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edição de 10 de setembro de 2018

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entrevista<br />

Monica piMentel<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> conteúdo da Discovery Networks Brasil<br />

o Mercado está<br />

extreMaMente<br />

disputado e<br />

isso o torna<br />

<strong>de</strong>safiador<br />

Em uma área praticamente dominada por<br />

homens, a jornalista Monica Pimentel<br />

conseguiu fazer a diferença no mercado<br />

televisivo. Com quase 30 anos <strong>de</strong><br />

experiência no segmento e passagem por gran<strong>de</strong>s<br />

emissora abertas, a executiva assumiu em 2013 o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar a área <strong>de</strong> conteúdo da Discovery<br />

Networks Brasil. Os bons índices <strong>de</strong> audiência e a<br />

produção <strong>de</strong> formatos locais diferenciados mostram<br />

que ela vem realizando na TV por assinatura boas<br />

apostas. Nesta entrevista, Monica fala sobre o<br />

trabalho da companhia e os <strong>de</strong>safios do mercado.<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Como você avalia o atual momento<br />

da TV paga no Brasil?<br />

Enxergo o meio <strong>de</strong> TV por assinatura<br />

da mesma forma como<br />

analiso a mídia e o entretenimento<br />

em geral. É um universo <strong>de</strong><br />

muitas mudanças, adaptações e<br />

transformações com inúmeros<br />

<strong>de</strong>safios, mas, por outro lado, com<br />

diversas oportunida<strong>de</strong>s. Observamos<br />

isso <strong>de</strong>ntro da própria Discovery,<br />

pois, mesmo com todas<br />

as turbulências do mercado, conseguimos<br />

manter uma trajetória<br />

bem-sucedida e continuamos batendo<br />

recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> audiência. Por<br />

exemplo, se você comparar a audiência<br />

do canal Home & Health<br />

<strong>de</strong> 2013 com a atual, vai perceber<br />

que crescemos 455%. Já a audiência<br />

do canal Discovery aumentou<br />

em 205%. Toda essa repercussão<br />

não está apenas no linear, e, sim,<br />

em todas as plataformas. É um<br />

momento muito dinâmico, mas<br />

as oportunida<strong>de</strong>s estão aí. Então,<br />

quem tem um conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

e busca se adaptar a formatos<br />

que vão <strong>de</strong> encontro com o<br />

que o consumidor necessita, está<br />

no jogo para ganhar.<br />

A coprodução <strong>de</strong> programas é a estratégia<br />

da companhia para trazer<br />

um bom conteúdo nacional aos telespectadores?<br />

Não é que seja uma estratégia<br />

para trazer um bom conteúdo<br />

local, pois nós fazemos isso também<br />

com as nossas produções<br />

originais. Por exemplo, os programas<br />

Troca <strong>de</strong> Estilo e Menos é<br />

Demais são produtos que <strong>de</strong>senvolvemos<br />

e não são realizados<br />

em parceria com a TV aberta. Na<br />

verda<strong>de</strong>, a estratégia com eles é<br />

para trazer mais conteúdo local,<br />

para que a gente possa aumentar<br />

o número <strong>de</strong> horas e ter uma<br />

oferta mais robusta para o nosso<br />

consumidor. Atualmente, é muito<br />

forte a ‘glocalização’, que é a<br />

mistura da cultura global com as<br />

particularida<strong>de</strong>s locais. Então, a<br />

gente percebe claramente a evolução<br />

do conteúdo local, que vem<br />

nos trazendo bons índices <strong>de</strong> audiência.<br />

O portfólio da Discovery vem registrando<br />

bons índices <strong>de</strong> audiência nos<br />

últimos anos. A que você atribui a<br />

performance?<br />

Na verda<strong>de</strong>, são vários fatores.<br />

É uma combinação <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />

dados, que realizamos através<br />

<strong>de</strong> pesquisas, em conjunto com<br />

experiência e intuição. Esses são<br />

os três alicerces que atualmente<br />

te propiciam a conseguir antever<br />

<strong>de</strong>terminadas tendências. Um<br />

dos nossos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios é enten<strong>de</strong>r<br />

