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A casa do meu melhor amigo

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casa_do_meu_melhor_amigo_miolo_Layout 1 19/10/2010 08:35 Page 51

rapidamente tirou o cinto, levantou e apagou a luz. Ao retornar,

meu pai voltou a ligar a luz para pegar um documento

do carro no porta-luvas. O guarda examinou tudo

e estava tudo certo.

Pelo gesto atrapalhado que o guarda fez no instante

em que saímos, percebi que ele tinha visto a sombra do Rhino

no banco traseiro do carro, mas não tinha visto o Rhino. Acho

que ele só não nos parou novamente para verificar que

coisa estranha era aquela porque parar um carro por causa

da sombra de ninguém poderia ser ridículo, poderia parecer

coisa de bêbado. E ele não poderia correr o risco de

passar por um vexame desses.

Naquela noite o Rhino não voltou para a casa dele.

Foi a primeira vez que dormiu fora de casa. Por um bom

tempo ele ficou sentado no chão, esperando a nossa casa

adormecer. Pedimos ao papai e à mamãe para eles não

lerem historinha naquela noite. Dissemos que estávamos

muito cansados. Eles acharam a proposta inusitada, mas

concordaram em fazer apenas uma reza curta. Fingimos

dormir rápido e nossos pais foram para o quarto deles.

Levantamos com o maior cuidado para não fazer barulho

e armamos para o Rhino o colchão de visitas localizado

sob a minha cama.

No dia seguinte, encontrei a Celise logo no portão da

escola. Ela tinha mais pacotes de figurinhas e queria que

colássemos juntos. Pedi socorro ao Soarim e ele foi com

ela, enquanto levei o Rhino até sua casa. Limpamos um

pouquinho de grânulos fecais que estavam acumulados

embaixo do quadro e vimos que a sra. Nair havia tirado a

placa de “Interditada” da mesa da coordenadora da biblioteca.

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