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mercado<br />
conhecida. Do outro lado, quanto mais distribuidores<br />
<strong>de</strong> mídia tivermos, mais informações<br />
<strong>de</strong> consumidores teremos, e mais<br />
precisão po<strong>de</strong>mos colocar. Hoje, com o<br />
digital, vamos sempre atrás do precision<br />
marketing, e todos os anunciantes buscam<br />
isso. Queremos mudar <strong>de</strong> mass marketing<br />
para precision, quanto mais informação<br />
digitalizada para completar esse conhecimento,<br />
melhor será o foco da comunicação”,<br />
resume Thibault Cuny, presi<strong>de</strong>nte e<br />
CEO da empresa no Brasil.<br />
Para ele, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agência no país<br />
está evoluindo, e não dá mais para os publicitários<br />
terem visão <strong>de</strong> massa, mas sim<br />
<strong>de</strong> trazer valor. “Isso inclui estratégia da<br />
marca, planejamento, criativida<strong>de</strong>, plano<br />
<strong>de</strong> mídia. A agência tem <strong>de</strong> virar mais native<br />
digital, com criativida<strong>de</strong> e estratégia<br />
no coração. E visão <strong>de</strong> negócios é tudo. É<br />
fundamental que o marketing e a marca<br />
não estejam isolados, mas sim adiante das<br />
tendências”, analisa.<br />
Graziela Di Giorgi: “Clientes querem agências proativas”<br />
Gabriela Onofre: “Não é só comunicação mais”<br />
Fotos: Divulgação<br />
“as agências são cada<br />
vez mais necessárias.<br />
sabemos que elas estão em<br />
transformação,<br />
mas queremos que nos<br />
aju<strong>de</strong>m a navegar<br />
nesse mundo difícil”<br />
Visão <strong>de</strong> negócios<br />
Um dos retratos mais fiéis do mercado<br />
sobre os humores dos anunciantes, o<br />
Agency Scope, da Scopen, teve sua edição<br />
mais recente lançada em novembro <strong>de</strong><br />
2018, após estudo realizado com 766 profissionais<br />
dos setores <strong>de</strong> marketing, compras<br />
e <strong>de</strong> agências, analisando um total <strong>de</strong> 713<br />
relações entre agências e marcas.<br />
Dentro da publicação, que é peça comum<br />
em agências do mercado, que teve parte<br />
<strong>de</strong> seus dados tornada pública pela consultoria,<br />
há informações representativas<br />
como a <strong>de</strong> que a contribuição da agência no<br />
crescimento do negócio dos clientes segue<br />
próxima aos 60%, o que evi<strong>de</strong>ncia o critério<br />
<strong>de</strong> visão <strong>de</strong> negócios como fundamental.<br />
César Vacchiano, presi<strong>de</strong>nte e CEO <strong>de</strong> Scopen,<br />
comentou na época do lançamento<br />
do estudo que “o Brasil é o país do mundo<br />
on<strong>de</strong> os anunciantes percebem em<br />
maior medida a contribuição <strong>de</strong> valor <strong>de</strong><br />
suas agências, muito acima, até mesmo,<br />
do crescimento atribuído às consultorias”.<br />
O Agency Scope ainda constatou que um<br />
anunciante brasileiro trabalha em média<br />
com 2,4 agências, índice que diminuiu<br />
em comparação com 2016, quando eram 3<br />
agências. O tempo médio <strong>de</strong> relação com<br />
cada agência é <strong>de</strong> 4,3 anos.<br />
“Os clientes hoje querem agências proativas,<br />
que vislumbrem soluções. Com o<br />
tempo, essa lua <strong>de</strong> mel vai acabando e a<br />
relação fica mais instável. O ambiente <strong>de</strong><br />
comunicação está ficando mais complexo<br />
e, diante <strong>de</strong> infinitas variáveis, fica mais<br />
claro que as agências <strong>de</strong>vem se comportar<br />
mais como parceiros estratégicos. A i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> ser tática não basta mais e elas <strong>de</strong>vem<br />
saber como interferir em uma jornada que<br />
muda o ponteiro da marca”, conta Graziela<br />
Di Giorgi, diretora da Scopen Brasil, tendo<br />
como base os apontamentos adquiridos<br />
com o estudo.<br />
