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Ler e escrever na Educação Infantil: Análise de uma proposta curricular

Monografia apresentada para a obtenção do título de especialista em alfabetização Centro de Formação da Escola da Vila - São Paulo/SP

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sujeitos e entre estes e os objetos <strong>de</strong> conhecimento se constituem como<br />

fundamentais no processo <strong>de</strong> aprendizagem, a escola e o professor ganham novas<br />

funções e papéis. Em virtu<strong>de</strong> da importância, esse tema é mais bem discutido no<br />

tópico seguinte.<br />

1.1.1 O impacto <strong>na</strong> educação escolar<br />

Para se perceber o impacto que a concepção construtivista teve <strong>na</strong> educação,<br />

é necessário traçar, brevemente, os principais aspectos que marcam certa visão<br />

consi<strong>de</strong>rada mais tradicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> ensino escolar. Importa salientar que não se tratará<br />

<strong>de</strong> <strong>uma</strong> instituição escolar, em especial, mas <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o<br />

ensino, <strong>de</strong> certa visão <strong>de</strong> aluno e <strong>de</strong> professor, vigente antes do advento da<br />

concepção construtivista e que continua presente ainda hoje.<br />

A escola tradicio<strong>na</strong>l tem se apoiado tanto <strong>na</strong>s teorias i<strong>na</strong>tistas – <strong>de</strong> Platão<br />

(427-347 a.C.), <strong>de</strong> Kant (séc. XIV) e <strong>de</strong> Descartes (séc. XVI) -, que formulam que<br />

as pessoas <strong>na</strong>scem com <strong>uma</strong> bagagem <strong>de</strong> conhecimentos, <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>s e, portanto, a tarefa do professor é ajudá-las a tor<strong>na</strong>r conscientes esses<br />

saberes adormecidos; quanto <strong>na</strong>s teorias empiristas – Aristóteles (384–322 a.C.) e<br />

<strong>de</strong> Locke, Hume e Bacon (séc. XVI - XVII) - para as quais todo o conhecimento está<br />

no mundo exterior e a criança é como <strong>uma</strong> “tabula rasa”, ou seja, não possui<br />

nenhum saber anterior, cabendo ao professor transmitir a ela os saberes do<br />

mundo, por meio da memorização. (BECKER, 2003).<br />

No caso do i<strong>na</strong>tismo, a aprendizagem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> majoritariamente do aluno e<br />

do meio social, suas experiências e interações são dispensáveis neste processo.<br />

Vale ressaltar que esta noção foi rechaçada cientificamente, mas ainda é comum<br />

que educadores justifiquem o fracasso ou êxito escolar <strong>na</strong>s habilida<strong>de</strong>s individuais<br />

<strong>de</strong> aprendizagem. Já no empirismo, diametralmente aposto ao primeiro, o aluno é<br />

passivo em relação à sua aprendizagem; é um mero receptáculo do conteúdo<br />

transmitido pelo professor. Ele chega à escola e, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua<br />

bagagem <strong>de</strong> experiências e <strong>de</strong> seu interesse, supostamente incorporará o<br />

conhecimento mediante a memorização. Tor<strong>na</strong>ndo a aprendizagem um simples<br />

exercício, sem sentido, valor ou significado.<br />

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