analytica 100
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autores:<br />
Eduardo de Souza Matos 1 ,<br />
Ronaldo Mohana-Borges *1 ,<br />
Vitor Marcel Faça*2, Fábio César Gozzo *3 ,<br />
Wagner Fontes4, Carlos André O. Ricart 4 ,<br />
Fábio César Sousa Nogueira 5 ,<br />
Mário Sérgio Palma §6 ,<br />
Marcelo Valle de Sousa *4 .<br />
Figura 1 - Cobertura de sequência das cadeias pesada e leve (representativa para o três lotes de Avastin®). Em azul, estão peptídeos sequenciados por espectrometria<br />
de massa com “False Discovery Rate” (FDR) < 1 %. Em cinza, estão peptídeos sequenciados por espectrometria de massa com “False Discovery Rate” (FDR) > 1 %. Caixas<br />
vermelhas correspondem a modificação (carbamidometilação) de cisteínas introduzidas durante o preparo da amostra para a separação das pontes dissulfeto. Caixas azuis<br />
correspondem a oxidação de aminoácidos de ocorrência natural na amostra ou durante o preparo por exposição ao oxigênio atmosférico. Caixas amarelas correspondem a<br />
deamidação de aminoácidos de ocorrência natural.<br />
32<br />
REVISTA ANALYTICA - ABR/MAI 19<br />
Discussão<br />
Com a finalidade de identificar<br />
a sequência completa dos aminoácidos<br />
correspondentes as sequências<br />
F(ab)-12 LC e F(ab)-12 HC<br />
do anticorpo monoclonal humanizado<br />
bevacizumabe princípio ativo<br />
do medicamento Avastin®, quatro<br />
laboratórios brasileiros, reconhecidamente<br />
proficientes na análise<br />
de peptídeos e proteínas por EM,<br />
desenvolveram estratégias independentes<br />
para obter a sequência<br />
de aminoácidos das cadeias leve e<br />
pesada do bevacizumabe em três<br />
diferentes lotes do produto comercial<br />
Avastin®. Estas estratégias<br />
compreendiam o uso de diferentes<br />
espectrômetros de massas, métodos<br />
de fracionamento das cadeias<br />
do anticorpo (por exemplo, eletroforese<br />
em gel de poliacrilamida com<br />
SDS e agente redutor e cromatografia<br />
líquida), precipitação de proteínas<br />
com solvente orgânico, uso<br />
de enzimas proteolíticas com distintos<br />
sítios de clivagem, métodos<br />
de fragmentação complementares<br />
(CID, Collision Induced Dissociation;<br />
HCD, Higher-energy Collisional<br />
Dissociation; e ETD, Electron<br />
Transfer Dissociation) e variadas<br />
ferramentas bioinformáticas para<br />
interpretação dos espectros de<br />
fragmentação dos íons peptídicos e<br />
inferência da sequência de aminoácidos<br />
do anticorpo.<br />
Todos os quatro laboratórios<br />
alcançaram autonomamente<br />
êxito na obtenção de <strong>100</strong>% das<br />
sequências F(ab)-12 LC e F(ab)-<br />
12 HC do anticorpo monoclonal<br />
humanizado bevacizumabe. Estes<br />
resultados confirmam a sequência<br />
publicada para os aminoácidos do<br />
anticorpo (PRESTA et al., 1997),<br />
em lotes diferentes e usando estratégias<br />
variadas, além de demonstrar<br />
a capacidade analítica<br />
dos laboratórios brasileiros em<br />
fornecer resultados robustos e de<br />
qualidade mesmo em questões<br />
complexas, como na caracterização<br />
de biofármacos.<br />
Conclusão<br />
O Brasil dispõe de laboratórios<br />
de proteômica muito bem<br />
equipados e qualificados, para a<br />
realização de análises multicomplexas<br />
de química de proteínas,<br />
aplicadas ao desenvolvimento e<br />
controle de qualidade de anticorpos<br />
monoclonais de uso terapêutico,<br />
em apoio às indústrias farmacêuticas<br />
interessadas.<br />
Agradecimentos:<br />
Nuno Manuel Domingues e Jaques<br />
Ferreira de Souza, do Laboratório<br />
de Bioquímica e Química<br />
de Proteínas, Departamento de<br />
Biologia Celular, Instituto de Ciências<br />
Biológicas, Universidade de<br />
Brasília, Brasília, DF.