silenciosa, noite Santa!<br />

Tudo dorme. Solitário, está velando<br />

O nobre e altamente santo Casal.<br />

E o Menino de cabelos cacheados,<br />

Dorme em celestial tranqüilidade!<br />

Composta no século XIX por um<br />

modesto professor austríaco, o mundo<br />

inteiro a adotou como a música do<br />

Natal. E desde então não se compreende<br />

um 25 de dezembro em que não<br />

se entoe, nos mais diversos países e nos<br />

mais diferentes idiomas, o Stille Nacht<br />

— o nosso “Noite Feliz”...<br />

Por movimentos aos quais não é<br />

alheia a mão da Providência, o consenso<br />

popular soube compreender o<br />

significado mais profundo desta canção,<br />

e daí a indiscutível primazia dela<br />

sobre as demais melodias natalinas.<br />

Que significado?<br />

No Stille Nacht existe em alto grau<br />

a idéia de que os Céus se abriram, e o<br />

32

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!