o que o consumidor quer<br />

quando ele sabe o que ele quer.<br />

Porém, temos <strong>de</strong> nos antece<strong>de</strong>r e<br />

<strong>de</strong>scobrir o que o consumidor vai<br />

querer quando ele ainda não sabe.<br />

Ou seja, enten<strong>de</strong>r as tendências<br />

futuras. O difícil é enten<strong>de</strong>r como<br />

conectar todas essas tendências,<br />

por isso, experiência, intuição<br />

e análise <strong>de</strong> dados te propiciam<br />

que você consiga interconectar<br />

todas essas relações que te dão sinais<br />

do que você po<strong>de</strong> utilizar no<br />

futuro. Temos trabalhado muito<br />

com essa visão <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r antecipar<br />

tendências.<br />

Por que você acredita que o canal<br />

Discovery Home & Health é um dos<br />

mais queridos da TV paga?<br />

Acredito que seja porque o canal<br />

vem antecipando tendências.<br />

Na área <strong>de</strong> estilo <strong>de</strong> vida, o Home<br />

& Health vem sempre inovando.<br />

Em 2013, quando os programas<br />

<strong>de</strong> culinária ainda não eram tão<br />

populares no Brasil, estavam<br />

nichados a canais restritos, nós<br />

trouxemos o chef confeiteiro<br />

Buddy Valastro, que parou um<br />

trecho da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. A<br />

partir daí veio aquela explosão <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> culinária, mas nós<br />

já tínhamos assegurado todas as<br />

franquias do gênero e preestabelecido<br />

os contratos <strong>de</strong> coprodução<br />

com as TVs abertas para as<br />

temporadas do Masterchef, Bake<br />

Off e Batalha dos Confeiteiros.<br />

Depois disso, trabalhamos nas<br />

áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração e casamento,<br />

ou seja, sempre tentando prever<br />

tendências e apostando nisso. Estamos<br />

sempre trabalhando para<br />

estar um passo à frente.<br />

O mercado anunciante respon<strong>de</strong> a<br />

essa audiência?<br />

O mercado anunciante também<br />

está tentando se achar no<br />

meio <strong>de</strong>ssas transformações. Mas<br />

ele tem respondido muito bem<br />

aos comerciais <strong>de</strong> 30 segundos<br />

e aos projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content.<br />

A Discovery tem sido muito<br />

procurada, principalmente,<br />

por anunciantes que querem ter<br />

suas marcas agregadas ao nosso<br />

conteúdo e a um mo<strong>de</strong>lo mais<br />

inovador. Temos uma equipe<br />

que trabalha muito afinada com<br />

a nossa turma <strong>de</strong> conteúdo para<br />

buscar soluções estratégicas.<br />

Uma iniciativa muito bacana da<br />

nossa área comercial é se aproximar,<br />

cada vez mais, dos jovens<br />

mídias das agências. Para isso, a<br />

área criou workshops em conjunto<br />

com o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> conteúdo,<br />

para apresentar e dividir<br />

conhecimentos específicos do<br />

nosso mercado.<br />

Como vocês trabalham o conteúdo<br />

<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content na programação?<br />

Aqui na Discovery temos uma<br />

equipe <strong>de</strong> Ad Sales, <strong>de</strong> planejamento,<br />

que faz todo o contato<br />

com o cliente. Mas o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos produtos é realizado<br />

pelo time <strong>de</strong> produção. Sempre<br />

buscamos um conteúdo que seja<br />

interessante para a marca e também<br />

seja legítimo para o nosso<br />

público. Possuímos todo um cuidado<br />

e afinação para que seja um<br />

material relevante, assim, como<br />

qualquer outro exibido em nossos<br />

canais. Temos várias <strong>de</strong>mandas<br />

diárias e a área é bem dinâmica,<br />

pois há muita procura por<br />

parte dos anunciantes. É sempre<br />

um trabalho <strong>de</strong> mão dupla e com<br />

um forte crescimento.<br />

O streaming chegou ao Brasil em<br />

2011 com a Netflix, ele ainda <strong>de</strong>safia<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> TV por assinatura?<br />

O mercado está extremamente<br />

disputado e isso o torna <strong>de</strong>safiador.<br />

No Brasil, o <strong>de</strong>safio é o momento<br />

econômico e, para a TV<br />

por assinatura, a pirataria. Esses<br />

são dois fatores muito problemáticos.<br />

Acredito que o streaming<br />

traz inovação para o consumidor.<br />

Os mo<strong>de</strong>los tradicionais precisam<br />

se adaptar, pois não po<strong>de</strong>-<br />

28 <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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