edição de 25 de fevereiro de 2019

MÍDIA
Folha promove palestra com Nizan
Guanaes e Contardo Calligaris
Encontro celebrou os
98 anos do jornal e
discutiu sobre orgulho
de ser brasileiro
MARINA OLIVEIRA
Em comemoração aos seus 98 anos, a Folha
de S.Paulo promoveu uma série de
palestras com alguns de seus principais colunistas.
Nizan Guanaes e Contardo Calligaris
conversaram com o público na mesa
intitulada Dá para ter orgulho de ser brasileiro?,
com mediação da repórter Patrícia
Campos Mello.
Os convidados falaram sobre diferentes
pontos de vista em relação ao cenário político,
midiático e social não só do país, mas
do mundo. Guanaes chamou a atenção para
os movimentos econômicos do Brasil independentemente
do sentimento de orgulho.
“O empreendedor precisa sobreviver
a despeito do vento contra. A minha tarefa
é criar coisas propícias em lugares que não
são propícios. Eu tenho de maneira teimosa
empreendido no Brasil. Quando comecei
minha empresa, a inflação era de 70% ao
mês, o país não tinha máquina de refrigerantes
porque não tínhamos moeda. Então,
todo dia de manhã, a despeito de não me
orgulhar, eu tenho de acordar”, aponta.
Guanaes falou ainda da importância de
apoiar algumas pautas políticas em discussão
no Brasil. “Orgulho-me da reforma
da Previdência que foi proposta, acho que
é algo importante sobretudo para os mais
jovens. Nós deveríamos abraçar isso como
nação, porque não é uma questão ideológica,
é uma questão contábil”, diz.
Em uma mensagem para os jovens presentes,
o empresário falou sobre a importância
das diferentes experiências e de erros
e acertos. “Abrace utopias, essa geração
precisa cometer novos erros, precisa entrar
em coisas para depois sair porque dai é que
você produz figuras ricas. Não é te poupando
dos equívocos que nós cometemos que
vamos fazer vidas ricas. Então, por favor,
errem”, finalizou.
Uma das questões levantadas pela plateia
foi relacionada ao icônico comercial
do Hitler produzido para a Folha em comparação
com o momento atual das fake
news. “Aquilo era a manipulação da verdade
e hoje é a manipulação e a fabricação
da mentira. E é isso que o algoritmo está
fazendo. Ele é Deus e o Demônio, inclusive
este é mais criativo que Deus. O Demônio é
um craque de marketing”, finalizou.
Alê Oliveira
Patrícia Campos Mello, Contardo Calligaris e Nizan Guanaes, que conversaram na Folha sobre o orgulho de ser brasileiro
jornal propmark - 25 de fevereiro de 2019 39