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Ler e escrever na Educação Infantil: Análise de uma proposta curricular

Monografia apresentada para a obtenção do título de especialista em alfabetização Centro de Formação da Escola da Vila - São Paulo/SP

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corroborar suas hipóteses. Alguns exemplos <strong>de</strong> situações com crianças peque<strong>na</strong>s:<br />

produzir <strong>uma</strong> escrita em duplas <strong>de</strong> maneira que cada membro <strong>de</strong>sempenhe em um<br />

momento o papel <strong>de</strong> escriba e o <strong>de</strong> ditante, escritas com diferentes propósitos –<br />

lista <strong>de</strong> brinquedos que levará ao parque, <strong>uma</strong> parlenda para compor o cancioneiro<br />

do grupo, registro das informações <strong>de</strong>scobertas em um estudo etc.<br />

Nestas situações, à medida que atuam sobre a língua, as crianças constroem<br />

e avançam no conhecimento sobre a linguagem escrita. Vale ressaltar que, o que<br />

mobiliza estas <strong>proposta</strong>s não é a intenção <strong>de</strong> que a criança leia e escreva<br />

convencio<strong>na</strong>lmente ao fim da educação infantil. Mas, sim, o <strong>de</strong> promover práticas<br />

significativas que contemplem um objeto que faz parte do interesse e do universo<br />

infantil, sobre o qual as crianças constroem diferentes hipóteses explicativas,<br />

também fora da instituição escolar. Contudo, trabalhar com as práticas <strong>de</strong><br />

linguagem em sala <strong>de</strong> aula visa, por um lado “Dar às crianças ocasiões <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>r. A língua escrita é muito mais que um conjunto <strong>de</strong> formas gráficas. É um<br />

modo <strong>de</strong> a língua existir, é um objeto social, é parte <strong>de</strong> nosso patrimônio cultural”<br />

(Ferreiro, 2010, p.99) e, por outro, manter a criança constantemente envolvida e<br />

<strong>de</strong>safiada, criando conflitos cognitivos, a partir dos quais irá, continua e<br />

permanentemente, se apropriando <strong>de</strong> sua língua.<br />

Quando se afirma que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito peque<strong>na</strong>s as crianças po<strong>de</strong>m<br />

iniciar o processo <strong>de</strong> compreensão da leitura e escrita, po<strong>de</strong>-se dizer<br />

que estão se alfabetizando. Isso significa assumir o papel<br />

alfabetizador da Pré-escola. Tal compromisso não pressupõe<br />

estabelecer “ganhos” para cada ida<strong>de</strong>, nem enten<strong>de</strong>r que quando<br />

ingressam <strong>na</strong> pré-escola <strong>de</strong>vam alcançar a alfabeticida<strong>de</strong> do sistema,<br />

ou seja, não implica em <strong>uma</strong> exigência <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escrita alfabética por<br />

parte das crianças. (CASTEDO, 1997, p.36)<br />

Ferreiro (2008, p.38) sintetiza a questão: “Deve se ensi<strong>na</strong>r a ler e a <strong>escrever</strong><br />

<strong>na</strong> pré-escola ou não? Minha resposta é simples: não se <strong>de</strong>ve ensi<strong>na</strong>r, porém <strong>de</strong>vese<br />

permitir que a criança aprenda”. Ou seja, não se <strong>de</strong>ve ter por meta que as<br />

crianças fi<strong>na</strong>lizem o segmento escrevendo convencio<strong>na</strong>lmente e, permitir que ela<br />

aprenda significa proporcio<strong>na</strong>r, <strong>de</strong>ntro da escola, intenso, mas contextualizado e<br />

significativo, contato com a leitura e a escrita. Para isso, se faz necessário um<br />

planejamento cuidadoso e criterioso quanto às suas proposições e intervenções<br />

docentes.<br />

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