Hospitais Portugueses ANO IV n.º 19 setembro-outubro 1952

deponham com a amplitude necessária
ao inteiro esclarecimento da justiça».
Agora a Procuradoria pronuncia-se
neste sentido:
«A falta de autorização da Ordem
não exime os cidadãos, pot serem médicos,
ao cumprimento de um dever
legal que se torna necessário para salvaguarda
de interesses manifestamente
superiores».
E emite o seguinte parecer:
«I) O segredo profissional médico
funda-se no interesse geral de sigilo,
impondo-se, porém, o dever de revelB.ção
sempre que haja justa causa,
isto é, quando a revelação se torne
LIGADURAS
GESSADAS
A ligadura gessada preferida há muitos anos na
clínica particular e hospitalar, pelas suas características
especiais.
necessária para a salvaguarda de interesses
sociais manifestamente superiores.
II) Verifica-se justa causa de re-
. velação quando houver suspeitas de
qualquer crime público, caso ein que
o médico não poderá recusar-se a depor
em processo penal, salvo se a pessoa
assistida puder incorrer em responsabilidade
penal.
III) Não é condição daquele depoimento
a autorização da Ordem dos
Médicos.
IV) Assim não é de invocar o
segredo profissional por médicos assil;'··
tentes de pessoas falecidas, em relação
à qual haja suspeitas de ter provocado
aborto criminoso, para se eximirem
a depor em processo penal».
CELLONA
As únicas ligaduras gessadas que, pela sua resistência
e maleabilidade, permitem executar todo o género de
aparelhos gessados .
FABRICADAS POR LOHMANN KG-FAHR am RHEIN -ALEMANHA
Representantes para Portugal e Ultramar :
J. A. BAPTITA D'AlMElDA, L. 0 A
Rua Actor T aborda, 13 - L I S B O A · N.
Hospitais Civis de Lisboa- R~latório
da Gerência de 1951.
O Dr. Emílio Faro, ilustre enfermeiro-mar
dos Hospitais Civis de
Lisboa, apresenta mais um relatório
da gerência do maior estabelecimento
de assistência hospitalar do nosso
país.
Dá nota das dificuldades financeiras
com que a instituição se debate
e do cada vez mais intenso movimento
de doentes tratados. Aborda
mais uma vez o problema das dívidas
das Câmaras Municipais e dá notícia
da execução orçamental durante o referido
ano de 1951.
Apuram -se os seguintes custos:
hospitalizados na secção médica,
46$79; na secção cirúrgica, 43$56;
nas especialidades, 45$07. Doentes tratados
em consulta externa, 7$21, tratados
no banco, 49$81.
Houve 50.155 doentes internados,
88.294 tratados no Banco e 124.624
em consulta externa.
Em 31._ de Dezembro de 1951 as
dívidas das Câmaras Municipais atingiram
a cifra de 39.999.483$78.
Hospital Júlio de Matos- Sexto relatório
da administração (1951).
Com algum atrazo nosso- que
não do relatório- damos hoje uma
breve notícia do aparecimento de
mais um relatório da administração
do Hospital Júlio de Matos, elaborado
pelo Director Adjunto, Dr. Joaquim
José de Paiva Correa.
Já noutras ocasiões tivemos ocasião
de transcrever as regras e princípios
administrativos que informam
a administração do Hospital Júlio de
Matos. A gerência de 1951 subordinou-se
às normas anteriores. Há pois
que confrontar apenas •os resultados
da gestão.
O volume vem cheio de mapas
descriminativos e comparativos do
maior interesse.
Como indicação sumária para os
nossos leitores, limitamo-nos a anotar
o custo da diária que foi como segue:
Secção clínica, 30$08; secção asilar,
19$33; secção infantil 22$94. O númem
médio de doentes internados
atingiu a mais alta expressão da história
do hospital, situando-se em
1.117.17.
Doutor Manuel Santos Silva- Assistência
aos Leprosos.
O ilustre director do Hospital­
-Colónia Rovisco Pais editou em
elegante brochura a sua comunicação
ao III Congresso da União Nacional,
sobre os princípios e realizações da
assistência aos leprosos em Portugal.
A história do combate ao mal de
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