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s /Da Redação<br />
Diferentes formas<br />
<strong>de</strong> cobrar seu cliente<br />
No início, tudo parecia muito simples: se<br />
você precisasse <strong>de</strong> batatas, era só trocar<br />
com seu colega por um punhado <strong>de</strong> sal.<br />
Se alguém precisasse <strong>de</strong> peixe, po<strong>de</strong>ria<br />
levar um quilo do seu cardume em troca<br />
<strong>de</strong> outra mercadoria que você estivesse precisando.<br />
Assim começaram as primeiras transações do comércio.<br />
Essa troca era chamada “escambo”.<br />
Mas essas operações começaram a ficar mais<br />
complexas: nem sempre <strong>os</strong> itens da troca satisfaziam<br />
as necessida<strong>de</strong>s d<strong>os</strong> envolvid<strong>os</strong>. Foi aí que surgiu o<br />
conceito <strong>de</strong> “moeda”. O dinheiro surgiu como a<br />
representação do valor <strong>de</strong> uma mercadoria. Então,<br />
em vez <strong>de</strong> trocar por outro produto, <strong>os</strong> comerciantes<br />
começaram a pedir dinheiro em troca do que<br />
estavam oferecendo.<br />
Bom, o resto da história você já sabe, pois ela<br />
continua a formar <strong>os</strong> atuais conceit<strong>os</strong> <strong>de</strong> mercado<br />
e economia que tem<strong>os</strong> atualmente.<br />
Acontece que, com o passar do tempo, a noção<br />
<strong>de</strong> valor do dinheiro e da mercadoria foi se modificando,<br />
<strong>de</strong> acordo com necessida<strong>de</strong>s, regiões, culturas<br />
etc. Você sabia, por exemplo, que tem gente<br />
trocando refeições por likes no Instagram? E há<br />
ainda empresas que não per<strong>de</strong>m tempo pensando<br />
em quanto vale seu produto. Em vez disso, perguntam<br />
a<strong>os</strong> consumidores quanto eles acham que <strong>de</strong>veriam<br />
pagar. Como e por que essas empresas fazem<br />
isso? É o que explicam<strong>os</strong> em uma reportagem especial<br />
publicada em setembro <strong>de</strong> 2014. A seguir,<br />
você lê um trecho <strong>de</strong>la. Para ler o conteúdo na íntegra,<br />
acesse bit.ly/precificacao-diferente.<br />
O preço <strong>de</strong> um cafezinho<br />
No Curto Café, no Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ), <strong>os</strong> consumidores<br />
escolhem quanto vão pagar! Em vez <strong>de</strong> embutir no<br />
preço do café <strong>os</strong> cust<strong>os</strong> que eles têm para manter o<br />
estabelecimento, <strong>os</strong> quatro sóci<strong>os</strong> tiveram uma i<strong>de</strong>ia<br />
diferente. Quem chega ao Curto Café sabe exatamente<br />
quais são as <strong>de</strong>spesas do mês: quanto<br />
terão que gastar com luz, água,<br />
aluguel, internet, equipament<strong>os</strong> e<br />
assim por diante. Dessa forma, o<br />
cliente fica ciente d<strong>os</strong> cust<strong>os</strong> do<br />
estabelecimento e leva isso em consi<strong>de</strong>ração<br />
na hora <strong>de</strong> estipular seu<br />
preço. É um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão compartilhada<br />
com o consumidor. Segundo<br />
<strong>os</strong> fundadores do Curto Café,<br />
a base é a confiança.<br />
Já no La Petite Syrah, um restaurante<br />
da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nice, na<br />
França, a base é a gentileza. Se<br />
você chegar ao estabelecimento<br />
e pedir ao aten<strong>de</strong>nte “um café”,<br />
sua conta será <strong>de</strong> 7 eur<strong>os</strong>. Já se<br />
adicionar gentileza ao pedido e<br />
solicitar “um café, por favor”, pagará<br />
4,25 eur<strong>os</strong>. Ou seja, um <strong>de</strong>sconto<br />
<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 60% só por ser<br />
um cliente gentil.<br />
Também no sentido <strong>de</strong> compartilhar<br />
<strong>os</strong> gast<strong>os</strong>, o café Ziferblat,<br />
com filiais na Rússia e na Inglaterra,<br />
tem um conceito ainda mais<br />
diferenciado na hora <strong>de</strong> cobrar seus<br />
clientes. Quem estiver lá po<strong>de</strong> consumir<br />
à vonta<strong>de</strong> <strong>os</strong> cafés e <strong>os</strong> lanches<br />
disponibilizad<strong>os</strong> ou, se quiser,<br />
po<strong>de</strong> ainda fazer sua própria comida<br />
na cozinha. Quanto a pessoa<br />
paga pelo que consome? Nada. O<br />
Ziferblat cobra apenas o tempo que<br />
o cliente ficou no estabelecimento.<br />
Quando o consumidor entra, recebe<br />
um relógio para controlar o<br />
tempo <strong>de</strong> permanência. Em Londres,<br />
são cobrad<strong>os</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 0,10<br />
por minuto (3 pences). De acordo<br />
com Ivan Mitin, proprietário do<br />
local, é como se cada cliente f<strong>os</strong>se<br />
um microinquilino do negócio.<br />
Métod<strong>os</strong> <strong>de</strong> precificação<br />
A precificação certamente é uma<br />
das etapas que mais causa dúvidas<br />
em organizações <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />
portes. Afinal <strong>de</strong> contas, o que<br />
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