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A casa do meu melhor amigo

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casa_do_meu_melhor_amigo_miolo_Layout 1 19/10/2010 08:36 Page 80

Senti que o sr. Manoel queria repetir várias vezes a

oração cantada, que eu transmitia para ele por telefone, no

entanto ele ficara engasgado com o próprio pranto. Parou

no amém. Depois que desligamos, eu estava sem sono.

Acordei o Rhino e disse que gostaria de ir para a casa dele.

Disse que não estava conseguindo entender os humanos.

Surpreendi-me quando o Rhino não se pôs de acordo comigo,

sob o argumento de que estava com dificuldade de

entender os cupins. Contou-me angustiado que no dia seguinte

a sua família iria criar asas e voar em busca de outras

madeiras para fazer novas colônias.

Nunca fiquei tão confuso em minha vida. De qualquer

maneira, eu estava aliviado com os sinais de reconciliação

do Mané com o pai dele. Meus pais apareceram na porta

do quarto para ver se eu estava dormindo e preferi demonstrar

para eles que estava tudo bem. Talvez estivesse

mesmo. Tanto que dali em diante consegui dormir por

toda a noite.

Dei trabalho para acordar no dia seguinte. Minha

mãe ficou irritada e o meu pai levou-nos à escola com cara

de chateado. Ele não gosta que a gente chegue atrasado,

diz que é um desrespeito a quem chega na hora. Concordo

com ele, e sei que ele também concorda comigo que há

dias em que as coisas não acontecem como a gente quer.

Porém, naquele dia, não havia clima para conversarmos

sobre isso. O jeito foi seguir todo mundo calado.

Pedi licença e entrei na sala de aula. Sentei ao lado

de Celise. Ela quis saber por que eu estava com o semblante

tão diferente. Não lhe dei atenção, embora ela tivesse procurado

me confortar mostrando que tinha vários pacotes

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