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Ler e escrever na Educação Infantil: Análise de uma proposta curricular

Monografia apresentada para a obtenção do título de especialista em alfabetização Centro de Formação da Escola da Vila - São Paulo/SP

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Os conhecimentos construídos acerca da linguagem escrita são parte<br />

constitutiva fundamental do processo <strong>de</strong> alfabetização e é o que motiva e significa a<br />

aprendizagem do sistema notacio<strong>na</strong>l. A notação é o termo utilizado por Teberosky e<br />

Tolchinsky (2008), bem como por Sinclair (1990) e outros autores, para <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>r<br />

os si<strong>na</strong>is gráficos convencio<strong>na</strong>is, “usados para registrar e transmitir informação<br />

(...). O conhecimento notacio<strong>na</strong>l consiste <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer, interpretar<br />

e produzir distintas formas notacio<strong>na</strong>is” (TEBEROSKY E TOLCHINSKY, 2008, p.9).<br />

São comuns, ainda hoje, práticas escolares que reduzem todo o processo <strong>de</strong><br />

alfabetização à aprendizagem da notação e é neste ponto em que resi<strong>de</strong> outra<br />

polêmica: po<strong>de</strong>-se ou não alfabetizar <strong>na</strong> educação infantil? É intrínseco a este<br />

questio<strong>na</strong>mento um posicio<strong>na</strong>mento teórico a respeito da aprendizagem da leitura e<br />

da escrita: é um processo <strong>de</strong> construção conceitual ou é o preciso momento em que<br />

a criança codifica/<strong>de</strong>codifica os si<strong>na</strong>is convencio<strong>na</strong>is?<br />

Na perspectiva construtivista, apren<strong>de</strong>r a notação convencio<strong>na</strong>l consiste em<br />

<strong>uma</strong> parte do processo <strong>de</strong> apropriação da linguagem escrita, que influi e é<br />

influenciado pelas conceitualizações da criança 11 .<br />

Alfabetização, hoje, é um processo permanente <strong>de</strong> compreensão e<br />

produção <strong>de</strong> linguagens e sistemas <strong>de</strong> escrita. Engloba um conjunto<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que procuram fazer com que as pessoas <strong>de</strong> diversas<br />

culturas e grupos sociais se apropriem do complexo objeto que é a<br />

escrita. (CASTEDO, 1997, p.35)<br />

Por essa razão, é imprescindível que no início da alfabetização, assim como<br />

no restante da escolarida<strong>de</strong>, o aluno esteja inserido em práticas sociais<br />

relacio<strong>na</strong>das ao fazer do escritor e do leitor, <strong>de</strong> maneira que, contínua e<br />

progressivamente, possa atribuir significados e construir e reconstruir saberes cada<br />

vez mais ajustados sobre a <strong>na</strong>tureza do sistema, as suas funções, os modos<br />

próprios <strong>de</strong> organização etc.<br />

11<br />

Neste trabalho não nos <strong>de</strong>teremos sobre as conceitualizações que as crianças constroem<br />

sobre a escrita, <strong>de</strong> modo que, brevemente, po<strong>de</strong>-se afirmar que: “Três períodos<br />

fundamentais po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados, no interior dos quais é possível indicar subníveis. 1)<br />

O primeiro período caracteriza-se pela busca <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> diferenciação entre as<br />

marcas gráficas figurativas e as marcas gráficas não-figurativas, assim como pela formação<br />

<strong>de</strong> séries <strong>de</strong> letras como objetos substitutos, e pela busca das condições <strong>de</strong> interpretação<br />

<strong>de</strong>sses objetos substitutos. 2) O segundo período é caracterizado pela construção <strong>de</strong> modos<br />

<strong>de</strong> diferenciação entre os enca<strong>de</strong>amentos <strong>de</strong> letras, baseando-se alter<strong>na</strong>damente em eixos<br />

<strong>de</strong> diferenciação qualitativos e quantitativos. 3) O terceiro período é o que correspon<strong>de</strong> à<br />

fonetização da escrita, que começa por um período silábico e culmi<strong>na</strong> no período alfabético.”<br />

(FERREIRO, 1990, p.22)<br />

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