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LUZES DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ<br />
Menino Jesus fez um percurso gigantesco para<br />
chegar até nós. Portanto, por trás da idéia da<br />
Encarnação, e como elemento necessário para<br />
se situar inteiramente a posição do homem em<br />
face do nascimento do Verbo, está a noção de<br />
um acontecimento fabuloso, desmedido, imenso,<br />
que se deu e se converteu em intimidade e<br />
amor. E, por causa disso, em ternura, o tempo<br />
inteiro maravilhada.<br />
É a ternura diante das fragilidades de um<br />
Deus feito homem, diante das quais nós não temos<br />
nem sabemos o que dizer. De outro lado,<br />
porém, esse mesmo Deus é o Senhor do Universo,<br />
onipotente, eterno Juiz de toda a Criação.<br />
Portanto, num sublime paradoxo, é a ternura e<br />
a compaixão para quem é infinitamente mais do<br />
que nós, extremamente delicadas, envoltas num<br />
alto critério de sentimento para serem dignas de<br />
se apresentarem Àquele que de fato merece essa<br />
compaixão, mas que é Deus. Então é a piedade<br />
humana ao mesmo tempo admirativa e súplice,<br />
é o homem que tem pena fazendo um pedido ao<br />
Deus de quem tem pena... Outro paradoxo, outra<br />
grandiosa beleza!<br />
Paradoxos e contrastes que despertam em nossas<br />
almas toda sorte de delicadeza de emoções.<br />
Ao lado da ternura e da compaixão, a reverência,<br />
a veneração, a submissão de todo o nosso ser<br />
ao Divino recém-nascido, e um deixar-se levar<br />
a subidas cogitações às quais esse acontecimento<br />
entre todos bendito nos convida. Além disso,<br />
a noção recolhida, humilde e enlevada do sublime,<br />
e um imenso agradecimento de quem recebe<br />
uma misericórdia sem limites, por nos sentirmos<br />
visitados e impregnados por todas<br />
as graças que Ele trouxe ao mundo, para<br />
a nossa salvação.<br />
A todas essas boas disposições nos<br />
inclina a melodia do Stille Nacht, cujas<br />
notas e inflexões têm isso de próprio,<br />
que fazem um comentário do<br />
sentido da palavra cantada. Então,<br />
nos tons mais baixos, é a ternura vigilante<br />
que se debruça sobre a manjedoura,<br />
velando para que nada toque<br />
no Menino, que nada O moleste.<br />
Ele está chorando, mas a<br />
Mãe o consola... E com que incomparável<br />
desvelo!<br />
Em outros momentos, porém,<br />
nas notas mais agudas, novamente<br />
ressalta a idéia de que<br />
este Menino de cabelos cacheados,<br />
é Deus. O Menino dorme. E a sua<br />
tranqüilidade, assim como Ele,<br />
não é da terra. É do Céu... v