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Ler e escrever na Educação Infantil: Análise de uma proposta curricular

Monografia apresentada para a obtenção do título de especialista em alfabetização Centro de Formação da Escola da Vila - São Paulo/SP

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iniciais, vislumbrou <strong>na</strong> pesquisa psicogenética a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a este<br />

problema. É fato que, <strong>de</strong> início, a inserção das i<strong>de</strong>ias apresentadas por Ferreiro e<br />

Teberosky foi feita <strong>de</strong> modo abrupto e pouco formativo. De todas as conclusões<br />

apresentadas, somente as i<strong>de</strong>ias vinculadas à apropriação da escrita alfabética<br />

foram trazidas para os professores, ou seja, ape<strong>na</strong>s as i<strong>de</strong>ias sobre as hipóteses<br />

construídas pelas crianças chegaram aos professores. Isso acabou gerando – e é<br />

algo que ainda ocorre – distorções no papel do professor alfabetizador e <strong>na</strong> forma<br />

como as contribuições advindas da Psicogênese influenciam a prática <strong>de</strong> ensino. Em<br />

muitos casos, por exemplo, os professores se mantinham usando métodos fechados<br />

<strong>de</strong> alfabetização e “usavam” as hipóteses ape<strong>na</strong>s em caráter avaliativo, a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finir quantos alunos escreviam <strong>de</strong> forma alfabética, quantos <strong>de</strong> forma silábica<br />

etc.<br />

(...) a <strong>de</strong>speito da amplitu<strong>de</strong> do referencial teórico e das suas<br />

implicações para a prática pedagógica, a apropriação da psicogênese<br />

em sala <strong>de</strong> aula acabou configurando-se sob a forma <strong>de</strong> praticas<br />

reducionistas e, não raro, equivocadas. Ansiosos por encontrar<br />

alter<strong>na</strong>tivas para os dramáticos índices <strong>de</strong> reprovação e fracasso<br />

escolar, muitos professores acabaram fazendo <strong>uma</strong> transposição<br />

<strong>de</strong>masiadamente direta das situações <strong>de</strong> pesquisa, trazendo-as para<br />

a escola mais como <strong>uma</strong> metodologia <strong>de</strong> trabalho do que<br />

propriamente como um estímulo à reflexão, ao estudo e ao<br />

planejamento <strong>de</strong> práticas mais compromissadas com o aprendiz (...)<br />

muitos educadores lançaram-se avidamente à psicogenética como se<br />

ela fosse a solução para todos os problemas da sala <strong>de</strong> aula (...)<br />

surgiram também os ‘modismos pedagógicos’, práticas<br />

inconseqüentes e até irresponsáveis, embora não necessariamente<br />

mal-intencio<strong>na</strong>das. (LUIZE E COLELLO, 2005, p.20)<br />

Nas instâncias superiores, porém, aos poucos houve <strong>uma</strong> preocupação em<br />

salientar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças <strong>na</strong> forma como se ensi<strong>na</strong>va a ler e a <strong>escrever</strong><br />

e, igualmente, <strong>uma</strong> preocupação em tor<strong>na</strong>r as contribuições das autoras<br />

compreensíveis para os professores. Então, a partir da adoção da perspectiva que<br />

fundamentou as novas <strong>de</strong>scobertas <strong>na</strong> área, <strong>uma</strong> série <strong>de</strong> publicações foi produzida<br />

pelo Ministério e Secretarias da <strong>Educação</strong> e, em praticamente <strong>uma</strong> década, foram<br />

distribuídas em ampla escala, a todos os profissio<strong>na</strong>is da re<strong>de</strong>.<br />

Nos Referenciais Curriculares Nacio<strong>na</strong>is para a <strong>Educação</strong> <strong>Infantil</strong> (BRASIL,<br />

1998, v.2), o trabalho com linguagem oral e escrita é consi<strong>de</strong>rado eixo básico do<br />

trabalho neste segmento, porque é a linguagem que media a relação e a interação<br />

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