16.04.2020 Views

EUROTRANSPORTE115

Revista Eurotransporte n.º 115 - tudo sobre o transporte profissional, logística e aftermarket

Revista Eurotransporte n.º 115 - tudo sobre o transporte profissional, logística e aftermarket

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ENTREVISTA<br />

António Martins, realista em entrevista à Eurotransporte<br />

“Temos de acreditar<br />

nas soluções e não<br />

nos problemas”<br />

Cita Richard Branson (“As oportunidades de negócio são como os autocarros. Está sempre<br />

outro a chegar”) e tem uma visão bastante global do sector aliada a um optimismo real de como<br />

tudo será depois de debelada a crise da COVID-19. Reerguer a economia, acreditar nas soluções<br />

e não nos problemas é o que António Martins, Presidente Executivo da APAT, defende para a<br />

recuperação do país, entre outras medidas proferidas à Eurotransporte.<br />

text0 josé costa<br />

Com um peso significativo<br />

no sector dos transportes<br />

em Portugal, a Associação<br />

dos Transitários de Portugal,<br />

vulgarmente conhecida por APAT, é<br />

uma das maiores organizações nacionais<br />

do sector dos transportes,<br />

representando um vasto número<br />

de empresas que se dedicam à<br />

actividade transitária. Nesta altura<br />

de crise devido à propagação<br />

da COVID-19, a Eurotransporte<br />

foi ao encontro do Director Executivo<br />

desta organização, António<br />

Martins, que nos indicou o caminho rumo ao<br />

futuro dos transportes de mercadorias em<br />

Portugal.<br />

EUROTRANSPORTE - Temos vindo a assistir<br />

a várias associações congéneres da<br />

APAT na Europa a participar em resoluções<br />

que visam o aligeirar do funcionamento dos<br />

profissionais do sector. Em Portugal o que é<br />

que a APAT já protagonizou nesta matéria?<br />

ANTÓNIO MARTINS - A APAT tem actuado<br />

em duas frentes. Ou seja, temos participado<br />

activamente com as associações internacionais<br />

onde nos fazemos representar, nomeadamente<br />

a CLECAT e a FIATA, onde temos<br />

feito fazer chegar algumas das nossas preocupações<br />

de forma a podermos ter uma voz<br />

mais activa junto da UE. Já no que diz respeito<br />

ao Governo português fizemos chegar carta<br />

aos quatro ministérios que têm responsabilidades<br />

e mais impacto com a actividade<br />

transitária, nomeadamente Finanças, Economia,<br />

Trabalho e Infraestruturas.<br />

4 Transporte<br />

euro<br />

Que medidas já solicitaram à Tutela?<br />

A APAT reconhece que o Governo já tomou<br />

medidas difíceis, complicadas e mitigadoras<br />

da situação e algumas são muito coincidentes<br />

com as preconizadas pela Associação. Reconhecemos<br />

que outras ainda não tiveram acolhimento<br />

junto do Governo, que em nossa opinião<br />

são igualmente importantes e de ajuda às<br />

empresas e aos empresários.<br />

Essas medidas foram reivindicações?<br />

O objectivo da APAT não foi tanto reivindicar,<br />

mas indicar ou sugerir algumas medidas adicionais<br />

àquelas que o Governo decidiu numa<br />

primeira reacção e que, num primeiro momento,<br />

permitissem fazer chegar os bens e produtos<br />

de primeira necessidade a quem mais precisa<br />

deles.<br />

“Nunca ninguém pensou<br />

numa situação destas”<br />

Na opinião da APAT como é que os transitários<br />

vão sobreviver a esta crise?<br />

Estamos perante circunstâncias completamente<br />

extraordinárias e diria mesmo<br />

excepcionalmente extraordinárias.<br />

Nunca, nem nos nossos piores<br />

sonhos, antevimos uma situação<br />

destas.<br />

Tal como já referi, entendo que depois<br />

desta crise tudo será diferente.<br />

A maneira como vamos passar<br />

a viver, passar a consumir, passar a<br />

vender e acima de tudo como perspectivamos<br />

o futuro que havemos<br />

de ter. Numa altura em que a crise<br />

se instalou e toda a sociedade está<br />

igualmente a adaptar-se a esta nova<br />

realidade, é normal que as empresas transitárias<br />

tenham que fazer mudanças e adaptar<br />

processos. Cada empresa precisa de traçar<br />

um plano de acção para que consiga manter a<br />

sua actividade para quando tudo voltar a ser<br />

normal. É fundamental preparar as suas estruturas<br />

para as mudanças que se avizinham de<br />

modo a minimizar as possibilidades de crise<br />

futura e assim poder voltar ao normal.<br />

Por outro lado, julgamos ser quase impossível<br />

perceber como vai ser o “dia seguinte”, no<br />

entanto para recuperar a economia nacional<br />

perspectivamos que terá de haver uma grande<br />

aposta na internacionalização, logo no transporte<br />

internacional de bens e é nesta matéria<br />

que o transitário é fundamental para a consecução<br />

desses negócios.<br />

As medidas anunciadas pelo Governo de<br />

apoio, servem aos transitários?<br />

Julgamos que as medidas anunciadas servem<br />

todas empresas. Se são ou não suficientes, é<br />

outra questão. Os impactos desta crise serão<br />

dolorosos e agudos e a receita e medicação

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!