As agências <strong>de</strong>vem também inovar na<br />
hora <strong>de</strong> criar oportunida<strong>de</strong>s em novos canais<br />
<strong>de</strong> comunicação. “A publicida<strong>de</strong> se<br />
tornou mais líquida, portanto, é bom ter<br />
estratégias para isso. É preciso chamar a<br />
atenção das pessoas e é preciso ser criativo<br />
em <strong>de</strong>scobrir canais e mídias que não são<br />
os tradicionais e não têm receita na literatura<br />
ainda”, diz. “A visão people centric<br />
também é fundamental para o cliente em<br />
seu negócio, e eles pe<strong>de</strong>m isso também<br />
à agência. É um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> não empurrar<br />
uma campanha, mas em interferir no negócio<br />
do cliente pensando nas pessoas em<br />
primeiro lugar”, analisa Graziela.<br />
Em suma, postura proativa, visão <strong>de</strong> negócios,<br />
inovação em canais e visão people<br />
centric são alguns dos principais critérios<br />
para uma agência optar por um fornecedor,<br />
na análise <strong>de</strong> Graziela. “Antigamente<br />
a agência falava em uma solução <strong>de</strong> comunicação,<br />
mas ela não é mais a origem e<br />
sim consequência. A visão <strong>de</strong> negócios, <strong>de</strong><br />
interferir no produto, é mais importante.<br />
E tem, claro, a questão humana. Tudo começa<br />
a partir disso, da proativida<strong>de</strong> e do<br />
entendimento <strong>de</strong> se pensar em conectar a<br />
marca com os consumidores finais”, resume<br />
a executiva.<br />
criatiVida<strong>de</strong> e planejamento<br />
Segundo dados do estudo Agency Scope<br />
fornecidos pela Scopen, o conhecimento da<br />
agência sobre mercado, marca e cliente é a<br />
principal característica apontada pelos executivos<br />
<strong>de</strong> marketing para que uma agência<br />
seja consi<strong>de</strong>rada exemplar. Criativida<strong>de</strong><br />
e planejamento estratégico também são<br />
importantes, bem como negociação com<br />
meios e ROI. Itens como inovação, capacida<strong>de</strong><br />
digital e oferta <strong>de</strong> serviços integrados<br />
têm percentual menor <strong>de</strong> preferência, mas<br />
ten<strong>de</strong>m a crescer.<br />
No momento <strong>de</strong> selecionar uma nova<br />
agência para trabalhar, os critérios mais<br />
mencionados como <strong>de</strong>terminantes em um<br />
possível processo <strong>de</strong> seleção são criativida<strong>de</strong>,<br />
planejamento estratégico e capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> inovação. Na sequência, ainda como <strong>de</strong>terminantes,<br />
os anunciantes apontam os<br />
custos dos serviços, a capacida<strong>de</strong> digital e<br />
os profissionais da agência. Outro dado interessante<br />
sobre o mercado brasileiro é o<br />
crescente <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> disciplinas<br />
nas agências.<br />
Um recorte que chama a atenção no estudo<br />
é sobre as barreiras que o profissional <strong>de</strong><br />
marketing encontra ao realizar ações digitais.<br />
A principal é não contar com o parceiro<br />
a<strong>de</strong>quado e a falta <strong>de</strong> conhecimento e não<br />
ter claro o retorno sobre o investimento.<br />
Outra leitura interessante é que, na busca<br />
do mercado por inovação, o que se enten<strong>de</strong><br />
por isso tem se transformado. O termo está<br />
cada vez mais atrelado a tecnologia, digital<br />
e novos meios, além <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ias<br />
disruptivas. O conceito <strong>de</strong> inovação tem ficado<br />
mais próximo também <strong>de</strong> eficácia, resultados<br />
e valor agregado. Por outro lado,<br />
diz o Scopen, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> inovar em produtos<br />
e serviços dos clientes é um critério menos<br />
atrelado à inovação.<br />
14 <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark