Hospitais Portugueses ANO IV n.º 19 setembro-outubro 1952

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Um concorrente ao fornecimento
de leite dos Hospitais Civis de Lisboa
recorreu para o Supremo Tribunal
Administrativo da decisão que não
lhe adjudicou esse fornecimento.
Fundamentou o recurso no facto de
o preço por si oferecido ser inferior
ao do concorrente a quem foi concedido
o fornecimento.
O Supremo Tribunal, em acórdão
publicado na z.a série do Diário do
Governo, de 19 de Setembro, consagrou
o princípio de que os Hospitais
não tinham que olhar apenas ao preço
mas também à qualidade do leite.
Por isso, desde que escolheram
um fornecedor que oferecia melhores
condições de higiene e qualidade de
leite, estavam imediatamente justificados
da rejeição da proposta maxs
barata.
O U. u. G. e o~ pa•·tltlos
Políticos
Não sei se os leitores têm conhecimento
de que a vacinação pelo B . C .
G . foi tornada obrigatória em França
pela lei de 5 de Janeiro de 1950.
Para execução desta lei, o Governo
pediu um crédito orçamental
de 650 milhões de francos. A Comissão
Parlamentar de Finanças resolveu
prop·or a redução de 5 milhões
de francos neste crédito, com o argumento
de que os seus resultados eram
discutíveis.
Levantou-se na Assembleia Nacional
forte discussão sobre o assunto.
Chamado à pedra o relator de Comissão
de Finanças, viu-se ele em dificuldades
para justificar a posição
dos membros da dita. E a única
coisa concreta que disse foi que, em
tal matéria não há unanimidade nos
partidos.
Nós supunhamos que os partidos
se limitavam a descobrir «remédios
políticos» para as doenças
dos Estados. Nunca nos passou
pela cabeça que a eficácia de «remédios
da farmácia» pudesse constituir
parágrafo de programa de partido
político.
A digna Assembleia também julgou
exagerada a pretensão dos partidos.
E daí, votou por unanimidade
-o que é coisa de maravilha -a
manutenÇão do crédito pedido pelo
Governo.
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